Capítulo 2: Negócios Ilícitos

Quando Apossym se aproximou de Lacov para ver se ele conseguira libertar os prisioneiros, ela percebe que a mão leve do ladino pegou o pergaminho que tinha a mensagem secreta.

Apossyn vê o ladino roubando-lhe o pergaminho que havia guardado. Como por instinto ela pega sua espada e a encosta na garganta do homem:

- Não pense nisso... Era isto o que me escondia quando respondia com perguntas? Devolva o pergaminho como um bom rapaz.

Os olhos da elfa ardiam de ódio e desgosto. O que, apesar de seu temperamento ácido, era um rosto jovem agora tinha um olhar apreensivo e severo. Os olhos azuis fulminavam que Lacov quase podia sentir que ele o poderia cortar a sua garganta no lugar da espada.

Com uma mão ela pressionava a espada na garganta, encarava-o sem piscar e sem fraquejar o olhar e estendia a outra mão aguardando a entrega do pergaminho.

OFF:

A velha arregala os olhos surpresa e até decepcionada e indaga:

-Porque fez isso sem língua!? Se não fosse por mim você estaria morto a muito tempo, eu não te salvei para você nos trair!

Dizia a velha já colocando Apossyn como se fosse do grupo.

-Devolva este pergaminho a ela!

A velha resmungava com a mão sob sua ferida que não parava de doer, ela precisava de um bom descanso, mas como se estavam sendo perseguidos?

O ladino nada pode fazer, a rápida elfa havia notado sua manobra e com velocidade colocou uma espada em sua garganta.

O ladino demora um pouco a falar, olhava sério para o rosto da elfa, que com certeza não estava de brincadeira. - Você tem fibra... Por um momento achei que você e ele estavam tramando alguma coisa com esse documento... Você sabe, quando a Andariel chegou, logo guardasse este documento... Fiquei interessado... Não estão tramando nada contra a gente né?... Responde Lacov a elfa, logo depois olha pra velha, se desculpando. - Te devo a vida senhora... Não retribuirei com traição!

O ladino finaliza entregando o pergaminho a elfa.

Kheltu não acreditou quando viu Lacov ali do lado com o pergaminho de Apossyn nas mãos.
- Tramando algo contra vocês? Nós acabamos de salvá-los! - Se Kheltu fosse um pouco mais irracional, ele teria dado um soco na cara de Lacov. - Da próxima vez senhor Lacov, pergunte ao invés de querer obter a resposta de uma maneira tão suja como essa. - O Guardião dos Mortos passara a dar um crédito em relação a desconfiança de que Apossyn nutria por aquele grupo, especialmente o Sem-Língua. Confiar cegamente neles não era uma boa medida, afinal de contas.

- Me desculpe... Mas se vocês estivessem tramando algo contra nós por acaso perguntar ajudaria? Lacov responde a eles com mais uma pergunta, claro que não esperava resposta pra essa, havia sido com tom irônico.

- Por que não me deixa ver o conteúdo do pergaminho? Posso?

Aurion passa a mão no rosto e balança a cabeça negativamente e se pronuncia
- Não concordo com a atitude dele, mas se a senhorita achou isto nas coisas daquele homem porque esconder? acredito que todos nós aqui deveríamos poder ver já que se trata de um inimigo em comum e por falar nisso a senhorita pegou algo mais que nós não sabemos?

Aurion não concorda com a atitude de Lacov, mas também não concorda com as atitudes da jovem de esconder coisas do grupo.

- Acho melhor a senhorita baixar essa espada, podemos resolver essa situação civilizadamente e por mais estranho que pareça este homem é tão vitima quanto eu e a velha e se sabe de algo porque não compartilha conosco e se duvidas de nossa inocência nós ajude e pare de criar discussões. investigue o que os Zentharins e Volstag anda tramando e assim saberá que há verdades em minhas palavras.


Aurion olha para Lacov e diz:

- Nossa situação não e boa e pare de agir como se você não estivesse no meio deste problema e também coopere.

Apossyn apenas abaixa a espada quando o pergaminho lhe é devolvido.

Enquanto coloca a espada novamente na bainha, de costas para Aurion, o ouve falar.
Ela guarda novamente o pergaminho dentro da sua mochila, pega suas coisas e diz aos demais, calmamente com uma face sem emoção:

- Se quiserem ver o que tenho, basta pedir e não roubar. Sabem que não confio em vocês e o meu problema aqui certamente não é o mesmo de vocês. Apenas preciso encontrar alguémn com a arma manchada de sangue e não provar inocência, esconder-se e encontrar o assassino.

Ela agora caminhava para a floresta, que era o seu destino antes deste pequeno desvio, dizendo:

- Sim tenho mais coisas comigo, mas não mostrarei agora por não ter tempo nesta estrada, ao lado de cadáveres e uma carroça com uma cela aberta e vazia para perder. Ao não ser, claro, que prefiram ficar aqui e esperar que possíveis guardas, comerciantes ou agricultores passem e lhes reconheçam...

Ao chegar a entrar na floresta na beira do caminho, ela conclui:

- Não cooperarei com quem não coopera.

E olha para Lacov com um ar terrivelmente frio por cima dos ombros, ainda de costas para todos, como se uma flecha pudesse cruzá-lo no momento.


Qualquer palavra após isto será ignorada por ela.
Independente do que aconteça, eles a seguindo ou não, ela se adianta na frente de todos e, furtivamente, percorre a floresta paralela com a estrada.

Rolagens caso necessário:

Após muito deliberar, o grupo decide que Kheltu iriam em cima da carroça, a guiando, enquanto os demais iriam presos dentro da carroça-cela e Apossym seguiria pela floresta escondida. O clerigo tratou de tirar seus trajes e armaduras e colocar a armadura negra usada pelo clerigo que havia enfrentado.

Os prisioneiros ficaram desconfiados com a ideia de leva-los para a cidade, mas concordaram com o grupo. Lacov e Aurion não passavam muito tempo na cela. Parte do tempo eles saiam e iam escondidos pelas florestas ao redor se viam algum movimento. Já Andariel ficou bastante tempo la dentro, pois sua ferida a incomodava bastante. Quando ela começava a melhorar, ela voltava ao estado infeccioso de antes.

A noite a guarda era revezada e os escravos podiam sair da cela. A única alegria era a comida: Apossym trazia grandes javalis e lebres para as refeições. Após 6 longos dias de viagem, após terem cruzado com diversas caravanas, eles chegam a Lua Alta. Kheltu esta em cima da carroça com a armadura Zhentarin, Apossym esta escondida na floresta proxima a cidade, os demais estão presos dentro da cela abafada da carruagem. Lacov, Aurion e Andariel preferiram não usar suas armaduras para misturar-se melhor aos escravos. Seus equipamentos estavam dentro da cela, escondidos entre os escravos. Mas a cela estava coberta com aquele tecido grosso, o que deixava mais quente ainda.

A cidade é guarda por um grosso muro mas não totalmente finalizado. Há arqueiros elfos e meio elfos em cima do muro, em baixo há homens e meio-elfos milicianos portando espadas, lanças e escudos. O portão esta aberto e no momento uma caravana esta entrando na cidade (a frente do grupo) e outra esta saindo. Os 10 milicianos estão posicionados ao lado da estrada e observam a tudo e todos.

Atenção:

Aurion pouco gostou da ideia de ir na cela, mas teve um plano melhor e também queria ir para a cidade, achava tudo aquilo muito arriscado e pouco planejado. havia grandes chances do grupo acabar na forca, mas ainda sim fez o que era lhe pedido e se junto aos escravos, e usou suas roupas sujas, mas ficou descalço e escondeu apenas o seu kukri na cintura por baixo da roupa, deixou a barba e o cabelo crescer e sentou-se em um canto da cela com a cabeça baixa e em silêncio.

A elfa, durante o percurso, certifica-se que não havia manchas de sangue em seu corpo. Como havia apenas atacado com seu arco, estava limpa.

Apossyn se posiciona na Fila logo atrás da carroça deles, agindo normalmente como se apenas fosse entrar na cidade.
Não tinha razões para ser parada e interrogada. Aguarda pacientemente sua vez para entrar na cidade, procurando observar, discretamente, todos os que conseguiam entrar, os que saiam, e os milicianos que estavam à porta.
Também ficava atenta à conversas paralelas, para tentar descobrir alguma coisa que pudesse estar sendo comentada.

Caso precise:

Sem o que fazer, Lacov fica ao lado dos equipamentos, na cela.

Andariel manteve-se de cabeça baixa na sela.

Kheltu fazia de tudo para agir com naturalidade, embora soubesse que a armadura Zentharim não tinha caído nem um pouco bem sobre seu corpo. Ao ver os milicianos, o guardião apenas faz um discreto aceno com a cabeça a indicar que estava tudo bem e segue guiando a carroça para o interior da muralha da cidade. Uma vez lá dentro, todos eles estariam mais seguros.

Um silencio de segue.

Os que estavam dentro da carroça-cela não conseguiam ver o que acontecia do lado de fora e a temperatura quente, misturado com a tensão de todos, fazia-os suar. O odor não era muito agradavel tambem, já que os escravos a muito nao tomavam banho e o grupo tambem.

Kheltu segue tenso, quando um miliano barbudo o seca. E seguida ele olha para a bandeira negra dos Zhentarin, e então os deixa passar.

Porem, a Batedora não teve a mesma sorte. O mesmo miliciano barbudo faz sinal para ela parar com a mão.

- Boa tarde. Quem é você e para onde esta indo? diz ele, não sendo mal educado, apenas questionando Apossym sem muito polimento.

Apossyn vê a carroça passar e sente um alívio por isso. A bem da verdade nem ela estava segura com a sua própria ideia.
Então ela é parada pelo miliciano, sem dar na cara que estava nervosa e angustiada com a investida, ela responde polidamente, segura e tranquila:

- Trabalho como como mercenária e estou a procura de alguns fugitivos. Dimir quem me contratou, há pistas que estão seguindo para cá.

- Hmmm...Dimir não é? ok, pode entrar senhora. Mantenha suas armas sempre longe de suas mãos, diz o homem barbudo. Um dos outros milicianos, la de traz, fala em tom alto: - Não queremos nenhum acidente tambem! em seguida os demais começam a gargalhar. No final das contas, Apossym não sabe se convenceu ou não o miliciano barbudo.

Adentrando a cidade, o grupo percebe várias características interessantes:

- Eles honram o pacto com a corte elfica, pois preservam as árvores as vezes no meio da cidade.
- Ficam no centro de Cormantor
- Metade da população é élfica ou meio-elfo
- Muitos dos homens desses vales são fazendeiros, caçadores ou lenhadores, pelas roupas e trejeitos que possuem
- Lua Alta é a parada favorita das caravanas de viajantes entre as cidades, mas não é um centro de comercio como Ponte d Arco é.
- É o centro do jogo, madeira s e peles.

Apossym se sente em casa. A cidade esta em plena atividade, o horário é o meio da tarde. Algumas pessoas estranham aquela carruagem, pois esta coberta.

Assim que adentra a cidade, Kheltu tenta ignorar os olhares dos milicianos sobre ele e a carroça. O guardião busca agir com naturalidade, embora estivesse um pouco tenso pela situação. Se eles fossem desmascarados não haveria escapatória. Kelemvor, guie meus passos para que dê tudo certo, reza mentalmente. Kheltu segue guiando a carroça para mais ao centro da cidade, onde deveria haver um movimento maior de pessoas, talvez até mesmo um mercado a céu aberto. Ele começa a olhar pros lados, tentando enxergar onde estava Apossyn...