Arco Africa - (Kenya)

Espantado com a notícia que toda aquela nuvem de areia estava sendo provocada por um veículo, Sivirino levantou-se em um pulo e tentou forçar a vista para observar melhor.

- Mar aquele num é o...

Antes que ele falasse qualquer coisa, Kytes já estava claramente visível para todos ali, o que fez o espanto do cangaceiro aumentar ainda mais.

- O minino é brabo.

Esperou o garoto chegar perto e, sem ao menos esperar o termino da frase de Kytes, começou a falar com toda sua empolgação.

- E num é que eu fiquei surpreso memo cum essa surpresa surpreendente que eu nem isperava, mizerento. Agora mim diz uma coisa... onde é que danados tu consiguisse um jegue desse, cabra?

O homem do sertão gargalhava com as infinitas possibilidades de onde aquele carro poderia ter saído. Mas sem demora, ajudou mogana a colocar Rena no carro e pulou para o banco do carona, ao lado do "motorista".

- Mete o pé nessa joça, Caite. Só cuidado pra num passar por uma Britez ali no caminho, caso tu num tenha carteira.

Ajeitando seu óculos no rosto e deixando seu lenço no pescoço livre para voar com o vento do caminho, Sivirino da Silva se preparava para o inicio da sua aventura enquanto colocava no som do carro um CD para escutarem na viagem.

PRIMEIRA MÚSICA DO CD:

Kytes tentava entender o que era britez... Mas logo resolveu deixar pra lá, afinal não tinha mesmo carteira de motorista, e partiu com o carro, ao ver a música que o cangaceiro colocou sua cabeça girava de interrogação:

- Eu tirei meu carango do mesmo lugar que você tirou este CD Sivirino... - Respondeu a pergunta do homem sorrindo, aquilo foi mais uma esquiva de resposta que tudo, Kytes parecia que tinha uns segredos bem guardados. - Não se preocupem, aqui tem bastante combustível, então poderemos rodar bastante, sem precisar parar, no entanto vamos encarar o tempo seco, isso não tem jeito...

O Buggy andava bem na areia e cobriram uma grande parte do trajeto com ele, o fato de não caminharem diretamente na areia economizaria a energia vital deles, em um determinado ponto Rena cutucou Morgana e apontou algo na estrada, era um carro virado, um Jeep e algumas pessoas estavam no chão, uma delas espetadas com uma lança. Agora dava pra ver, a estrada estava com marcas pneus de motos, a direita do grupo havia um buraco extenso e largo.

Morgana tocou Sivirino e apontou:

- Veja alguma coisa aconteceu por aqui e acho que não foi a muito tempo...

- Vamos ignorar... Não podemos ficar aqui é perigoso... - Kytes seguia com o rosto firme no caminho a frente.

Um grito veio daquele buraco que viram a pouco, parecia a voz de um velho... Kytes continuava a dirigir com olhos marejados e a boca tremula.

Com as respostas que ouviu, Sivirino gargalhou alto, maravilhado com a esperteza do garoto. Não se importava em não ter as respostas de suas perguntas, já que estava feliz em finalmente estar seguindo em frente em sua jornada.

- AHAHAHA, Boa resposta garoto, boa resposta. Respirou fundo para se recuperar. - Mar nem tá tão seco assim... e a Rena pegô um poco de água dos mandacaru, num tem cum oque se preocupá.

Sentiu o toque de Morgana e tentou acompanhar para onde ela apontava. Ao ver o cenário a sua frente, o sertanejo ficou sério, apenas olhando e assimilando as possibilidades que poderiam ter acontecido ali.

- Caites... pare o carro, por favô. Num pudemos deixá esse povo assim, podem ter subreviventes ali... Olhou para Morgana, virando seu rosto até a parte de trás do carro para ver qual seria a reação da garota.

Pôs a mão direita no ombro do menino que estava dirigindo e falou em tom bastante sério.

- Num precisa nem saí do carro. Eu derço, vejo o qui posso fazê e vorto rapidinho, num vai dá tempo nem di terminá a música qui ta tocano. Continuou olhando para Morgana, quase pedindo com os olhos para que ela o ajudasse a convencer Kytes.

Sivirino sabia que por mais que fosse perigoso parar por ali, aqueles sinais não pareciam coincidência. Podia não ser o mesmo grupo que atacou a vila no dia anterior, mas saber quem fez toda aquela confusão poderia dar mais pistas sobre o rapto de sua mulher e, ainda por cima, ajudar qualquer um que tenha sobrevivido aquele caos no meio do deserto.

O nordestino tinha seus objetivos, mas não conseguia ignorar aqueles que sofriam sob o solo escaldante e arenoso que lhe causava tanta empatia e recordações de casa.

Morgana tocou em Kytes, no ombro do menino e disse que o mesmo parasse o carro e que tudo ficaria bem, o menino enxugou as lágrimas do rosto com uma das mãos e parou o Buggy lentamente, ele ficou parado e desligou a chave da ignição, MOrgana desceu do carro e disse:

- Vocês dois fiquem aqui, eu e Sivirino vamos dar uma olhada, voltamos logo, caso vocês fiquem em perigo trate de ligar o carro e ir para longe, se isso acontecer nós os encontramos mais a frente, vamos Sivirino.

A garota tomou a frente, andando devagar, ela apontou para aquele buraco de onde agora pouco ouviu-se o grito, então ficou em dúvida do que deveriam fazer:

- Devemos ir até o buraco ou ver aquelas pessoas jogadas no chão, ou devemos nos dividir e checar ambos? Acho que se a prioridade são os sobreviventes quem gritou esta "vivo" e tem a preferência...

A direita dos dois está o buraco extenso e a esquerda os corpos no chão...

Informação:

- Iscutaram a Mulé, né? Se ficá perigoso, só arredá o pé que nós resolve.

Sivirino fala enquanto já descia do carro, com a companhia de Morgana. Andou atrás da garota, analisando o local e procurando por marcas na areia que pudessem identificar de onde vieram e para onde foram aqueles que fizeram tudo aquilo que agora estava a frente da dupla.

Ao escutar as indagações de Morgana, Severino apressa o passo e se põe ao seu lado.

- É... acho que é o mai certo a fazê memo. Eu vô nar frente até o buraco e vucê fica mai atrai, olhando arredó cum suas faca na mão.  Quarquer coisa, taca faca pra cima deles. Vamo ficar isperto pra carso isso fô uma arapuca.

A peixeira já estava na mão do cangaceiro, que se aproximava em passos lentos da beira do buraco, tentando ver o que tinha ali.

Morgana assentiu com as palavras do cangaceiro, o homem olhava para o chão e via as marcas de pneu de motos na areia visivelmente por condição do terreno, as marcas vinham de longe, e iam até aquele buraco, na parte oposta havia caminho por onde podiam passar os veículos, Sivirino e Morgana olham lá de cima e viam uns caras cercando um velho, o velho tinha um saco de Nylon na mão que foi tomado por um dos bandidos. Eles arremessaram o velho na parede, eram 3 caras com motos, mas eles deixaram as motos no canto para afrontar o velho.

- Por favor neste saco tem somente sementes de arroz, eu preciso levá-las, só isso que consegui durante dias por favor me deixem ir com elas, se fizerem isso quando cultivarmos o arroz dividiremos um pouco com vocês... - O velho suplicava e um ferimento em sua cabeça jorrava um pouco de sangue.

- Cale sua boca velho, já matamos a maioria do seu bando e só sobrou você, quer que terminamos o serviço de vez? Vamos deixá-lo vivo para que sua aldeia saiba quem domina o pedaço ta sabendo, se não fizerem o que mandamos vamos matar a todos que se oporem. Zeed o que faremos? - Disse um dos capangas a um cara que parecia o líder do trio.

O cara corpulento e alto respondeu ao capanga.

- Vamos embora e levar essas sementes de arroz, coloque na moto.

Um dos capangas colocava o saco na moto e amarrava, eles ainda não viram os dois acima olhando a cena...

- Motos... Falou ao lado de Morgana, mas parecia estar falando sozinho.- Não deve ter cido muita gente, intão...

Seus pensamentos acompanharam o olhar que seguiu a trilha, observando que iria até o buraco onde já estavam se encaminhando. Ao chegar na beirada, viram aquela cena e Sivirino, com seu sangue quente como se fervido pelas águas quentes do banho de satanás, se segurou ao máximo para não partir ao ataque sem ao menos pensar em um plano.

- Minina, sei qui é mais duro que rapadura se sigurá veno coisa assim, mai peço que vucê fique fora da visão deles. Se aprochegue até pudê jogá suas faca, mai não se mostre pra eles... Sivirino começou a andar em passos lentos até o trio, mas não sem antes terminar sua frase.- Jogue ar facas quando eu dé o sinal... Matutei um plano aqui.

Enquanto andava, assoviava uma canção, já que notara que Morgana parecia se sentir melhor quando escutava algo. Ao se aproximar, o cangaceiro alertou o bando antes que se movessem para fora dali.

- Ei, seus bunda mole... Fez uma pausa enquanto ainda parava seu movimento, no meio do caminho onde os três bandidos iriam passar para sair daquela depressão, dando tempo para que eles pudessem olhar o nordestino se aproximando. - Acho que num vô pudê deixá vucês saírem daqui cum esse saco. Sivirino da Silva olhava diretamente para o senhor, conferindo para ver como ele estava depois da pancada.

- E vô logo avisano... Meu Padin Padin Ciçu me isculheu prá cuidá dur filhos dessas terra seca e quem desobedecê ele, vai ficar com um bucho furado qui nem essa moto aí... Apontando os dedos da mão direita como uma arma para o pneu dianteiro da moto, o sertanejo abaixou o polegar como gatilho para Morgana entender que deveria disparar onde ele apontava.

Projetou tudo que estava falando em alto e bom som para que a garota o escutasse e entendesse o recado e, naquela posição, esperava seu movimento para poder continuar seu discurso de intimidação.

A faca da garota percorreu o ar e acertou onde Sivirino apontou, o som do pneu murchando deixaram os caras maus boquiabertos, o som de Pffffuuuuuurrr soou como um alerta e um ultimato.

- Mas quem diabo é você coisa esquisita??? O filho duma... Ele furou o pneu, desgraçado...

Morgana estava na beirada do buraco com suas facas, ela ali tinha uma boa visão do cenário, porém Sivirino estava no declive por onde era a única saída de lá, as motos só podiam sair por ali, o idoso estava do outro lado do cangaceiro, os três bandidos bloqueavam a passagem para o velho.

Um dos capangas olhou em volta para ver de onde veio a adaga, mas não conseguiu ver Morgana escondida, o líder do bando se aproximou do cangaceiro ficando uns 5 metros perto dele.

- Parece que você é bem valente, sabe quem eu sou? Tá vendo essa tatuagem na minha cabeça? - O cara apontou a própria cabeça.


- Essa tatuagem mostra de que gangue eu faço parte camarada, eu sou Zeed e trabalhamos pro Jack, ele é o dono desta região aqui, esse lugar não tem lei, exceto a lei do Jack, então cai fora se não quiser se machucar camarada!!!

A tatuagem era de uma letra "Z" possivelmente se referindo a primeira letra de seu nome e um "666" em seguida, o engraçado era que Jason22 tinha uma tatuagem também com números, no caso daquele, ela vinha acompanhada de o desenho de carta de baralho. Os dois se encararam mas ninguém cedia terreno para o outro.

Teste:

- E se vucê continuá falano cumigo que nem fala cum a kenga da sua mãe, o prórximo furo vai sê nesse seu coro cabeçudo aí... Lentamente Sivirino aponta seu dedo, que antes "disparou" contra o pneu da moto, na direção do homem que primeiro falou com ele.

O Cangaceiro permanecia parado, no mesmo lugar que antes. Olhava cuidadosamente cada um dos bandidos ali a sua frente enquanto eles falavam as baboseiras que tinham a necessidade de falar.

Ao notar o homem se aproximando e falando da tatuagem, Sivirino cerra os olhos como se tentasse enxergar melhor o que estava escrito na testa do homem.

- Xeu advinhá... tá inscrito... Z..ero à isquerda, certei? O nordestino deixou um leve sorriso de escarnio sair por sua boca. - Mai vamo deixá di baitolage e cumeçá logo. Eu sei qui vucê num vai saí daqui sem pelejá e vucê sabe qui eu num posso deixá vucês saírem daqui depoi du qui fizero cum esse pobre sinhô, intonce... Sivirino da Silva novamente abaixa o dedo polegar apontando na direção do primeiro capanga que interagiu com ele novamente como um recado para Morgana efetuar seu ataque sem ser notada e, por sua parte, o homem do sertão já puxa sua peixeira partindo em direção ao que parecia o chefe daquele trio, O Zedd.

-... Só deixá qui eu vô fazê uma nova tatuagi nin tu e o prórximo vai sê esse Jaqui aí.

O ataque ia no local preferido do guerreiro das terras áridas. O ataque estava mirado diretamente no "Buxo".

Os capangas se jogaram no chão devido a chuva de facas que começava a cair no combate, Morgana ficava se escondendo e mudando de lugar ao arremessar o que ficava difícil acompanhá-la, Sivirino foi pra cima de Zeed que foi golpeado no bucho, a pechera do cangaceiro acertou o cara que se não segurasse a mão do brasileiro, ele iria enterrar a lâmina mais fundo.

Zeed ficou arregalando os olhos sem acreditar que fora golpeado daquela maneira, a mão do homem tirou a faca de seu abdômen, e Zeed teve de colocar a mão no ferimento para não deixar o líquido precioso vazar muito, ele ficou apavorado diante da situação, não estava mais no controle. (tirei 1 no dado para resistir a intimidação).

Ele olhou para trás e viu seus capangas no chão como franguinhos encurralados diante de um lobo mau, ele então correu até sua moto, estava com medo e queria fugir o mais rápido que pôde, ele chegou até sua moto e pegou um machado e arremessou contra Sivirino, a arma girou na direção do rapaz.

A dupla de capangas se levantava e olhava para cima para tentar achar a lançadora de facas, mas sem sucesso. A moto que Zeed subiu era a que tinha o saco de arroz, porém a que estava com o pneu furado era outra.

Talento Fuga Teste:

Rolagem de zeed:

Vendo o homem fugir diante dos seus olhos, Sivirino sorri.

- Num vai não arredá não, cabra safado. Tenciona os joelhos para iniciar a corrida e, antes de partir, ainda fala para Morgana. - Esses froxo são tudo seu... Se referindo aos dois outros bandidos que se abaixavam com medo das facas.

O cangaceiro corre até o machado arremessado e tenta pegá-lo no ar, girando no movimento para atirá-lo de volta em Zeed logo em seguida.

- MUITO GRADECIDO PELO PRESENTE, MAI VÔ TÊ QUE DERVOLVÊ... Falou enquanto observava o movimento do machado que ia até o bandido que tentava fugir.

O machado vai em direção a Sivirino que o segura no ar, o homem sente o baque em sua mão que arde com a pancada, mas mesmo assim ele gira a arma e a joga de volta no lançador, a arma girava e passou bem perto da cabeça de Zeed, apenas cortando um filetinho de cabelo.

O bandido tenta dar a partida na moto para poder cair fora, como o cangaceiro havia falado, Morgana ficou a cargo dos capangas, então Sivirino pôde apenas se concentrar no líder da gangue, o som da partida da moto, Vrum... Sivirino tinha pouco tempo, ou Zeed iria escapar, ele pisou forte na alavanca de pé, para dar a partida de vez na motocicleta...

- Não tenho intenção de ficar pra festa, tenho um compromisso urgente Hahahahaha!!!

Teste:

- Oxe, intão simbora. Sivirino começou sua corrida e pulou na moto, ficando agarrado à ela com uma de suas mãos e com a outra iria se agarrar ao corpo do bandido, tentando derrubá-lo do veículo.

- Ô eu vô cuntigo, ou tu fica cá cumigo, bunitão. Falou isso em meio aos puxões. -  Mai tonbem si num quisé me levá, eu vô sozinho. Sivirino da Silva estava tentando se posicionar para, quando derrubasse o homem, assumisse o controle da moto.

Zeed foi capturado no momento em que deu a partida na moto, ela arrancou, mas com os dois se engalfinhando nos bancos da moto, Zeed conseguiu fazer ela subir o barranco, o pneu traseiro cuspindo areia para todos os lados, a moto saiu do buraco, Zeed tentava de qualquer maneira sair da cola do homem, tentando fazer ele cair, mas Sivirino estava, como ele diria "bem siguro no cangote do bicho"

- Cretino maldito, saí daí, ou eu vou te estripar feito frango de macumba, saí daí...!!!!

A moto balançava para lá e para cá chegando a ficar em uma velocidade mais alta quando chegou na estrada, e foi aumentando a velocidade progressivamente, a posição dos dois era incômoda, no entanto Zeed parecia ser um bom piloto desviando de pedras no caminho mesmo assim.

- Se vai ficar aí de carona, eu vou te mostrar uma coisa, será cortesia do passeio, Hahahaha... - Acelerou mais ainda a moto.

O ponteiro estava chegando aos 60 Km/h, Sivirino não tinha carteira de motorista, não sabia pilotar a moto, mas sabia que logo o negócio ia acelerar bastante. (Sivirino não tem a perícia pilotar por isso não sabe dirigir, e nem jegue pq não tem cavalgar eitcha)

O nordestino notando o vento bater em seu rosto com cada vez mais força, olhou para a moto e lembrou-se que nem ao menos sabia direito onde ficava o freio daquela coisa. Os dois engalfinhados estavam em uma posição que se a moto caísse por conta de algum movimento mas brusco, ambos iriam se ferir, então Sivirino decidiu apelar para a negociação.

- Qué contá cumigo quantos cabritinho tão pulano a cerca? Sivirino tentava se posicionar no banco atrás da moto enquanto retirava o lenço em seu pescoço com a mão que antes tentara derrubar o bandido, deixando a outra para se apoiar na moto e não cair. Já sentado, prendeu bem as pernas para se firmar no veículo e com as duas mãos tentou enrolar o lenço no pescoço do homem à sua frente. - Si num quizé, vá logo diminuino essa trepeça qui eu já perdi a paciença cum essas brincadera e coloco tu pra durmi rapidinho.

O cangaceiro mantinha firme sua segurança nas pernas e sua ameaça enroscada em suas mãos, rente ao pescoço do homem.

A moto de Zeed avançava cada vez mais e Sivirino notou qual era o plano do sem vergonha, ele estava indo em direção e uma enorme pedra, fora da estrada, provavelmente iria fazer o cangaceiro se espatifar com a moto enquanto ele saltava dela em movimento, o lenço do habitante do sertão foi usado para amarrar a goela do bandido.

Sivirino não teve alternativa a não ser enforcá-lo, apertou cada vez mais enquanto a moto acelerava, Zeed ainda estava obstinado em não parar o veículo, então o homem do sertão apertava mais o laço, uma das mão do homem foi até o pescoço, fez isso para tentar se livrar, porém seu fôlego estava no fim, a moto virou para o lado errado, Zeed perdeu a consciência devido ao apertão e a moto subiu um barranco que fez o efeito de uma rampa jogando os três, Moto, Zeed e Cangaceiro pelo ar...

No ar a moto virava e caía, Zeed iria se estatelar no chão, pois estava inconsciente, caiu de cabeça e seu corpo girou nas areias.

Teste:

- Tu acha que eu sô besta? Ao notar a grande pedra a sua frente, Sivirino aperta de uma só vez o pano que estava envolto ao pescoço do bandido. - Agora tu vai tirá um cuchilo e jájá te chamo de volta, seu iscomungado de uma figa.

Com o desmaio de Zeed, a moto voou por um desfiladeiro e tudo parecia perdido se não fosse os movimentos treinados de um homem acostumado à correr atrás de calango debaixo do sol escaldante. Os olhos foram rápidos para perceber o que tinha acontecido.

A moto estava se inclinando para cair lateralmente, enquanto o bandido, desacordado, já parecia estar colidindo contra o chão naquele momento. Não restava muitas escolhas a serem feitas, então o nordestino apoiou seus pés na parte lateral da moto que estava se inclinando para cima e usou-a como uma prancha, surfando nas areias ao "aterrissar".

- Qualé, brow, issaqui é mô vibe, pirraia. Se inspirou nos povos litorâneos que já teve contato no seu país de origem para soltar essas gírias que nem mesmo ele entendia direito. - Agora é arrumá essa bagunça e vortar até Morgana. Fala isso enquanto passa seu lenço na testa para limpar o suor proveniente da manobra e o coloca no pescoço logo em seguida.

Sivirino da Silva vai até a moto, a levanta, pega o arroz debaixo do banco e o guarda em seu bolso. Empurra o veículo até Zeed, pega o corpo do bandido e o coloca de bruços no banco.

O cangaceiro vai caminhando ao lado da moto, empurrando-a, voltando todo o caminho que fizera até ali agarrado à Zeed que pilotava em alta velocidade. Sivirino torcia para que Morgana estivesse bem após a batalha contra os dois inimigos que sobraram e apertava o passo para ajudar na luta, caso ainda fosse necessário.

Ao voltar notou Morgana com os dois meninos já e o idoso que chorava a morte de seus companheiros, ele dizia a ela que sua aldeia ficava a alguns quilômetros dali, Kytes e Rena estavam no mini Buggy, e quando Kytes viu Sivirino ele correu descendo do carroa e gritou:

- Ele consegui!!!! Ele conseguiu!!!! SIVIRINO CONSEGUIU!!!!

O grupo então se encontrou de perto fora do buraco onde o idoso sofrera o ataque, Zeed ainda estava desacordado, os outros bandidos Morgana havia cuidado, porém ela disse que um deles escapou, havia uma corda no carro virado a alguns metros que buscaram para amarrar Zeed, assim o cara estava indefeso, mas ainda sangrava.

Depois de alguns minutos...

- Por mim agente cortava a língua do safado... - Disse Morgana com raiva vendo as mortes que ele provocara.

Estavam Sivirino o idoso e ela diante de Zeed, as crianças agora estavam afastadas no carro.

- Eu agradeço a vocês terem me salvado, se quiserem podem passar na minha vila que fica a alguns quilômetros como eu disse para Morgana, lá poderão descansar comer e beber água, podem me chamar de Walter, nós compramos a saca de sementes de arroz para plantar em nossa vila, mas pagamos mais caro do que devíamos, com sangue, meus companheiros morreram...

A tristeza se abateu ao velho cansado.

Level Up :

Xp do Combate:

Prêmio:

Teste:

Ao avistar o menino, Sivirino apoiou a moto no pé de descanso com o corpo do bandido ainda em sua garupa e abriu os braços em direção a Kytes.

- Mai é claro que cunsegui, minino, num sô de discumpri cum que digo não.

Então abraçou o menino e, logo depois, foi até Morgana que estava junto ao senhor e Rena.

- Vejo tombem cunseguiu, num foi minina? É assim qui si faz. O nordestino erguei o polegar em riste e sorriu enquanto piscava seu olho direito em sinal de aprovação. - Mai o importante é qui argora tudo ta bem, né não? Sinhô, aqui tá seu saco... Entregou o saco de sementes para o velho. - E ali tá o disvergonhado que vai nos ajudá a chegá bem mai rápido até nosso quirido jaqui.

Após observar todos trabalhando para prender o malfeitor e amarrá-lo na parte superior do buggy, o brasileiro respondeu o comentário de Morgana.

- Paciênça, Morgana, Paciênça. Argora ele inda é útil pra incumtramos o líder desses bandido, mai dispois juro qui arjudo vucê a isfolar o coro desse cundenado de santanai. Pu inquanto, ele vai sê nosso guarda-sol.

Sivirino se vira para o senhor que começara a falar sobre o que aconteceu ali.

- Sinto muito pelo qui acunteceu cum vucês... achu qui a única manera qui pudemos ajudá é parano esses vagabundo o mais rápido pussívi, intoce eu inté aceito seu cunvite, mai vamo logo qui num pudemos perdê tempo si a gente qué evitá qui mai disso acunteça.

O cangaceiro entrou no Buggy e sentou-se ao lado do motorista, Kytes.

- Venha, nós leva o sinhô até a aldeia e pudemos inté cunvesá mais pela viagi.

Sivirino da Silva permaneceu fitando os olhos do idoso, esperando sua resposta.

O grupo foi em direção a aldeia do idoso, o buggy não cabia todos então Rena teve de ir no colo de Morgana e Zeed foi amarrado ao capô, isso fez com que demorassem de chegar pois Kytes teve de ir mais devagar que o previsto, eles chegaram finalmente na aldeia e o velho explicou as pessoas o que havia ocorrido, Zeed foi posto em uma sala escura amarrado a uma cadeira com as cordas, duas pessoas ficaram de guarda na porta da prisão improvisada.

Morgana e os meninos comeram e beberam, cortesia dos aldeões por terem salvado o velho e as sementes de arroz, o menino Kytes arranjou até um pouco de combustível no local, o cangaceiro também se alimentou, se não suas forças iriam cessar no calor do sol escaldante, água lhe refrescou, a aldeia em que estava era pacífica, mas castigada pelo sol, Morgana disse que iria perambular para colher algumas informações, Sivirino deveria cuidar do bandido.

Estava de frente para Zeed no quarto escuro e o mesmo despertava lentamente:

- Ah!!! Que Bosta é essa, que !0&&@ é essa!!! Me tira daqui bosta... Seu bosta cretino me desamarra... - Ele se debateu mas sem sucesso.

Estavam no período da tarde o sol ia se pôr daqui a duas horas e apenas uma janelinha revelava isto no cômodo escuro...