Meileen - Shamps

MEILEEN

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A elfa esta visivelmente irritada com Patrick, e ele sente vontade de desaparecer por um ralo.

- Que tipo de amigo é você, hein? – ela apoiou as mãos na cintura – Deixar ela sozinha sabendo que ela não estava bem... arre... preferiu ir para o castelo do mago. Não sei o que eu faço com você, Patrick! Vamos entrar logo.

Sem graça ele arruma os óculos e leva a mão até a nuca.

“Você falando assim até que faz sentido... Não pensei no que ela estava sentindo... Sabe, deve ser por isto que eu não tinha assim, muitos amigos, sabe? As vezes fico tão concentrado nas coisas do meu interesse que esqueço dos outros...”

- Mas que tipo de idiota é você? Isso é coisa que se fale para alguém preocupada – os tapas da elfa eram pesados – ela não faria isso, eu conheço muito bem a minha amiga. Não vou desistir fácil assim. Amaruk... – ela pegou uma muda de roupa de Clover o ofereceu ao amigo – você pode farejá-la, não é mesmo? Não há muito lugares para onde ela possa ter ido, mas algo me passou pela cabeça.

Os tapas doloridos desferidos contra Patrick parecem fazer entrar um pouco de bom senso em sua cabeça. Ele se protege como pode, mas vários deles o acertam deixando marcas vermelhas visíveis da mão pesada da elfa.

“Ora, desculpe, disse assim quase sem pensar... É que agora me lembrando como ela estava, me parecia uma possibilidade... OK, OK, parei!!!”

Amaruk ao ver como sua alfa batia no humano arreganha os dentes, e Patrick da um salto para o lado, suando frio. O lobo se aproxima e cheira a roupa de Clover.

“Cheiro fácil de seguir... Perfumado... Mas também cheira a suor... Preocupação.”

Amaruk abaixa o focinho e começa a farejar... Ele anda pelos cômodos, até captar algo na sala, e seguir para fora. Ele avança ate a rua e segue ate a saída da cidade de Naporia.

“Parece que a humana foi para a nossa floresta, em direção do Templo...”, diz o lobo, confirmando o pressentimento de Meileen.

- Escuta aqui, ô projeto de mago, já aprendeu algo que preste? Alguma magia para enviar uma mensagem para ela ou para localizá-la?

Ainda embaraçado, Patrick ajeita a gola da camisa e da um sorriso forçado. Ele pega de sua mochila um tomo de magias e diz,

“Então, veja bem, o Brasford, meu mentor, ficou muito impressionado com minha inteligência, tanto que já memorizei e fiz algumas magias que outros aprendizes demorariam anos para aprender... Porem infelizmente ainda sou um mago de nível 1... Ei, tem certeza que voce é uma elfa? Pensava que eram mais gentis... OK, parei, parei...”

MEILEEN

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Magoada pelas palavras insensiveis do rapaz, Meileen segue em direção da saída acompanhada do fiel Amaruk. Sua cabeça estava cheia, e mal conseguia perceber o quão rápido avançava pela trilha, seus pes velozes élficos deixando para tras a cidade em grandes passadas.

Porem logo o lobo chama a sua atenção com seus latidos.

“O humano estranho... ele esta nos seguindo”, diz Amaruk mentalmente. “Muito lento. Cansado.”

Já era começo da noite, mas o ceu estava limpo e a lua cheia. A visão aguçada de Meileen percebeu ao longe a figura cambaleante de Patrick. Ele ainda demorou mais vinte minutos para chegar onde estavam, todo esbaforido.

Depois de recuperar seu folego, e com cara de arrependimento, ele disse,

“noussa, vocês correm demais... Acho que a constituição de vocês deve ser bem alta... Bem, como dizer, voce esta certa Meileen... Eu pensava que vocês viviam tipo como personagens de um RPG, que é só matar monstros e ganhar XP, mas me parece que vocês tem mais vida do que eu mesmo tinha quando morava em meu mundo. Eu... vejo que seu mundo é quase igual ao meu, só que com elfos e magias. Tenho que aproveitar esta oportunidade para ser mais sociável e me importar mais com as pessoas...”

Patrick então faz uma pose e fica apoiado com um joelho no chão, a cabeça abaixada.

“Peço humildemente a vós perdão pelos meus atos, e prometo que vos ajudarei a encontrar a vossa amiga Clover.”

Amaruk olha para Meileen.

“O que ele esta fazendo? Esse humano é muito estranho...”

MEILEEN

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Meileen perdoa o atrapalhado humano e o manda retornar a cidade, mas ele se nega.

“Não, agora esta tudo mais claro para mim... Nessa minha nova oportunidade de vida, não posso abandonar meus amigos, mesmo nas maiores dificuldades! Eu tenho a força! Vamos Meileen!”

Apesar do animo, a constituição de Patrick realmente não era muito boa, e com muito custo ele consegue acompanhar Meileen e o lobo. Ao se aproximar da fenda onde ficava a Cidadela sem Sol, a elfa já percebe a primeira mudança: o local estava bem iluminado, e a trilha que levava ate lá estava ladeada por postes com tochas.

Ao final da trilha estavam dois pequenos kobolds uniformizados como soldados, com a insígnia da deusa Solaris em seus ombros. Ao reconhecerem Meileen, eles se agacham e ficam de joelhos, assim como Patrick há pouco tempo atrás na floresta.

“Meileen, oh salvadora, o povo kobold da Cidadela sem Sol a sauda!”

“O que eles estao fazendo? Esse kobolds são muito estranhos...”

Depois de adularem Meileen por mais 5 minutos, eles convidam o grupo a entrar em uma espécie de plataforma, que levava até o nível subterrâneo da fenda, onde ficava a Cidadela. La eles são recebidos por mais kobolds, que repetem a saudação.

“Nossa, parece que voce é famosa aqui, hein, Meileen! Seu passado realmente é glorioso!”

Meileen, Patrick e Amaruk são levados até o salão principal, e a elfa reconhece o rei Kobold Merlokrep, e a rainha Daryl, sentados em seus tronos. O cleriga de Solaris transformado em mulher se levanta e vem correndo, para dar um abraço caloroso em Meileen.

“Então Clover conseguiu!? Voce reviveu! Nossa, estava tão preocupada, tudo pode acontecer quando se mergulha na fonte de Solaris!”

MEILEEN

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- Majestades!... Daryl, devo te chamar de rei ou de rainha?

O rei kobold da um simples aceno, enquanto Daryl, depois do abraço afetuoso se recompõe, um tanto quanto envergonhado. Olhando meio que de lado, diz,

“Pode me chamar de rainha... eu... até que me acostumei com este corpo...”

Ao ser informado sobre o acontecido com Daryl, o rapaz do outro mundo põe a mão no queixo pensativo.

“Hmm... Isto é comum em mangas, quando o personagem principal troca de sexo... Ele passa por um tempo descobrindo as diferenças, numa luta entre o interior masculino e o exterior feminino. O mais conhecido é Ranma ½.”

- o que? Clover está na fonte? Espera... o que ela fez? Eu voltei, mas foram as deusas que me trouxeram de volta... - Meileen sentiu seu peito apertar e pôs-se a correr até a fonte gritando pelo nome da amiga.

A elfa saindo correndo pega a todos de surpresa, que passam a seguir seus passos ligeiros. Ela logo para em frente de uma bela fonte com esculturas de mármore jorrava agua para cima, que depois descia em cascatas. Tal qual era quando a tinha visto pela primeira vez, antes de mergulhar em suas aguas.

Daryl olha para as cascatas, com as mãos na cintura observando a imagem e ouvindo o som relaxante. Mas seu rosto era de pesar.

“Então pelo que disse, o que ela fez foi em vão... Tudo aconteceu faz alguns dias atrás, ela veio e me contou a sua historia, o seu sacrificio. Estava desesperada e inconformada com sua decisão... Eu disse para ela que a fonte de Solaris era imprevisível, mas ela respondeu que se não tentasse nada, se sentiria a pior amiga do mundo... E então saltou para as aguas e não mais voltou...”

MEILEEN

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Isso tudo é culpa sua - e bateu outra vez em Patrick - eu deveria mandar você atrás dela, mas sou responsável por sua segurança e foi culpa minha o que aconteceu com Clover.

Patrick faz uma careta sem graça, sabendo que aquilo era verdade. Com pesar ele acena com a cabeça, assumindo o erro.

“Não quero que faça mau juízo a meu respeito, e sei que minha falta de tato causou todo esse problema... Se voce mandar que eu va atrás dela, eu irei, mas é melhor se voce vier comigo...”

- Rainha Daryl Rei Merlokrep- ela começou virando-se para a moça - eu vim para avisá-los.  (...) Eu pretendia seguir com esse mago para as terras dos elfos e descobrir mais sobre isso e partiria hoje a noite... Agora já não sei mais...

O Rei Kobold fica emocionado com a atitude honrada de avisar por parte de Meileen, e iria se pronunciar, mas é atropelado por Daryl.

“Hmm, quer dizer que existe um mago élfico por tras dos goblins que ficam rondando a floresta ultimamente? Bom saber disto... Redobramos a segurança, e acabamos com uma tentativa deles de tomar a Cidadela. Depois de serem escorraçados, não vieram mais importunar.”

- Cloveeeeer.... pode me ouvir? Volteeeeee... sou eu, Meileen... eu estou beeeeeem... - e olhou esperançosa para suas águas - por favor Solaris... por favor Freyalise... por favor Andrine-luz... só peço que mantenham minha melhor amiga em segurança - e deixou que lágrimas sinceras caíssem nas águas da fonte.

O pedido emocionado da ranger através das aguas da fonte de Solaris atinge de certa forma as deusas, que decidem intervir por meio de uma imagem que começava a tremeluzir e se formar na superfície das aguas, em um reflexo vez ou outra tremida pelas ondas.

Meileen pode ver, como se estivesse voando, a imagem de uma luta. Duas pessoas estavam numa espécie de plateau, numa posição mais acima, defendendoo sua posição de criaturas que subiam escalando tal como aranhas. Uma delas era a sua amiga Clover, que tinha segura em uma de suas mãos uma esfera cristalina, enquanto que com a outra rajadas místicas atingiam os monstros.

E o outro era um exímio arqueiro, que com suas flechas certeiras ceifava a vida de varias criaturas.

Os olhos de Meileen se arregalam, ao ver que era o arqueiro Muraty! O mesmo que a havia vencido no duelo proposto por Maeve!

Ambos lutavam bravamente, mas o numero de criaturas era muito grande. Logo, logo seriam sobrepujados...

MEILEEN

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Meileen, ao olhar para a imagem tremeluzente, reconhece Clover e tambem o arqueiro do outro mundo, Muraty. Ela então segura na mão de Patrick, e da as suas instruções. O rapaz acena com a cabeça, arruma os óculos e fecha os olhos, concentrando-se na imagem da maga.

A elfa respira fundo, e junto com Patrick, se lança nas aguas geladas da fonte, sob os olhares atônitos de Daryl e do rei kobold. Amaruk salta logo depois, seguindo-os.

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Muraty lança um olhar para tras, em direção da maga, para se certificar de que ela estava bem. Uma das criaturas, que parecia um cruzamento de um goblin com uma aranha, se aproximava, mas uma flecha certeira na testa dela voou de seu arco para extermina-la.

A situação estava bem complicada.

“Clover! E depois de pegarmos o cristal, o que a Maeve disse para fazermos? Precisamos dar o fora daqui, estas criaturas não vão descansar ate pegarem de volta seu item sagrado!”

Clover solta um palavrão, junto com palavras arcanas para lançar mais dardos místicos de sua mão.

“Aquela velha safada falou para aguardarmos aqui, que ajuda ia chegar! Que raios ela quis dizer com isto, eu não sei dizer! Só espero que cumpra com o prometido!”

Neste momento, uma esfera de agua, inicialmente pequena surge pairando no ar, e vai aumentando de tamanho ate ficar bem grande. Então a gravidade faz efeito, e a esfera vai ao chão, arrebentando-se numa torrente de agua.

Clover e Muraty ficam boquiabertos com aquilo, ainda mais ao perceberem que duas pessoas e um lobo estavam agora la no chão, totalmente encharcados de agua. A maga fica ainda mais espantada ao ver quem estava la.

“Meileen!?? MEILLEENNN! Voce voltou!!!”

Clover corre para abraça-la, mas Muraty, com o arco preparado para disparar nova flecha, estava preocupado.

“Fico satisfeito e de coração aliviado em ver que a bruxa cumpriu sua promessa, só que ainda não é hora de comemorar. As criaturas ainda estão avançando! Precisamos continuar subindo e encontrar um local seguro!”

Muraty pisca um olho para a elfa e da um sorriso.

“Finalmente te encontrei, Meileen!”

Uma águia negra pousa no ombro do arqueiro e parece dizer algo ao seu ouvido.

“Asa negra me disse que mais acima existe uma caverna! Vamos!”

MEILEEN

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A sensação de uma hora estar mergulhada na agua, e depois se ver em terra firme novamente era atordoante. Meileen sentiu logo que estava em terreno rochoso, ao observar as pedras recém molhadas pela agua da fonte que havia acompanhado a viagem dimensional. Amaruk naquele momento estava se chacoalhando, espirrando gotas de agua para todos os lados.

- aaah... eu tinha acabado de tomar banho! Você me deve roupas novas, Clover

Clover estava abraçada com ela, com lagrimas nos olhos.

“Do que voce esta falando, sua doida? Você esta de volta! Maluca!”

Após a fala de Muraty, a elfa logo saca seu arco e puxa uma flecha da aljava, para logo atingir uma das criaturas que avançavam pela encosta. De fato havia pouco tempo disponível. Mas que momento para chegar!

- finalmente me encontrou? Quer dizer que procurava por mim? Espero que da próxima vez que nos encontrarmos, seja numa situação menos esquisita

Os olhos atentos do arqueiro negro fixaram para seu alvo, e a flecha sibilante ceifou a vida de mais um.

“E como te procurei... desde aquele dia, estive atrás de voce, a misteriosa elfa que do nada surgiu para uma disputa de arqueiros... Só sabia o seu nome, e o seu rosto ficou marcado na minha memoria. Temos ainda muito o que conversar...”

Apesar de não gostar da ideia de ir para a caverna, Meileen viu que não tinha muita opção. O elo mais fraco do grupo era Patrick, que parecia um tanto confuso ao que fazer naquela situação complicada.

- Está bem. Vamos – e caminhou com firmeza e ao se aproximar do arqueiro e da águia, inicia seu interrogatório – o que está acontecendo aqui? O que são aquelas coisas? Onde estamos exatamente? E por que você se jogou na fonte, Clover?

Clover estava quase sem magias e estava com o rosto preocupado.

“Tambem não sei onde a gente esta, nem o nome desses bichos, mas eles estão bravos porque a gente roubou o cristal sagrado deles... Eu me joguei na fonte para encontrar Maeve, e esta foi a missão que a bruxa nos deu para trazer voce de volta, Meileen. Muraty veio junto.”

Ao lado de Muraty e seu fiel amigo Amaruk, Meileen cobriu a retirada de Clover e Patrick para a caverna. As flechas certeiras dos dois de certa maneira freou a invasão desenfreada dos monstros, que avançavam cuidadosamente agora para não serem alvos das flechas mortais.

Mas infelizmente eles continuavam a avançar...

Ao se aproximarem da caverna, Patrick vem correndo, falando afobadamente.

“Meileen!!! Estamos enrascados! Dentro da caverna tem uma ponte levadiça, sobre um grande fosso... Não tem como chegar do outro lado pulando, esta muito longe! E olha só, do outro lado tem uma alavanca! Aposto que é para baixar a ponte! O que faremos?”

MEILEEN

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A situação em que Meileen se encontrava estava se tornando complicada. De um lado as misteriosas criaturas avançando, e do outro um grande abismo. Tinham ganhado um tempo, com os monstros sendo agora mais cautelosos, mas em breve os heróis seriam cercados.

A elfa se mostra indignada com Maeve, sendo a bruxa a responsável por estarem naquela enrascada. Clover solta um suspiro cansado e acena com a cabeça.

“Pois é, pelo menos Muraty veio para me ajudar. Haha, sim ele é real! Ele ficou surpreso quando descobriu que eu era sua amiga, Meileen, e não me parou de me fazer perguntas sobre você...”

A maga mostra o cristal, sendo semelhante as esferas de memorias do Mar das Esferas.

“Igual aquela outra que pegamos do goblin saqueador... Para que a bruxa velha quer isto, no entanto, só ela sabe... Mas agora estes bichos não vao descansar ate terem ele de volta!”

Meileen acena com a cabeça e verifica a situação. Talvez a águia pudesse ativar a alavanca. Muraty ouve com atenção a sugestão e conversa com Asa Negra, que atravessa o abismo ate a plataforma do outro lado.

Off: Roll 12.

A águia pousa sobre a alavanca e faz força para empurrar, porém não tinha apoio suficiente para isto.

Meileen então puxa uma das flechas de sua aljava, mira com um de seus olhos ate o alvo e faz voar a sua flecha.

Off: Roll 11.

Ela acerta a alavanca, mas a mesma não se move na direção desejada.

A ultima tentativa dependia de Patrick, que coçou a cabeça, confuso.

“Eu? Bem, estava aprendendo um cantrip de 0-nivel, Mão Arcana, mas não sei se poderia fazer agora... Eu precisaria do livro para me inteirar, e só lembrando que os magos precisam de uma noite de descanso e tempo para memorizar...”

“Faça logo, demônio!”, diz Muraty, recuando.

Off: 10.

Patrick balança a cabeça, desolado. “Não consigo.”

Clover morde o lábio inferior, ao ver a grande quantidade de monstros se aproximando para cercar o grupo.

“Não vejo outra alternativa, senão entregar o cristal de volta para eles, e esperar que eles não nos matem...”

MEILEEN

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- fez perguntas sobre mim? Que tipo de pergunta?

A maga ergue uma sobrancelha, dando um sorriso de canto de lábio.

“Você... está gostando dele...”, diz, com um tom enigmático na voz.

Porém a situação era complicada, e a conversa não pode continuar. Todas as tentativas de se acionar a alavanca a distancia haviam falhado, e os monstros agora se aproximavam em grande numero. Muraty e Meileen, com as flechas em seus arcos, vão recuando para tras. Eles não disparavam mais, pois não adiantava mais atingi-los, eram muitos, e todos avançavam passo-a-passo, sem dar chance para escaparem.

A ranger então tem uma ideia, e com a esfera de cristal em mãos, chama por Maeve.

Off: 11.

Meileen fica aguardando a chegada da bruxa, mas as criaturas estavam se aproximando cada vez mais, até que a primeira delas decide que era hora de atacar! Ela toma impulso e se lança contra Meileen para agarrar a esfera...

Apenas para ficar estática em pleno ar.

Surge então de um canto a velha Maeve, verde, corcunda e esquelética, com uma voz esganiçada de velha que diz,

“Ora, ora, ora, olha quem me chama! Parece que fazem cem anos que não nos vemos, Meileen... Hmm... acho que faz cem anos mesmo. Depende do referencial. Bem, mas vejo que estão com a esfera que eu pedi, muito bom serviço.”

A bruxa se volta para Clover.

“Então... Olha a Meileen ai, vivinha! Fiz minha parte do trato, para mostrar que eu sempre cumpro com o prometido.”

Muraty, com Asa Negra em seu ombro, se aproxima de Maeve e se ajoelha.

“Senhora Maeve, peço humildemente para deixar de ser o seu agente, visto que agora encontrei a quem eu procurava.”, diz, lançando um rápido olhar para Meileen.

Maeve leva as mãos ao queixo, ponderando.

“Hmm, não sei, você é um ótimo servo, bem gentil e polido, diferente de algumas pessoas”, diz, lançando um rápido olhar para Meileen, “ainda tenho alguns serviços pendentes.”

Patrick, que estava com a cara maravilhada com a presença de Maeve, puxa a manga de Meileen para chamar a sua atenção.

“Ei, esta é aquela velhinha super-poderosa la dos planos gentis, dos ursinhos e do unicórnio não é? Voce não poderia ir la falar com ela para me aceitar como aprendiz?”

Clover faz cara de espantada. Que imbecil!

“Tratar com ela é como tratar com o diabo, e voce quer ser aprendiz dela? Só me faltava essa!”

MEILEEN

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Com uma expressão de alivio, Meileen nota a presença de Maeve. Mas isso não a deixou menos brava diante das maquinações da velha bruxa.

- É claro que eu estou viva e você sabia disso, sua velha... ela te usou, Clover...

Clover cerra os olhos, fitando Maeve com uma expressão de irritação. A velha verde levanta as mãos em defesa e da um sorriso amarelo.

“Estava? Na realidade voce estava fora do ciclo do tempo, então é difícil saber se em dado momento voce estava viva ou morta... Bem, no final acabou não importando, afinal o principal é que voce esta aqui conversando com sua amiga, e que eu cumpri com minha parte.”

- Então Muraty também é um agente seu? Entendo... agora faz sentido você ter me levado até ele... trapaceira!!! Pelo menos a sua trapaça valeu a pena - sua indignação durou pouco quando ela notou o olhar do arqueiro em sua direção.

Maeve alça os ombros, e faz um bico, que parecia enorme devido ao seu grande beiço.

“Bem, foi mais ou menos isto que aconteceu... Muriaty disse que queria trabalhar comigo, pois queria conhecer a misteriosa elfa que surgiu em sua vida. Pelo visto ele ficou bem apaixonado, e como estava precisando de um bom trabalhador, que sabe respeitar a mestra, eu arregimentei ele.”

Muriaty cobre o rosto com a mão.

“Não precisava ter falado isto, Maeve...”

“De qualquer modo, como trabalhamos para a mesma deusa, eu e Meileen, vou fazer este favor e deixa-lo ir... Pena, agora acabou sobrando uma vaga...”

hey, velha Maeve! Esse rapaz humano tem interesse em ser seu aprendiz... Ele é um pouco estranho, mas é um bom menino. Ele está encantado com seus super-poderes.

Patrick estava todo animado, e vem saltitando em direção de Maeve. Ela da uns cutucões nas costas dele, abre um olho maior que o outro, da uma lambida em seu cotovelo. O rapaz do outro mundo faz uma cara de quem não estava entendendo nada estes testes.

“É, ele é meio sem sal, mas da pro gasto! Fechado!”

Maeve então ergue a mão para o alto e estala seus dedos esqueléticos. Uma bolha de sabão se forma ao redor de todos e vai diminuindo, ate sumir, fazendo um barulho de plim.

Então as criaturas, que estavam congeladas no tempo, voltam a atividade, atacando apenas o ar e olhando confusas para onde deveriam estar os ladrões que roubaram seu tesouro precioso.

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A bolha de sabão surge em outro local, e explode a uma altura de uns 10 centimetros, derrubando Meileen, Clover, Muriaty, Amaruk e Asa Negra no chão.

Meileen, que caiu com o traseiro sobre a grama, massageia suas nadegas doloridas, enquanto tenta se localizar. Seus sentidos élficos e experiência ranger logo identificam que estavam na floresta onde moravam seus pais, e tinham caído logo do lado da antiga cabana,  castigada pelo tempo.


A floresta estava no amanhecer de um novo dia, o chilreio dos pássaros da manha dando as boas-vindas.

Amaruk logo checa a região, e retorna, dizendo que não havia perigo.

Clover aproveita para se deitar na grama e respirar aliviada. Afinal tinha passado por poucas e boas nesses últimos tempos. Ela então olha para os lados, mas não encontra Patrick, nem Maeve.

“Parece que já levou seu novo pupilo para lavar os chãos do castelo dela... Acho que os dois combinam, dao um belo casal, um mais estranho que o outro!”

Muriaty se ergue, e oferece a mão para ajudar Meileen a se levantar.

“Não reconheço este local... Estamos em seu mundo, Meileen?”