A noite já estava quase chegando no fim quando ele simplesmente lhe pediu um favor: que ela fosse ao hospital e verificasse o estado em que May se encontrava e se tinha alguma notícia de Leila por alí também. Parecia estar bem preocupado com as duas e queria que ela cuidasse de tudo, principalmente em horários que ele não poderia cuidar.
Sem demoras, ela se vestiu e foi até o hospital geral da cidade. Não foi difícil chegar ao local, pois foi só questão de pegar um táxi há algumas ruas afrente de onde ficava o galpão. Que bom que apesar de ser muito cedo, já estavam passando táxis pela cidade.
Em outros momentos, ela ficaria bem preocupada com o que aquele taxista poderia pensar dela, por ser mulher e por estar vagando sozinha pelas ruas da cidade de uma região tão erma naquelas horas, mas atualmente não se preocupara com mais nada. Tinha seu Rugall e seu Pituco na vida, então nada mais lhe importava, nem sequer pensava em trabalhar.
Depois de 20 minuto dentro daquele táxi, ela pagou com o que tinha na carteira e logo em seguida entrou no hospital. Por sorte, olhou em uma parede atrás de balcão na entrada e viu que dali a cerca de uma hora o horário de visitas dos pacientes estaria liberado, mas ela tinha que esperar. Deu uma olhada então na carteira e viu que tinha dinheiro o suficiente para gastar em outra corrida de táxi para voltar ao galpão e então, seu estômago ressoou. Já fazia até que bastante horas que ela não se alimentava então, aproveitando a situação, olhou mais uma vez a carteira, contou o dinheiro e foi para uma lanchonete do outro lado da rua comer alguma coisa.
Assim que lá entrou, ela viu que haviam homens trabalhadores de todos os tipos e cores. Haviam poucas mulheres no local, salvo por uma ou outra garçonete e outra mulher mais velha e maltratada pela idade que lá comiam. Um ou outro funcionário do hospital comiam por lá também, mas nenhuma das mulheres chegava ao nível de sua beleza, tirando o fato de que Morgana usava um vestido ligeiramente curto (4 dedos acima do joelho) e xadrez. Até parecia um vestido de uma menininha de uma fazenda do interior do país.
Entrando pelo lugar, todos a olhavam, como se ela fosse um ET que não pertencia aquele mundo. Procurou um lugar ara se sentar no balcão, já que todas as mesas estavam ocupadas. ela rezava para que ninguém fizesse alguma gracinha com ela, lhe passasse a mão ou qualquer coisa do tipo. Como quase nunca usava maquiagem alguma, ela não estava parecendo nenhuma prostituta, então ela rezava para que isso a salvasse de qualquer coisa.
"Vou ter que pedir algum dinheiro emprestado para Rugall para comprar uma ou duas camisetas e calças... não vai ser nada bom sair a essa hora da manhã de vestido... ou vou ter que fujir para meu antigo apartamento e ver se ainda existe alguma roupa por lá que esqueci de trazer..." - pensava ela enquanto pedia um copo de leite com chocolate e um pão com queijo.
Não demorou muito para comer e sair logo daquele lugar, pois estava bem desconfortável lá dentro, mas ainda falatava um pouco de tempo para poder fazer a vista, mas pelo menos ficou aguardando dar o horário dentro do hospital. Estava já quase cochilando quando finalmente chegou a hora. Ela então se identificou no hospital e perguntou pela paciente. Seguiu todas as instruções que Rugall havia lhe passado, desde o nome completo dela e outro dados caso fosse necessário e disse que era irmã dela. Inventou toda uma historia de que não costumavam se falar muito e que estava morando muito longe da cidade então não tinha muito contato, mas logo que ficou sabendo de tudo, veio correndo. Que bom que só haviam se passado 2 dias do ocorrido, então tudo ficava mais fácil.
May estava na UTI e seu caso ainda era grave, pois a batida havia sido feia. Ela tinha machucados e arranhões pelo rosto, braços enfaixados e cabeça meio enfaixada. Estava ligada a vários aparelhos, com vários monitores e a enfermeira explicou que a situação agora era simplesmente de espera, uma vez que seus sinais vitais estavam estáveis. Era apenas questão de ver quanto tempo ela iria ficar dormindo, se algum dia acordaria e como as coisas seriam dali pra frente.
"Que bom que pelo menos o hospital é público e ótimo..."- Pensava ela. Pelo menos não iria ter que conversar com Rugall sobre como fariam para poder mante-la ali, sendo que geralmente paciente na UTI gasta muito dinheiro.
Morgana ficou algum tempo ao lado de May e começou a conversar com ela. Dizia coisas ternas e carinhosas, como por exemplo que viria visita-la sempre até ela acordar e que cuidaria muito bem de Rugall enquanto ela estivesse ausente. Ela pedia para que May ficasse boa logo para que ambas pudessem voltar juntas para casa. Havia momentos que Morgana rezava um pouco com ela, para que a oração a confortasse e para que Deus pudesse cura-la logo. Chegou também a pegar na mão de May por alguns instantes para lhe dar conforto e para que ela sentisse que lá havia alguém que se importava com ela.
Queria poder regressar e trazer boas notícias à Rugall mas infelizmente ela não tinha. Era tudo uma questão de esperar o que tivesse que acontecer. Ela ficou por alí todo o tempo da vista e então agradeceu a enfermeira no hospital que lhe atendeu e saiu de lá.
Na porta do hospital havia alguns táxis então foi mais fácil para que ela pudesse pegar um e poder regressar para o galpão. Durante o caminho ela pensava em como iria explicar tudo... ainda bem que havia quase que um dia todo para que ela pudesse pensar em como faria isso justamente para não deixa-lo triste.
"Que Deus me ajude..."
▲