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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Hylian
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    Mensagem por Hylian Sex maio 18, 2018 11:05 pm


    CAPÍTULO DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia









    Andrew escutava o garoto desconhecido de nome Daemon buscando algum sentido em suas palavras, não que fosse importante ou de seu interesse, mas não conseguia disfarçar o quão engraçado aquilo parecia ser e até mesmo não conseguiu conter um leve sorriso no canto do rosto. Montbell sabia que era errado rir dos outros, mas era quase impossível não fazê-lo, visto que um louco estava diante dele atirando palavras sem nexo algum. “Algo estranho? Eu dormi quase a viagem toda...” Pensou ele buscando pela memória algo que lhe fosse estranho. Andrew preferia não falar sobre pesadelos que vinha tendo, eram assustadores, mas talvez o menino tivesse alguma razão, porem sua mente só lembrava-se levemente de duas garotas muito parecidas.

    Ah sim! Ah carta! Eu recebi! – disse ele em voz alta lembrando-se, sem se dar conta que atraíra a atenção de muitos a sua volta.

    Depois do aviso de silencio do pessoal que estava avolta produzindo um “shhh”, Andrew arregalou os olhos, envergonhado com sua atitude. A fome lhe era tamanha que tão pouco conseguia prestar a atenção no que a tal diretora dizia e tão pouco ouviu os nomes dos alunos envolvidos no incidente. –Esta carta? – Perguntou o menino tirando do bolso a carta formal de Hogwarts famosa por ser enviada todos os anos aos alunos dando-lhes instruções de como proceder para o próximo ano letivo. –
    Nos unir? O que eles contam? Você é maluco!

    Não seja bobo, Clément... – Cochichou Lilo sem olha-lo diretamente, ainda mantendo sua atenção nas palavras de Warlock – Warlock é um gênio... Expondo vocês a toda a escola, não haverá um que tire os olhos de vocês e as chances de acontecer algo são bem menores...

    O jantar estava servido e Lillo sentia fome, mas estava enjoada e aborrecida consigo mesmo. As lembranças daqueles momentos e como ela falhara em seu objetivo a deprimiam. Talvez ela se culpasse pela morte de Phelpps. Viajou de tão longe trazendo uma missão consigo que a cada minuto naquele lugar tão estranho ela concluía que jamais conseguiria ter sucesso. Tentou bebericar um suco de laranja com abacaxi, quando o menino francês, ao seu lado, voltou a falar. “Tão inocente, tão...” Lillo estudava o menino ao seu lado como se estivesse a procura de algo errado, mas não havia. Pena? Ela poderia sentir, mas tão pouco fazia ideia de quem realmente era o outro menino que todos chamavam de Ewgol; foi só depois de alguns segundos que ela se perdera em seus pensamentos que percebera que Clément a olhava talvez esperando um comentário em resposta. – Fique longe daquele menino...

    Sou! – Respondeu December sério – Então você é Alanna O’shier, nem bem chegou a Hogwarts e já ficou famosa... – Comentou o mais velho dos Woodburn.

    Então nos conte, o que foi que atacou vocês? Viram mesmo o menino morrer? – Perguntou April Woodburn que estava sentada um tanto distante.

    April! – Ralhou Lumna Hughes que se sentava próximo – Mais uma pergunta estúpida e irá terminar o jantar com a zeldadora Keepah!

    April se encolheu na hora aborrecida com a repressão e irritada com os dois irmãos mais velhos que caçaram dela, January e February, os gêmeos!

    Era real que muitos demonstravam uma curiosidade e interesse muito grande nos primeiranistas que protagonizaram os últimos acontecimentos tristes e, talvez, Lillo tivesse a razão sobre ser uma forma de protegê-los, já que com tantos olhos sobre eles, seria difícil algo acontecer novamente. Warlock e quase todos os outros docentes e funcionários olhavam insistentemente para cada um dos protagonistas citados pela diretora, alguns lançavam olhares curiosos, outros pareciam mais antipáticos, mas jazia lá entre os professores uma bruxa bonita de longos cabelos lisos e negros, uma pele rosada e lábios finos, porém não era possível ver seus olhos, estes estavam vendados por um lenço verde-esmeralda. Ela era a única que não encarava ninguém, mas mantinha um breve e bonito sorriso no rosto.

    Apenas quando todos estavam satisfeitos, que Warlock levantou-se mais uma vez para dar permissão aos monitores de guiarem os demais estudantes de suas casas para o salão comunal.




    Alanna O’Shier



    March... – Chamou Lumna levantando-se e fazendo sinal para que todos a seguissem.

    Vamos, eu fico por último... – Comentou March Woodburn ajeitando os colegas em fileiras.

    May, Alanna... – Chamou a garota dos cabelos prateados – Não se preocupem, o que aconteceu foi um desastre, infelizmente tivemos uma perda, mas vocês sobreviveram e eu estou feliz que estejam conosco. Tomem cuidado com quem vocês se relacionam aqui, como puderam ver tem de tudo um pouco...

    Se Lumna estava falando de April, ninguém poderia dizer, era bem possível, mas a garota tinha uma lista imensa em sua mente de nomes que preferira não citar, pois ela sabia que logo May, July, October, November e Alanna descobririam sozinhos aqueles pertenciam a lista negra de Lumna.

    Pessoal vamos, o salão comunal da Corvinal fica na torre leste! – Explicou ela avançando pela grande escadaria de mármore que levava ao primeiro andar e guiou todos em direção ao grande salão central, mais conhecido por: “Sala das Escadarias”.

    Com milhares de quadros para todos os lados e centenas de escadas que se moviam sozinhas de um lado para o outro, era sem dúvidas um dos aposentos mais fascinantes de Hogwarts. À medida que os estudantes avançavam os quadros com vida acenavam em boas vindas. –
    Olá, pequena dama... – Disse uma jovem pintura com trajes azul que denunciavam que o quadro fosse de uma época muito distante. A mulher piscara para Alanna num sorriso sincero.

    A torre da Corvinal, ou mais conhecida como “O ninho” ficava no quinto andar no ponto mais afastado que lá havia. A jornada até lá não demorou muito, isto porque Lumna e os demais veteranos provavelmente já conheciam o caminho sem duvidas. O grupo azul avançou em um longo corredor cheio de grandes janelas em forma de um semiarco, que possuíam uma ampla visão dos jardins do castelo. Uma grandiosa estátua de uma águia sábia e majestosa bloqueava a entrada para a torre no final do corredor.


    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 8463db789d5bbd888eb87444aca21ad7
    Sei que não é uma águia, mas foi o mais próximo que consegui achar para ilustrar...

    A estátua ganhou vida quando os primeiros corvinos aproximaram-se dela. – Muito boa noite, sábios filhos de Rowena Ravenclaw...

    Domina Parvam... – Exclamou uma voz calma e sonora. Um homem alto de cabelos grisalhos, olhos cobertos por óculos de lente quadrada, um belo sorriso no rosto transpassava segurança a quem o olhava. Trajava longas vestes azuis-safira. – Entrem... Sábios seguidores de Rowena...

    No exato momento que o homem proferiu as palavras “Domina Parvam” a grande estátua em forma de águia abriu suas asas e moveu-se se arrastando de contra a parede atrás, encaixando-se em uma grande abertura em forma arco. A estátua começou a girar entorno de si e subir revelando uma escada em caracol que era vista pela abertura em arco. A escada levou alguns minutos para parar de se mexer até que fosse seguro para os alunos avançarem e subirem em direção ao “Ninho”.


    Daemon Griffiths




    Graham Bornhöffer levantou-se quase que de imediato e junto a ele, uma linda garota ruiva com poucas sardas no rosto, olhos verdes e muito vivos, não se tratava de uma veela, mas era muito bonita por sinal. Gwendolyn Harlequin fora uma das poucas que conteve sua curiosidade nos garotos ali citados, isto porque ela imaginava que não deveria estar sendo muito fácil para eles àquela exposição toda e tão pouco concordava com o que Warlcok havia feito.

    Vamos, leões... – Chamou Bornhõffer.

    Encontre-nos você sabe onde, Graham... E, ah! Sem a sua namoradinha... – Disse Scorpius o mais antipático que conseguia ser, olhou com desprezo a Gwendolyn e saiu a passos largos de nariz empinado.

    Vá à frente, eu não o suporto... – Murmurou Gwendolyn a Graham.

    Certo... Você, Daemon Griffiths? – Chamou Graham aproximando-se do pequeno – Vem, comigo, pelo jeito preciso ficar de olho em você...

    Quando o grupo vermelho deixou o grande salão principal, viram de relance o capitão da casa, Finnick, adentrando as masmorras, acompanhado por Edward Escher um aluno da sonserina. Graham guiou o grupo pela grande escadaria de mármore que levava até o primeiro andar e por sua vez até o grande salão das escadas que, sem dúvidas, era o lugar mais fascinante que havia em Hogwarts.

    Com milhares de quadros para todos os lados e centenas de escadas que se moviam sozinhas de um lado para o outro, era sem dúvidas um dos aposentos mais fascinantes de Hogwarts. À medida que os estudantes avançavam os quadros com vida acenavam em boas vindas. –
    Olá, jovem senhor – Disse um jovem guerreiro em pintura com trajes vermelhos que denunciavam que se tratava de um cavaleiro de armadura carmesim. O homem reverenciava em respeito à Daemon, com uma expressão horada em seu rosto.

    Tomem cuidado, é muito fácil se perder por aqui! – Avisou Bornhöffer, vez ou outra espiando Daemon com o canto dos olhos – O salão comunal da Grifinória fica no sétimo e último andar!

    A torre da Grifinória, ou mais conhecida como “A Toca” ficava no sétimo andar, no ponto mais distante que se poderia imaginar. O grupo carmesim avançou em um longo corredor cheio de grandes janelas em forma de um semiarco, que possuíam uma ampla visão da Floresta Proibida. Não havia abertura ou qualquer tipo de porta no final do corredor, era como um beco sem saída. O curioso estava por conta de uma bela espada longa e pesada, com rubis cravejados em sua base e símbolos antigos desenhados perfeitamente em sua lâmina. A espada estava presa a uma pedra e parecia tão firme que seria quase impossível arrancá-la de lá.


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    Puer Dominum! – Exclamou uma voz forte, imponente e feminina. Uma mulher alta de cabelos negros e ondulados, olhos castanhos avermelhados, um rosto sério e antipático, lábios rubros e grossos surgira entre o grupo vermelho. Trajava longas vestes carmesins – Vamos! O que estão esperando, levantem a espada!

    No exato momento que a bruxa proferiu as palavras “Puer Dominum”, a espada ganhou cores mais vivas e sua lâmina refletia as cores vermelhas das vestes de cada estudante. – Faça as honras, Griffiths, levante a espada... – Sugeriu Graham.


    Clément Vaganay




    Pessoal, hora de irmos! – Anunciou Louie Beauchamp com seu forte sotaque suíço. – Clément Vaganay, Lillo Mauí e Ewgol Liamtroop, vocês venham comigo, ordens de nossa diretora...

    Acho melhor eu ficar um deles... – Sugeriu Sophia Bornhöffer com um “quê” de preocupação em sua face – Ewgol, você fica comigo no fim da fila e vocês dois vão com o Louie!

    Por uma fração de segundos os olhos de Lillo e Ewgol finalmente se encontraram. O que a menina viu ou imaginou que havia visto talvez nunca cheguemos, a saber. Pálida ela desviou o olhar avançando os passos em direção ao monitor suíço tentando disfarçar sua palidez.

    Tudo bem, Mauí? – Perguntou Louie enquanto fazia sinal para os demais formarem fila e o seguirem.

    Sim, sim... Estou um pouco cansada... – Mentiu a menina nervosa.

    O grupo amarelo deixou o grande salão principal, ignorou a grande escadaria de mármore que levava ao primeiro andar para voltar às masmorras. Passaram diante de um grande portal-duplo de madeira velha com um único quadro que mostrava uma linda fruteira recheada de frutas e um jovem gordão e comilão levava as frutas a boca. –
    Olá, jovem Justiceiro – Cumprimentou o jovem gordão feliz, vestindo trajes amarelos que denunciavam se tratar de um juiz dos tempos medievais.

    Seguiram a diante adentrando mais e mais a cavernosa masmorra que estava mais gélida e úmida do que de costume. Finalmente viraram a direita em um corredor, onde viram as primeiras tochas amareladas que indicavam que o domínio do texugo está próximo.

    O Salão comunal da Lufa-lufa, ou mais conhecido como “O Túnel” ficava ao norte das masmorras, em um ponto distante e muito bem iluminado pelas tochas amareladas. O enorme corredor que levava a “entrada” do “Túnel” tinha o seu fim em o que se poderia chamar de “beco sem saída”, não havia se quer alguma porta ou algo que se pudesse entender que fosse a entrada do salão comunal. Um pequeno tronco de árvore jazia lá solitário, sem plantas ou flores, exceto por uma brilhante e magnifica taça de ouro que se destacava por cima do tronco refletindo as cores e imagens em seu entorno.


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    Puer Vigilante! – Exclamou uma voz fina e muito conhecida – Maravilhoso! – Cantarolou o homem de cabelos brancos e longos que iam até a cintura. Olhos marcantes e uma expressão enigmática no rosto como de costume. Whix surgiu diante do grupo amarelo parando diante de Clément, Lillo e Graham. – Vamos, vamos, o que estão esperando? Sr. Vaganayzinho, seja o primeiro do ano a provar sua lealdade a nossa deusa, nossa ama, nossa poderosa e ES-tuh-PÊN-DAH, Helga!

    No momento em que Whix proferiu as palavras “Puer Vigilante”, a taça encheu-se com um líquido quase transparente, um aroma forte, porém doce e gostoso, mas não era possível distinguir que tipo de sabor realmente tinha. A taça pareceu ficar com cores mais vivas e o dourado reluzia tão imponente mostrando seu valor.


    Annabelle Hooper




    Finalmente acabou este discurso chato... – Disse Alicia Fleuret, com seu sotaque francês. Alicia pertencia ao quinto ano, possuía um rostinho angelical, embora ela tivesse no rosto os olhos de uma menina mimada, traiçoeira e interesseira. – Vamos, meu povo, vou guia-los até o salão comunal, de longe o melhor lugar de Hogwarts!

    Teu povo? Está brincando... Foi uma péssima ideia terem dado a você este distintivo! – Retrucou Damyien Hermstorm, um garoto de atitude do segundo ano. Damyien era tão bonito quanto à irmã mais velha, Freiya e possuía os característicos traços da família Finnick: Cabelos negros, olhos tão escuros e vazios e o rosto comumente pálido. Ao contrário dos primos, Damyien era o mais tranquilo e quieto, embora possuísse um tom autoritário como seus iguais. – Eu não entendo o porquê, mas Hooper! – Chamou ele, buscando Annabelle e Melissa – Vocês venham comigo, ordens superiores...

    Alicia inchou a cara aborrecida como sempre fazia quando era menosprezada por alguém, atitude que Damyien estava mais do que cansado de fazer. O mais jovem dos Finnick’s e Hemstorm, também monitor da casa Sonserina guiou o grupo verde para fora do salão comunal, sendo acompanhados de perto pelas duas primas e protagonistas. Vez ou outra o Monitor, ainda calado, as olhava com curiosidade, buscando entender como bruxas que mal sabiam segurar uma varinha direito poderiam ter sobrevivido ao que quer que fosse. “Provavelmente é porque são Sonserinas, aposto que aquele que morreu pertencia à casa dos Lufanos, eca...” Concluiu ele unicamente para si, perdido em seus pensamentos.

    O grupo avançou pelo mesmo caminho antes feito pelos Lufanos. Ignoraram a grande escadaria de mármore que levava ao primeiro andar para voltar às masmorras. Passaram diante de um grande portal-duplo de madeira velha com um único quadro que mostrava uma linda fruteira recheada de frutas e um jovem gordão e comilão levava as frutas a boca. Este, por sua vez ignorou os estudantes verdes como alguém que se ofendia com tal presença.


    “Gordo!” , “Come mais!”, “Como se atreve a não nos reverenciar?” Eram os comentários de repudio a atitude da pintura. Annabelle e Melissa ouviram ainda um menino cochichar sobre atear fogo na pintura.

    Não que eu tenha qualquer apreço por aquele gordo, mas jovem fogo nele e prometo a vocês, me conhecerão de uma maneira que poucos tiveram a chance... – Comentou uma voz forte e autoritária. Um garoto do quinto ano, grandalhão de cabelos negros, olhos escuros e vazios, uma palidez no rosto característica e a expressão egocêntrica estampada em sua face.

    Relaxa, Bowick, é só um quadro.. – Comentou Freiya, que junto com suas amigas que mais pareciam sombras, elas desfilavam diante do grupo em direção ao mesmo fim.

    Finalmente chegaram a uma escada estreita e sorrateira que era difícil de enxergar, devido a pouca iluminação. Um quadro logo no inicio da escada mostrava a pintura de um velho ancião cujo rosto estava coberto por seu capuz e apenas o semblante aparecia na penumbra. O velho segurava com desejo uma varinha interessante e chamativa. –
    Minha e só minha... – Murmurava o ancião preso a sua ambição. Quando percebeu os alunos aproximarem-se o velho escondeu o objeto rapidamente – Olá, minha senhora... – saudou em respeito, curvando-se para Annabelle.

    A escada em caracol levava a dois níveis abaixo da superfície em direção a um pequeno corredor bifurcado. Damyien tomou a passagem da direita, ignorando a esquerda. –
    Para os novos alunos e, também, para os veteranos que precisam se lembrar, a passagem da esquerda é totalmente PROIBIDA! – Avisou ele, mesmo sabendo que era inútil, mesmo sabendo que em poucas horas ele e outros monitores seriam chamados para resgatar alunos que se perderam por lá, mesmo sabendo que perderia pontos para a casa por burrice alheia.

    O corredor a diante era longo, grande e circular, parecia ter sido feito por uma grande serpente que provavelmente, criava seu covil. O lugar era iluminado por tochas de fogos esverdeados e pequenas esmeraldas brilhantes espalhadas por todo o lado. O fim do corredor estava vazio. Um grande muro qualquer feito de pedra anunciava a todos que ali era o fim do caminho, como um beco sem saída. Annabelle e a prima notaram logo, um solitário objeto reluzente sobre uma estatueta em forma de serpente. O objeto era a própria preso de uma grande serpente mística que se acreditava não existir em realidade.

    Salve Mulier! – Exclamou uma voz calma, harmoniosa e feminina. Uma bruxa alta de cabelos negros que iam quase até a cintura, um rosto bonito e rosado, lábios grossos e olhos vendados, surgiu entre o grupo de pequenas serpentes diante da tão misteriosa entrada da casa. A mulher trajava longas vestes verde-esmeralda, um chapéu antigo coberto por uma falsa cobra que contornava o mesmo.


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    No momento exato que a bruxa proferiu as palavras “Salve Mulier”, a presa da então estatueta em forma de serpente ganhou cores vivas, reluzindo com mais fervor os reflexos que lhe chegavam. Sobre o muro diante de todos, que antes era comum e sem detalhes, surgia como se alguém escrevesse naquele momento uma singela frase que brilhava em tons de verde “Gratissimum, anguis  effundam in sanguine tuo super me et ego ostendam illi potestatem”.

    A bruxa virou a cabeça no exato ponto onde Annabelle estava –
    Uma Hooper... – Disse ela com um sorriso sincero e caloroso – Muito bem, aposto que Edgar a ensinou muito bem como entrar no conhecido Covil das Serpentes, estou certa?

    A ideia era clama e uma só. Damyien ofereceu à pequena Annabelle a presa viva de uma grande serpente da antiguidade. Ela deveria derramar seu sangue sobre a parede provando a pureza do mesmo, do contrário não seria bem vinda ao covil.




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    Mensagem por Raijecki Sáb maio 19, 2018 2:13 am


    A tentativa de esconder a risada por achar engraçado as palavras que seu colega lhe dizia talvez passassem desapercebidas aos olhos de alguém normal, mas não para Daemon, pois havia aprendido desde jovem a controlar sua memória fotográfica a ponto de perceber meros detalhes escondidos em feições fingidas. O problema era se controlar para não se exaltar com o garoto ali, na frente de todos. Um ar de esperança lhe veio quando o garoto fez se saber de que carta Daemon estava falando.

    E passou tão rápido quanto um cavalo-do-lago pode devorar alguns desavisados, quando Andrew mostrou estar se referindo na verdade, a carta que Hogwarts manda para seus novos bruxos. Daemon não escondeu de seu rosto o desapontamento, ou talvez inveja por Andrew ser tão "inocente" com o que estava acontecendo. A gota d'água foi chama-lo de maluco.

    - Para você seria melhor que eu fosse Andrew. - Respondeu seco o garoto. - Vamos fazer o seguinte, depois de todos irem dormir, eu te entrego a carta que eu tenho para você, e não, infelizmente eu não estou brincando. - Esperava que seu tom de seriedade fizesse Andrew o levar a sério pelo menos a ponto de não ignora-lo durante o resto da noite.

    Um garoto loiro mais velho se levantou seguido de uma bela garota. Daemon não conhecia a garota, mas sim o rapaz. Era o garoto que havia ajudado a ele e William a achar uma cabine na locomotiva da ida de Londres até Hogwarts.

    E que sabia das cartas.

    "Graham sobrenome esquisito que eu não me lembro". - A visão de Daemon poderia ser impecável, mas sua audição era normal como de qualquer outro. Graham chamava os alunos da Grifinória para irem até o salão comunal. Um outro garoto antipático que parecia mais um aluno da Sonserina do que outra coisa, falou para Graham o encontrar sabe ele onde, sem a garota. Os dois, o antipático e a garota, pareciam não se dar muito bem.

    "Finalmente vou ter um pouco de paz indo para o salão comunal, assim posso pensar melhor." - Pensou Daemon, precisava se concentrar e entregar a carta de Andrew sem que ninguém atrapalhasse. Infelizmente parecia que isso seria um pouco mais difícil do que já aparentava ser, pois Graham logo chamou o nome de Daemon se aproximando do mesmo e dizendo que deveria ficar de olho nele.

    - E eu de você, precisamos conversar a sós quando pudermos. - Falou em um tom baixo para os outro não ouvirem. Talvez tal audácia pudesse prejudicar ainda mais sua moral com os outros, mas não podia perder a oportunidade.

    Seguiu com Graham e o grupo de estudantes para fora do salão principal e pode ver o capitão da Grifinória, o antipático Finnick ir em direção as masmorras com outro aluno, este, da Sonserina.

    "Ah, saquei, vocês tem um clubinho só para vocês não é? Desde que não se intrometam comigo, tudo bem." - Daemon estava tão focado em tentar resolver o mistério que nem se dava conta do perigo em desafiar os outros mais velhos, caso precisasse. Parecia não lembrar que só estava vivo porque uma garota o havia salvado.

    Seguiram pelas belas e imponentes escadarias de mármore que levavam até o primeiro andar, onde ficava o grande salão de escadas. Um lugar tão magnifico que Daemon não se conteve em abrir a boca e soltar novamente um "Ual!". Milhares de quadros enfeitavam o local e centenas de escadas o tornavam ainda mais espetacular. Um dos quadros, de um cavaleiro de armadura avermelhada cumprimentou Daemon educadamente, um gesto típico de um nobre cavaleiro.

    - Olá, nobre cavaleiro. - O respondeu fazendo uma reverência educada e respeitosa mesmo sem saber quem havia sido o tal cavaleiro. Graham chamava a atenção para que não se perdessem por aí, sempre olhando disfarçadamente para Daemon. "Eu não poderia me perder nem se quisesse, seu almofadinha, não esqueço de nada que eu vejo." - Lógico que Graham não sabia deste detalhe, mas Daemon parecia não se importar, para ele, todos os outros podiam ser suspeitos e deveriam ser tratados como tais, pelo menos até a verdade vir a tona.

    Depois de andar por muitos andares, finalmente chegaram ao sétimo e último, onde a torre da Grifinória, mais conhecida como "A toca" ficava. Uma grande e belíssima espada cravada em uma pedra bem em sua frente chamou absurdamente a atenção de Daemon e dos outros. Uma voz firme e feminina exclamava "Puer Dominum!" e a espada ficava mais bela ainda refletindo as cores dos uniformes dos alunos em sua frente. A mulher que havia dito aquelas palavras vestia uma roupa vermelha e possuia um visual um tanto exótico, tão exótico como todos os outros professores de Hogwarts. "Será que nenhum docente daqui parece um pouco mais normal?"

    A mulher falava para tentarem levantar a espada o quanto antes. Graham logo depois dela, incentivou Daemon a ser o primeiro.

    - Com certeza, pode deixar... - Os olhos de Daemon brilhavam diante da bela espada. Fez uma reverência para a dama de vermelho e se moveu até a espada, a puxando com força e jeito que normalmente só um cavaleiro de bom coração faria. Pelo menos era o que achava, pois nunca havia conhecido um pessoalmente, só em histórias que seus pais lhe contavam e dos livros que havia lido.

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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por mimacarfer Sáb maio 19, 2018 12:47 pm


    Annabelle tentou disfarçar seu incômodo no jantar o máximo que pode, ficando mais quieta e observando ao seu redor. Percebia os olhares dos professores e funcionários, assim como os de seus colegas de mesa, e quando isso acontecia tratava de brincar com a comida que colocara em seu prato pra não ser questionada sobre não estar comendo. Uma vez ou outra até chegava a levar algo à boca, mas tudo parecia descer seco demais até seu estômago.

    Quando notou a presença da bruxa que tinha os olhos vendados por um lenço da cor de seus olhos, ficou pensando se ela seria cega. Observou-a com curiosidade por um tempo, perguntando-se porque ela sorria tanto, mesmo após anunciarem a morte de um estudante...

    Assim que finalmente todos terminaram e a diretora deu permissão aos monitores de guiarem os estudantes de suas casas para o salão comunal, a estudante foi uma das primeiras de sua mesa a levantar. Estava ansiosa para ver suas coisas e terminar aquele dia fatídico.

    Uma garota de sua casa de forte sotaque francês agradecia pelo fim do discurso que chamava de chato, e ela internamente concordava. Um outro garoto, pouco mais velho do que ela e a prima, aproximou-se dizendo que havia sido uma péssima ideia terem dado o distintivo de monitor à garota.

    A conversa dois parecia tão interessante que o olhar de Annabelle foi parar em outros lugares do salão. Viu ao longe a monitora da Corvinal, uma garota de belos cabelos prateados, organizar os estudantes de sua casa, incluindo a garota ruiva da locomotiva, e sair rumo à porta pela qual haviam entrado anteriormente. Em seguida foi a vez da Grifinória e seu mais novo aprendiz de herói deixar o grande salão, seguido do monitor da Lufa-Lufa que ajudara ela e Melissa com suas malas na locomotiva e o tal Clément Vaganay.

    Sua cabeça estava longe quando ouviu o garoto que antes discutia com a monitora chamar seu sobrenome. Olhou rapidamente para ele, ouvindo a ordem de ir com ele. Notou a cara aborrecida da outra garota que parecia ser monitora da casa, mas ignorou-a totalmente, consentindo com a cabeça e aproximando-se junto a Melissa, sem pronunciar uma palavra sequer.

    O garoto as conduziu para fora do Salão Principal, seguido pelos demais alunos da casa de Salazar. Vez ou outra, olhava para ela e para a prima com curiosidade, porém sem falar uma palavra sobre seus pensamentos. Embora incomodada, Annabelle preferiu ignorar a situação, afinal não cairia bem enfrentar um monitor logo em seu primeiro dia, mas às vezes o encarava, como a mostrar que sabia que ele estava a observando.

    O grupo avançou pelo caminho rumo às masmorras, passando diante de um grande portal duplo de madeira que continha um quadro com uma linda fruteira recheada de frutas e um jovem gordo e comilão que levava uma delas a boca. A garota sorriu ao vê-lo, mas foi ignorada. Não entendia direito o porquê, mas a ficha não demorou a cair. Logo ouviu os alunos provocando-o com palavras grosseiras como “Gordo!”, “Come mais!”, “Como se atreve a não nos reverenciar?”. Olhou assustada para Melissa ao ouvir um menino cochichar sobre atear fogo na pintura. Na sua casa sua mãe lhe ensinara a ter repeito pelos quadros de Hogwarts pois todos ali tinham sua história e eram membros importantes da sociedade bruxa.

    Ouviu uma voz forte e autoritária responder ao comentário e buscou de onde vinha, encontrando um garoto grande e pálido, de cabelos negros e olhos escuros e vazios, como a maioria dali parecia ter. Sorriu para ele enquanto uma garota o chamava de Bowick e mandava que relaxasse, afinal aquilo era SÓ um quadro. Respirou fundo para não responder a garota e continuou andando. Não queria mais confusão naquela noite...

    Quando finalmente chegaram a uma escada estreita e pouco iluminada, notou mais um quadro, dessa vez mostrando um velho ancião cujo rosto estava encoberto por um capuz, deixando apenas seu semblante à mostra. Segurava uma varinha interessante e chamativa e murmurava que ela era dele, e só dele, porém ao perceber a aproximação dos alunos a escondeu com pressa, saudando-a e curvando-se para Annabelle:

    - Olá! - disse sorrindo e lhe acenando com a mão, antes de se apressar em descer a escada junto ao grupo.

    Desceu dois níveis junto aos demais, chegando em um pequeno corredor bifurcado onde foi instruída a tomar sempre a passagem da direita e sendo avisada que a passagem da esquerda era totalmente proibida. Se perguntou o porque disso enquanto passava por ele, tentando observar o local. Continuou caminhando pelo longo corredor circular iluminado por tochas esverdeadas, já começando a sentir os primeiros sinais de cansaço pelo dia, quando avistou o fim do corredor. Um grande muro feito de pedras anunciava a todos que ali era o fim do caminho, um tipo de beco sem saída. Inicialmente imaginou que a parede se abriria com algum feitiço, como no Beco Diagonal, mas logo notou um objeto reluzente sobre uma estatueta em forma de serpente. Prestou mais atenção, aproximando-se, e sorriu ao ver que era a presa de um basilisco!

    "Salve Mulier!", exclamou uma voz calma, harmoniosa e feminina atrás de si. Virou-se e viu a mulher de olhos vendados surgir entre o grupo de estudantes. Então ela era a professora responsável pela Sonserina? Isso explicava a faixa esverdeada... Como não pensara nisso antes?

    Notou que algumas palavras em tons esverdeados começavam a se formar no muro diante deles, como se alguém as escrevesse naquele momento e sentiu um calafrio percorrer seu corpo. “Gratissimum, anguis effundam in sanguine tuo super me et ego ostendam illi potestatem”. Não sabia o que significava, mas imaginou que seria alguma mensagem de boa-vindas aos alunos da casa. A bruxa virou a cabeça para onde estava parada, com curiosidade e um sorriso sincero e caloroso, dizendo que apostava que seu pai a ensinara muito bem a entrar no Covil das Serpentes, ao que a jovem respondeu confiante:

    - Sim, senhora!

    Não conhecia a bruxa, mas a menção de conhecer seu pai já era o suficiente pra fazer com que annabelle já gostasse dela. Pegou a presa de basilisco que o monitor lhe estendia e, sem pensar duas vezes, passou-a sobre a palma da sua mão, ignorando a dor, orgulhosa por poder provar seu sangue puro diante dos outros estudantes.
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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por Bravos Seg maio 21, 2018 6:10 pm


    O garoto francês ficou um pouco desconcertado com a resposta de Lilo. Ela parecia mais grave do que deveria ser uma criança do primeiro ano. Mas talvez ela tivesse razão. Com todos olhando para eles, talvez permanecessem longe de perigos. - Acho que você está certa. Deve ser por isso que ela é diretora. - Seus olhos correram pelo salão procurando Daemon, Alanna e mesmo a garota que fora para Sonserina, Annabelle. Tentava de alguma forma imaginar como eles se sentiam também. Será que tão confusos quanto? Foi quando resolveu quebrar o gelo e falar sobre o fato de estarem juntos. Novamente foi pego de surpresa. A resposta de Lilo veio como um soco e ela veria Clément boquiaberto com a resposta. - Eu... Tá. - Fechou a boca e juntou o alimento em seu prato, levando-o com o garfo para ocupá-la.

    Quando acabou o jantar, os monitores vieram em direção deles para conduzi-los até o salão comunal. Louie Beauchamp chamou os três para irem com ele, esclarecendo serem ordens da diretora. Seu sotaque era conhecido para Clément. Ele era suíço. Clément morou perto da fronteira com a suíça e por isso reconheceu seu sotaque com facilidade. De certa forma, aquilo o confortou. - Oui. - Respondeu prontamente, quase sem se lembrar do fato que todos pareciam ter horror a Ewgol. Quando a outra monitora chamou Ewgol para ficar com ela, Clément lembrou-se. Foi caminhando ao lado de Lilo seguindo em direção às masmorras. Ele olhava para o chão, embora devesse estar prestando atenção em como chegar no seu salão comunal. Falou baixo, para que só Lilo escutasse, da mesma forma que ela fizera com ele mais cedo. - Qual o problema de Ewgol? Porque todos tem receio dele? - Nesse momento passavam ao lado do quadro de um jovem obeso.  - Não posso simplesmente não falar com alguém porque todos tem medo dele. Tem que haver um motivo. - Havia uma irritação na voz de Clément. O princípio de Égalité está muito impresso nos corações franceses para serem desprezados do nada. E, obviamente, Ewgol ali não era tratado como igual.

    Chegaram até o túnel e encontraram lá com o professor Whinx. O que queria dizer que ele deveria ser o líder da Lufa-Lufa. Clément ainda tinha dúvidas se confiava ou não nele, mas ele era um professor. Inclusive o primeiro professor com quem teve contato. Algum crédito tinha que dar-lhe. Ele recitou umas palavras e uma taça que estava sobre um tronco encheu-se de um líquido com odor forte e adocicado. O garoto observava curioso como aquilo tinha acontecido e ainda estava olhando para a taça quando Whinx o chamou. - ... Eu? - Indagou-se e ao confirmar que era com ele que falava, foi se aproximando. Com um movimento hesitante, Clément pegou a taça entre as mãos e deu uma longa olhada nela e no que havia dentro. - O que é isso? - Sua pergunta era transparente como água. Talvez como aquele líquido. Não havia desconfiança, mas sim curiosidade pueril. Recebendo a resposta que recebesse, daria um gole, engoliria e, em seguida, tomaria o resto da taça.

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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por Hylian Qua maio 23, 2018 3:32 am


    CAPÍTULO DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia









    Alanna O’Shier



    Incrédula, Alanna logo imaginou sobre quem o misterioso chefe da casa se referia, a sua mãe, Mell. A pequena ruiva olhara de relance para a irmã mais velha, mas ela parecia estar tão impressionada quanto. Seria possível que seus pais e o Sr. Clowl tivessem sido companheiros em sua adolescência? Teriam estudados juntos? Alanna só deixou os pensamentos de lado quando voltou a se interessar pela magnifica estátua que decorava o Ninho de Rowena. “Rowena Ravenclaw, a pequena dama e sábia...” Leu com atenção. “Pequena dama...” Repetiu para si mesma.

    Curioso, não é? – Perguntou Cassandra Blackheart aproximando-se de Alanna. – Aquele quadro te cumprimentou chamando de “pequena dama”...

    VERDADE! Pensou a pequena ruiva na mesma hora. Alanna não se lembrava de perceber a presença de Cassandra naquele momento, mas como poderia, havia dezenas de estudantes aglomerando-se nas escadarias, ela poderia estar em qualquer lugar.

    Você também estava lá, não estava? – Perguntou Alanna, respirando fundo e fazendo o possível para manter-se tranquila.

    Sim, mas fale mais baixo... – Cochichou Cassandra, trazendo a ruiva para mais peto e longe do grupo de corvinos – Eu estava com o Clément, aquele garoto francês, e o tal Ewgol até ele se assustar e desaparecer...

    Do fundo do salão comunal de cima das escadas jazia um menino arrogante, com a expressão de puro ódio e nojo estampado em sua face, seus olhos pareciam ferver. O garoto pertencia ao quinto ano, loiro, olhos esverdeados e lábios finos. Era o único ali que trajava um uniforme diferenciado das comuns vestes de Hogwarts, era uma longa veste usada apenas pela nobreza inglesa e, como exigência, utilizariam roupas adequadas. Alfred Axphord era seu nome e todos ali, ou pelo menos a maioria sabia disso, ou ao menos teriam ouvido falar da família Axphord e o triste fim que os levou a “ruína”. Alfred, ainda parado quase sem mover um músculo, estudava os novos alunos que se enturmavam dentro do ninho com os veteranos.

    Quando o nobre Axphord decidiu descer as escadas, trazendo consigo seu ódio que parecia gritar por todo o ninho, fora que Lumna Hughes, a garota de cabelos prateados, levantou-se do confortável sofá onde papeava com seus companheiros e seus olhos sérios e a expressão ansiosa em sua face fizeram todos acompanhar sua preocupação. Stacy aproximou-se de Alanna como se desejasse protege-la e aproveitou para juntar Cassandra também, trazendo-as mais para próximo deles. –
    Fiquem com a gente... – Cochichou a irmã mais velha.

    Então, parece que temos três testemunhas do trágico acidente no Expresso Hogwarts! – Exclamou o nobre corvino, abrindo um sorriso maléfico, de alguém que em realidade pouco se importava com a morte alheia e muito menos com os sentimentos dos seus próximos.

    Cale a boca, Axphord! – Ralhou December, um menino tão parecido com May que Alanna logo percebera ser mais um Woodburn.

    Que engraçado... – Riu forçadamente aproximando-se da estátua central – A cada ano que passa, eu vejo mais “wudiloosers” nesta casa...

    Já basta, Alfred! Mais uma palavra e juro que te darei uma lição! – Retrucou March Woodburn estufando o peito e mostrando o distintivo de Monitor.

    Olhem só, o pirralho que pode ver os mortos... – Comentou Alfred demonstrando uma falsa impressão.

    Deixe o meu irmão em paz! – Disse July, colocando-se a frente do irmão menor, May.

    May se encolhia amedrontado com o olhar frio de Axphord.

    Se querem saber... Quem quer que tenha matado aquele sujeitinho, fez-nos um favor... Hogwarts já está infestado de ratos de sangue impuro... – Alfred cuspira no carpete azulado, demonstrando seu desgosto.

    Não vou tirar pontos da casa, porque seria injusto com todos nós, mas Alfred, chega! Ninguém mais aguenta! – Gritou Lumna aborrecida. Era difícil imaginar a garota tão irritada quanto naquele momento, quando na maioria das vezes, ela estava sempre serena e sorrindo para a vida. – DETENÇÃO!

    Os olhos de May lacrimejaram com a ultima olhada que Axphord lhe dera. O jovem nobre e orgulhoso deixara o salão comunal azul escoltado pela garota de cabelos prateados e o irmão mais velho de May.



    Daemon Griffiths




    Nem bem Madame Backenbauer deixara a toca dos leões, Daemon Griffiths, cansado de não obter resultados com o companheiro, Montbell, se dirigiu até onde os monitores estavam. Graham, o alemão, ainda acompanhava os últimos passos da chefe antes de desaparecerem na penumbra.

    Conversar com o Prof. Dwelrf... – Repetiu o alemão curioso – Acho que vai ser difícil conseguir conversar com ele, pois já é tarde, é provável que esteja dormindo.

    Duvido! – Retrucou a ruiva Harlequin ao lado – Ele era um dos únicos professores presentes no Expresso, provavelmente participará da reunião...

    É possível, mas duvido que haja algo mais importante do que a morte daquele menino... Acho melhor você conversar com o professor Dwerlf amanhã! – Concluiu Graham, que vez ou outra puxava de dentro de um dos bolsos um pequeno objeto prata que parecia lhe dizer as horas.

    Um garoto loiro e magricela, também do primeiro ano, que Daemon e os outros lembravam ser um dos meninos que acabara de ser selecionado a casa dos leões, chamou a atenção de todos ao expressar “Uau” diante de uma das grandes janelas da torre do leste, onde jazia a toca dos leões. –
    Olhem, é um centauro de verdade! – Exclamou animado.

    Todos se aproximaram das janelas e tomados pela curiosidade. Realmente lá na orla da floresta, bem longe de onde estavam, era possível ver um grande e musculoso centauro que vestia um terno-bruxo escondendo apenas a parte humana de seu corpo, deixando o resto à mostra.

    Madame Backenbauer surgira da penumbra caminhando em direção ao centauro e era possível identifica-la, pois aquelas vestes carmesins, cor tão quente, só poderia ser dela, ninguém mais em Hogwarts cultivava cores em tons de vermelho. A chefe dos leões era acompanhada por dois estudantes, sendo um com vestes em detalhes vermelho e outro em verde denunciando suas casas.

    Então é verdade... Kenth, o centauro voltou a Hogwarts... – Comentou Harlequin desejando saber o que aqueles quatro conversavam.

    Isso quer dizer que os Finnick’s perderam... – Comentou Graham sério atrás de todos, espiando o que lhe era possível ver.

    Minha mãe trabalha no Ministério e disse que as coisas não estão bem. É a primeira vez que um bruxo perde um processo contra um animal mágico... – Comentou o garoto loirinho de antes.

    Como é o seu nome? – Indagou Gwen curiosa.

    Math, Matthew Tasslehoff...



    Clément Vaganay




    Completamente em choque com a dancinha cantarolada de Whix, Lillo enrubesceu, sem saber como agir naquele momento e percebera que não era a única, exceto os mais veteranos que já eram acostumados com tal loucura. – Ele ensina Estudo de Esportes Mágicos... – Respondeu tentando tirar da cabeça a imagem triste de seu chefe.

    Bom, agora todos nós estamos livres para explorar o túnel até a hora de dormir. Onze em ponto, eu quero todos no dormitório, sem exceção! – Disse o montior, olhando com severidade para aqueles conhecidos por não seguirem as regras.

    Balchior emburrado por mais uma vez ser excluído do que quer que fosse acontecer, dedilhava com orgulho o distintivo de monitor-chefe, mesmo que aquilo parecesse uma piada, já que ele não parecia exercer a autoridade um chefe, às vezes lhe parecia que seus irmãos mais novos tinham mais presença e privilégios que ele, e eram apenas monitores comuns.

    De relance, Lillo e Clément avistaram Ewgol que subia as escadas em silencio até adentrar o dormitório dos meninos e fechar a porta atrás de si. Lillo olhava a porta circular dos meninos com curiosidade, mas parecia cultivar tal ansiedade. Desejava ir até lá, mas o impasse de não poder acessar o canto dos meninos parecia ser uma boa desculpa para não se aproximar do menino. Desejava que Clément fosse uma menina, assim não se aproximaria dele, mas era querer demais.

    Os dois, Clément e Lillo, perceberam que ainda eram o assunto da vez, claro! Aquela noite estava apenas começando e ainda faltava uma hora e meia antes das onze, horário padrão para que os alunos começassem a ir para seus dormitórios. Mauí desejou ser invisível para escapar do Salão amarelo sem ser vista, ela queria e precisava muito conversar com Whix, o único ali em quem ela confiava. Não conseguiria dormir bem sabendo que no dormitório ao lado estaria provavelmente um suspeito da morte de um inocente, isto era o que ela acreditava, já que não gostava nada do que sentia ao olhar Ewgol Liamtroop.




    Annabelle Hooper




    É a primeira vez que vejo esse gato pulguento se aproximar de alguém... – Comentou Bowick causando algumas risadas entre os alunos.

    Sabe, Bowick... – Começou Fargan calma e mantendo um sorriso irônico no rosto – Eu gosto desta ousadia tua, admiro a capacidade dos Finnick’s em como são atrevidos! – Disse a chefe dando alguns passos em direção ao monitor, este que, por sua vez, a encarou com firmeza, sem covardia – Nome do gato é Sylph, e ficarei grata que comece a respeitá-lo...  – A Sr. Farore parou diante do monitor demonstrando saber exatamente onde ele estava. O último sorriso desta vez mostrava sua autoridade absoluta no covil e nenhuma serpente era tão ousada capaz de enfrentar a serpente-rainha, exceto talvez...

    Olhem, só... – Murmurou uma voz leve e feminina. – Quais surpresas trazem um gato no Covil? – Perguntou ela num tom debochado – Claro, é bom não nos esquecermos do último leãozinho que aqui entrou, não é mesmo?

    A presença de Alexia Axphord era o suficiente para causar um incomodo curioso em quase todos ali, até mesmo Fargan parecia se incomodar, embora diferente dos demais, ela permanecesse calma. Sylph, o gato preto arrepiou-se todo em um movimento de ataque, quando percebera a menina estava próxima.

    Alexia era uma aluna do sexto ano, um tanto peculiar. Possuía cabelos castanhos claros, olhos verdes e maliciosos, tão profundos e vazios que se fossem pretos poderia se acreditar que era uma Finnick. Sua pele pálida, quase sem cor era estranha. A bruxa pertencia a mais alta classe da nobreza Inglesa e , assim como seu irmão mais gêmeo, vestia vestes diferenciadas para uma nobre.

    Como se atreve! – Vociferou Damyien irritado com a atitude da garota – Ninguém me tira da cabeça que você tem algo a ver com a morte daquele Gryffino...

    Você está me acusando, Finnick? – Perguntou ela arqueando uma sobrancelha. – Por que caso não tenha provas, terá muitos problemas...

    JÁ BASTA! – Ralhou Fargan sem conseguir se conter – O que houve no ano passado ficou lá e não é assunto de vocês! – Disse Farore impaciente – Axphord, é melhor tomar cuidado com o que diz, ou perderei a cabeça e você se juntará ao seu irmão...

    Aborrecida, a chefe do covil virou-se em direção a entrada do mesmo deixando todos para trás. O gato lançou olhares de puro horror para Alexia, esta que parecia não demonstrar qualquer sentimento, parecia tão fria e gélida com um olhar vazio e profundo, vagando sem rumo. Com um estalo de dedo e o felino desapareceu; reaparecendo nos braços de Fargan que desaparecia na penumbra da entrada.

    Ainda mantendo um sorriso maldoso, Alexia assistia sua chefe aborrecida deixar o local e seus olhos demonstravam que, o que quer que fosse que estivesse pensando, não seria nada bom...


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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por Raijecki Qua maio 23, 2018 2:20 pm


    Ao conseguir erguer a espada, um sentimento de orgulho tomava conta de Daemon. Vislumbrar aquela bela espada brilhar diante de seus olhos era uma memória que fazia questão de levar para o resto da vida. Várias plataformas surgiram diante de todos, formando uma considerável escadaria que encontrava seu fim em uma bela porta com o simbolo de um leão em sua maçaneta e uma escrita em uma lingua que Daemon não compreendia logo acima da mesma.

    A bruxa que antes incentiva aos alunos a tirar a espada da pedra agora desfilava com ar de superioridade e autoridade até a escadaria, sem antes lançar um olhar severo para Daemon. Parecia que o jovem grifo não teria vida fácil se depende-se dela. Por fim, a tal bruxa gritou para que todos se apressassem e adentrassem o salão comunal. Os veteranos iam na frente seguidos dos demais. Daemon seguia junto dá tal bruxa com a espada ainda em mãos, um pouco receoso de perguntar o que deveria fazer com a mesma.

    Graham dizia a senha em voz alta e clara, "Nesta noite, o leão dormirá na selva", e a porta logo se abria. Conforme iam subindo a escada em forma de caracol, Daemon notava que todos os primeiro-anistas ali, com exceção de Andrew, mostravam grande interesse com ele. Ou talvez, fosse mais curiosidade em saber o seu lado da história de terror que acontecera anteriormente na locomotiva. Daemon imaginava se os outros também estavam passando pela mesma situação, e como lidariam com isso.

    Quando Daemon, que havia sido o ultimo, adentrou a toca, a tal bruxa estralou seus dedos fazendo a espada, antes em posse de Daemon, desaparecer e reaparecer novamente fincada sobre a rocha, esperando um novo grifo que precisasse de sua utilidade. Tal situação deixou Daemon surpreso, e um pouco depois meio cabisbaixo, pois havia gostado de ficar com tal bela arma. Ela a fazia lembrar dos vários contos de cavaleiros que seus pais lhe contavam quando era menor. Para ele, as boas memórias eram de vital importância.

    Gwendollyn fora a ultima a adentrar o local juntamente com a chefe, sentando-se ao lado de Graham em um aconchegante sofá vermelho. Os dois realmente aparentavam ter um relacionamento bem íntimo pelo que Daemon pode perceber, apesar de não entender muito bem como essas coisas funcionavam.

    A toca era, aos olhos de Daemon, completamente aconchegante, digna de seu nome. Ficou um tempo observando todo o seu esplendor, reparando em cada mínimo detalhe. A bruxa chefe se apresentou sem muita paciência como Madame Backenbauer, sem o primeiro nome mesmo, segunda ela isso era irrelevante e de que não era da conta deles.

    "Ou vai ver seu nome é tão engraçado que você tem vergonha de contar né? Só espero que não seja Evelyn, aí eu saio correndo daqui..." - Pensou Daemon na mesma hora, enquanto sorria ligeiramente. Torcia para que a professora em questão não tivesse o dom da "Legilimência", pois assim estaria bem encrencado.

    Madame Backenbauer continuava com sua breve apresentação, dessa vez revelando quais matérias lecionava sem antes avisar para que todos ali levassem a sério seus estudos se quisessem se dar bem com ela, as matérias eram feitiços e transfiguração. Explicou também sobre o mural de avisos advertindo que somente ela e os monitores tinham o poder de escrever ali. Também ordenou que deveriam se comportar ali, sem nunca arrumar brigas ou confusões. Daemon pode observar que ela se manteve calado por um breve momento de tempo, exatamente como Daemon as vezes fazia quando começava a puxar algumas memórias.

    "Boas lembranças Madame Backenbauer? Será que você era assim quando tinha a minha idade?" - Se questionava, enquanto Beckenbauer dava algumas instruções para Graham de forma ríspida, como parecia ser de seu costume. Daemon conseguiu ouvir um "Curioso... Muito curioso" e  "Quinze minutos e nada mais". Se perguntou o que era curioso e o que ela queria dizer com os quinze minutos.

    Daemon permaneceria calado até que fosse solicitado por alguém que respondesse algo ou até que Beckenbauer deixasse o recinto. Depois, iria até Graham e pediria se pudesse conversar a sós com o monitor.

    "Preciso levar essas cartas até o professor Dwelrf o quanto antes!" - Pensou. Esperava que Graham pudesse leva-lo até ele.

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    Mensagem por Bravos Qua maio 23, 2018 7:00 pm


    Nada poderia ser mais frustrante que uma resposta que não queria dizer nada. Com isso os franceses eram implacáveis e Clément, mesmo jovem, também o era. Fechou a cara com o que Lilo disse. - Isso não pode ser assim... - Naquele momento lembrou que o fantasma, pelo menos quando estava invisível, balbuciou algo que parecia o nome de Ewgol. - Mais tarde, ou mesmo amanhã, vamos falar melhor sobre isso. - Afinal, com certeza os olhos não saiam de cima deles e, logo à frente, havia o monitor. Não era uma conversa para se ter naquele momento mesmo.

    Bebeu o líquido da taça e ele não tinha exatamente sabor de alguma coisa conhecida, embora fosse um pouco picante. O professor Whinx em seguida pegou a taça e jogou o resto do líquido em direção à porta. Uma frase se formou em letras douradas. "Qu'est-ce que ça veut dire? Terei que perguntar a ele depois." - Se indagava. Não conhecia aquela língua, embora pudesse apostar que fosse latim. Logo em seguida, entraram na sala comunal. Era grande e aconchegante, cheia de luz embora estivessem nas masmorras. Clément se deixou maravilhar e cutucou Lilo que estava ao seu lado, mostrando as janelas que emitiam luz. - Não é incrível? Parece que é a própria luz do sol! - Whinx se apresentou como chefe da casa e fez um breve discurso, falando sobretudo de deslealdade e das consequências daquele ato funesto. Novamente o garoto cutucou Lilo.  - O professor Whinx ensina que matéria? - Tentava imaginar, mas não tinha certeza. Suas apostas seriam ou Feitiços ou Poções, mas nem sempre o que parece é.

    Ele saiu cantarolando e deixou os alunos à cargo dos monitores. O jovem francês perguntou aos que estavam próximos: - O que vai acontecer agora? - Os avisos já haviam sido dados e o dia fora longo. Clément começava a se sentir cansado e precisando de uma boa noite de sono. Embora estivesse muito agitado por tantas novidades.
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    Mensagem por mimacarfer Qui maio 24, 2018 10:52 pm

    ANNABELLE HOOPER

    Enquanto observava seu sangue borbulhar, Annabelle teve a sensação de ouvir um chiado vindo da parede, como se esta estivesse falando com ela, porém em uma língua que lhe era desconhecida. Olhou rapidamente para a professora de sua casa, orgulhosa, enquanto a parede à sua frente se desmanchava formando uma pequena escada de três degraus, exatamente como sabia que aconteceria.

    Viu os alunos mais velhos passarem por ela rumo à Sala Comunal, como mandava a tradição e aguardou pacientemente até a sua vez. Notou que todos, exceto uma garota um pouco mais velha que ela, pareciam ter um grande respeito pela bruxa que conhecia seu pai. Quando chegou sua vez, ia acompanhar o monitor que lhes chamava quando a professora lhe interrompera, colocando-se à frente dela e de Melissa.

    Ouviu suas palavras com certa irritação, porém sem demonstrar absolutamente nada para quem as observasse. Não via nada de curioso em seu relacionamento com Melissa, afinal eram primas e cresceram juntas, como se fossem irmãs. De qualquer forma, sabia que aquilo era um teste e não via problema nenhum que Melissa o fizesse já que ambas sabiam que ela também passaria por ele, afinal tinham o mesmo sangue, e o sangue de um Hooper jamais fora negado naquela casa. Colocou as mãos nos ombros da prima, olhando-a com ternura:

    - Tudo bem, Mel. Você vai conseguir... Afinal é uma Hooper também, assim como eu.

    Deu um beijo carinhoso em sua bochecha e, fazendo um aceno com a cabeça e olhando a professora de canto de olho, caminhou rumo a escada que lhe levaria até a sala que tanto esperara para conhecer.

    O Covil das Serpentes era um lugar amplo, cavernoso, úmido e gélido assim como as masmorras, porém duas lareiras mantinham o lugar suficientemente agradável. Aproximou-se de uma das janelas, observando cada detalhe do lugar e olhando rapidamente o fundo majestoso que mostrava o famoso e perigoso Lago Negro. Notou que era possível ver a sombra de alguns animais que lá viviam, enquanto os alunos iam aos poucos se acomodando em seus lugares. Nesse instante, um som metálico, alto e assustador, fez com que levasse suas mãos aos ouvidos, assustada. Ao mesmo tempo, uma criatura gigantesca passou diante dos vidros, fazendo-os tremer por alguns segundos.

    Afastou-se rapidamente dali, chegando a esbarrar em aluno no caminho, mas antes que pudesse pedir desculpa a professora que ficara para trás esperando os novatos terminarem o ritual de iniciação da casa começou a falar.

    Respirou profundamente, tentando recuperar-se do susto enquanto procurava a prima e se juntava a ela novamente. Ouvia as palavras da professora com atenção e curiosidade, enquanto a mesma parecia se aborrecer com as reclamações de duas alunas. Direcionou seus olhos para o chão por alguns segundos, mas não tempo o suficiente a ponto de não ver uma das alunas se encolher na poltrona em que se encontrava, completamente envergonhada após a resposta que recebera da professora.

    Fargan ou Sra. Fareon, que acabara de se apresentar, continuava seu discurso de apresentação, dizendo ser a docente que lhes ensinaria Defesa Contra as Artes das Trevas e Chefe da Casa Sonserina, quando um gato negro de olhos azuis, um tanto maior do que o normal, surgiu e sentou-se aos seus pés. Notou que seus olhos pareciam cansados e teve a impressão até que este teria chorado há pouco, muito embora aquilo lhe parecesse extremamente impossível. Balançou a cabeça, tentando afastar aquele pensamento, enquanto observava com curiosidade a relação dele e da professora.

    Com Sylph, o gato, agora em seu ombro, Fargan apresentou-lhes o Mural de Avisos e comunicou que a quebra de regras não seria tolerada ali. Perguntou-se se ela realmente era cega, uma vez que parecia saber muito bem as direções onde cada coisa e pessoa se encontrava. Viu o gato pular de seu ombro enquanto a professora falava algo sobre os dormitórios e caminhar em sua direção. Seus olhos azuis pareciam querer lhe dizer algo. Observou-o também com curiosidade, até que o mesmo se aproximou ainda mais e começou a se esfregar em suas pernas. Com um leve sorriso no rosto, abaixou-se e retribuiu o carinho, passando a palma da mão que não havia sido cortada por sua cabeça.

    Já estava pronta para se levantar, quando notou os olhares de Fargan e dos outros alunos sobre si, e sentiu suas bochechas ficarem quentes e avermelhadas.
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    Mensagem por Hylian Ter maio 29, 2018 5:21 pm


    CAPÍTULO DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia









    Alanna O’Shier



    Incrédula, Alanna logo imaginou sobre quem o misterioso chefe da casa se referia, a sua mãe, Mell. A pequena ruiva olhara de relance para a irmã mais velha, mas ela parecia estar tão impressionada quanto. Seria possível que seus pais e o Sr. Clowl tivessem sido companheiros em sua adolescência? Teriam estudados juntos? Alanna só deixou os pensamentos de lado quando voltou a se interessar pela magnifica estátua que decorava o Ninho de Rowena. “Rowena Ravenclaw, a pequena dama e sábia...” Leu com atenção. “Pequena dama...” Repetiu para si mesma.

    Curioso, não é? – Perguntou Cassandra Blackheart aproximando-se de Alanna. – Aquele quadro te cumprimentou chamando de “pequena dama”...

    VERDADE! Pensou a pequena ruiva na mesma hora. Alanna não se lembrava de perceber a presença de Cassandra naquele momento, mas como poderia, havia dezenas de estudantes aglomerando-se nas escadarias, ela poderia estar em qualquer lugar.

    Você também estava lá, não estava? – Perguntou Alanna, respirando fundo e fazendo o possível para manter-se tranquila.

    Sim, mas fale mais baixo... – Cochichou Cassandra, trazendo a ruiva para mais peto e longe do grupo de corvinos – Eu estava com o Clément, aquele garoto francês, e o tal Ewgol até ele se assustar e desaparecer...

    Do fundo do salão comunal de cima das escadas jazia um menino arrogante, com a expressão de puro ódio e nojo estampado em sua face, seus olhos pareciam ferver. O garoto pertencia ao quinto ano, loiro, olhos esverdeados e lábios finos. Era o único ali que trajava um uniforme diferenciado das comuns vestes de Hogwarts, era uma longa veste usada apenas pela nobreza inglesa e, como exigência, utilizariam roupas adequadas. Alfred Axphord era seu nome e todos ali, ou pelo menos a maioria sabia disso, ou ao menos teriam ouvido falar da família Axphord e o triste fim que os levou a “ruína”. Alfred, ainda parado quase sem mover um músculo, estudava os novos alunos que se enturmavam dentro do ninho com os veteranos.

    Quando o nobre Axphord decidiu descer as escadas, trazendo consigo seu ódio que parecia gritar por todo o ninho, fora que Lumna Hughes, a garota de cabelos prateados, levantou-se do confortável sofá onde papeava com seus companheiros e seus olhos sérios e a expressão ansiosa em sua face fizeram todos acompanhar sua preocupação. Stacy aproximou-se de Alanna como se desejasse protege-la e aproveitou para juntar Cassandra também, trazendo-as mais para próximo deles. –
    Fiquem com a gente... – Cochichou a irmã mais velha.

    Então, parece que temos três testemunhas do trágico acidente no Expresso Hogwarts! – Exclamou o nobre corvino, abrindo um sorriso maléfico, de alguém que em realidade pouco se importava com a morte alheia e muito menos com os sentimentos dos seus próximos.

    Cale a boca, Axphord! – Ralhou December, um menino tão parecido com May que Alanna logo percebera ser mais um Woodburn.

    Que engraçado... – Riu forçadamente aproximando-se da estátua central – A cada ano que passa, eu vejo mais “wudiloosers” nesta casa...

    Já basta, Alfred! Mais uma palavra e juro que te darei uma lição! – Retrucou March Woodburn estufando o peito e mostrando o distintivo de Monitor.

    Olhem só, o pirralho que pode ver os mortos... – Comentou Alfred demonstrando uma falsa impressão.

    Deixe o meu irmão em paz! – Disse July, colocando-se a frente do irmão menor, May.

    May se encolhia amedrontado com o olhar frio de Axphord.

    Se querem saber... Quem quer que tenha matado aquele sujeitinho, fez-nos um favor... Hogwarts já está infestado de ratos de sangue impuro... – Alfred cuspira no carpete azulado, demonstrando seu desgosto.

    Não vou tirar pontos da casa, porque seria injusto com todos nós, mas Alfred, chega! Ninguém mais aguenta! – Gritou Lumna aborrecida. Era difícil imaginar a garota tão irritada quanto naquele momento, quando na maioria das vezes, ela estava sempre serena e sorrindo para a vida. – DETENÇÃO!

    Os olhos de May lacrimejaram com a ultima olhada que Axphord lhe dera. O jovem nobre e orgulhoso deixara o salão comunal azul escoltado pela garota de cabelos prateados e o irmão mais velho de May.



    Daemon Griffiths




    Nem bem Madame Backenbauer deixara a toca dos leões, Daemon Griffiths, cansado de não obter resultados com o companheiro, Montbell, se dirigiu até onde os monitores estavam. Graham, o alemão, ainda acompanhava os últimos passos da chefe antes de desaparecerem na penumbra.

    Conversar com o Prof. Dwelrf... – Repetiu o alemão curioso – Acho que vai ser difícil conseguir conversar com ele, pois já é tarde, é provável que esteja dormindo.

    Duvido! – Retrucou a ruiva Harlequin ao lado – Ele era um dos únicos professores presentes no Expresso, provavelmente participará da reunião...

    É possível, mas duvido que haja algo mais importante do que a morte daquele menino... Acho melhor você conversar com o professor Dwerlf amanhã! – Concluiu Graham, que vez ou outra puxava de dentro de um dos bolsos um pequeno objeto prata que parecia lhe dizer as horas.

    Um garoto loiro e magricela, também do primeiro ano, que Daemon e os outros lembravam ser um dos meninos que acabara de ser selecionado a casa dos leões, chamou a atenção de todos ao expressar “Uau” diante de uma das grandes janelas da torre do leste, onde jazia a toca dos leões. –
    Olhem, é um centauro de verdade! – Exclamou animado.

    Todos se aproximaram das janelas e tomados pela curiosidade. Realmente lá na orla da floresta, bem longe de onde estavam, era possível ver um grande e musculoso centauro que vestia um terno-bruxo escondendo apenas a parte humana de seu corpo, deixando o resto à mostra.

    Madame Backenbauer surgira da penumbra caminhando em direção ao centauro e era possível identifica-la, pois aquelas vestes carmesins, cor tão quente, só poderia ser dela, ninguém mais em Hogwarts cultivava cores em tons de vermelho. A chefe dos leões era acompanhada por dois estudantes, sendo um com vestes em detalhes vermelho e outro em verde denunciando suas casas.

    Então é verdade... Kenth, o centauro voltou a Hogwarts... – Comentou Harlequin desejando saber o que aqueles quatro conversavam.

    Isso quer dizer que os Finnick’s perderam... – Comentou Graham sério atrás de todos, espiando o que lhe era possível ver.

    Minha mãe trabalha no Ministério e disse que as coisas não estão bem. É a primeira vez que um bruxo perde um processo contra um animal mágico... – Comentou o garoto loirinho de antes.

    Como é o seu nome? – Indagou Gwen curiosa.

    Math, Matthew Tasslehoff...



    Clément Vaganay




    Completamente em choque com a dancinha cantarolada de Whix, Lillo enrubesceu, sem saber como agir naquele momento e percebera que não era a única, exceto os mais veteranos que já eram acostumados com tal loucura. – Ele ensina Estudo de Esportes Mágicos... – Respondeu tentando tirar da cabeça a imagem triste de seu chefe.

    Bom, agora todos nós estamos livres para explorar o túnel até a hora de dormir. Onze em ponto, eu quero todos no dormitório, sem exceção! – Disse o montior, olhando com severidade para aqueles conhecidos por não seguirem as regras.

    Balchior emburrado por mais uma vez ser excluído do que quer que fosse acontecer, dedilhava com orgulho o distintivo de monitor-chefe, mesmo que aquilo parecesse uma piada, já que ele não parecia exercer a autoridade um chefe, às vezes lhe parecia que seus irmãos mais novos tinham mais presença e privilégios que ele, e eram apenas monitores comuns.

    De relance, Lillo e Clément avistaram Ewgol que subia as escadas em silencio até adentrar o dormitório dos meninos e fechar a porta atrás de si. Lillo olhava a porta circular dos meninos com curiosidade, mas parecia cultivar tal ansiedade. Desejava ir até lá, mas o impasse de não poder acessar o canto dos meninos parecia ser uma boa desculpa para não se aproximar do menino. Desejava que Clément fosse uma menina, assim não se aproximaria dele, mas era querer demais.

    Os dois, Clément e Lillo, perceberam que ainda eram o assunto da vez, claro! Aquela noite estava apenas começando e ainda faltava uma hora e meia antes das onze, horário padrão para que os alunos começassem a ir para seus dormitórios. Mauí desejou ser invisível para escapar do Salão amarelo sem ser vista, ela queria e precisava muito conversar com Whix, o único ali em quem ela confiava. Não conseguiria dormir bem sabendo que no dormitório ao lado estaria provavelmente um suspeito da morte de um inocente, isto era o que ela acreditava, já que não gostava nada do que sentia ao olhar Ewgol Liamtroop.




    Annabelle Hooper




    É a primeira vez que vejo esse gato pulguento se aproximar de alguém... – Comentou Bowick causando algumas risadas entre os alunos.

    Sabe, Bowick... – Começou Fargan calma e mantendo um sorriso irônico no rosto – Eu gosto desta ousadia tua, admiro a capacidade dos Finnick’s em como são atrevidos! – Disse a chefe dando alguns passos em direção ao monitor, este que, por sua vez, a encarou com firmeza, sem covardia – Nome do gato é Sylph, e ficarei grata que comece a respeitá-lo...  – A Sr. Farore parou diante do monitor demonstrando saber exatamente onde ele estava. O último sorriso desta vez mostrava sua autoridade absoluta no covil e nenhuma serpente era tão ousada capaz de enfrentar a serpente-rainha, exceto talvez...

    Olhem, só... – Murmurou uma voz leve e feminina. – Quais surpresas trazem um gato no Covil? – Perguntou ela num tom debochado – Claro, é bom não nos esquecermos do último leãozinho que aqui entrou, não é mesmo?

    A presença de Alexia Axphord era o suficiente para causar um incomodo curioso em quase todos ali, até mesmo Fargan parecia se incomodar, embora diferente dos demais, ela permanecesse calma. Sylph, o gato preto arrepiou-se todo em um movimento de ataque, quando percebera a menina estava próxima.

    Alexia era uma aluna do sexto ano, um tanto peculiar. Possuía cabelos castanhos claros, olhos verdes e maliciosos, tão profundos e vazios que se fossem pretos poderia se acreditar que era uma Finnick. Sua pele pálida, quase sem cor era estranha. A bruxa pertencia a mais alta classe da nobreza Inglesa e , assim como seu irmão mais gêmeo, vestia vestes diferenciadas para uma nobre.

    Como se atreve! – Vociferou Damyien irritado com a atitude da garota – Ninguém me tira da cabeça que você tem algo a ver com a morte daquele Gryffino...

    Você está me acusando, Finnick? – Perguntou ela arqueando uma sobrancelha. – Por que caso não tenha provas, terá muitos problemas...

    JÁ BASTA! – Ralhou Fargan sem conseguir se conter – O que houve no ano passado ficou lá e não é assunto de vocês! – Disse Farore impaciente – Axphord, é melhor tomar cuidado com o que diz, ou perderei a cabeça e você se juntará ao seu irmão...

    Aborrecida, a chefe do covil virou-se em direção a entrada do mesmo deixando todos para trás. O gato lançou olhares de puro horror para Alexia, esta que parecia não demonstrar qualquer sentimento, parecia tão fria e gélida com um olhar vazio e profundo, vagando sem rumo. Com um estalo de dedo e o felino desapareceu; reaparecendo nos braços de Fargan que desaparecia na penumbra da entrada.

    Ainda mantendo um sorriso maldoso, Alexia assistia sua chefe aborrecida deixar o local e seus olhos demonstravam que, o que quer que fosse que estivesse pensando, não seria nada bom...


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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por Raijecki Ter maio 29, 2018 10:06 pm


    Assim que Madame Beckenbauer se despediu da toca, Daemon perguntara para Graham se ele poderia ir se encontrar com o professor Dwelrf. Graham negou argumentando que o professor estaria dormindo naquela hora, o que foi imediatamente refutado pela garota que sempre andava com ele, Harlequin.

    Reunião? - Questionou Daemon para os dois. - Posso participar? Afinal de contas eu estive lá e sei mais do que todos o que aconteceu, e Graham, você sabe porque preciso falar com ele, a carta, se lembra? - Continuou depois de Graham incitar que já não haveria mais nada importante que necessitasse da atenção do professor naquela noite.

    - Como assim?! Você nem sabe o que tem nela! E se for algo sobre o que aconteceu?! O que acha que os professores vão dizer quando descobrirem que você ignorou uma prova importantíssima?! - Daemon jogava toda sua frustração e raiva por tudo que vinha aguentando em Graham. Sabia que o garoto não era mau, por isso insistia em tentar convence-lo a ajudar.

    Um dos garotos primeiro-anistas interrompia a atenção de todos com um sonoro "ual!" indicando que logo abaixo, visível por entre as grandes janelas da toca, havia um centauro. É claro que todos, sem exceção de Daemon, foram correndo ver a cena. O centauro em questão vestia um terno, o que Daemon achou bem peculiar, para não dizer outra coisa. Madame Backenbauer surgia em direção a ele acompanhada de dois estudantes, um dos leões e outro da Sonserina.

    Pelos comentários que faziam, o tal centauro se chamava Kenth, e que havia ganho um processo contra os Finnick's. Matthew Tasslehoff, o garoto do "ual!" anterior, afirmou ser filho de uma funcionária do ministério da magia e de que essa situação era, até então, inédita para o mundo bruxo.

    - E uma criança morrer no trem em direção a Hogwarts não? - Indagou seco Dameon, encarando Graham com um olhar sério.

    - Por favor, me leve até ele. - Fazia sua ultima suplica. Depois provavelmente tentaria ir por conta própria, ignorando as ordens de seus superiores. Talvez conseguisse levar Andrew junto, se esse não seguisse o ignorando, é claro.

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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por shamps Sex Jun 01, 2018 3:25 pm


    Depois de toda a emoção e felicidade de ser escolhida para a Corvinal, dos novos amigos e professores, da belíssima refeição, era chegada a hora de conhecer sua nova casa: O Ninho.
    Foi elevada, junto com todos os outros corvinos, pelos monitores Lumna e March, o qual ela não parava de observar com admiração, não só ele, mas como todos os irmão de May. April e December já tinham conversado com ela e ela tinha achado o máximo, por mais que a intervenção de April tinha sido estranha.
    Ela seguiu assustada e curiosa, como todos os novatos, e buscava observar os veteranos para aprender um pouco mais sobre sua escola. Por fim chegou à ala leste, local onde ficava a torre que era dedicada aos filhos de Rowena e que, sem dúvida, devia ser o local mais bonito de Hogwarts. Seus olhinhos brilhavam com a sutileza dos detalhes e Alanna sorria feito boba. Piscou várias vezes para o quadro que a chamou de Pequena Dama, achando lindo aquilo.

    Já no salão comunal, ela se surpreendeu não só com a beleza do lugar, mas com seu líder de casa, Clowl, que aparentemente, conhecia sua mãe. Ela e sua irmã se entreolharam admiradas com a possibilidade.

    - O senhor conhece meus pais? – disse de maneira inocente, sem se dar conta de que sua família era conhecida, mas a pequena não tinha essa dimensão de mundo.

    Tentou se manter perto da irmã, mas a dinâmica da convivência social levava cada uma das meninas para um canto, já que Stacy tinha suas amigas, agora era hora da pequena ruiva começar seu círculo de amizades. Sentia-se feliz por ter um amigo, o May e tentou ficar perto dele.

    Cassandra tinha puxado assunto com ela e ela respondeu.

    - Sim, ela me chamou de Pequena Dama! Acho que isso deve ser bom, né? – ficou pensativa e movia os lábios de um lado para o outro, demonstrando dúvida.

    Antes que pudesse manter uma conversa com a menina amiga de Clement, uma voz pastosa e cheia de raiva se fez ouvir no salão comunal azul. Alanna não fazia ideia de quem era aquela criança amargurada, mas pelas vestes dele sabia ser alguém da nobreza. Apesar do susto da situação inusitada, a pequena ruiva ficou impressionada com a coragem dos irmão de May, December e March, em defender o irmão. A própria Alanna não gostou nada do tom que o menino usou com May e, junto com July, se colocava à frente do amigo para protegê-lo.
    As últimas palavras do rapaz metido à besta chocaram a jovem, que desde pequena foi educada por seus pais para respeitar as pessoas, fossem puras ou mestiças. A família de Alanna era dedicada à vida e à cura, então o coração dos O’Shier era cheio de compaixão.

    - Hey... – ela ficou indignada, como ficou lá na cabine do trem quando os sonserinos foram igualmente rudes com os Woodburn, mas ela não precisou falar mais nada já que a monitora tomava uma atitude. Preferiu guardar sua energia para confortar o amigo.

    - Não ligue para ele, May! Venha – puxou ele pela mão – vamos nos sentar – buscou a ajuda da irmã dele com o olhar – vamos conversar um pouco... eeeer... antes de nos recolhermos... eu acho.

    Ela ficou um pouco curiosa com as palavras do menino nobre sobre May, mas ficou um pouco receosa se deveria perguntar ou não, mas depois de tudo que vira e vivera no trem...

    - May, você vê os mortos? De verdade? Como consegue? O Yam... ele está... – não quis terminar a frase – ah... me desculpe, eu não quero ser inconveniente... mas sabe... eu falo sozinha por que... – e cochichou no ouvido dele – eu não falo sozinha na verdade... eu... acho que escuto vozes... – e sua face ficou branca feito papel ao constatar isso, mas logo ficou rubra pela vergonha que sentia em falar sobre aquilo – por favor, não fale para ninguém! – pediu com convicção.
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    Mensagem por Bravos Sex Jun 01, 2018 6:47 pm


    Onze horas era o horário que eles deveriam estar em seus dormitórios. Na verdade, naquele momento, Clément sentiu o cansaço da viagem bater sobre seus ombros. Seus olhos chegaram a pesar. Coçou-os e falou para Lilo, que estava ao seu lado.- Ele é muito estranho - Falava, claro, de Whinx. - Mas eu preciso falar com ele. Você viu a frase que apareceu na porta quando ele jogou um pouco do líquido do cálice? Acho que tenho que saber o que ela significa. - Ouviu os monitores avisarem para os baderneiros, como sempre haviam, que deveriam observar o horário estabelecido.

    Seus olhos voltaram a ter energia quando cruzou o olhar com Sophie Bornhöffer. Ela era a monitora que tinha falado com eles no trem! Como pudera esquecer? Não havia esquecido, obviamente, mas aquilo havia passado batido. Era que os chamou para a festa que nunca haviam chegado e basicamente a causa de tudo que aconteceu. - Vou falar com a monitora. - Fez um sinal para que Lilo esperasse por ele. Sentiu os olhares que se voltavam para os dois. Aquilo parecia que iria acontecer durante um bom tempo ainda. Chegando diante da monitora, ele falou um tanto quanto sem jeito: - Excusez-moi, sou Clément, você quem entregou para Cassandre, Ewgol e para mim os doces que serviam de convite para a festa... - Sua voz morreu um pouco. - Eu preciso falar com você um minuto.
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    Mensagem por mimacarfer Sáb Jun 02, 2018 11:14 pm

    ANNABELLE HOOPER

    - De... Desculpe... - disse a garota, envergonhada por não estar prestando atenção como deveria, ao que foi surpreendida com as palavras da professora. Esperava que a mesma fosse repreendê-la ali, diante de todos, mas o que aconteceu foi exatamente o oposto.

    Olhou para o tal Bowick, enquanto os demais alunos riam, sem entender qual era a piada, e em seguida para a professora que agora caminhava na direção do monitor de sua casa. Não entendia exatamente sobre o que falavam... Primeiro era do gato, e agora de um leão. Imaginou se aquilo seria uma referência a alguém da Grifinória, mas como seria possível alguém de outra casa já ter entrado ali antes?

    A garota que agora falava, além de mais velha, parecia incomodar a todos ali presentes, talvez com exceção dos novatos como ela. Notou que o gato, ainda próximo a ela, se arrepiou, posicionando-se para um possível ataque e levantou-se rapidamente, assustada. Agora de pé, notou que sabia quem era a garota: Alexia Axphord.

    Acompanhava a confusão com atenção, incomodada por ser responsável por seu início. As palavras de Damyien deram-lhe a certeza de que o leãozinho ao qual se referiram era mesmo um estudante da Grifinória, mas o que será que havia acontecido para que ele viesse parar ali? E o pior, para morrer ali? Cada palavra lhe fazia lembrar-se dos acontecimentos do trem naquele dia, fazendo com que sua dor de cabeça voltasse. Passou uma mão pelo lugar onde havia levado a pancada anteriormente, enquanto a professora finalmente parecia por um fim à discussão, porém não conseguiu deixar de pensar que talvez fosse normal estudantes morrerem ali ano após ano, o que explicaria um pouco a frieza com que os docentes trataram do assunto durante o jantar.

    Ao notar que Fargan se retirava, dando aquela noite por encerrada, procurou a poltrona mais próxima para se sentar, mas não sem antes perceber os olhares de Sylph para Alexia. Fechou os olhos por um momento, tentando respirar mais calmamente. Aquele dia estava longe de ser o que imaginara durante toda a sua vida, e tudo o que ela mais queria agora era poder se ver longe de toda aquela gente para talvez escrever em seu diário e finalmente descansar e esquecer tudo o que acontecera até ali.
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    Mensagem por Hylian Dom Jun 03, 2018 5:05 pm


    CAPÍTULO DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia









    Alanna O’Shier



    May estava assustado demais para responder e isso era um segredo que somente ele guardava consigo nos últimos dez anos, muito por que, mesmo no mundo bruxo, não era bem visto aqueles que podiam se comunicar com espíritos, os ditos “mortos”. O mais novo dos Woodburn’s parecia em pânico perguntando-se como alguém que nunca vira na vida, pudesse saber de algo assim, será ele alguém igual? Poderia ele ver os mortos também? Milhões de perguntas se misturavam com o medo que sentia, o que o fez esquecer-se das pessoas que o rodeavam. Voltou a si quando, de relance, viu a monitora de cabelos prateados deter Oxphord e leva-lo para longe.

     Eu... u... – Gaguejou ele sem força na voz.

    Se você realmente consegue ver aqueles que já se foram; então é bom guardar isso em segredo, e se preocupar! – Comentou Cassandra que estava próximo a eles – Acho que li em um livro sobre eles...

    Acho melhor irmos dormir! – Concluiu Stacy O’Shier notando que todos ali estavam cansados e, principalmente, os primeiranistas que não eram acostumados a tanto agito para uma noite só – Faltam apenas quarenta e cinco minutos para as onze

    Certo! – Concordou December, agora que se sentia muito melhor sem o maluco do Axphord por perto.

    Daemon Griffiths



    A audácia do pequeno Griffiths incomodou um pouco o monitor, embora ele concordasse com a ideia de que eles deveriam participar de qualquer reunião sobre o assunto, mas não era nada tão simples assim. O alemão não tinha permissão para levar o primeiranista aonde quer que fosse, mas recebera ordens rígidas sobre por os dois olhos nele. A real razão de tudo aquilo, a morte do pequeno Phelpps e agora isso parecia o preocupar muito. O quartanista olhou uma ultima vez pela janela, sabia quem era os dois garotos que acompanhavam a leoa-maior, Scorpius e Edward. Sabia também que logo os outros chegariam e ele deveria estar lá e não ali.

    Você vai ter que esperar... – Retrucou Graham impaciente – Eu tenho que resolver um assunto, falarei com a nossa chefe sobre as cartas e, se ela achar prudente, amanha levo você até ela...

    Mas que cartas são essas? – Perguntou Harlequin curiosa, arqueando a sobrancelha.

    Não sabemos – Respondeu Graham de forma a acabar com o assunto.

    Você nunca me conta nada... – Retrucou Gwendollyn aborrecida.

    A ruiva aproximou-se do centro do salão comunal, chamando a atenção de todos.

    Mais quarenta e cinco minutos, pessoal e vamos para nos preparar para ir dormir! – Anunciou ela – Amanhã teremos um dia cheio, será o primeiro dia de aula! Sugiro que acordem cedo para se inteirar sobre as aulas que serão lecionadas amanhã e sua localidade.

    Andem juntos, em grupos, nunca sozinhos... – Comentou Graham sem saber se fazia algum sentido, mas era um alerta importante.

    OLHEM! – Exclamou Tasslehoff novamente, apontando para a grande janela a sua frente – Outro aluno e é da Lufa-lufa...

    Loui...e... – Murmurou Graham pensativo – Bom, terei que ir agora, a monitora Harlequin ficará a cargo de vocês e, enquanto a você, jovem Griffiths, amanhã pela manhã eu lhe darei uma resposta!


    Clément Vaganay




    Lillo certamente concordava com Clément sobre Whix ser estranho, mas confiava no homem de olhos vendados, muito embora o achasse completamente bizarro, talvez fosse o preconceito natural de refutar qualquer um que fosse fora dos padrões considerados comuns pela sociedade, ou talvez fosse porque Whix, em realidade, era estranho mesmo.

    Mauí sabia o que significava a frase na porta, ela estudava o antigo idioma, mas não tinha certeza se era a pessoa mais certa a dizer o julgamento de Helga em relação ao francês. Isto era de responsabilidade de Whix, mas duvidava muito que ele falasse por livre e espontânea vontade.

    Não acha muito estranho os monitores terem separado aquele menino da gente? – Perguntou ela pensativa, semeando uma duvida para se pensar – Aquele menino foi o último a entrar, então ninguém além de Whix viu o que Helga disse sobre ele...

    Lillo cochichava tão baixo que ninguém além de Clément poderia escutar.

    Quando o francês aproximou-se da monitora, Sophia , esta parecia extremamente preocupada com as horas e ansiosa, também, deveria ter saído há muito tempo. Seus pensamentos preocupados pioraram quando Clément lhe lembrou sobre o acontecido. Era fato de que Sophia se sentia extremamente culpada por tudo, afinal, era uma das organizadoras da tal festa que nunca aconteceu.

    Eu imaginei que você viria falar comigo... – Respondeu a alemã entristecida – Mas vou pedir para termos essa conversa amanhã, sei que você deve estar incomodado com tudo isso, todos nós estamos, mas o que houve lá no expresso, aquela fatalidade eu jamais imaginei que pudesse acontecer...

    Não é a primeira vez que acontece... – Comentou Louie que se aproximava fazendo sinal para Sophia agilizar, pois eles tinham hora.

    Annabelle Hooper




    Melissa sentara-se ao lado da prima mais velha. Por nada nesse mundo queria se afastar, visto que nada daquilo era como sonhara. Estava acostumada com o gênio e o tratamento comum entre Sonserinos, mas aquilo era demais. Aquela não era, nem de longe, a Sonserina que a pequena imaginou, ou que seus pais haviam relatado, parecia algo surreal, muito embora a parte do lago fosse magnifico. Melissa encarava o vazio da imensidão do lago negro que, em alguns momentos, parecia completamente vazio, cheio apenas por água, mas vultos e sombras a lembravam dos tipos de criaturas que habitavam aquele lugar.

    Eu estou cansada... – Resmungou Melissa apoiando a cabeça sobre o ombro da prima mais velha

    Pessoal, em quarenta minutos vamos dar adeus ao salão comunal e irmos para os dormitórios. Foi um dia cheio e amanhã será ainda pior, pois começarão as aulas. Sugiro que todos acordem cedo para se informarem de suas atividades durante o primeiro dia – Comentou Damyien aumentando a voz para que todos ali prestassem a atenção.

    Lembrando que o café da manhã acontece às sete horas em ponto, e ele termina as oito, tendo quinze minutos para a primeira aula! – Explicou Rachelly Finnick, uma menina nada comum.

    Melissa e Belle notaram uma garota de cabelos ondulados e, aparentemente, pintados por mexas. A raiz do cabelo era negra, mas a cor escura transformava-se num roxo em degradê e, embora muitos pensassem que era apenas uma tina, não era. –
    Sejam muito bem vindas, Hooper’s.... – Saudou a garota com um belo sorriso para as primas.


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    Mensagem por shamps Dom Jun 03, 2018 6:38 pm


    Esse devia ser um assunto mesmo muito delicado para May, já que ele nem havia dado atenção à amiga, talvez nem a considerasse assim ainda. May estaria melhor com sua família e Alanna decidiu fazer o mesmo e foi seguindo com a irmã para o quarto.

    - Quem é aquele garoto? E como ele pode sair por aí falando coisas sobre os outros? Ele nem conhece o May... bem, nem eu... – e ficou um pouco amuada. Agora queria mesmo era tomar banho e ir dormir. Amanhã seria um novo dia.
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    Mensagem por Raijecki Dom Jun 03, 2018 10:32 pm


    Mesmo diante de um Daemon suplicante, Graham se manteve firme em sua resposta. Daemon não conseguiria nada de ninguém até o outro dia pela manhã. O desapontamento e frustração tomavam conta da feição do jovem Griffiths, que começava a caminhar de um lado para o outro, numa falha tentativa de controlar os sentimentos que agora o incomodavam profundamente. A unica pessoa que parecia estar tão perdida quanto Daemon nestes segredos que os superiores mantinham era Harlequin, que tentava, também sem sucesso, tirar alguma informação ou explicação de Graham.

    Harlequin se dirigiu até o centro da toca e passou a todos as instruções. Tinham mais quarenta e cinco minutos até chegar a hora de dormir e que no dia seguinte teriam um dia cheio, pois este seria o primeiro dia de aulas, então ela recomendava que acordassem cedo, para então que pudessem se inteirar de tudo. Graham completava advertendo que deveriam andar sempre juntos, nunca separados. Daemon refletiu se isso seria pelo motivo de ser mais facil de ficar de olho nele junto dos demais do que separado.

    O garoto Tasslehoff, que continuava a observar a misteriosa reunião pela janela, exclamava que outro aluno havia se juntado aos outros, e que este era da Lufa-Lufa, como se aquilo fosse tão interessante a ponto de surpreender a todos ali. Dos outros Daemon não poderia dizer, mas para ele fazia total sentido, para o que quer que fosse esta reunião, ela serviria a todas as casas e seus responsáveis. De um jeito ou de outro, Daemon precisava saber do que se tratava.

    Graham confirmou mais alguma coisa que já suspeitava, o tal lufano que se juntará anteriormente era ninguém mais, ninguém menos, que Louie Beauchamp, o garoto que havia oferecido as famosas balas da Zonkos, que seriam utilizadas como entrada para a tal festa, que na verdade se tornou um verdadeiro inferno para ele e seus colegas. Daemon ainda detinha a sua em seu bolso e a apertou com sua mão quando se lembrou do ocorrido.

    O monitor finalizou dizendo que Harlequin tomaria conta deles agora, e que Daemon teria sua resposta na manhã seguinte. Daemon parou de caminhar e olhou fixamente para ele antes de dizer em um tom debochado com um sorriso amarelo em seus rosto:

    - Torça para que eu esteja vivo até lá. - Não se importou em dizer aquilo em voz alta, tamanha era sua frustração com todos ali, pois nem parecia que um aluno acabara de morrer de forma totalmente misteriosa.

    Se moveu até onde Andrew estava e com um movimento um tanto rude, atirou a carta que supostamente seria para ele em seu peito.

    - Está aí, bem vindo aos grupo dos malucos Sr. Montbell. - Falou em tom ofensivo, com as bochechas vermelhas de raiva, como se fosse socar a cara do garoto ali mesmo. Mas achava que não seria necessário, pois a reação de receber uma carta daquelas talvez fosse suficiente para fazer Andrew repensar suas palavras ditas anteriormente para Daemon no salão principal durante o jantar. Pensava em que reação o garoto teria em não conseguir abrir a carta.

    "Vamos ver se assim você me leva a sério."


    - Vou subir até o dormitório, caso alguém aqui que não seja um completo ignorante e queira saber o que realmente aconteceu no trem até aqui, que me acompanhe. - Continuou em rumo ao dormitório masculino. Lá tentaria pensar em como poderia sair e ir até a reunião sem ser apanhado no flagra. Provavelmente teria de ir sozinho, pois duvidava muito que alguém fosse o apoiar em sua empreitada rumo a verdade.

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    Mensagem por mimacarfer Seg Jun 04, 2018 11:53 pm

    ANNABELLE HOOPER

    Annabelle viu que Melissa sentara-se ao seu lado e olhava agora para o grande lago atrás das janelas da torre. Perguntou-se se a prima estaria pensando a mesma coisa que ela, mas não demorou muito para saber que sim. Sorriu carinhosamente para ela, passando a mão por seus cabelos:

    - Eu também estou, Mel... Mas creio que logo poderemos descansar.

    Respirou profundamente quando ouviu o monitor avisando que ainda levariam quarenta minutos para irem para os dormitórios. Pensou em levantar-se para perguntar se poderiam subir antes disso, mas a aproximação da garota foi mais rápida que sua vontade de se locomover.

    - Obrigada! - disse, sorrindo para ela enquanto cutucava Melissa para levantarem, afinal não era educado se apresentar a alguém daquela forma - Quem é você?
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    Mensagem por Bravos Ter Jun 05, 2018 8:28 pm


    - Não acha estranho você, os monitores, os professores, todos, tratarem-no como uma aberração sem nenhum motivo aparente? - Respondeu simplesmente o garoto francês. Era o que achava. Não morria de amores por Ewgol e estava claro que pelo menos um problema de socialização ele tinha, mas isso bastava para delegá-lo os piores olhares e reações. - Já que Whinx viu a frase de Helga sobre ele, talvez devesse ir comigo perguntá-lo o que ela falou e quem sabe assim ter uma justificativa para odiar Ewgol. - Nessa altura estava indo falar com a monitora.

    Ela pareceu entristecida com tudo que se passou. Talvez de alguma forma ela se sentisse responsável. - Tudo bem, podemos falar do que aconteceu amanhã, mas o que eu queria perguntar é como posso ter um rendez-vous com o professor Whinx. Queria tirar umas dúvidas com ele. - Não era a intenção de Clément falar sobre o acontecido do trem, uma vez, porém, que Sophie abriu a possibilidade, não acharia ruim esclarecer o que pudesse ser esclarecido. Loui interviu na conversa falando que aquela não foi a primeira vez. - Como assim? Então morrer gente na vinda para escola é algo rotineiro em Hogwarts? - Seus olhos se arregalaram e havia uma indignação solene em sua voz. - Ça n'est pas possible.
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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por Hylian Qua Jun 06, 2018 7:48 am


    CAPÍTULO DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia









    Alanna O’Shier



    Stacy fizera sinal para Alanna falar mais baixo. Falar de um Oxphord não era fácil e nem agradável para ninguém, muito menos para a mais irmã mais velha que, em seus anos em Hogwarts vira o suficiente para manter-se afastada de qualquer um dos irmãos. Stacy começou a subir as escadas acompanhada de sua irmã mais nova e somente quando estavam em um pequeno hall que tinha uma vista incrível de todo o salão comunal, que ela achou mais seguro para começar a falar.

    Fique longe dele, Alanna... – Murmurou a garota ansiosa – Sinceramente eu não sei por que Warlock ainda não os expulsou, eles são malucos! – Desabafou a menina sem encarar a irmã, olhando para o ninho como se temesse ser ouvida por mais alguém além de sua irmãzinha – Também não sei como o Sr. Clowl permite este garoto aqui, ele é insuportável...

    Eu sei quem ele é... – Ouviu-se a voz de Cassandra que, sorrateiramente, aparecera atrás de Stacy – Ele é Alfred Oxphord... – Completou a garota – Eu li sobre a família dele em um livro sobre alquimia. Os Oxphord são conhecidos na Inglaterra por serem peritos em quase todo o tipo de poções.

    De onde você veio?! – Perguntou Stacy assustada, encarando a menina como se esta tivesse algum poder inimaginável...

    Pela outra escada – Respondeu Cassandra apontando com o dedo fino a outra escadaria que levava ao mesmo lugar, o pequeno hall com duas portas em cada lado.

    Envergonhada por ter feito uma pergunta tão tola, ainda nervosa com tudo aquilo, Stacy quis por um ponto final naquela conversa –
    Onde você leu sobre isso? Primeiro ano e já está interessada em alquimia? De qualquer forma, fiquem longe desse menino e da nojentinha da irmã dele, ela consegue ser pior, acreditem...


    Daemon Griffiths



    Graham ignorou o ultimo comentário de Daemon, afinal, ele não tinha permissões para ajuda-lo naquele momento e estaria em sérias encrencas se não se juntasse aos outros em poucos minutos. Afoito ele acenou para Harlequin e alguns outros alunos de sua idade que, provavelmente, eram seus amigos ou companheiros.

    Gwendollyn odiava ser excluída, ela detestava ser monitora e mesmo assim não estar presente em tudo o que acontece na escola. Odiava saber que Scorpius Finnick possuía mais voz do que ela, quando algo parecia ser realmente importante e perigoso. Ela se aproximou da janela e seu sangue ferveu quando viu a garota de cabelos prateados se juntando aos demais. Lá estavam quase todos os monitores e dois capitães de quadribol, mas o que tanto estariam discutindo ali? Afinal, nem Scorpius, nem Edward faziam parte da cúpula dos monitores e ela fazia, muito embora nem quisesse o cargo.

    Se kenth está aqui, isso quer dizer que teremos boas aulas de astrologia... – Comentou ela para Daemon e os outros próximos a janela – Vocês estão com sorte, ele é um ótimo professor, apesar de tudo...

    Andrew Montbell nunca imaginou aquela atitude de Griffiths, ele nem se quer se lembrava de tê-lo chamado de “maluco”, mas o que ele podia fazer? Acreditar em alguma maluquice como aquela? O menino olhou curioso para a carta que Daemon entregou enfurecido. A carta tinha um aspecto envelhecido e mal cuidado e, nela estava escrito o sobrenome de Andrew. – Oba, uma carta pra mim? Mas de quem é? Foi você quem escreveu? – Ele perguntou inocentemente, ainda sem entender o porquê de tanta braveza. Montbell abriu a carta e em seu interior nada havia escrito, estava em branco... – Isso é alguma brincadeira?

    Você ficou maluco?! – Disse Harlequin em voz alta, completamente assustada com o que Daemon dissera. Ele realmente iria expor tudo o que sabia sobre o acontecido no trem? Provavelmente era o menino mais corajoso que a ruiva conhecia, ou talvez mais burro.

    A ruiva-monitora puxou Daemon para o canto, ignorando a expressão no rosto de Andrew que, claramente, dizia o quão insano Daemon parecia. Uma vez no canto mais distante que ela encontrou e, certificando-se que ninguém parecia escutar, ou disfarçavam muito bem ela voltou a encarar o menino. –
    Primeiro você veja se acalme os ânimos... – Murmurou ela impaciente – Não vai conseguir nada enlouquecendo desta maneira. As pessoas estão assustadas, embora eu acredite que todo mundo queira saber o que houve, duvido muito que você saiba o que ou quem fez todos dormirem na festa e, pior, matou aquele menino... – Harlequin cochichava tão baixo que Daemon tivera que prestar muito a atenção para entende-la – Isso já aconteceu antes e foi horrível... – Comentou ela com os olhos que começavam a lacrimejar. – Desculpe... Eu devo ser forte, afinal sou uma leoa...


    Clément Vaganay



    Sophia não sabia como responder a pergunta de Clément. Realmente para alguém leigo, a aparência de tudo era a pior possível e, sinceramente, a alemã não sabia muito sobre o fato, mas ficava nervosa só de lembrar-se que aquilo já aconteceu uma vez, um ano antes de ela ingressar em Hogwarts. Ficou sabendo de vários detalhes por conta de seus dois irmãos mais velhos e, também por ter um pai que trabalhava no Ministério da Magia.

    Whix nunca conta o que Helga diz... – Respondeu Sophia sem conseguir dar muitas esperanças ao novato francês – Você pode encontra-lo no escritório dele, fica no terceiro andar, eu te levo lá amanhã, mas ele leciona vôo. É possível que amanhã você tenha aula com ele...

    O deslize de Beauchamp fora tamanho que Sophia lhe lançou olhares horríveis – LOUIE! – Ralhou ela, que não sabia nem mesmo o que responder ao amigo.

    Eu não devia ter dito isso, não é? – Murmurou o suíço envergonhado e refletindo na besteira que fizera – Não devia mesmo...

    Vamos logo para aquele maldito lugar, não estou a fim de mais emoções hoje! – Disse a alemã impaciente – Amanhã eu levo você ao Sr. Whix... – Disse ela olhando por cima do ombro.

    Acho que só mesmo o Whix pode responder suas perguntas, menino... Mas duvido muito que ele revele o que Helga falou de você, eu mesmo não sei até hoje... Mas tem uma única pessoa que já conseguiu saber...

    LOUIE HERRÓN BEAUCHAMP! – Berrou Sophia sem acreditar que o garoto estava a ponto de cometer outro deslize – Acho que Helga deve ter falado sobre essa sua língua grande!



    Annabelle Hooper




    Vocês podem descer para os dormitórios a hora que quiserem! – Comentou a menina de cabelos roxos – O horário que falamos é um limite, não é permitido ninguém no salão comunal depois das onze horas, exceto se estiverem estudado... – Explicou a garota com um sorriso simpático – Eu sou Rachelly Finnick, do segundo ano!

    Rachelly! – Chamou Damyien aproximando-se das três garotas – Pode dar uma olhada nessas duas para mim? – Perguntou ele, olhando-as curiosamente – Eu preciso, hum, ah... Fazer algumas coias... Bem, você sabe...

    De novo? Está bem! Mas não se esqueça de amanhã... – Respondeu a garota preocupada.

    Não, não... Freiya não me deixa esquecer nem por um só minuto! Sinceramente, não estou nem um pouco a fim de ver o papai e a mamãe... – Comentou ele incomodado com a situação.

    Damyien finalmente se distanciou covil adentro, mas não foi para os quartos, ao invés disso avançou até um canto sorrateiro que nenhuma das primas havia notado até então. Não havia uma porta comum, os tijolos da parede se moveram quando ele, com a varinha, tocou alguns e uma abertura se fez e logo os tijolos voltaram ao seu devido lugar quando o menino desapareceu do outro lado.

    E então priminha... – Disse Freiya num tom debochado, que assumia seu posto autoritário tão rápido quanto Fargan deixara o covil – Já revelou para suas novas amiguinhas o seu segredo?

    Freiya... – Ralhou Rachelly constrangida, embora já estivesse acostumada com os constrangimentos que passava por causa da prima mais velha.

    CONTA LOGO QUE VOCÊ É UMA ABERRAÇÃO! – Berrou Alexia Oxphord de longe se deliciando com o bom feito de sua maldade e, aproveitou para rir junto com seu grupinho.



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    Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia - Página 2 Empty Re: Capítulo DOIS - O Leão, O Texugo, A Serpente e A Águia

    Mensagem por Raijecki Qua Jun 06, 2018 10:57 pm


    Ao ver Andrew abrir a carta com tanta facilidade, Daemon ficara tão branco como o próprio conteúdo da mesma. Se ali houvesse algum buraco para se enfiar, assim o faria sem sem nem precisar pensar duas vezes.

    "Cuspe de gárgula! Deveria ter tentado abrir a minha também! Mamma morreria de vergonha por minha burrice!"

    Harlequin totalmente surpresa e enfurecida, o advertiu em voz alta antes de puxa-lo para um canto para conversar a sós. Tentando o acalmar, explicou que todos estavam tão assustados quanto ele e que Daemon deveria se controlar mais antes de fazer besteira. Terminou com o olhar quase cheio de água revelando uma verdadeira bomba para o jovem Griffiths.

    Aquilo já tinha acontecido antes.

    Toda aquela situação que sua fúria havia causado fez Daemon acordar para a realidade. Não teria uma vida fácil depois de tudo, mas seria praticamente insuportável se resolvesse brigar com todos, pois precisaria mais do que nunca da amizade deles ali, sem falar dos outros alunos que haviam, assim como ele, presenciado a morte de William. Mas como reverter aquela situação que parecia ser irreversível? Uma pessoa adulta, que fosse sensata e correta, talvez se desculparia por tudo e faria as pazes formalmente, mas Daemon era apenas uma criança, que neste momento se sentia o garoto mais idiota do mundo bruxo.

    Coragem e burrice andam sempre de mãos dadas, e na maioria das vezes a linha tênue que as separa depende apenas de um novo ponto de vista. Daemon resolveu seguir pelo mais difícil e improvável.

    Correu em direção a Andrew rindo alto, e quando chegou em frente ao mesmo, apontou seu dedo indicador direito para ele e falou, como se aquilo fosse extremamente engraçado:

    - Hahahaha! Deveria ver sua cara Andrew! Fica tranquilo, foi só uma brincadeira, sabe como é né? Uma pegadinha, não precisa levar a sério... - Olhou de volta para Harlequin e continuou, na esperança de que ela o ajudasse a mascarar toda aquela vergonhosa situação:

    - Não é mesmo Monitora Harlequin? - Naquele momento, passar a impressão de ser um louco engraçado valia muito mais a pena do que um louco sinistro, como talvez Andrew e os outros pensassem dele por suas ações anteriores.

    "Me ajuda Gwendollyn, pelas barbas de Merlin..." - Para cada ação há uma reação, e Daemon precisaria aprender a lidar com elas o quanto antes se quisesse continuar em Hogwarts. Ainda mais sabendo de que se aquilo já havia acontecido, ninguém, até aquele momento, teria descoberto como impedir o que quer que aquilo fosse.

    - Então, eu ouvi dizer que centauros são excelentes em astrologia, parece que vai ser bem legal ter Kenth como nosso professor, não acham? - Com um tom mais amigável e feliz, tentava mudar de assunto rapidamente, talvez outro tópico de conversa pudesse fazer mudar a atenção de todos.
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