Incongruência nas palavras de Nightstalker e o relato da mãe de Maria não passam batidos pela garota. Mas... era mesmo de se esperar alguma mentira de um dos membros do Sete? Aquele garoto pareceu ele mesmo a noite inteira pelo que ele diz ser uma das poucas vezes em sua vida... Mas será? De qualquer forma, os dois juntos afugentaram Nyx de tomar a escuridão para ela... Seria que seu pai tomaria a mesma atitude?
A Luz da espada pulsa em pequenos intervalos, quase como um coração batendo. Querendo deixar a mãe segura e para poder refletir, elas vão para o quarto iluminado, onde as únicas sombras são aquelas embaixo de seus corpos. Ali sentou com a espada em mãos, concentrando para ouvir o que ela tem dizer. Primeiro, sobe um calor pelo corpo de Mari partindo de suas mãos, trazendo uma sensação de conforto e pureza. Se abrisse os olhos, veria Helena encarando ela com curiosidade.
Depois, um formigamento. Sentia quase como tivesse meditando diante de uma lareira por muito tempo, mas sem a incomodação das brasas queimarem sua pele. Mari compreende, sem palavras, que além do desequilíbrio que havia percebido antes, algo aconteceu. Não com ela, com o mundo. Algo... entrou. Algo que não estava aqui antes ou não deveria estar. Não é algo da escuridão ou da luz, mas que sua presença já muda o equilíbrio prévio das forças neste mundo.
Vem um pensamento para a garota onde diz que tudo pertence ao mundo. É um pensamento estranho, otimista, mas é a mensagem que é compreendido. Isso vai mais fundo, onde coisas que nem Mari teria visto também pertencem a esse mundo, onde todos os mitos são verdadeiros, onde há muito mais que luz e a escuridão, mas que vivem embaixo dessa dictonomia. E que há mais artefatos que Sonzaishinai...
E ela sente um chamado, para um lugar. O chamado não é da Luz, mas sim do que veio. Ele quer falar.
- Então... a espada falou alguma coisa?
Justo após responder sua mãe, a luz da espada cega a visão, mal dando tempo para poder cobrir os olhos. Quando a luz parece se abaixar, Mari não está mais no chão da casa, mas pisando em britas de pedras iluminadas com várias cores, algumas impossíveis de identificar. Olhando para trás, parecia estar dentro de uma aurora boreal, sem horizonte à vista além das luzes que se estendem ao infinito em um céu azul eclesiastico.
- Q-quê? Onde estamos?? - Helena estava junto, se levantando das pedrinhas. Ela olha para o outro lado e dá um grito de susto. Uma silhueta com mais de três metros de altura faz um gemido gutural e se aproxima da dupla. Mari vai subindo a visão, enxergando os pés gigantes, a cintura que dava quatro vezes a largura de Mari e um bloco de pedra maior que ele mesmo sobre o ombro. Chifres descem de trás de suas orelhas de sua pele roxa.
- Imagem de Referência:
Ele parece agressivo, como estivesse pronto à atacar... Mas não se veste como troglodita. Na real, ele está com um terno sem camiseta por baixo, feito sob medida para ele. Um(a) jovem passa por trás dele, com um manto "risca de giz" rubro que destacava sua pele e cabelos longos desconfortavelmente brancos - Oh calma calma, são convidados da nossa casa hoje... Espere receber membros desses aparecerem mais hoje, Fruhank. Ufa... Olá, senhoritas, sou Sam e sou anfitrião para sua chegada, sejam bem vindos ao Bar dos Esquecidos.
O gigantão sai da frente, revelando o edifício atrás dele. Primeira vista, Mari pensaria numa cidadela enorme de paredes cor de leite, mas é afinando o olhar que ela nota que, a partir do segundo andar, que não há continuidade nas paredes, sendo blocos de andares conectados através de uma energia flutuante entre elas - Não se preocupem, é maior do lado de dentro.
Helena olha para cima chocada - - Mas que... Meu deus, o que que é isso?
- Perdão, é culpa do patrão. Já nem dá mais para se chamar de bar a essa altura. Agora, se quiserem me seguir. - ele faz gesto a um corredor atrás dele, levando para dentro da estrutura e iluminado por luzes vermelhas e azuis. Do lado dele, passa um casal composto de um ser que só poderia ser descrito como "Lúcifer encarnado" ao lado de uma "ninfa d'água". Eles cumprimentam Fruhank e fazem o caminho para dentro - Você viu aquilo? Você viu aquilo?! Ai meu deus...