Com o final das palavras de Dumbledore o banquete iniciou-se junto com as conversas de todos os alunos.
Os alunos mais velhos que eles comentavam com seus colegas o que fizeram durante as férias de verão, enquanto os novos estudantes se empenhavam em comentar sobre o castelo, suas vidas, magias, fantasmas e a claro, fazer novos amigos.
Foi especialmente o que Eireann fez durante todo o jantar.
A menina começou rapidamente a conversar com Elliot sentado ao seu lado, uma longa e prazeirosa conversa enquanto se ocupava em comer pequenas quantidades de tortas e diferentes comidas que estavam empilhadas à mesa.
Eireann, assim como seu irmão Owen, eram Escoceses e não estavam tão habituados à culinária de Londres. Porém isso não os impediu de experimentar os novos pratos, com uma etiqueta de dar inveja a qualquer aluno que tinha a impressão que sabiam como comer educadamente. Os modos dos irmãos foram admirados por muitos, inclusive por Luna Lovegood.
Luna sorriu e acenou para Eireann quando ela a cumprimentou. Luna não saiu de seu lugar para falar com os irmãos de cabelos ruivos e nem com os outros estudantes ao redor deles, porém Owen – o mais atento aos comentários, visto que a irmã estava ocupada conversando com Elliot – pôde ouvir que ela comentou “incrível como os irmãos O'Byrne's são educados, não acham? Acho que será um ano muito instrutivo com eles por perto...”.
Elliot se sentia privilegiado de fazer uma amiga tão animada e bondosa logo nos primeiros minutos do início do banquete. Sequer imaginou que isso seria possível, afinal ele era apenas uma criança comum, que mal conhecia sobre o mundo bruxo e os nomes das famílias ricas e poderosas… Nunca lhe interessara isso, talvez fora esse o motivo que o levou a não refletir que estava falando com a filha da família O'Byrne, uma das famílias mais ricas e poderosas da Escócia!
Porém era possível que essa informação apenas o assustasse mais e achasse que a recente amizade era mais um sonho do que realidade. Do que adiantaria pensar nisso agora que apertara as mãos macias e pequenas de Eireann concordando em serem amigos? Ele estava feliz, e não era apenas pela comida e sim por poder compartilhar com alguém a animação e entusiasmo de tudo o que vivenciaram naqueles poucos minutos na escola.
Tudo era muito surreal e, se o tempo tivesse uma pane e o dia nunca se encerrasse, Elliot e Eireann ficaram contentes com a oportunidade de ficarem ali conversando e se conhecendo.
Enquanto conversavam, Owen estava comendo silenciosamente ao lado da irmã. Parecia imerso em pensamentos e tentando controlar o ciúme possessivo que sentia ao ver a irmã falando com tantas pessoas… Aliás, por que ela tinha que falar sempre om garotos? As meninas não tinham que ser amigas de meninos… isso não estava certo na cabeça de Owen.
Enquanto ele tentava não transparecer o nervosismo e voltar a mergulhar em seus próprios devaneios, foi interrompido com a voz de Titor, que se infiltrou na conversa de Erin e Elliot, comentando sobre escrever.
Como Titor estava ao lado de Owen, ele precisou se curvar um pouco para a frente para encarar Erin enquanto conversavam “por cima” do irmão gêmeo ruivo.
E assim, iniciaram uma breve conversa sobre o que gostavam de fazer…
De repente, Eireann olhou para a mesa da Sonserina. Já havia passado aproximadamente uns 30 minutos do banquete e ela queria ir falar com outras pessoas, como Bartholomew, que pareceu tão gentil em ir falar com ela antes, no Hall de Entrada.
Educadamente, ela pediu licença para Elliot e John, deu um sorriso para seu irmão avisando-o que iria para a mesa da Sonserina falar com o seu outro colega. Owen disse que ela poderia ir, mas soltou um longo suspiro enraivecido com isso internamente… Nenhum outro aluno das outras mesas estavam andando pelas mesas das outras casas, por que Eireann precisava ir
para falar com outro garoto? Mas preferiu não dizer nada e dedicou-se à comida, aos seus pensamentos e ocasionalmente à conversa que Elliot tratava com John. Talvez até poderia conversar com eles também – ou não.
Na mesa da
Sonserina, Eireann se aproximou de Bartholomew, que estava ao lado do Malfoy, Goyle e Crabbe. Bartholomew havia feito alguma piada com eles, pois quando Erin chegou ela notou que eles estavam com uma expressão diferente de alegria e animação e Bartholomew a puxou pelo braço levando-a para outro canto da mesa antes de ouvir a resposta de Draco, porém os olhos do menino loiro acompanharam Bartholomew e Erin enquanto corriam e ele disse, alto suficiente para toda a mesa da Sonserina ouvir:
- Cuidado, Scaff! Ela pode querer limpar você!“HAHAHAHAHAHA” ouviu-se por toda a mesa da Sonserina as risadas dos alunos – tantos os novos quanto os mais velhos – rindo do comentário de Malfoy sobre a garota Eireann… Que estava tão distraída com a atitude de Bartlholomew que não deu muita atenção.
Os dois não conversaram muito. Na verdade fora muito breve o diálogo dos dois e rapidamente Bartholomew sentou-se no mesmo lugar que estava. Talvez Malfoy tenha explicado à Crabbe e Goyle o que o garoto queria dizer com as “palavras do diretor”, porque quando voltou ao seu lugar não conseguiu sustentar uma conversa com nenhum dos três, ao não ser piadas sarcásticas de Malfoy eventualmente dependendo do que ele dizia, seja sobre ele ou sobre Eireann. Quando isso acontecia, Crabbe e Goyle riam concordando com seu amigo.
A menina O'Byrne agora estava quase retornando à sua mesa quando parou para falar com Holly.
Pluemer estava sozinha comendo – ou quase isso – quando Erin parou de pé a seu lado e puxou alguma conversa com ela, tentando ser animadora e simpática.
Holly a encarou por uns longos minutos, imersa em seus pensamentos, espantada com a menina ir falar justamente com ela. Depois de passado o tempo encarando-a, resolveu respondê-la. Fora assim que começou o que parecia ser uma conversa.
Mas seria mesmo possível que aquela linda menina, com longos cabelos ruivos em uma transa perfeita no cabelo, estava simplesmente conversando com a “doida da sonserina”? Isso era mesmo possível? Holly não estava acostumada com outras pessoas serem bondosas com ela, somente sua madrinha o era.
Para o horror de Holly, assim que Eireann
sentou-se ao seu lado, ouviu a voz de Draco ecoando:
- Hey! Parece que as duas malucas estão se entendendo! Pluemer, por que não fala da sua mãe?E com isso toda a mesa voltou a rir animados. Parecia que todos leram o maldito jornal onde Rita Skeeter falava sobre sua família… Holly queria verdadeiramente desaparecer enquanto se forçava a responder a menina no meio das risadas.
Enquanto Eireann e Holly conversavam, Felix puxava assunto com Leon que estava sentado perto de si. Holly podia vê-los conversando enquanto ouvia a O'Byrne. Curiosamente a conversa durou pouquíssimo tempo. Leon o respondeu poucas coisas, na verdade era difícil até ver que ele falava, parecia preocupado, pensando em alguma coisa enquanto respondia o menino.
Felix se levantou, gritou algo para Bartholomew – que apenas lhe acenou em resposta– e caminhou até onde estava Holly.
- Para Bartholomew:
Foi descrito no post que ele jogou comida para seu gato por debaixo da mesa… mas todos os animais estão nos salões comunais das casas. Então foi desconsiderada essa parte da interpretação, já que o Sr. Bonifácio não está lá.
Ela o viu se aproximar e estava preparada para outro rompante de piadas, seja dele ou de Malfoy. Entretanto a menina se surpreendeu novamente… aparentemente o menino vinha consolá-la ao invés de zombar dela.
Enquanto ouvia o menino falar com ela e com Erin, Malfoy soltou mais alguma piada que ela não conseguiu ouvir, fazendo os alunos rirem debochadamente.
Erin e Felix começaram a conversar rapidamente. Logo ela percebeu o que a estava incomodando tanto quanto as piadas de Malfoy… Era muita gente indo conversar com ela em menos de 5 minutos! E ainda teria que cruzar todo o salão para chegar até a mesa da Corvinal e conhecer o irmão da Eireann? Passar na frente da mesa onde estava Harry Potter? De jeito nenhum! Mesmo assim não conseguia ser indelicada e dizer que não queria… precisava de um jeito de fugir dalí até eles saírem e a esquecesse, ou até o jantar terminar… Não importava… o pânico se apoderou dela e não conseguiu pensar direito quando disse que iria ao banheiro, levantou-se e saiu (…).
No meio da conversa que se seguiu com Eireann e Felix, o menino quase gritou no salão chamando pelo irmão da menina ruiva… Erin conseguiu puxar o menino rapidamente, fazendo-o parar no meio da frase. Sabia que o irmão odiaria ter seu nome gritado por um aluno praticamente do outro lado do salão. Então ela se ofereceu para ir até lá.
Enquanto caminhavam, todos percebeu que a comida das mesas fora substituída por uma imensa variedade de doces e sobremesas… Aparentemente o banquete estava chegando ao fim.
Mudando um pouco a ordem do que havia planejado, pensando que logo teriam que sair dalí e talvez não tivesse uma outra oportunidade, Felix disse à Eireann que a encontraria na mesa da Corvinal em poucos instantes, só precisava fazer uma coisa no caminho. Parou de fronte à mesa dos funcionários, professores e diretor, esperou que Erin se afastasse e subiu o patamar mais elevado caminhando até o diretor.
Subitamente todo o salão fez um breve silêncio. Ninguém se recordava de um aluno que saía de seu lugar junto à mesa de sua casa e se dirigia até os professores e diretores.
Um ruído de cochicho se apoderou do salão. Eireann sentou-se e rapidamente olhou o que causou todo o silêncio repentino no salão e viu seu novo colega Felix junto com Dumbledore.
Felix não pareceu perceber o quão inusitado e inédito estava sendo. Todos os professores e funcionários o encaravam espantados. Snape (que Felix ainda não sabia que era o professor de poções e nem mesmo o diretor de sua casa) crispou os lábios com um ar severo e reprovador.
O menino se dirigiu ao diretor que o encarava com sincera curiosidade por cima dos óculos de meia lua. Ouviu atentamente a pergunta da menino e não se conteve em dar um sorriso doce e meigo para o rapaz antes de responder:
- Não se incomode com o que um velho como eu tem a dizer, meu caro. Apenas desfrute do nosso banquete… Ele está quase no fim.Depois disso, Felix agradeceu e recuou da mesa percebendo – ou não – que todos os olhos de todos os alunos do salão o encaravam. Parece que ele realmente chamou mais atenção do que gostaria. Deu alguns acenos e cumprimentos educados à alguns alunos que o encaravam, mas nem sempre teve resposta.
Juntou-se na mesa da Corvinal, ficando de pé ao lado de Eireann que voltara a se sentar entre seu irmão e Elliot, tendo John do outro lado de seu irmão.
~*~
Holly não viu essa última cena, pois um dos monitores da Sonserina do quinto ano havia lhe abordado quando a viu procurando alguma
passagem.
Ela explicou à ele que queria ir ao banheiro e ele, mesmo tendo insistido que ela aguardasse um pouco mais, acabou cedendo ao seu pedido e a conduziu à um banheiro feminino, oculto atrás de uma passagem perto do salão principal. Ele ficou esperando que ela saísse do lado de fora do banheiro.
Afinal, ele não queria ter que explicar ao diretor da casa que perdera uma aluna do primeiro ano logo durante o primeiro banquete do ano.