Localizada a leste do continente, Asamura continuava sendo um reino misterioso, apesar das tentativas dos comerciantes de torna-la mais aberta e acessível. As pessoas que vivem la são diferentes, tanto fisicamente como culturalmente. As casas amplas, as divisórias de papel, a mania de tirarem os sapatos antes de entrarem nas residências. E o povo-gato? E os guerreiros com habilidades extraordinárias?
Para Lux, que estava em uma carroça ao lado de uns mercadores de Minoara, era tudo parte de sua jornada de conhecimento. Estavam em território de Asamura, acabando de deixar o reino minotaurico. Iria para um outro reino estranho e desconhecido para ele, mas pensando bem, cada reino não tinha suas próprias peculiaridades? A sociedade dos minotauros e dos goblinoides tinha suas estranhezas, e por algumas vezes o bardo teve a sorte de escapar com seu couro intacto. Estar agora em Asamura devia-se tanto a sua curiosidade, como também uma necessidade de se manter são e salvo. Com minotauros não se brinca...
A reflexão de Lux se interrompe com um soco dolorido em seu ombro. A mercadora de Minoara, a meia-orc chamada Bashuk, tinha este método carinhoso de se chamar a atenção. Ela era mais alta que o Aasimar, usava o cabelo em estilo moicano, em conjunto com um enorme rabo-de-cavalo que ia ate sua cintura. Suas vestimentas deixavam a mostra seus ombros, que possuíam marcas de cicatrizes de algum rito de iniciação. Além de seu físico imponente, o que chamava a atenção era um ratinho branco de estimação, que guardava em uma bolsa presa em sua cintura.
“Ei, Lux, você deve seu couro a mim... Otima ideia de esconder voce na carga de peixes, não acha? Mas por Rayne, voce fede! Mas isto é pra voce não aprender a mexer com a escrava dos outros. Especialmente se o dono é um minotauro com o dobro do seu tamanho.”