Ao ver que a revelação de seu segredo havia sido bem recebida por William, Schebet fica mais descontraído, chegando ate a exibir um leve sorriso de satisfação. Ele devolve o aperto de mão, também com força.
- Não pensava que fosse algum dia dizer isto para alguém, mas eu confio em vocês, meus companheiros. Já ouvi nos livros que a experiência nos campos de batalha une as mais diferentes personalidades, e posso dizer que acabei de vivenciar isto.
O mago da um passo para tras, e suas feições e formato voltam a assumir a aparência de um hobgoblin.
- Vou tentar entrar nas ruinas por alguma outra passagem... Como não sei falar a língua deles, serei desmascarado se encontrar algum outro humanoide e começarem a perguntar coisas para mim. Se eu não voltar ate o final da tarde, fujam e avisem o Forte da ameaça que encontramos. Desejem-me sorte – diz Schebet, se afastando.
- Não há motivos para se irritar. Todos temos segredos e Schebet confiou em nós ao nos mostrar o dele...
A loira olha para a forma disfarçada do mago indo embora e acena com a cabeça lentamente.
- É, voce esta certo, William. Ele esta correndo um grande perigo, ao tentar se infiltrar desta maneira na casa do inimigo... Errei ao generalizar, pensando que ele fosse estranho como se tanto ouve falar sobre os siltanatenses...
Januar leva a mão na face do paladino, acariciando-o carinhosamente. Ela sorri levemente.
- Todos temos segredos... Nós temos o nosso pequeno segredo também, e nem quero pensar no dia em que descobrirem sobre a gente. Acho que é toda esta situação que acabou me deixando deste jeito assim, irritada. Você me perdoa?
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Passou-se apenas meia hora após a saída de Schebet para acontecer algo inusitado. William e Januar perceberam uma movimentação estranha no pátio interno das ruinas do mosteiro e viram que alguns guardas foram ate o portão principal, que ficava do outro lado. Os grandes portões de madeira foram abertos, e por ele começaram a adentrar no pátio um grande numero de hobgoblins, avançando de maneira organizada em forma de pelotões. Eles carregavam armas velhas e enferrujadas, e a maioria não usava armadura alguma, e depois de fechados os portões, começaram a se encaminhar para a fenda central, descendo por uma passagem que circundava a parte interna.
A cleriga passa a mão pelos cabelos, ajeitando para tras e brincando com uma das madeixas. Estava visivelmente nervosa.
- Hmm, entre os humanoides, os siltanatenses escolheram bem a quem se aliar. Hobgoblins são os que se organizam melhor, na maneira de um exercito, e são os que eu acho mais perigosos, justamente por isto. O Forte Kumbalgar precisa saber disto! – diz, e segura no braço do paladino. A face de Januar estava preocupada. – E se Schebet for pego? É claro que confio nele, mas não da para saber se irá resistir a tortura! Ele pode nos entregar, e se formos pegos, o Forte sera atacado de surpresa!