- Provavelmente toda tribo tem, nenhuma dessas noites com final feliz. - ele diz aquilo com certeza, palavras pra se esquivar das de Maria, pra lembrar que todos tinham culpa e canalhas.
A expressão de Connor diferentemente de Maria não era exatamente feliz, ou ele havia se expressado mal, ele sentia que o Elodoth devia caçar mais e fazer menos resenha, fazer mais tratos e menos prédios, mas não competia a ele falar isso, ele se mantém resignado, não iria jogar o alfa na fogueira, sem algo absolutamente sólido pra o fazer.
- Nah, eu vou nessa, só estava esperando vocês pra não deixar todo mundo aqui sozinho, caso acontecesse alguma coisa. - ele retruca olhando a janela e vendo as primas se escondendo atrás da cortina.
A voz agora soa baixa, pra não causar pânico nas garotas, baixa o bastante pra elas não escutarem - A coisa tinha dedos de metal, cheirava a morte, olhos visíveis mesmo no escuro, parecia mulher, parecia perdida, cheia de ódio, ela disse: “Você não entende porra nenhuma, só está respirando porque ele morreu” - ele repete palavra por palavra - Não dá pra saber se ela tava falando do vô ou do Tio Billy, mas eu particularmente apostaria no tio, logo depois ela reclamou de uma filha, como se quisesse recuperar uma filha ou sei lá, foi por isso que eu concluí que pode ser o espírito da Ariel, ela deixou uma filha pra trás? Do vô, do Tio Billy? Sei lá, tudo muito velho pra fazer sentido pra mim, já que ela tava rodando por aqui e eu nem era nascido, década de 60 né? Vocês tem a cabeça dela, vocês estudam a morte, faz os ossos dela falar. - as últimas palavras tinha um tom misto de humor e ao mesmo tempo dúvida ou incredulidade de que aquilo seria possível, mas no fundo ele nem duvidava de verdade.
- Vou me adiantando, antes que as garotas me esganem, já era pra eu ter trocado os curativos - ele diz dessa vez sem humor nenhum, apenas fazendo questão de se despedir propriamente das duas e seguir seu caminho de volta pro seu próprio território.
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Ele não interrompe Skye, dá a mesma cortesia que lhe foi dada aos outros dois urathas - Esperança, ela tem esperança. - ele diz meio cabisbaixo e desanimado, mas sabia que ela precisava daquela ilusão, sabia melhor do que ninguém.
Ele só meneia em positivo quando Nestor diz que ninguém poderia ficar no caminho, ele concordava plenamente com aquilo, por mais que doesse pensar na possibilidade de tirar uma companheira de alcateia pra fora da jogada.
Ele deixa o corpo descer do galho da árvore assim que vê a mãe despontando por detrás dos arbustos, ele recebe o abraço igualmente e lhe dá um beijo no topo da cabeça cheia de cabelos avermelhados.
No instante seguinte ele está olhando pra Skye que parecia ter um controle sobre o corpo que ele mal podia compreender, é impossível não deixar o pensamento correr e se perguntar como ela conseguia fazer uma transformação parcial tão facilmente daquele jeito, mas ele não deixa a surpresa transparecer, cada um tem as bençãos que lhe são de direito ele pensa.
A brincadeira dos três urathas parece contagiar Connor que abre um sorriso olhando pros três apostando corrida, corrida que ele tinha certeza que nunca perderia se estivesse participando - Se fosse com uma moto eu apostava em você. - ele diz pra Amy como se fosse um prêmio de consolação, mas ao mesmo tempo se divertindo com a derrota dela, logo ela que sempre parecia tão inderrotável…
Um soquinho no ombro de Shaw e logo uma mão estendida pra Rail era o cumprimento rápido e casual que ele oferecia aos dois.
Ele toma a bolsa em mãos vinda do Irraka e logo olha o conteúdo, pego de surpresa pelo café, logo a porra do café que era tão mal falado, pretendia não precisar usar aquilo.
Ele é pego de surpresa quando Nestor lhe pergunta sobre sua tática, ele parecia pronto pra perguntar se ele tinha certeza, olha pra Amy e de volta pro ancião mais uma vez, como se esperasse algum tipo de aprovação, mas a sensação e a postura dura pouco e ele logo se põe a fazer seu papel.
- Um par de semanas atrás eu tava fazendo um corre no meio da reserva, bem divertido por sinal, até que veio a necessidade de caçar, muito longe de um loci seguro. - que na verdade se traduzia melhor pra muito orgulhoso pra recorrer a essência fácil naquela circunstância. - Então tinha esse espírito coruja que me ofereceu conhecimento invés de um pedaço dele quando eu botei ele na lona, eu achei curioso, porque foi uma situação bastante inversa do que eu to acostumado a passar, ele me ensinou como invadir o corpo de animais, o curioso é que quando a consciência vai pra dentro do animal um pedaço espiritual seu vai junto e isso é o bastante pra acionar qualquer alarme dos dons de proteção, eu sei porque eu já testei, o problema é, é bem difícil de rastrear uma ave de rapina quando você tá procurando por um uratha, noites sem dormir, urathas que entram e saem do seu território quando e onde bem entendem é não só absolutamente aterrorizante quanto exaustivo, uma vigília interminável e paranóica - ele olha pra Rail no instante seguinte - Foi por isso que eu te perguntei se você sabia “wargar”, porque eu não tenho um termo melhor pra isso. - ele sorri e aponta pra Amy - ela pescou o que eu quis dizer. - ele se recompõe no momento seguinte - Um ataque frontal seria devastador pra nós, eles estão esperando por isso, bem armados, treinados… - Ele tira o cortador de charuto do bolso, a coisa fazendo click click nas mãos, abrindo e fechando o semblante sisudo - Eles querem tudo. Caça, segurança, glória, dominação… - Palavras pesadas, sábias demais como se fossem ditas por experiência e não por teoria, nem pareciam pertencer a ele, tão jovem, pareciam pertencer a alguém que possivelmente já havia estado naquela situação antes, ou definitivamente fazia dele um gênio incompreendido. - Cada nome que caiu pra eles contribuiu pra glória, cada dia que a gente se negou a fazer algo em relação a ocupação deles contribuiu pra segurança e pra caça, a única coisa que eles não tem é dominação e é tudo que tem impedido eles de nos atacar agora. Segurança é a primeira coisa que devemos atacar, é o pilar que quando derrubado vai causar pânico, desordem, cansaço, coordenar nossos esforços pra eles pensarem que estão sendo invadidos o tempo todo, invadido por fantasmas, observarmos como eles reagem a cada ataque que não existe, eu e Rail e quem mais conhecer o dom podemos aplicar esse golpe, ganhar vantagem estratégica, mas isso só vai funcionar uma vez, mas vai ser o bastante pra derrubar rápido e rasteiro os caras que os Dragões de Aço vem colecionando braços e pernas nos últimos meses. - Ele tira o dedo do sujeito de dentro da camisa e balança pra Amy - E acredite isso nem é pessoal, o cara já foi humilhado o bastante pras minhas contas, mas tá faltando a derrota fulminante, a derrota que faz o cabra desistir e é isso que a gente vai ter. - ele parecia bem sólido e confiante em sua estratégia, ele olha no momento seguinte em direção de Amy, mas fixa seu olhar em direção de Shaw - Eu juro pela lua cara que eu queria fazer vista grossa pro que a Legião tava fazendo, pra onde Atiçador tava guiando vocês, fazer de conta que não era problema meu, mas a morte dos Anshega nunca foi a solução e continua não sendo, assim como a nossa morte pra eles também não é, são as derrotas fulminantes que vão fazer eles irem embora, principalmente do Rei deles, morte só vai trazer mais ódio e mais puros, o irmão querendo vingança pela irmã, o filho querendo vingança pela mãe. - ele olha diretamente pra Ash sem desviar o olhar em hora nenhuma, era nítido nele que havia uma preocupação em relação a ela, não importava que ela corresse com quatro patas vinte anos mais que ele.
- Se tudo der certo como eu acredito que vai no final das contas a gente vai ter uma base sólida em Sparhall pra agir de verdade… Passos de bebê, passos de bebê… - ele parecia repetir pra ele mesmo.
- Por agora eu acho que a gente devia caçar, caçar de verdade como uma alcateia, eu Shaw, Amy e Rail já caçamos juntos em ocasiões diferentes, mas isso faz muito tempo, a pequena Skye ainda tá me devendo esse prazer, assim como você e a mãe… Dona Ash tem uma lista interessante de espíritos bagunceiros, bons o bastante pra deixar a gente afiados e coordenados, eu também não me importaria de eventualmente engajar em um confronto direto com um par de fetiches e talens extras pra serem usados como cartas na manga. - ele dá de ombros.
- Eu também poderia ter uma parceira de treino no meu tempo livre, meu boxe continua enferrujado. - ele diz em tom cordial como se fosse um convite a Amy.
- Mas tem mais, tem um fator que pode mudar tudo, Gurim-Ur, eu fui informado recentemente de que ele tava fazendo alguma coisa pra sacanear o sonho de vocês - Ele diz se referindo aos Cahalith olhando diretamente pra Ash e Nestor - e talvez ainda esteja, disseram que ele inclusive tava envolvido de forma indireta na morte do Romano, Voz da Sombra, e que obviamente Aponi foi a mais afetada dos Cahalith, seja como for profecias são provavelmente menos confiáveis do que já normalmente seriam. - não é como se ele levasse fé nelas ultimamente de qualquer forma, até que finalmente silêncio, ele parecia não ter mais nada a dizer, mas parece esperar milhões de perguntas e respostas.
| Connor Mcleary
-Essência: 7/11 -Dano: 0/12 |