Capítulo 1 - 7 Dias no Mar

Nathu atacou com um golpe horizontal no pescoço de um dos Zumbis, sua faca de Mythril cortou a cabeça do monstro instantaneamente, Nathu pode notar porque Annie Hawkeye gostava tanto daquela arma, era uma poderosa lâmina, capaz de cortar facilmente os adversários, Wildmutt avançou e com suas garras arrancou a cabeça de outro Zumbi, a cabeça do monstro rodopiou no ar e caiu no chão se espatifando, deixando uma marca verde de lodo no local.

Só faltavam mais dois, com o machado Anêmona acabou cortando uma criatura ao meio, o corpo do ser caiu para trás, os monstros iam se desintegrando a medida que iam sendo derrotados, no entanto a garota não viu que ficara presa em uma poça de lodo abaixo de seus pés, isso deu ao Zumbi que havia sobrado uma vantagem, Nathu não conseguiu ajudá-la, mesmo em posições estratégicas acabaram abrindo uma falha, o braço do último zumbi se esticou como se fosse de borracha e atingiu a garota na barriga, Anêmona soltou sua arma e acabou sendo jogada na parede...

O Zumbi andava devagar até ela, iria terminar o serviço...

Combate:

Com as cabeças inimigas rolando, Nathu sorriu em alegria e até chegou a gritar. Então, olhou para a garota qual estava lutando junto a ele e que tinha derrotado mais um daqueles seres estranhos. Queria comemorar como guerreiros que estavam perto da vitória contra adversários mais fracos. Mas seria isso mesmo que ele queria? Ou apenas uma forma insana de fugir das confusões em sua cabeça?

Ao olhar, notou que um dos Zumbis aquáticos, o único que sobrara, conseguiu ferir a garota, o que fez com que sua indignação perante aquilo crescesse mais.

- Você ousa continuar em pé depois de ferir essa mulher, criatura imunda? Entoava em plenos pulmões enquanto iniciava seu movimento para impedir a aproximação do ser.

Puxou Wildmutt para perto e montou-o, rumando rapidamente para as costas do Zumbi. Em cima de sua invocação, preparou a adaga para um golpe enquanto o animal abria a bocarra para segurar e apertar o corpo apodrecido e úmido daquela criatura. Planejava fazer com que o ataque de Wildmutt o agarra-se com a boca, esmagando seu corpo e deixando livre para que ele atacasse com sua adaga freneticamente.

Ele realmente não estava o mesmo de antes naquele momento.

Atacar tantas criaturas ao mesmo tempo tornou-se cansativo para Anemona, que não estava acostumada com aquele tipo de atividade e por isso não percebeu que uma poça de lodo prendia seus movimentos, tornando-a mais lerda. Infelizmente isso lhe custou sua segurança, pois o último monstro a pegou de surpresa. Anemona foi lançada para longe e com um doloroso ferimento na barriga. Ela se curvou colocando a mão sobre o ferimento e olhou para Nathu.

- Me perdoe... seu Nathu - sua voz saiu um pouco tremida, mas ainda estava firme. Ela apenas respirava mais forte entre as palavras - acho que... não sou boa nisso.

Porém a batalha ainda não tinha acabado e Anemona volta a empunhar o machado. Ela estava confiante que Nathu acabaria com o último zumbi, mas caso não acontecesse, ela ainda tinha que lutar.

- Eu ainda estou no picadeiro... - disse em tom de otimismo.

O plano de Nathu deu certo, os golpes do jovem foram desferidos atpe que apenas uma massa esverdeada ficou impregnada na parede, Wildmutt segurou o monstro enquanto Nathu destruiu seus últimos traços de existência, Anêmona estava com o machado em mãos, seu ferimento não era tão grave, podia continuar.

O último zumbi não existia mais, Miew já podia sair de seu esconderijo, Nathu ofegava, onde havia a escadaria agora era um escombro onde dois metros acima havia a porta para o bar de Decim, a porta escancarada pela passagem dos zumbis, agora eles não existiam mais, pelo menos não naquela região.

Miew voou até a porta e de lá avisou que estava tudo limpo, não havia mais criaturas ali que pudessem fazer mau a eles, Miew ascenava para que eles fossem rápidos, a fumaça demoníaca estava se dissipando aos poucos. O combate ali havia acabado, mas o que estava esperando por eles adiante poderia ser pior que as criaturas sem mente que enfrentaram.

Xp da dupla:

Após os ataques, o garoto desceu de seu fiel companheiro e ficou de joelhos, respirando ofegante como se buscasse explicação para o que havia sentido ali.  Mas não encontrava. Parecia ter acabado de acordar de um sono profundo, sem entender onde estava. As palavras de anêmona pareciam ter trazido o rapaz de volta, ele só não sabia de onde.

- Você... não tem... o que se desculpar... Vamos continuar... quero sair logo daqui. fala baixo, ainda ofegante.

Logo, levanta-se com esforço. Afaga lentamente Wildmutt como recompensa pelo bom trabalho, encostando sua cabeça na dele e permanecendo por alguns segundos como forma de carinho e, novamente, volta-se para a mulher que lutara junto aquela batalha.

- Mas é claro que ainda está, porque acha que não deixei aquele Zumbi acabar com nosso show? Ri, enquanto passa a mão direita na parte traseira de sua cabeça.

Parecia que tinha voltado a si. Seu espírito juvenil voltara aos olhos castanhos.

Guardara a lâmina em sua cintura.

- Mas agora temos que nos preocupar em sairmos daqui para curar seus ferimentos. Consegue prosseguir?

Após a resposta de Anêmona, caso respondesse, acenderia em seu semblante, a sensação de que tinha lembrado de algo importante.

- Miew, pode voltar para perto de nós, como você está s sentindo? Ajoelhado, esperava com seus braços abertos como se oferecesse conforto a uma criança assutada.

Após a informação dada pelo duende sobre fumaça, fez sinal para que todos se aproximassem dos escombros da antiga escada e, lá, falou.

- Como o Miew consegue voar até lá em cima, temos que nos preocupar somente com nós três. Acho que se subirmos um no ombro do outro e subirmos no Wildmutt, conseguimos chegar lá em cima. Quem subir primeiro, ajuda o outro a subir depois. Quando chegarmos lá, dissipo e invoco ele onde estivermos. Fez menção à seu animal. - Você tem alguma ideia melhor? Aceito sugestões. Sorri sem graça ao final, pois não queria parecer tão mandão.

Nathu esperava a resposta enquanto olhava atentamente nos olhos da garota.

O plano de Nathu surtiu efeito e o último zumbi sucumbia diante do poderoso cão farejador, para alívio de Anemona. Ela apenas sorriu diante do comentário do mago e nada falou enquanto ele parecia se harmonizar com seu amiguinho vermelho. Enquanto ele e Wildmutt se entendiam, ela rasgou uma tira de sua veste para enrolar na barriga e evitar o sangramento. Ficou feliz por Nathu ter um amigo e nessa hora sentiu a urgência de salvar seus pais e Cid, que devia ser vitima naquele navio também. Ele era o único amigo que ela tinha até o momento naquele navio. Agora esperava que Nathu não sumisse também.

- Ah... eu? Sim, consigo. Eu to bem, só dói para caramba, mas consigo me mover... eu podia ter sido mais útil.

Ela analisou a situação olhando para o abismo entre eles e o andar de cima.

- Tem cadeiras no quarto do Cid. Fica aqui mesmo... posso ir buscar... - ela pareceu um pouco sem graça - não é muito, mas ajuda a diminuir a distância entre os andares.

Sabendo que o quarto dele era ali ao lado, ela vai buscar as cadeiras que poderiam servir de apoio. Quando volta, coloca uma delas abaixo do andar.

- Sou artista de circo, consigo me içar até lá em cima. Posso puxar vocês.

Ela sobe na cadeira e se impulsiona para saltar e agarrar o chão do andar superior. Conseguindo isso, ela puxa os colegas.

- Se eu não conseguir, talvez possamos usar um lençol dele como corda. O seu amiguinho voador poder amarrar a ponta em algum lugar lá em cima e poderíamos subir... não consigo pensar em nada mais útil... o que acham? - ela coça a cabeça e fala antes de tentar pular.

Anêmona não precisou do auxílio de Miew e a possível corda de lençou, a garota pulou e conseguiu se segurar no assoalho do piso acima, ela se esforçou e subiu, a cadeira se desequilibrou nos escombros e caiu, em cima de Wildmutt ficou fácil Nathu subir com a ajuda da menina, os dois estavam no bar de Decim.

O bar estava vazio, ao olhar em volta nada de diferente exceto por um baú que Nathu notara que não havia antes no local, enquanto fez sua prova ficara no bar de Decim e aquele baú não pertencia ao lugar com certeza, o baú estava fechado.


O bar de Decim estava no mais em ordem, os Zumbis parece que não haviam tocado em nada, no fundo da sala atrás do balcão bem no canto existia uma porta da qual Ninguém ainda aparentemente havia ido, já no lado oposto havia a saída para as alas onde havia os dormitórios, logo no começo deste corredor havia a cozinha de Bravos e cada porta do corredor era um dormitório dos viajantes, ao final do corredor havia a saída para a ponte do navio, do lado de fora, onde dava para o convés e o restante das partes do Navio, Nathu havia corrido daquela vez dos ataques dos monstros Sahuagins onde correu pelo corredor e foi parar no convés onde lutou pela primeira vez no navio.

- No fim, nossas ideias se complementaram. Sorriu após conseguirem subir, finalmente, para a saída.

Lá, desfez a invocação de seu parceiro e refez já no novo local, para que acompanhasse os dois aventureiros naquela escapada. Chamou Miew para perto de si.

Nathu andou um pouco pelo bar, procurando algum sinal do Barman ou de outro ser vivo, junto a seu animal que farejava ao seu lado. Parecia estar totalmente vazio, com exceção daquele estranho Baú.

- Vamos ter cuidado, esse baú não estava aqui antes e me parece bem estranho ser deixado intacto aqui. E sobre essas portas, aparentemente a única que não sei onde vai dar é aquela por trás do balcão, acho melhor não irmos lá, precisamos achar a sala do capitão e averiguar a situação. O que acha? Perguntou a anêmona, pondo a mão em seu próprio queixo.

Enquanto aguardava a resposta, fora para trás do baú, deixando que wildmutt o cheirasse para tentar entender o que era aquilo e o que teria em seu interior. Posicionando-se do lado contrário de sua abertura, dera um forte empurrão com seu pé direito no objeto, tentando não derruba-lo, apenas afasta-lo. Queria ver qual seria reação do que estava dentro daquilo e talvez uma reação do próprio baú.

Posicionando a cadeira entre o piso superior e os escombros, Anemona conseguiu se içar com facilidade, apesar da dor, mas isso ela tirava de letra, já que ela treinava incansavelmente na época do circo. Estendeu a mão e ajudou Nathu, que usou seu amigo como apoio. Ambos analisaram o bar, cada um à sua maneira. Ela viu o baú e não entendeu nada. Por que haveria um baú ali?

- Seu Nathu, você acha que o malvado está lá naquela porta? – tentou entender o temor do rapaz ao olhar para a porta – o baú seria uma armadilha?

Depois concordou com a cabeça sobre irem à sala do capitão.

- Tá! Onde será que estão os outros? – tinha preocupação na voz, ainda mais que não sabia por onde andava Cid.

- Não sei bem o que tem atrás dessa porta... mas precisamos ao menos andar por lugares já conhecidos desse navio para procurar os outros, para não acabarmos presos novamente. Se não der em nada, já sabemos exatamente onde procurar por último. E sobre o Baú, desconfio que sim... minha tribo me ensinou a sempre desconfiar de objetos inanimados com dentes. Falou com um pouco de sarcasmo na voz, enquanto realizava seu movimento de empurrão com seus pés.

- Qualquer movimento brusco, desce a machadada nisso aí. Falando isso, colocava sua mão na cintura preparando o saque da adaga e olhava para wildmutt, deixando a entender que aquela mensagem dada à anêmona também servia ao animal.

- Faz todo o sentido. Então faremos isso, seu Nathu... deixaremos por último aquela porta.

Quando o rapaz mencionou objetos com dentes, Anemona não pode deixar de fazer uma expressão assustada, aquilo era bizarro demais.

- Coisas... com dentes? Tem certeza, seu Nathu? - ela deu uma tremida, mas ergueu o machado ao sinal de Nathu, abrindo e fechando os dedos no cabo da arma, como se buscasse coragem e força - tenha cuidado!

Ao abrir o baú a porta do objeto rangeu, Anêmona que estava na frente do objeto viu seu conteúdo primeiro, eram as armas de Nathu e dela dentro, nada mais que isso, parece que Wildmutt não precisou realizar nenhum movimento ofensivo.

Recuperando suas armas antigas, agora estavam plenamente equipados, dos corredores, uma pessoa avançava até onde o bar de Decim ficava, ele andava no tapete vermelho felpudo dos corredores dos quartos, por isso seus passos eram abafados, Wildmutt estava concentrado no baú e não percebeu, no entanto a fera de Nathu não teve tanto contato com esta pessoa para tentar descobrir se era inimigo ou aliado.

A pessoa estava cada vez mais perto, o som das vozes de Nathu e Anêmona atravessavam os corredores dos quartos, o andarilho a passos lentos rumava cada vez mais perto, passo a passo ele atravessa o recinto e então chega até onde o casal está, não foi furtivo quis mostrar sua presença.

Escudo em punho, espada embainhada e uma armadura imponente, junto de uma cicatriz na teste em formato de "X" era um dos competidores, o homem da qual se autodenominou Cross Dragoon.

Ele olhou sério para os lados e viu o casal mexendo no baú, logo o cão vermelho dirigiu a cabeça para o templário com ar de interrogação.

Cross Dragoon:

- Bem... eu tinha certeza, mas acho que é apenas um baú com uma tranca de formato estranho mesmo. Sorri envergonhado com toda tensão que criou por motivo algum. - Acho que o ataque daqueles zumbis fedidos me deixou com essa paranoia, perdão. Seu sorriso era sem graça perante aquela situação.

Ao menos tinham reencontrado seus equipamentos, mas Nathu parecia estar decidido de algo.

- Esse cajado representa a coragem, limpa e clara, de seguir o objetivo que carreguei até esse navio... mas acho que não posso mais carrega-lo. Hoje minha alma é manchada pela desonra de minha palavra e pela sua morte. Falava baixo, para si, enquanto encarava o cajado no interior do baú. Em sua mente passava, ligeiramente, um questionamento sobre o motivo de quem os raptou ter deixado aquelas armas ali. - E agora essa adaga representa isso em mim. Vou honrar o que restou de minha promessa... vou leva-la comigo até o final, Charllote, mesmo que seja em minha lembrança.

Levantou, deixando o que tinha no baú para trás.

- Mesmo que eu tenha que merecer esse objeto mais que sua antiga dona, eu farei o que prometi. Vamos vencer juntos e dar aquele chute no traseiro dos safados de Blodeuwedd, para no final comemorar a liberdade das garotas de lá. Me perdoe por ter sido fraco depois do que eu vi naquela cama... eu reafirmo minha promessa. Terminou seus devaneios e logo seu rosto, que estava sério até agora, relaxou como se tirasse o peso da decisão de seus ombros. Sorriu olhando para a adaga, como se olhasse nos belos olhos de Charllote.

Mas o movimento de Wildmutt olhando para trás chamou a atenção de Nathu, que lentamente também virou a sua cabeça. Seus olhos foram, vagarosamente, captando mais da imagem daquele que permaneceu desconhecido durante poucos instantes. Se surpreendeu e seu ar de tranquilidade parecia ter desaparecido de vez enquanto gaguejava.

- Vo-você é um com-competi-tidor não é-é? Trouxe seu animal, novamente, para perto de si. Era uma medida de precaução para que o animal permanecesse atento, mas que não atacasse indevidamente qualquer suspeito que se aproximasse. Apertou firmemente o cabo da adaga.- N-não lembro muito b-bem do seu nome, mas pe-peço que nos diga o q-que sabe sobre isso que est-tá acontecendo?

Respirava ofegante pelo susto repentino que tomara e conferia para saber se Miew, o duende que acompanhava aquele grupo, estava em um local seguro, longe daquele homem.

Um pouco apreensiva, ela foi cautelosa ao olha para dentro do baú e, por sorte, eram seus pertences que estavam lá. Ela ficou feliz ao reaver sua adaga e o cajado que pertencia à Nathu, pena que ele não parecia tão contente quanto ela. Anemona ouviu seu lamento, mesmo sem entender muito bem, mas sabia que ele devia ter algo com a mulher morta. Ela pegou o cajado e pôs nas mãos de Nathu, que estava relutante em pega-lo.

- Olha seu Nathu, não entendi muito bem o que disse, mas acho que você é muito digno de usar esse cajado. É seu, não é? – ela não era muito boa com as palavras, mas se esforçou para deixar o rapaz mais calmo – foi muito corajoso agora pouco contra os zumbis. E... além disso, você vai precisar dele para vencer seus inimigos e o... assassino da sua amiga. A... a adaga... bem... – ela não sabia como usar as palavras certas, nem quais eram as palavras certas – ela é da senhorita Annie... e... bom... depois teremos que devolve-la... eu acho... olha – ela estende sua própria adaga – pode usar a minha se quiser. Não é tão bonita como essa, mas serve ao propósito das adagas – ela coçou a cabeça, um pouco sem graça – ela foi dada pelo meu pai. Gosto muito dela, mas deixou você usar se quiser. Meu pai é faquir no circo e ele que me ensinou a manuseá-las... desculpe... falei demais... eu posso usar o machado...

A conversa continuaria, mas uma terceira pessoa aparecia no bar e Anemona mal se lembrava dele. Outro competidor. Um todo cheio de armadura e escudo, parecia bem forte. Nathu logo começa a interroga-lo, tão nervoso quanto ela parecia agora.

- O... olá – respondeu gaguejando tanto quanto Nathu – seu Cross Dragoon... é... o senhor viu a... algo ou alguém estranho no navio? – mas que tipo de pergunta idiota era aquela que ela estava fazendo para um passageiro num navio com algo estranho acontecendo e ficou muito envergonhada – errr.... bem...

OFF:

Nathu se surpreende pela garota ter escutado sua divagação e a responde.

- Obrigado pelas palavras, mas creio que não conseguiu entender o que falei. Não é a adaga. Pegou o cajado das mãos da garota e cravou-o ao chão. Não parecia ser raiva, pois seus movimentos eram suaves. - Desde pequeno carrego em minhas mãos significados cravados em objetos físicos que representam meu interior...e como disse, esse cajado representa um Nathu que já não sou mais, um Nathu que o recebera com a pureza de sua infância... por isso não devo mais carrega-lo comigo.  Devo empunhar essa adaga até encontrar sua dona e lá entender porque tive que carrega-la junto com as mortes que causou.

O jovem invocador coloca sua mão sob as mãos da garota que lhe ofereciam sua própria adaga e as empurra, gentilmente, em direção ao corpo de Anêmona.

- E pelo que me falou sobre sua adaga, creio que entenda de significados cravados em objetos e como suas histórias demonstram quem somos por dentro. Desculpe todo esse falatório, eu apenas queria lhe mostrar que para derrotar meus inimigos, só preciso de mim e daqueles que decidiram estar ao meu lado... Ele se vira para Wildmutt e, logo após, volta à olhar a menina.- ...Não importando o que estiver em minhas mãos ou dentro de mim.

Deixa lentamente as mãos da garota circense e se vira para conferir o que havia de errado com seu companheiro animal, deixando sua última frase.

- Como eu disse antes, Anêmona, não é a adaga que contém Charllote. São meus punhos.

Cross Dragoon olhava pros dois com um olhar extremamente sério e por um tempo não falou nada, apenas observou, e o silêncio se tornou desconfortável por alguns segundos, foi então que ele se moveu:

Trilha Sonora:

- Então quer dizer que vai ser assim, eu Cross Dragoon jamais me renderei, espero que estejam preparados para encarar a morte, pois eu lutarei até morrer, não serei rechaçado, até que os templários sejam restabelecidos, eu não descansarei, usarei todo meu poder para isso, mesmo que morra tentando, vou exterminar sua raça... - Ele parou de falar por um momento e desembainhou sua espada, a lâmina reluziu no ar. - Que assim seja, morte aos infiéis...

Cross arrancou com velocidade e por pouco, muito pouco não arranca o braço de Nathu, sua espada golpeou o assoalho do navio fazendo lascas de madeira voarem pelo ar, o impacto de sua aura de poder fez com que Anêmona fosse jogada longe, ela caiu atrás do balcão de bebidas de Decim, Nathu bateu as costas na parede e viu Wildmutt saltar por cima do templário com grande agilidade.

- Suas carcaças serão usadas para demonstrar que não se pode desafiar o poder dos cavaleiros templários e viver sem sequelas, a força de meu golpe simboliza a vontade de meu povo, uma fúria jamais contida, um tufão que jamais pode ser desfeito, preparem suas armas infiéis... E morram diante de uma força imortal!!!

Cross estava feroz, seu golpe potente avisava de um perigo terrível para o casal, Miew voou com o golpe e o baú balançou abrindo sua boca novamente, a criaturinha caiu lá dentro e o baú se fechou em cima dele, Miew estava preso no baú Nathu e a garota estavam mesmo lidando com uma tempestade, a fúria do templário era insana, se os outros membros de seu Clã eram assim, era difícil acreditar que foram dizimados.

Teste:

Ao ataque, Nathu pensou em reagir com sua faca, parecia até que ela mesma chamava para que fosse enfincada naquele homem, mas logo percebera na fala daquele homem uma motivação que parecia ter sido turvada por algo e que, agora, tornaram aqueles dois sobreviventes do ataque zumbi em inimigos para o paladino. O invocador não podia prosseguir em um embate daquele modo.

- Minha raça? Infiéis? Do que você está falando, Cavaleiro? Você deve estar enganado, não fizemos nada, não desafiamos ninguém. Só acordamos aqui já com toda essa confusão e estamos se entender nada. Volte a si, homem. Falava enquanto se afastava do alcance da arma de Cross e dava comandos para que Wildmutt não se aproximasse do indivíduo que vestia aquela armadura.

Ao invés, mandara que seu animal fosse até o baú, onde estava Miew, e o levasse para longe do foco daquela luta.

- O Meu povo espera a minha ajuda para que não ocorra o mesmo que aconteceu com o seu, então lhe peço que se acalme e recobre seus sentidos, mas não vou poder tolerar mais um ataque pois do mesmo modo, não posso terminar minha jornada para ajudar meu povo antes de encontrar a cura para suas doenças e suas ameaças também ameaça meu povo. Novamente, reconsidere seus ataques e entenda que não ofendemos seus semelhantes. Falava sério e um pouco ofegante pelo perigo que os ataques daquele homem representavam.

Ao final, tentara pela última vez não se colocar em uma posição de revide ou violenta, para que aquele homem acreditasse em sua palavra. Mas caso os ataques continuassem, não planejava manter o tom "amigável".

Com ternura a garota ouvia a explicação de Nathu, mas ao fim de sua fala, ela pisca várias vezes.

- É, eu não entendi mesmo – ela tinha uma forma muito simples de pensar, sua vida foi protegida pela lona do circo. Não era burra, mas alheia à crueza do mundo – mas tenho certeza que tem muito significado. Me perdoe por não ter palavras tão bonitas para te confortar!

Após saudar Cross Dragoon, Anemona estremeceu com a fala do homem, parecia um fanático, só que forte e violento. Sua fúria levou a jovem garota pelos ares só com a vibração do golpe.
Ela se levantou rapidamente e ajeitou as marias-chiquinhas que adornavam sua cabeça enquanto falava.

- O que foi isso, senhor Dragoon? O senhor está bem? Nós não somos infiéis – por dúvidas, ela segura firme o cabo do machado – fo... força de um imortal??? O que...

Talvez não desse tempo para ela fazer muitas perguntas, mas, aparentemente, não era para ter imortais no navio. Ela olha assustada para Nathu.

- Será que ele tá possuído, seu Nathu? Também olha para o paladino, enquanto o mago fala – é... nós também somos vítimas.

O cavaleiro emana uma energia fantástica, a aura acaba por envolver sua espada e então a lâmina brilha com todo o poder, ele encara Nathu com ferocidade, parecia não ouvir suas palavras, então gritou como um trovão e usou sua lâmina em um golpe diagonal.


A explosão resultante no encontro das duas armas, de Nathu e Cross, fez com que a energia contida na arma se liberasse, uma onda de força atingiu o cão vermelho que foi jogado pra trás, atrás de Nathu a parede rachou, ele segurava a adaga com força contra a poderosa espada de Dragoon, O invocador teve de colocar sua energia para segurar o golpe ou seria esmagado, as garrafas atrás de Anêmona estouraram, e o bar de Decim estremeceu, estalou e racharam algumas partes do piso e paredes.

- Vilão infernal, parece que é mais poderoso do que aparenta, prepare-se, seus truques sujos não me farão me render, somente sua morte saciará minha lâmina, esta pronto para morrer?

A aura de Dragoon aumentava ainda mais, ele apertava o cabo da espada com força, uma veia saltava de sua testa com o tamanho do esforço, Nathu era um jovem treinado e medindo forças com o Cavaleiro templário notou que poderia segurá-lo mais um pouco, mas a batalha era terrível, Cross era poderoso.

Combate:

No momento em que viu a espada daquele guerreiro brilhar, Natu sabia que as palavras não seriam mais solução. Puxou a adaga de sua cintura e bloqueou o ataque, usando tudo que tinha para manter aquela disputa de forças e lâminas. Notou que seu companheiro vermelho fora jogado com a força do ataque e isso fez com que sua paciência com aquele homem acabasse ali mesmo.

- Já falamos sobre isso e negamos suas acusações. Se é com insanidade que queres agir, então teremos que acalma-lo à força. Olhava nos olhos daquele homem qual cruzava sua arma. - Nem eu, nem a Anêmona vamos morrer aqui.

Será que suas promessas ainda valiam de algo?

Para um mago, Nathu treinara seu corpo além do convencional, o que fizera com que seu domínio da magia não fosse tão eficiente quanto os outros estudantes de magia de sua tribo, mas mesmo assim não deixara com que essa limitação lhe impedisse de conhecer e estudar sobre essa arte magnifica. Mas agora ele se encontrava frente a um guerreiro, treinado para mediar sua força física contra seus inimigos e subjuga-los por sua superioridade. Nathu conseguira, por sorte ou talvez fruto do seu treinamento, se defender desse guerreiro por muito pouco... mas ele não iria testar sua sorte novamente.

- Anêmona, esta pronta para lutar? Não era como se Nathu estivesse tentando incentivar a garota à ir ao ataque, mas era uma pergunta sincera sobre as intenções dela perante aquela situação.

Ele sabia que sozinho seu destino seria, muito provavelmente, perder.

Tentou perceber, rapidamente, se Wildmutt tinha conseguido levar Miew até um local seguro mas viu que ele não havia conseguido por conta do ataque do guerreiro. Mas, conhecendo seu amigo, sabia que ele só iria parar quando conseguisse ou até Nathu mudar os planos.

Então, girou seu corpo junto com a lâmina, aproveitando a força superior que Cross estava pondo em seu golpe, para fazer com que a espada do templário passasse diretamente para o solo. Aproveitando seu giro, tentaria cravar a adaga da parte lateral do corpo do templário.