Dia de treino

Nergal não tinha reparado que Tirel havia chegado na oficina de Ka, mas quando ela fala com o anjo negro, ele divide a atenção com ela e Ricardo. Mas é a pergunta de Niréia que lhe chama mais a atenção.

- Como assim o que a minha armadura já faz? Ela é uma armadura de guardiões de Verda Ero, não sei se ela possui algum tipo de encantamento. Acho então que devo fazer uma análise nela antes de fazer qualquer alteração física. Eu acredito que devo avaliar também minha espada. Não sei se tanto ela quanto a minha armadura possuem algum toque mágico. Mestra Niréia, poderia me ajudar nessa tarefa?

Depois ele se volta para Tirel.

- É sim de meu interesse ver o seu trabalho Tirel. Sempre é bom ter uma segunda arma e eu atualmente só tenho esta espada. Quanto a nossa ida até o herbanário, podemos passar por lá mais tarde. Senhor Ka, a sua amiga mantém a loja aberta até mais tarde?

NADHULL prefere não olhar para trás, rumando direto para outra margem. O sol estava a pino, devia ser perto do meio-dia. O arqueiro tinha visão fácil de Nadhull, mas o segundo tiro nem passa tão perto.

Ele calcula que está num dos favelões mais ao sul da cidade, já que o porto que conhece mais estava a norte. As favelas oferecem vantagens para quem as conhece, desvantagens para quem não as conhece, podem ser boas ou más tanto com quem caça, como com quem foge. Contra Nadhull estava a luz plena e falta de conhecimento de área, a favor estava o movimento.

Iluminação e movimento:



Estado das casas:

Todos percebem quando ele aterriza. Um íncubo costuma ser notado, mesmo que não sejam incomuns na cidade, assim Nadhull se põe a andar para tentar se misturar à paisagem mais rápido. Seria inconveniente andar ao invés de voar, mas se queria um pouco de descrição, teria de fazer este sacrifício por um tempo. Talvez os capangas de Nasha demorassem um pouco a começar procurá-lo novamente, mas é basicamente certo que o farão mais cedo ou mais tarde.

A parte de favelão propriamente dita tem cerca de cinco esquinas para cada um dos três lados (oeste é o rio) e tem basicamente o que se espera que tenha numa favela. Esta parte da cidade está mais movimentada que o resto, lembrando que boa parte da cidade está menos movimentada que outros dias por ser uma Iniciadora (primeiro dia da semana) dia que muitos vão procurar os templos das deusas-mães, aquela parte não parece muito afetada por isto, o que pode indicar que as pessoas ali não ligam muito para cultos às deusas ou não tem devoção suficiente para procurar os templos distantes. (off: Mais detalhes sobre as ruas que está precisa de percepção geral ou focada, lembrando de detalhar o que ESPERA encontrar, porém se for algo relativamente óbvio, não precisa rolar).

---

Ricardo, apesar de não ter sido chamado na conversa depois de Ka ter chegado, parece ter ficado interessado quando o colega disse que estava estudando magia, e fica ali meio de lado, mas rondando. Nota: na forja o tom de voz de vocês é meio alto, por causa do barulho de fundo.

Ka é bem sucinto no relato dos raios, e Niréia pergunta quando isto aconteceu. Ka calcula que deve ter sido no mês da Águia ou do Guepardo.

- Interessante, imaginei uma data parecida, pois tiveram mesmo alguns relatos de "coisas mágicas incomuns" nesta época. Claro que isto pode significar qualquer coisa mas... (pausa, pensando) havia um grupo nosso que ficou de procurar alguma atividade anormal perto das Torres Negras*, mas até onde sei, não encontraram nada relevante.

*Torres de Cristal Negro ou só Torres Negras, um lugar não muito longe de Dafodil onde ficam três enormes e disformes torres de um material estranho que parece cristal (mas certamente é mais estranho que isto) em volta delas grandes muralhas cercam uma cidade (ou fortaleza) controlada por seguidores de Ades. O lugar é evitado mesmo por demônios poderosos e cercada de boatos, entre eles o mais comum é que o próprio Ades tem seu trono lá e de que as torres são evitadas até pelos Gran-Elementais e deuses, que Ades conseguiu construir lá a única "coisa" capaz de derrotar deuses e que as Torres Negras ligam o Plano Material aos Círculos Infernais controlando interesses nos dois planos.

TIREL presta atenção na informação. Apesar de parecer informação inútil, os meses citados lhe chamam atenção, pois seu evento pessoal também foi no mês da Águia ou do Guepardo. Já o de Nergal em Verda Ero ocorreu antes, dois ou três meses antes.

Nergal escreveu:- Como assim o que a minha armadura já faz? Ela é uma armadura de guardiões de Verda Ero (...)

- E que tipo de armadura guardiões de Verda Ero fazem?

A pergunta era quase retórica, e Nergal se sente meio bobo por não ter se feito uma pergunta assim antes. As armaduras dos guardiões eram feitas para ser leves e resistentes, e brancas. Mesmo se não fossem preparadas para magia, só a leveza e a resistência já estão acima do normal (NÃO são as mais leves nem as mais resistentes que existem, mas a relação entre as duas coisas é acima do padrão). Seja qual for a técnica, ela APARENTEMENTE é uma técnica antiga de artesões de Ajros. Nergal lembra algo do outro ferreiro dizer que seria muito útil em terrenos gelados/nevados como os que eles têm. Não é difícil imaginar que isto seria ainda mais útil para anjos com penas brancas.

Quanto avaliação, Niréia diz ao anjo que poderia ver isto depois, talvez indicando alguém para fazer, mas que, embora ela tenha capacidade suficiente para sentir algumas propriedades mágicas em objetos, neste caso prefere ensinar como testar estes objetos, pois além de não ser uma especialidade dela, objetos encantados ou que se pretendem encantar, devem responder melhor a quem vai usar.

off:

@Kether, @Lalalady

KA,

Ao ver a artesã em armas chegar e ouvir aos comentários dos outros vê que tem muitas coisas para fazerem.
-- Sr. Nergal, creio que sua armadura já tenha algum diferencial conforme a mestra Niréia informa. Se pudermos organizar dados como peso atual e amostra do material, podemos fazer as contas sobre os materiais alternativos que temos disponíveis para oferecer opções. Ai você poderá decidir com base em fatos. Eventualmente podemos adicionar materiais para acumular ou canalizar energia conforme seu interesse. Aguardo a resposta dele.

Em um momento adequado falo com a jovem artesã.
-- Olá Tirel, como posso ajudar? Todos me chamam de Ka. Observo a exótica artesã enquanto espero, talvez carregue ferramentas ou peças que denotem o serviço que busca.

Em um momento adequado falo com a Mestra Niéria:
-- Mestra Niréia, o que acha que posso fazer para tentar descobrir se tenho habilidades com o mana branco? Já frequento a ICB, acha suficiente?

O anjo negro dirige-se a Tirel, que parece lisonjeada com seu interesse pelas armas que produz.

Nergal escreveu:- É sim de meu interesse ver o seu trabalho Tirel. Sempre é bom ter uma segunda arma e eu atualmente só tenho esta espada. Quanto a nossa ida até o herbanário, podemos passar por lá mais tarde. Senhor Ka, a sua amiga mantém a loja aberta até mais tarde?

Tirel responde:

- Muita gentileza da sua parte, mas, como disse, já tenho planos para o restante do meu dia. Pretendo testar alguns sais na minha tenda, para tingir uma arma encomendada. Estou na Praça dos Sonhos pequenos caso queira passar por lá.

O ferreiro a aborda.

Ka escreveu:-- Olá Tirel, como posso ajudar? Todos me chamam de Ka.

Ao ver que detinha um pouco da atenção do ferreiro, Tirel o puxa mais para o canto e continua a conversa:

- Mestre Harin me mandou aqui. Disse que você tinha feito um bom serviço para ele em uma armadura e, se for a que eu o vi colocando na égua dele, realmente foi um trabalho bem feito. Ele disse que, em seu trabalho, tinha usado um pouco de liônio e, como estou precisando desse metal para uma arma encomendada por uma heroína da Corte dos Milagres, achei que talvez pudéssemos negociar se tiver alguma sobra. Também precisarei de uma forja para lidar com o metal e, por um preço interessante, acho que poderíamos nos beneficiar mutuamente nesse trabalho. O que me diz? - ela lança um olhar curioso para o ferreiro.

Ka + Tirel,

-- Mestre Hârin, sim fizemos a armadura pra ele usar em sua égua. Se está determinada a usar liônio, saiba que é um material venenoso. No entanto eu tenho um pergaminho sobre como fazer para usar o liônio e também tenho uma informação importante sobre o antídoto caso aconteça algo de errado que não está no pergaminho dos alquimistas. Deixo você copiar o pergaminho se tiver outro sobre algum material raro que eu não tenho para que eu copie ou por 10 kons para que eu possa pegar outro pergaminho. De quebra te conto sobre o antídoto. A respeito de sobras do Liônio, vamos precisar falar com o Ricardo, aquele ali, ó. Aponto para o Ricardo. Já sobre a forja para processar o Liônio, podemos falar com o Lester que é aquele outro ali. Aponto para o Lester. Se precisar de ajuda com o processamento de tudo para a sua encomenda, nós também podemos ajudar e acelerar o processo, somos em vários aqui. Ai você pode sub contratar a gente para fazer parte das atividades.

Ricardo:
- Não sobrou nada, o minério é caro e a armadura que fizemos era grande, então usamos tudo que tinha. Apesar de tudo, a liga foi realmente muito boa. - responde seco, como se Ka estivesse falando demais. - Só achamos no mercado negro, e creio que vai ser ainda mais difícil achar mais, quanto ao processo de liga, é como o colega disse: uma mão lava outra, as duas lavam a cara...

Nergal observava em silêncio enquanto os ferreiros e armeiros conversavam enquanto ele olhava a armadura, o manto e a espada.

"Como eu não tentei sentir se havia alguma magia nos meus próprios itens..." - pensava.

- Então as armaduras de minha terra são forjadas para serem leves, resistentes e que possam facilitar ao vôo. Sua cor também ajuda na camuflagem e ela é confortável em locais de baixa temperatura, até porque no céu a temperatura é bem menor que aqui em terra firme. Uma outra coisa Niréia, acredito que esta armadura possua uma afinidade com o mana branco, pois com ou sem ela eu não perco nada em manobrabilidade de vôo. Ela é quase uma segunda pele.

Nergal então se vira para Ricardo.

- Ricardo, a pesquisa de uma liga metálica como essa será cara, mas para o seu conhecimento ela poderá ser até mesmo muito vantajosa. Podemos fazer um acordo? Deixarei uma escama para que avalie a liga metálica, vou avaliar a armadura magicamente e assim que terminar poderia trazer a armadura e as características mágicas dela para que a reforme. E se for viável terei de adquirir uma armadura leve para usar enquanto a minha esteja sob sua guarda. O que me diz? Quanto a uma armadura leve acredito que vou precisar de uma agora mesmo...

O anjo volta a falar com Ka.

- O que nos trouxe aqui Ka, não foi exatamente a aquisição de uma armadura. Mas saber se há algum lugar onde possamos ir para realizar um treino com o mana branco. Como você tem contatos com a Igreja do Cisne Branco, talvez tenha o conhecimento de um local propício para isso. Acredito que saiba que na cidade bem como em toda Ilha dos Exilados, as condições são muito adversas para a manipulação do mana branco.

Nergal olha para a mestra e depois para Ka.

- Apesar do mana branco ser um dos mais presentes e abundantes, é a manipulação que exige maior controle e habilidade para realizar os efeitos desejados. Até mesmo para anjos que tem a afinidade maior com este elemento, ele é difícil de ser dominado.

Nadhull pousa na caótica vila, ao seu redor a uma grande massa de pessoas e decide se afastar da margem onde de certa forma se torna visível, apesar da distância e se mistura entre as pessoas caminhando normalmente, parando em um ou outro comerciante, como se não estivesse fugindo para não chamar mais atenção do que um incubo chama, principalmente um incubo que acabou de pousar.

Se concentra principalmente nas barracas que vendem mantos, para achar um que lhe cubra e disfarce vestes e rosto e achando-o testa-o e, se gostar e si achar adequado, o adquire. Segue caminhando entre os transeuntes e observa se encontra um ferreiro ou artífice para retirar sua pulseiras e se guia pelo calor das forjas para identificar com mais facilidade e observa a formação das casas e das esquinas e traça um rumo que o aproxime mais do templo e mantem uma rota que seja repleta de pessoas, pois sabe que logo seus perseguidores tentarão encontra-lo e seu maior trunfo é a multidão.

Nadhull percorre ruas e mais ruas, entra em lojas e tavernas, bebe cervejas e trava conversas procurando informações sobre o comercio e entre essas informações inclui banalmente pergunta sobre ferreiros e artífices para ajuda-lo na busca e estando em multidões e áreas cobertas, dificulta a sua detecção, mas cuida em não se demorar muito em nenhum lugar.

O ferreiro responde a Tirel, que o escuta atentamente:

Ka escreveu:-- Mestre Hârin, sim fizemos a armadura pra ele usar em sua égua. Se está determinada a usar liônio, saiba que é um material venenoso. No entanto eu tenho um pergaminho sobre como fazer para usar o liônio e também tenho uma informação importante sobre o antídoto caso aconteça algo de errado que não está no pergaminho dos alquimistas. Deixo você copiar o pergaminho se tiver outro sobre algum material raro que eu não tenho para que eu copie ou por 10 kons para que eu possa pegar outro pergaminho. De quebra te conto sobre o antídoto. A respeito de sobras do Liônio, vamos precisar falar com o Ricardo, aquele ali, ó. Aponto para o Ricardo. Já sobre a forja para processar o Liônio, podemos falar com o Lester que é aquele outro ali. Aponto para o Lester. Se precisar de ajuda com o processamento de tudo para a sua encomenda, nós também podemos ajudar e acelerar o processo, somos em vários aqui. Ai você pode sub contratar a gente para fazer parte das atividades.

- O que tenho aqui na verdade são apenas sais. Se quiser algum, posso lhe dispor. Porém, acho mais conveniente pagar pelo pergaminho agora mesmo. Em relação ao antídoto em caso de envenenamento, o que teria a me dizer? - Tirel tentava ser o mais objetiva possível, porque ainda queria ir para a tenda e testar os sais.

Ricardo interrompe:

Ricardo escreveu:- Não sobrou nada, o minério é caro e a armadura que fizemos era grande, então usamos tudo que tinha. Apesar de tudo, a liga foi realmente muito boa. - responde seco, como se Ka estivesse falando demais. - Só achamos no mercado negro, e creio que vai ser ainda mais difícil achar mais, quanto ao processo de liga, é como o colega disse: uma mão lava outra, as duas lavam a cara...

Tirel levanta uma sobrancelha para o homenzarrão:

- Mah'bah! Acabei de falar sobre "nos beneficiarmos mutuamente nesse trabalho" e você vem me falar de mãos juntas que lavam o rosto? Talvez não tenha ouvido, não é mesmo? Vamos tentar começar de novo então. Vocês já sabem o caminho para conseguir o liônio, eu não. Não moro em Dafodil. Se vocês o conseguissem para mim, podemos trabalhar juntos nessa arma e dividir os lucros, afinal, com a qualidade de acabamento artesanal que posso oferecer juntamente com o expertise de vocês, poderíamos faturar algum dinheiro interessante. Mas é claro que podemos encerrar nossa negociação agora mesmo e cada um seguir seu caminho...

Tirel oferece o dinheiro pelo pergaminho a Ka e espera as respostas.

Ricardo:

- Então, conseguir o minério é o mais difícil, porém o depois também é complicado, e este depois já passamos por ele. O minério não é fácil de purificar, mas faz umas ligas realmente interessantes. Conseguimos uma dureza excepcional com molibdênio e um peso excelente com alumínio, tivemos que reciclar a liga uma vez, mas podemos ensinar não ter que passar por isto também. Se viu a égua do Ĥarim, pode não ter percebido, pois com a ligação molibdênio-liônio a cor fica igual de aço bom, o metal puro é meio esverdeado e macio, mas tem como consertar isto.

off escreveu:Trocando em miúdos técnicos: Ele (ainda) não deixou claro como conseguir o minério, embora já tenha dito que é no mercado-negro, mas o que ele está falando que pode facilitar de verdade é a receita. Ele não se preocupou em contar que o liônio faz boas ligas com alumínio e/ou molibdênio, talvez só este segredo já valesse algo, mas o ferreiro sabe que pra funcionar é preciso saber QUANTO de cada metal é o ideal pra liga, e este QUANTO é o segredo que parece disposto a ensinar (talvez algum COMO também).

Ele diz que a liga pode ser reciclada, o que pode ser bom, pois se tiver que tentar algo na tentativa/erro, tem metais que não aceitam uma segunda tentativa, e as perdas podem ser enormes. O liônio, por ser um minério lendário, deve ser dos que dá pouca margem para refazer, eles podem ter dado sorte, ou são fodões mesmo.

De quebra Ricardo ainda soltou a informação que o liônio puro é esverdeado e macio, e considerou isto um erro a ser corrigido, mas para você pode ser um sinal de acerto. Eles precisavam de algo mais duro possível e relativamente discreto, pois faziam armadura, já uma espada TEM que ser mais macia que a armadura, mas não muito.

Tirel percebe que Ricardo parece ser do tipo orgulhoso, já de Ka não tem uma leitura clara ainda. Talvez ela possa usar isto.

* * * * *

Ka escreveu:-- Mestra Niréia, o que acha que posso fazer para tentar descobrir se tenho habilidades com o mana branco? Já frequento a ICB, acha suficiente?

- É claro! Que não. O domínio da magia branca requer disciplina.

Ka balança a cabeça, mostrando que estava ouvindo.

-...É todo um estilo de vida!

Balança a cabeça de novo.

-...Um estilo de vida como pregado em Ajros, que permeia várias partes da vida prática e meditativa...

Balança a cabeça de novo.

(SUSPIRO)
- E que, pelo seu olhar, suponho que não faz a menor ideia do que estou falando...

Ka: - Aãnnnnnhh

(SUSPIRO)
- A Igreja Cisne Branco é conhecida pelos magos de cura. Se for o que busca, então está no caminho certo, mas apenas frequentar uma filiação não garante absolutamente nada. Com certeza eles irão lhe dar várias tarefas e obrigações, e ensinar sobre o estilo de vida que falei, mas o desenvolvimento da magia é um aprendizado individual. 90% de tudo que um mago sabe, tem que vir de dentro.

Eu não estou ligada à Corte dos Milagres ou qualquer outra filiação, portanto posso falar "informalmente" sobre a magia com quem eu achar que mereça. Mas alguns mestres de magia são rigorosos e não deixam seus discípulos aprender com qualquer outra fonte que ELES não indiquem. Portanto você deverá primeiro esclarecer esta exclusividade com os mestres que já tem, para saber se poderia ajudar em algo a mais. Claro que não tem problema nenhum conversarmos INFORMALMENTE. Entende, não é?

* * * * *

Ricardo pega um alicate e corta uma das escamas de Nergal. Ele segura entre dois dedos, parecendo sentir o peso, coloca bem perto dos olhos, cheira, morde, olha de novo.

- De fato, uma obra de artífice! Eu mataria um por uma receita desta. Fazer o processo inverso não é mesmo barato, e nem rápido. Também não posso garantir 100% que consigo reproduzir o material exato. Pode ser que consuma a escama até o final e consiga só 80% da receita, mas só posso dizer depois de serrar e derreter... Um metal deste com certeza tem segredos de gerações. Pelo peso parece uma liga com mais alumínio, mas pela dureza não pode ter mais alumínio. Prevejo um bom desafio. Mas terei de fazer exames preliminares com esta primeira escama.

Nergal escreveu:- Apesar do mana branco ser um dos mais presentes e abundantes, é a manipulação que exige maior controle e habilidade para realizar os efeitos desejados. Até mesmo para anjos que tem a afinidade maior com este elemento, ele é difícil de ser dominado.

Niréia:
- É verdade. A magia do ar precisa de muito controle para se conseguir efeitos mais refinados. Não é fácil para os machos, já que é uma magia feminina. E... bom, não queria me gabar, mas muitos mestres magos sofrem de falta de criatividade quanto às técnicas mais refinadas.

offzin:

---

NADHULL

Como era de esperar, aquela parte da cidade tinha um mercado pobre. Muitos cercam Nadhull, seja uma senhora idosa oferecendo pequenas cabeças de couve-flor (quase implorando pra comprar), seja um cara que diz ter botas especiais que valem 200 kons (mas se disser que só tem 20, ele vende), seja camponesas oferecendo a si mesmas, e uma ampla variedade de vendedores de ninharias básicas, todo barato e de baixa qualidade, para achar algo que chame atenção tem que peneirar.

(R.Oc.)

Por um tempo Nadhull não percebe nada incomum que pudesse anunciar estar sendo seguido. Suas roupas eram um pouco melhores que das pessoas ali (o que não era difícil) e por isto mais gente o procurava querendo vender o que fosse. As pessoas da cidade normalmente não pediam esmolas para íncubos, pois tinham medo, mas um ou outro mais bêbado ou com mais cara-de-pau pode vir a pedir.

Sua ansiedade diminui quando compra um manto simples de algodão cru que ajuda se misturar melhor (R.Oc. 5,7) não consegue se disfarçar magicamente, mas mantendo as asas próximas do corpo e bagunçando os cabelos para disfarçar os chifres pequenos, consegue se passar por humano a média distância e híbrido a pequena.

Havia UM ferreiro de verdade naquele bairro, embora com algum improviso oficinas menores como marceneiros ou faz-tudo também pudessem resolver.

Numa taverna que não se destaca muito pede uma cerveja que tinha qualidade "aceitável", parecia melhor que as alternativas. Discretamente pergunta um local sobre ferreiros, e este também discretamente, vendo os braceletes, diz que, por cinco moedas de bronze ou uma de prata ele corta os cadeados pra você.

obs escreveu:Pode aceitar a proposta dele mesmo, e vocês dois vão no fundo da taverna e o cara corta fácil os cadeados ou pode preferir ir numa oficina mesmo, aí negocia, mas ele não deve cobrar caro pra isto. Se achar interessante, pode ilustrar o cara na taverna ou oficina falando se algo chamou atenção para falar com aquele personagem específico. Se tiver qualquer outra imagem de alguém que possivelmente chame atenção num lugar como este, pode colocar.

De uma ou outra forma, quando tira os braceletes, sente os braços arder um pouco, como quando a circulação fica comprometida um tempo depois volta, mas ao invés do formigamento da circulação de sangue, é uma ardência da circulação de magia. Caso Nadhull não falar nada, o cara que cortou os cadeados vai fazer o "favor" de ficar com os braceletes também.

Indo relativamente devagar, em duas horas já dá para sair daquela área de favela (a menos que queira ficar ainda mais tempo para investigar os becos) e nestas duas horas não viu sinal de perseguição. Parece relativamente seguro voltar a andar na parte conhecida da cidade.

Ka,

       -- Tirel, creio que Ricardo já explicou algumas coisas. Sobre o pergaminho, vamos fazer uma cópia agora mesmo. Guardo os 10 kons. Sobre o antídoto, eles não tem ele pronto na torre dos Alquimistas e pode custar caro, demora 3 dias para fazer. Então seria bom providenciar alguma coisa antes de começar a trabalhar com o Liônio. Minha amiga herbanária, Jussara, pode conseguir suprimentos pra você e pode ajudar com o antídoto também. Porém eu peguei a última dose dela e precisaria passar lá para pedir por mais. É lógico que você pode trabalhar com o material ser ter o antídoto disponível, mas vai que ocorre algum problema.
       Suspiro:
       -- Sobre o Liônio, o Ricardo que achou com seus contatos no mercado negro. Na última vez que estive lá não foi uma visita amigável. Posso até te ajudar, mas os contatos foram dele e se me virem no mercado com você acho que dobrariam o preço de qualquer coisa.
       
       Para a Mestra Niréia:
       -- Podemos conversar com meu mestre na ICB sobre um espaço para vocês treinarem. Não vejo problema em conversar informalmente e agradeço pelas dicas. O processo de descobrir estas coisas assim sozinho é bem complexo.

Ricardo escreveu:- De fato, uma obra de artífice! Eu mataria um por uma receita desta. Fazer o processo inverso não é mesmo barato, e nem rápido. Também não posso garantir 100% que consigo reproduzir o material exato. Pode ser que consuma a escama até o final e consiga só 80% da receita, mas só posso dizer depois de serrar e derreter... Um metal deste com certeza tem segredos de gerações. Pelo peso parece uma liga com mais alumínio, mas pela dureza não pode ter mais alumínio. Prevejo um bom desafio. Mas terei de fazer exames preliminares com esta primeira escama.

- Acredito que você vai gostar então de aprender esta fórmula. Então acredito que poderemos compartilhar os custos deste aprendizado, pois não?

Nergal fica um pouco mais quieto apenas observando o outros conversando. Então ele pergunta a Ka:

- Você me perguntou sobre formas de proteção para as minhas asas, isso não me agrada, mas haveria algo que pudesse ser criado para que eu possa camufla-las? Acho que estou parecendo um ponto negro numa planície nevada. E aqui em Dafodil não é muito bom ter toda essa visibilidade.

Depois para Tirel:

- Além de armas de combate corpo a corpo, você também confecciona arcos e demais armas de projéteis ou de arremesso?

Para ambos:

- Dafodil é uma grande cidade, se pode encontrar de tudo. Mas vocês não tem ambições de conhecer outros lugares? Eu penso que Dafodil é um ponto de partida e não o local para passar por toda a minha vida. Estou pensando em partir para Farj Regno e conhecer as Terras de Piro. Quanto tempo então vocês acham que demoraria o estudo do material da minha armadura? Esse seria o tempo que eu passaria aqui em Dafodil.

Ricardo escreveu:- Então, conseguir o minério é o mais difícil, porém o depois também é complicado, e este depois já passamos por ele. O minério não é fácil de purificar, mas faz umas ligas realmente interessantes. Conseguimos uma dureza excepcional com molibdênio e um peso excelente com alumínio, tivemos que reciclar a liga uma vez, mas podemos ensinar não ter que passar por isto também. Se viu a égua do Ĥarim, pode não ter percebido, pois com a ligação molibdênio-liônio a cor fica igual de aço bom, o metal puro é meio esverdeado e macio, mas tem como consertar isto.

- Ricardo, meu bom amigo, posso ver que você é um habilidoso profissional e talvez o cérebro de toda essa situação - diz Tirel se chegando meis perto dele - então, me diga, quem é seu contato no mercado negro para que eu possa também obter um pouco do metal? E quanto a trabalhar com ele, se você chegou ao ponto esverdeado e macio, isso realmente não precisaria de conserto, uma vez que é justamente dessa característica que preciso para essa espada, uma arma fina e esmerada com a qual, repito, podemos ganhar um bom dinheiro. - Tirel era baixinha, mas encara Ricardo decidida, esperando uma resposta positiva.

E voltando-se para Ka, escuta o que ele tinha a dizer, entregando-lhe o dinheiro do pergaminho.

Ka escreveu:       -- Tirel, creio que Ricardo já explicou algumas coisas. Sobre o pergaminho, vamos fazer uma cópia agora mesmo. Guardo os 10 kons. Sobre o antídoto, eles não tem ele pronto na torre dos Alquimistas e pode custar caro, demora 3 dias para fazer. Então seria bom providenciar alguma coisa antes de começar a trabalhar com o Liônio. Minha amiga herbanária, Jussara, pode conseguir suprimentos pra você e pode ajudar com o antídoto também. Porém eu peguei a última dose dela e precisaria passar lá para pedir por mais. É lógico que você pode trabalhar com o material ser ter o antídoto disponível, mas vai que ocorre algum problema.
      Suspiro:
      -- Sobre o Liônio, o Ricardo que achou com seus contatos no mercado negro. Na última vez que estive lá não foi uma visita amigável. Posso até te ajudar, mas os contatos foram dele e se me virem no mercado com você acho que dobrariam o preço de qualquer coisa.

 
   
- Bem, até o presente momento só preciso de ter o antídoto se conseguir o metal, não é mesmo? Então, um problema de cada vez - ela diz, pragmática - Lembrando que conseguir o metal também é um pré-requisito para trabalharmos juntos e faturar alguma coisa - Tirel dá um tapinha nas costas de Ka, como um gesto de camaradagem, mas não parece surtir muito efeito com toda aquela armadura que ele usava. - Com metal, com dinheiro, sem metal, sem dinheiro... Ou vocês não precisam de algum para sobreviver? - ela finaliza.

Então ela aguarda o pergaminho e a resposta de Ricardo.

Ka,

Nergal escreveu escreveu:
Nergal fica um pouco mais quieto apenas observando o outros conversando. Então ele pergunta a Ka:

- Você me perguntou sobre formas de proteção para as minhas asas, isso não me agrada, mas haveria algo que pudesse ser criado para que eu possa camufla-las? Acho que estou parecendo um ponto negro numa planície nevada. E aqui em Dafodil não é muito bom ter toda essa visibilidade.

       -- Certamente Sr. Nergal, podemos ver de longe. Diria que em nenhum lugar é bom ter a atenção não desejada. Podemos fazer uma espécie de escudo, digo assim pois muitos andam com eles nas costas, mas teria que ser leve para não ser pesado. Contudo talvez a melhor opção seja um tecido e teria que por ou tirar antes de usar as asas. Se pensar em algo mais exótico, podemos fazer uma forma de proteção que poderia ser solta no chão com um puxão e então estaria livre para voar mas ficaria sem o aparato.

Nergal escreveu escreveu:
- Dafodil é uma grande cidade, se pode encontrar de tudo. Mas vocês não tem ambições de conhecer outros lugares? Eu penso que Dafodil é um ponto de partida e não o local para passar por toda a minha vida. Estou pensando em partir para Farj Regno e conhecer as Terras de Piro. Quanto tempo então vocês acham que demoraria o estudo do material da minha armadura? Esse seria o tempo que eu passaria aqui em Dafodil.

       -- Uma jornada muito interessante Sr. Nergal, adoraria conhecer Farj Regno porém tenho alguns problemas para fazer isso. São bem óbvios. Não tenho asas para acompanhar sua velocidade e tão pouco dinheiro para bancar a aventura. Precisaria receber para fazer a viagem, talvez em uma caravana porém na chegada lá não teria como sustentar-me. O Sr. é de origem nobre, pessoas o convidarão para ouvir suas histórias, eu teria sorte se conseguir uma refeição numa semana.

Tirel escreveu escreveu:
- Bem, até o presente momento só preciso de ter o antídoto se conseguir o metal, não é mesmo? Então, um problema de cada vez - ela diz, pragmática - Lembrando que conseguir o metal também é um pré-requisito para trabalharmos juntos e faturar alguma coisa - Tirel dá um tapinha nas costas de Ka, como um gesto de camaradagem, mas não parece surtir muito efeito com toda aquela armadura que ele usava. - Com metal, com dinheiro, sem metal, sem dinheiro... Ou vocês não precisam de algum para sobreviver? - ela finaliza.

       -- Eu estou dentro mas precisaremos de costas quentes no mercado negro.

Ka chama Lester, que estava em outro canto da forja, verificando o trabalho de um jovem, provável aprendiz ou só um quebra-galho. Ele apresenta o colega e pede para ele copiar o pergaminho. Tirel percebe que Lester parecia mais um joalheiro que um ferreiro (Ricardo era alto e musculoso, Ka era forte, mas menor que Ricardo, já Lester não tinha muitos músculos, era até um pouco magro. Ele copia em papiro com carvão comum, Se Tirel quisesse algo mais permanente, teria de copiar uma segunda vez, mas a letra de Lester é boa, e Tirel acredita que ele deve ter bom olho para detalhes.) Como artesã akvlandana, Tirel também tinha este jeito mais artístico que de ferreira.

Pergaminho:

Ricardo sorri levemente ao ser chamado de cérebro da situação:

- Calma garota, infelizmente as coisas no mercado negro não são tão fáceis assim. Meu amigo Ka aí teve a ideia de ir lá pessoalmente pedir informações e deu merda. Se tivéssemos um pouco menos de sorte não sairíamos inteiros de lá. Eles só negociam com gente poderosa, e o melhor jeito, ou pelo menos o jeito inteligente de negociar lá é por intermediários e intermediários de intermediários. Eu falo com pessoas que tem costas quentes na Corte dos Milagres, eles verificam o que podem conseguir... É um processo cansativo, mas é assim que as coisas funcionam.

(pausa)

Você disse que está trabalhando para alguém da Corte, se for um nome quente, isto pode ajudar. Quem é seu contato?

OFF: Mesmo se disser que é Kapitulina, Ricardo fará cara de quem está pensando, mas não conhece o nome dela, irá dizer que precisa pesquisar os contatos dele primeiro, mas diz que se você tiver contatos mais conhecidos, seria ainda melhor. Se você preferir não revelar quem é seu contato ele vai dizer que uma forma de entrar em contato com o mercado negro é se você convencer seus contatos a irem num lugar chamado "A Faca Alugada". Tirel e Ka podem lembrar de Ĥarin como possível contato da Corte dos Milagres, neste caso Ricardo dirá que, por Ĥarin ser rico, isto pode facilitar, mas não é o ideal, dinheiro certamente chama interesse no mercado negro, mas para negociar com SEGURANÇA o ideal é ter um contato que seja herói ou heroína ou que esteja nos altos graus de influência. Caso algum de vocês lembre de um possível nome influente, podem comentar.

Quando Tirel comenta sobre as propriedades que espera:

- Mm, é... Quando purificamos o minério ele aparentou dar um corpo* relativamente bom para espada, mas pretende fazer uma verde? Ficaria parecendo jaspe. Meio estranho...

*Corpo: algumas espadas, principalmente as com lâminas especiais para artistas marciais, são feitas em dois passos, a alma fica por dentro e o CORPO, feito com outro tipo de metal fica por fora. Isto dá à espada um controle entre rigidez e maleabilidade. Como a Sussurro Esmeralda estava quebrada, Tirel sabia que ele tinha uma alma com um metal mais rígido e um corpo mais maleável. O jaspe podia ter muitos tons, mas como Ricardo falou genericamente, Tirel imagina que seja o verde mais pálido, portanto ainda não é o tom esmeralda que realmente espera e já deduz que o minério puro ainda não seria o ideal, o "algo mais" ainda teria de ser descoberto, mas isto não descarta o liônio como possível elemento da liga.

KA escreveu:- Podemos conversar com meu mestre na ICB sobre um espaço para vocês treinarem. Não vejo problema em conversar informalmente e agradeço pelas dicas. O processo de descobrir estas coisas assim sozinho é bem complexo.

- É bom não comentar, por enquanto, que estamos treinando junto com um anjo. É bom perguntar a seu mestre se ELE não vê problemas em que EU possa ajudar VOCÊ a treinar também. Como eu disse, alguns magos são ciumentos quanto àqueles a quem ensinam.

NERGAL escreveu:- Acredito que você vai gostar então de aprender esta fórmula. Então acredito que poderemos compartilhar os custos deste aprendizado, pois não?

- Com certeza vou gostar de ver se consigo fazer algo parecido. Quando fizer os testes básicos lhe informo o que consegui achar. Saber os metais usados não deve ser tão difícil, o como foi feito que deve dar trabalho...

---

Tinha caído um pouco o número de pessoas atendidas no pátio do templo, algumas ganharam alta, outras ganharam cremação, ainda assim ainda tinha muita gente. Um diabo olha as asas de Nadhull.

- São cortes sem importância. Você vai viver.

Ele joga uma água, dá alguns pontos, como Nadhull é um demônio e vocês tem hipoalgia ele nem se preocupa em anestesiar o local, depois joga algo por cima que faz os cortes arderem.

- Daqui umas três ou quatro horas, ou cinco, você toma um banho. - E estava dispensado.

No templo, o mesmo mantra era repetido em tareno:

Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci!
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci!
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci!
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci! (fé fortalece, esperança fortalece, amor liberta, numa tradução seca)

Apesar de tudo, os cultos ainda pareciam algo um pouco enfadonho, Nadhull resolve continuar sua iniciação ao mundo místico meio isolado. Ele fica em frente à estátua de Piro tempo suficiente para chamar atenção de um humano (provável espiritualista) que o observa em silêncio por um tempo, depois aproxima:

- Quer aprofundar os sentidos? Acenda isto, e respire fundo.

Ele deixa dois pequenos incensórios no chão. Nadhull põe um a direita outro a esquerda, fecha os olhos e faz uma prece sincera:

Senhor da Libertação, da arte, da alegria e da bondade, tu que resgatastes os demônios da ignomínia, recebas o meu sincero agradecimento, pela transformação que tu me possibilizasse. Tal poder é uma unção, uma honra, mas na minha ignorância minha busca por propósito está longe de lograr êxito. Senhor me dá a visão, a sabedoria, para operar este teu poder rumo aos teus propósitos, é meu singelo desejo. Existem pessoas más e egoístas, eu era uma delas senhor e tu me elevasse aos mais altos graus e me salvastes do meu destino, nunca poderei vós agradecer o suficiente e serei teu eterno devedor, por isto faço um pacto de fidelidade: honrarei  a vossa escolha que recaiu sobre a minha cabeça, mas repito, me dá a visão e a sabedoria necessária para ser um instrumento poderoso em vossa mão e é esta prece singela porém sincera, que deposito aos teus pés, ó poderoso arauto da liberdade, deus dos deuses e senhor de toda a humanidade, assim seja o teu desejo e não o meu!

Com os olhos fechados, outros sentidos parecem ficar mais focados, em especial o olfato. Aos poucos os ruídos do templo também diminuem até parecer sumir. Nadhull sente uma onda atravessando seu corpo, como se fosse um fluxo de magia, mas não como a Prana, mais como uma presença.

Abrindo os olhos, a fumaça do incensório parece tomar conta de todo em volta, como num sonho, a impressão que tinha é de que estava em lugar nenhum, como num sonho, embora seus sentidos estivessem lúcidos.

Nadhull sente como ondas suaves estivessem batendo em seu corpo de um lado e de outro, também sente como se houvesse mais alguém alí, mas que não podia ver. Ouve som de vozes distantes, inicialmente indistinguíveis. Era estranho, mas nada ali intimidava.

Aos poucos, algumas vozes pareciam mais nítidas, várias faziam um coro baixo que parecia estar a quilômetros, mas algumas vozes falam com ele:

- Estou sempre à porta, e atendo a todos que batem. Não escondo de quem me procura, e bastas levantar a mão para que me toque.

Sons de passos, como se uma grande caravana estivesse atravessando ao lado.

Um pouco de silêncio, e novas vozes.

- Nadhull, procuraste-nos com sinceridade, então respondas sem leviandade: "Qual seu objetivo de vida?"

- Eu... Não... - Começava ele, mas as vozes interferem.

- Cuidado, prefira atrasar do que ser negligente. "Aquele que não sabe o que quer, não vê o que consegue, quem não sabe onde vai, não vê onde chegou". Qual seu objetivo de vida?

Nadhull fica pensativo, aos poucos aquelas fumaças projetam cores.

- Acreditas que foi escolhido. Mas não fostes. Não és digno do poder que foi dado, pois o poder não dignifica, mas podes dignificar o poder. Podes conhecer a liberdade, não porque o escolhemos, mas por escolha sua.

A experiência mística era diferente de tudo que tinha experimentado. Várias perguntas surgiam, ele nem se preocupa em pensar COMO aquelas vozes sabiam seu nome, Nadhull só pergunta.

- Quem sois vós?

- O ECO DOS QUE BUSCAM.

imagens se formam na mente de Nadhull, uma paisagem.

Spoiler:

- Estás em dúvida sobre como iniciar sua jornada. Não destes conta que ela já foi iniciada.

- Onde me procuras?

As imagens desvanecem, Nadhull tem a impressão de ver três pequenos chifres no meio de uma cabeleira vermelha.

- Está pensando em Erfir-Sizo? Nada garante que se encontrarão, a não ser que suas escolhas de caminhos sejam parecidas.

*Erfir em Moloke é algo como "ladrão de energia", pode ser traduzido como vampiro ou vampira. (off: mas no cenário vampiros não são como os comuns que vivem só de sangue e derretem no sol, e nem pense em vampiro que brilha, aquilo é uma fada). Sizo poderia ser traduzido como "pálido". Nadhull não fazia ideia de quem pudesse ser este ladrão, ou vampiro pálido. Teria haver com os chifres que viu?

- Lembre-se que outros poderão apenas ajudar, mas só você caminhará a sua caminhada. Tens que ter claro o maior importante de sua vida: O que desejas? O que REALMENTE desejas?

Nadhull sente começar perder aquelas imagens, e aquela ligação, seja lá o que tiver sido aquilo.

- Você foi ouvido. Sua sinceridade foi reconhecida, sua jornada já tinha começado, agora... (as últimas palavras não parecem muito claras)

Ka,

      -- Sim Mestra Niréia, falarei com ele.
      Ka olha para Tirel e diz:
      -- Escolha como quer fazer que te ajudo.
      No mais, Ka aguarda os eventos se desenrolarem.

Nergal acena afirmativamente para Ricardo concordando com a afirmação de que o difícil seria replicar a forma de construção. O anjo então dá dois passos para trás se afastando um pouco de toda aquela confusão. Ele precisava colocar a cabeça no lugar, clarear sua mente para focar em um objetivo claro.

Desde que chegara em Dafodil, não desde que saíra de Verda Ero ele vem reagindo ao que lhe é apresentado. Ele precisa tomar de fato as rédeas daquilo que ele precisa e deseja. Ka, Tirel e Nireia conversavam sendo duas até três conversas paralelas e aquilo tudo deixava ainda mais tudo confuso.

- Ricardo eu devo partir agora, vou buscar por alguém que possa me ajudar a verificar se esta armadura tem alguma magia imbuída nela. Depois desta avaliação, eu a trarei para que possa fazer os devidos reparos de uma forma mais refinada do que a grosseira que está hoje. Mas precisarei de uma armadura leve, flexível e resistente para usar enquanto minha armadura estiver em reparo. Você teria um item deste para que eu experimente? Se o tiver talvez já saia daqui trajando-a.

Lembrar que a cidade é perigosa e por isso a necessidade de proteção, fez Nergal lembrar da sensação de ser perseguido e da impressão de que algo tivesse sido arremessado contra ele, apesar de não ter sentido nada, a impressão era residual.

- Ka, aquela região da loja da Senhora Jussara é um local perigoso. Quando saí do herbanário dela, senti uma presença ofensiva tamanha que por um instante pensei que ela pudesse até mesmo me atacar. Portanto, diga para sua amiga e seu impetuoso filho que tenham cuidado. Talvez você possa até mesmo, servir como guardião dela por uns dias. Tenho certeza de que ela apreciará a sua atenção.