Com fúria nos olhos e semblante raivoso, Redris inicia a perseguição ao fugitivo.
- Pare!!! - grita para a bárbara. - Não vale a pena o esforço de caçar um animal que foge com medo. Ele se tornará duas vezes mais perigoso! - complementa mais para si que para a companheira.
O grito forte de Amogha traz a barbara de volta a si, que puxa as rédeas do cavalo com força, como se também pudesse puxar as rédeas de si mesma. Ela observa o inimigo fugindo, grita para o alto de frustração, e da meia volta.
Depois de verificar os ferimentos do animal que tinha ferido, Amogha o puxa e o junta ao outro animal, que estava próximo. Redris se aproxima e desmonta.
- Redris... Me perdoe por ter incitado a sua fúria... - diz ao amigo
Em um impulso, a barbara puxa o monge de encontro a si. Redris em sua versão feminina era maior que Amogha, que se sente totalmente envolvido pelo parente. Estava suada devido ao combate, mas isto não incomodava, pois era um abraço que lembrava o de sua esposa.
- Muito obrigada, Amogha... Minha cabeça estava confusa, e este maldito me fez acreditar que era um amigo. Posso te dizer que foi uma sensação horrível, ter sido ludibriado desta maneira. Não fosse por voce, estaríamos os dois enrascados... - diz com seriedade nos olhos.
Tanto Redris como Amogha verificam os pertences dos caçadores de recompensas, e tem a grata surpresa de que ambos tinham espólios. Poções magicas, pergaminhos e armas de qualidade. Porém nenhuma pista a mais do que os meliantes já tinham falado.
A ruiva põe a mão por sobre a testa para diminuir a claridade do sol que incidia sobre eles naquela tarde, vendo a cidade de União ao longe.
- Vamos seguir caminho... Você me disse que minha esposa estava em União, certo? Talvez na taverna da Raposa encontremos respostas.
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O caminho até a cidade transcorre sem maiores incidentes. Embora Amoghasiddi já tivesse passado por União anteriormente, para Redris era uma grande novidade. Tratava-se de uma vasta cidade, que se espalhava por uma área bem extensa, com edificações, torres e muralhas bem mais imponentes.
Seguindo pela estrada, Amogha e Redris cruzam com um numero cada vez maior de transeuntes, sejam eles comerciantes e fazendeiros em suas carroças, moradores locais e estrangeiros de outros lugares de Dominus. O monge viu elfos, anões, humanos de Rabiah, meio-orcs... Alguns armados, outros trajando vestes de nobres. Na terra, cavalos e seus cavaleiros. No ar, coisas que pareciam enormes mosquitos de metal, e também barcos voadores. União era uma cidade estranha, e muito movimentada.
A dupla segue em direção do portão sul de Uniao, por onde passam pelo edifício da guarda e seguem em direção da taverna da Raposa depois de perguntar por direções.
Após andarem por algumas ruas, eles chegam na estalagem “A raposa esperta”, que logo na entrada encontram a dita cuja, empalhada. No balcão, servindo alguns fregueses, está o anão, Kiror Duskhood, que logo percebe que tem visitas.
Redris, desde o incidente com os caçadores, decidiu permanecer com o manto sobre o rosto, fazendo uma figura misteriosa. O anão coça a barba e diz:
- Hmm, sejam bem-vindos... Por favor, sentem-se numa mesa, que logo minha filha ira atende-los. Beghila!
Uma jovem anã de cabelos azul-escuros presos numa trança e olhos castanhos aparece.
- Bem vindos na taverna Raposa Esperta, tão esperta que morreu de velhice. Em que posso servi-los?