Quando é a vez da morena falar sobre rolar na grana e uivar ele gargalha. "Não tinha te imaginado como a velhinha na cadeira de balanço com o tricot no colo. Os olhinhos cansados perseguindo as crianças na grama e o cachorro babão. " Ele faz uma tela com os dedos. "Consigo até ver, melhor aprender a assar biscoitos." A graça toda murcha um pouco quando diz comer bem e ele só confirma sem muita surpresa.
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"Foi ele que quebrou. Ele sempre diz que foi sem querer, mas quem sabe?" Ela dá uma mordida na sua linguiça. Anne aproveita o beijo sem nenhum pudor, como se as crianças não existissem.
"Romance? Com a Yui? Koji não é esse tipo de idiota." Ela diz casualmente como se fosse obvio e Sam reavalia a cena chegando a mesma conclusão que antes. Anne usa o metal frio de uma corrente da calça para cutucar Sam na pele sobre a camisa por pura travessura. "Klaus é oficial agora, devem estar aqui pra isso ou dei lá. Os dragões estão quase todos aqui." Ela olha para Yui e então seu rosto se ilumina com compreensão subita e suas palavras seguintes são algo que Sam não esperava. "Cê não sabe de onde ela veio. Puta que pariu, cara. Claro. Não tem como você saber. Esses xingling é tudo igual que cê nem desconfia." Ela diminui o volume a cada palavra, mas ainda termina a frase recebendo olhares nada gentis dos urathas de olho puxado. Os quais ela responde com uma cara vermelha e um sorriso amarelo. "Mea culpa, ok? Sayonara fofoqueiros." O que causa alguma confusão nas pessoas que não tinham percebido nada até agora.
Alguns segundos depois e é como se nada tivesse acontecido. Ilona chega com uma bandeja de torradas, linguiças, ovos, bacon e mel. A menina tem uma cara de sono profunda que se alivia quando ela sorri para as duas. "Jun disse que vocês tão com fome. Tem espaço na minha mesa." Ela diz com a generosidade magnanima que só uma criança pode ter ao fazer essa oferta. Anne não parece perceber o gesto e casualmente pega a bandeja. "Valeu loirinha quatro olhos." A menina faz uma cara emburrada, mas a briga é algo divertido e quase ensaiado. "De nada magrela invejosa." Ela se vira jogando os cabelos finos e rindo. Anne tem um risinho bobo quando olha de novo para Sam. "Quer sentar?" Ela diz oferecendo a bandeja.
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"Bom esse aqui é um menino. O outro é muito cedo pra saber. Aí que está o problema é que ele não tem se desenvolvido tão bem quanto o outro. É menor, provavelmente ficou escondido atrás desse no exame anterior. " Anne fica nervosa como uma criança olhando um fermento aberto pela primeira vez. "Vamos ter que estudar melhor o caso, entende? A sua gestação parece segura para você, mas pode não ser para eles. Vou pedir exames adicionais, tudo bem?" Ele olha como se realmente devesse pedir permissão. Ele começa a refazer todas as perguntas sobre a saúde as sensações de Samantha sem nunca usar a palavra mãe. Porém não questiona presença de Anne. Anne que passa o tempo todo tentando counter alguma energia inquieta que sobe e e desce das mãos aos pés e não deixa ela ficar parada.