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Caçando os puros - Primeira Lua Nova
- Bastet
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- Mensagem nº21
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
- thendara_selune
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- Mensagem nº22
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Depois de ouvir Samantha,Chloe suspirou, lembrou de Franco, não o conhecia bem, na verdade todos lhe eram estranhos. Tudo foi tão breve, que não teve tempo para conhecê-lo, imaginou se alguém choraria por ele ou se tinha família além da alcateia?!
Será que alguém esperava um telefonema? Será que ele tinha amado alguém ou perdido alguém? Aquelas perguntas soavam tristes dentro da mente dela e a fazem falar com a voz cheia de sentimentos que não conseguia decifrar com clareza.
-Deve ser difícil ser um lobo, sentir tudo da maneira que sentem, enxergando um caminho duplo, deixando para trás um rastro de violência...trancar muito de si mesmo para vestir unicamente a pele do lobo.- Sentiu um aperto no peito, parecia como se alguém estivesse tentando esmagar o seu coração. Dizer o que devia dizer, podia fazer Axel não sentir uma gota de pena ou talvez a menosprezar não sabia como dizer as coisas. Olhou Samantha, ela tinha perdido alguém também, será que ela entenderia os sentimentos de Chloe para com a família?
-Na verdade para falar do sítio tenho que contar mais sobre mim…- A voz dela saiu rouca e havia nervosismo. As mãos dela tremiam enquanto tentava manter-se firme na ideia de se abrir. Aquele era o momento de confiar, de ser quem ela é, não tinha porque continuar escondendo deles a verdade sobre si ou o que fez no sítio.
- Falei com Shaw que meu marido é como vocês, assim como meu pai e outros parentes, não sabia muito sobre o mundo interno que eles escondem, porém como disse na praia sabia sobre importância do segredo, de nos mantermos juntos e evitarmos pessoas de fora de nossas famílias…-Fez uma pausa para respirar fundo outra vez. Axel notaria se prestasse atenção que nesse momento ela parou escolhendo o que devia dizer.
- Quando estava para casar vi uma espécie de fantasma, uma mulher loira em um vestido azul, uma imagem bonita, mesmo que fosse uma visagem para se temer…- Falou cada palavra lentamente, ainda buscando a melhor maneira de se expressar. - Sempre me alertaram para não confiar nas visões, por algum motivo fiquei doente, meu pai achou que tinha haver com essa “lady fantasmagórica" senti que eles sabiam sobre o assunto, mas não queiram me dizer, então chamaram um homem de nome Noan que é tio de meu marido, ele cuidou de mim por uns dias e depois disso não via mais nada!- Suspirou pesadamente como se estivesse expondo tanto de si que chegava a se sentir desconfortável, mas não tinha outro remédio.
-Então casei, meu marido passava uma boa parte do tempo longe em assuntos dos lobos, minha vida era ser a companheira leal, dar filhos e cuidar de todos da família, mas as coisas deram errado...Não posso gerar filhos!- Os olhos fixos no ventre de Sam, mas no segundo seguinte vagueiam até Axel.- Passamos a brigar, meu marido tinha o direito de buscar filhos mesmo que não fosse comigo, o que podia fazer? Afinal o corpo seco era o meu, o problema é sempre conosco vocês são perfeitos…-O timbre fica amargo, mas não culpava ninguém além do próprio azar de não gerar uma vida. - As brigas começaram, não precisa ser muito imaginativo para compreender o que digo, sou um galho comparada a força ou aura predatória que vocês têm...Mas tinha esperanças que ele mudasse, mas por fim tivemos uma briga na qual achei que ia morrer e foi quando a mulher loira reapareceu, assim como pude ver outras coisas e sem me dizer nada ela apontou Dover no mapa da biblioteca…E a tal mulher me ajudou a interferir na situação, pensei que Sam poderia acabar se ferindo gravemente ou perder os bebês!- A preocupação era genuína.
- Também entendo agora porque me usaram de isca...Não podia imaginar que o destino fosse tão maldoso, mas minha família é de Puros Axel!- A última parte saiu como se uma adaga estivesse cortando a garganta dela. Vergonha e medo de ser vista como uma inimiga a deixam com a sensação nítida de a qualquer momento o lobo a enxotaria dali sem qualquer resquício da bondade ou tranquilidade que ele demonstrou na praia.
- Eu sinto muito...Se soubesse disso antes, jamais teria ficado em Dover, não sei exatamente como me acharam aqui, mas desconfio que os Uivadores sabiam e acredito que tenha dedo do William por trás de tudo...No fundo não posso sentir raiva deles, fizeram o que tinham de fazer para defender os seus e resgatar aquelas pessoas.- Havia tanta coisa em conflito dentro dela. A vergonha e o pesar pelo que diria depois surgiam em uma voz embargada. - Sei que nada justifica o que direi agora, mas amo minha família, sei que estão em um caminho terrível...Mas vou falar com eles, fazê-los ver que não precisam seguir desta maneira, mas por agora peço que por favor me permita ficar com vocês até que possa decidir como chegar até eles ou até mesmo ir embora…- Ela agora olhou Samantha, de alguma maneira sentia que devia a morena algum tipo de desculpa ou respeito pela morte do lobo que era tão amado por Anne. - Sinto muito Samantha, não nos conhecemos bem, mas nunca desejei em momento algum que as coisas fossem assim.-
Chegou perto de Axel e buscando a mão dele como se quisesse que o contato o fizesse enxergar as boas intenções dela e segura com força, era nada mais que um farrapo humano, confuso, mas não mentiu em nada do que disse. -Não tenho direito de lhe pedir isso, mas Sam e a Emillie merecem proteção, você tem um dever para com elas...Mesmo que isso não se estenda a mim, mas peço que tente mantê-las seguras, pelas crianças que carregam.- Depois ela solta a mão de Axel e não conseguiu encarar Samantha como fez antes.
Falas em branco
Será que alguém esperava um telefonema? Será que ele tinha amado alguém ou perdido alguém? Aquelas perguntas soavam tristes dentro da mente dela e a fazem falar com a voz cheia de sentimentos que não conseguia decifrar com clareza.
-Deve ser difícil ser um lobo, sentir tudo da maneira que sentem, enxergando um caminho duplo, deixando para trás um rastro de violência...trancar muito de si mesmo para vestir unicamente a pele do lobo.- Sentiu um aperto no peito, parecia como se alguém estivesse tentando esmagar o seu coração. Dizer o que devia dizer, podia fazer Axel não sentir uma gota de pena ou talvez a menosprezar não sabia como dizer as coisas. Olhou Samantha, ela tinha perdido alguém também, será que ela entenderia os sentimentos de Chloe para com a família?
-Na verdade para falar do sítio tenho que contar mais sobre mim…- A voz dela saiu rouca e havia nervosismo. As mãos dela tremiam enquanto tentava manter-se firme na ideia de se abrir. Aquele era o momento de confiar, de ser quem ela é, não tinha porque continuar escondendo deles a verdade sobre si ou o que fez no sítio.
- Falei com Shaw que meu marido é como vocês, assim como meu pai e outros parentes, não sabia muito sobre o mundo interno que eles escondem, porém como disse na praia sabia sobre importância do segredo, de nos mantermos juntos e evitarmos pessoas de fora de nossas famílias…-Fez uma pausa para respirar fundo outra vez. Axel notaria se prestasse atenção que nesse momento ela parou escolhendo o que devia dizer.
- Quando estava para casar vi uma espécie de fantasma, uma mulher loira em um vestido azul, uma imagem bonita, mesmo que fosse uma visagem para se temer…- Falou cada palavra lentamente, ainda buscando a melhor maneira de se expressar. - Sempre me alertaram para não confiar nas visões, por algum motivo fiquei doente, meu pai achou que tinha haver com essa “lady fantasmagórica" senti que eles sabiam sobre o assunto, mas não queiram me dizer, então chamaram um homem de nome Noan que é tio de meu marido, ele cuidou de mim por uns dias e depois disso não via mais nada!- Suspirou pesadamente como se estivesse expondo tanto de si que chegava a se sentir desconfortável, mas não tinha outro remédio.
-Então casei, meu marido passava uma boa parte do tempo longe em assuntos dos lobos, minha vida era ser a companheira leal, dar filhos e cuidar de todos da família, mas as coisas deram errado...Não posso gerar filhos!- Os olhos fixos no ventre de Sam, mas no segundo seguinte vagueiam até Axel.- Passamos a brigar, meu marido tinha o direito de buscar filhos mesmo que não fosse comigo, o que podia fazer? Afinal o corpo seco era o meu, o problema é sempre conosco vocês são perfeitos…-O timbre fica amargo, mas não culpava ninguém além do próprio azar de não gerar uma vida. - As brigas começaram, não precisa ser muito imaginativo para compreender o que digo, sou um galho comparada a força ou aura predatória que vocês têm...Mas tinha esperanças que ele mudasse, mas por fim tivemos uma briga na qual achei que ia morrer e foi quando a mulher loira reapareceu, assim como pude ver outras coisas e sem me dizer nada ela apontou Dover no mapa da biblioteca…E a tal mulher me ajudou a interferir na situação, pensei que Sam poderia acabar se ferindo gravemente ou perder os bebês!- A preocupação era genuína.
- Também entendo agora porque me usaram de isca...Não podia imaginar que o destino fosse tão maldoso, mas minha família é de Puros Axel!- A última parte saiu como se uma adaga estivesse cortando a garganta dela. Vergonha e medo de ser vista como uma inimiga a deixam com a sensação nítida de a qualquer momento o lobo a enxotaria dali sem qualquer resquício da bondade ou tranquilidade que ele demonstrou na praia.
- Eu sinto muito...Se soubesse disso antes, jamais teria ficado em Dover, não sei exatamente como me acharam aqui, mas desconfio que os Uivadores sabiam e acredito que tenha dedo do William por trás de tudo...No fundo não posso sentir raiva deles, fizeram o que tinham de fazer para defender os seus e resgatar aquelas pessoas.- Havia tanta coisa em conflito dentro dela. A vergonha e o pesar pelo que diria depois surgiam em uma voz embargada. - Sei que nada justifica o que direi agora, mas amo minha família, sei que estão em um caminho terrível...Mas vou falar com eles, fazê-los ver que não precisam seguir desta maneira, mas por agora peço que por favor me permita ficar com vocês até que possa decidir como chegar até eles ou até mesmo ir embora…- Ela agora olhou Samantha, de alguma maneira sentia que devia a morena algum tipo de desculpa ou respeito pela morte do lobo que era tão amado por Anne. - Sinto muito Samantha, não nos conhecemos bem, mas nunca desejei em momento algum que as coisas fossem assim.-
Chegou perto de Axel e buscando a mão dele como se quisesse que o contato o fizesse enxergar as boas intenções dela e segura com força, era nada mais que um farrapo humano, confuso, mas não mentiu em nada do que disse. -Não tenho direito de lhe pedir isso, mas Sam e a Emillie merecem proteção, você tem um dever para com elas...Mesmo que isso não se estenda a mim, mas peço que tente mantê-las seguras, pelas crianças que carregam.- Depois ela solta a mão de Axel e não conseguiu encarar Samantha como fez antes.
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- Bravos
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- Mensagem nº23
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Axel Brown - Nunca é fácil. Haverá consequências. Eu sei de todas elas. - Respondeu Sam. Ela podia ver que não era uma resposta altiva. Ele sequer a olhava nos olhos. Chloe falou sobre as coisas fluírem. - Nós vamos continuar, de uma forma ou de outra. - Tentou dar um sorriso evidentemente sem graça. * * * Botar os corpos num refrigerador foi a coisa mais estranha que Axel já havia feito, do ponto de vista humano. Ali Axel já quase não falava. Ele também procurou tomar um banho e voltar a ter um rosto apresentável. Mandou notícias para Olena. De que estava vivo. Não muito ferido. Mas nada bem. Quando desceu foi para encarar os parentes. Sam pergunta se era assunto dos lobos. - Vocês vão saber de qualquer forma. Todos irão saber. - Ele respira fundo. - Alguém armou para que aquele ataque acontecesse. Alguém deliberadamente usou os parentes de isca. Eu não sei ainda quem, mas quando eu souber, irei cobrar o preço. - Ele diz olhando para cada um deles. - A isca serviu e não só botou algum de vocês e outros mais em perigo, nos levou Franco. Levou Stuarts... Eu não poderia deixar as coisas assim... Foi então que Chloe começou a falar. Axel arregalou um pouco os olhos e foi deixando aquelas informações chegarem aos ouvidos, sentando no sofá. Então foi assim que enredaram os fios. Sua cabeça fervilhou. Quis ter raiva, ams fez um esforço hercúleo para engolir, como uma azia que subisse pela garganta. Ao fim de toda a história, disse baixinho: - Porra... - Ele respirou fundo e olhou para Chloe. - Você fez muito mal em não nos contar. Foi o que permitiu essa armadilha. - Seu olhar era duro. - Mas você não tem culpa da sua história de vida. Muito disso estava além da sua escolha. Mais culpa tem os destituídos que te usaram. - Talvez fosse possível ver fogo em seus olhos. - Tenho que te dizer que eles não vão te escutar. O melhor a fazer é nunca voltar a vê-los. E talvez nem permitam que você o faça. É arriscado demais, não só para você, para todos do protetorado. - Ele dizia o que ele via. - Quanto a mim, você pode ficar quanto quiser. Ainda é uma algoz, enquanto os algozes seguirem, nós cuidamos de você. - A última frase era quase um bálsamo, deixava claro que Axel não a queria longe dali. Ele aperta a mão de Chloe, retribuindo seu toque. - Bem... Agora eu vou continuar minha história triste. - Ele pigarreia e se ergue. - Sam falou que Shaw escolheu essa caçada, porém não é verdade. Fui eu. - Volta a olhar nos olhos de cada um. - Eu coloquei na mão dele decidir sabendo que eu mesmo havia fechado a mão dele para pegar. Eu obriguei os demais, por dever, a correr conosco. Era o mínimo que poderiam fazer. Por nós e pelos Lobos à Diesel. - Responsabilidades. - Nós achamos uma casa onde estavam os puros, com os corpos, depois de interrogarmos um puro mais jovem. E quando tive a oportunidade, eu matei um deles. - Um golpe seco. - Eu não deveria ter feito. Não é o certo. Mas decidi fazer. E vou ser punido por isso. Não vai ser uma punição leve, pois eu não sou Trovão. E talvez esse seja o último golpe nos Algozes. - Ele suspira. Um olhar prático. - Como falei para as meninas, nós ainda estamos aqui. A alcatéia poderá se desfazer, não é um problema. Poderemos fazer uma outra. Quem quiser permanecer conosco, por favor. Quem quiser ir, estão mais que livres. O Caminhante provavelmente será o primeiro que irá. Axel deixa o corpo pender para trás, sentando de novo bruscamente. Ele olha Joe e parece lembrar que ele havia dito algo... - Joe, o que são esses ferimentos? Você sonhou com Ethan? - A cara de Axel é quase de incredulidade. |
- Wordspinner
Antediluviano - Mensagens : 3112
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- Mensagem nº24
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
"Melhor tirar Aponi da cabeça agora. Os bebês? Meu ouvido não é tão bom assim. Tem gente que é, mas não eu. A gente vai ter que olhar e esperar e continuar olhando pra sempre. Nunca vai poder fechar os olhos com eles." Pelo jeito que ela falava parecia que ela nunca mais fechar os olhos.
Quando Samantha pergunta se pode ficar na casa dela. "Eu nem tenho casa. A vila é dez vezes mais seguro que aqui para você. Mas sua alcatéia precisa de você. Seu lugar é aqui hoje." O tom sério e firme é incomum em Anne e carrega um desconforto visível.
Depois disso Anne vai embora dando privacidade a alcatéia.
--
Olena recebe as mensagens depois de algum tempo e envia um áudio atrás do outro. "Onde você tá???" "Axel ei, eu posso ajudar. Eu posso ajudar eu acho. Te machucaram? Eles vieram aqui. Foi horrível." "Eu quero te ver. Te olhar... me deixa te abraçar..." a voz do outro lado vai da euforia ao desespero e então a aparente calma com notas suaves de choro e uma fungada profunda.
Axel tem todos os parentes reunidos. Ele e todos eles. O único uratha. Shaw estava em algum lugar lutando contra os puros ou fugindo deles ou debatendo com a legião. Não era nada difícil imaginar ele cercado por Anshega vingativos.
Então Chloe começa sua história e todos ficam em silêncio. Quase todos, Joe não consegue ficar parado e Marco fica todo tempo perguntando o que ela está dizendo para Judas ou Silvia. Silvia que xinga alto quando Chloe revela sobre sua família Anshega. Ela era a única que realmente entendia o que aquilo significava.
Então Axel diz as palavras que tornam real seu pecado. Judas levanta olhando para ele assustado um passo atrás tropeçando no banco em que estava. A boca aberta procurando alguma para dizer. Silvia segura o ombro dele como se fosse uma vítima de acidente. "Ele fez o certo. Tá tudo bem. Ele precisava." A voz baixa e cuidadosa. Lenta e calma. Elas ardiam no elodoth, ele não precisava.
Judas olha para ela e se solta devagar. Cada movimento deliberadamente lento. Ele anda para perto de Axel do mesmo jeito. Os olhos fixos no primo. "A gente pode fugir. Cara, Axel... Primo a gente isso pra trás. Não é você. Tu é construtor e tá falando que matou um cara. Por favor, vamo embora." As palavras ditas baixo e com vergonha, forçadas pela garganta com dificuldade. Joe concordava ainda sentado balançando a cabeça.
"Ele tá menor. O monstrão lá no mundo assassino." A voz de Joe parecia distante um momento e no outro viva e energética de novo. "Isso é só que eu tava caminhando com o Francis ontem." Axel consegue sentir o cheiro de sangue fresco e medo. Medo em sua essência efêmera. "Essa parte não é sonho." Ele apertar um corte grande no braço e levanta alguns centímetros de pele solta, carne vermelha e viva embaixo. Olhos vidrados e dentes serrados. "A o Ethan? Ele tava do outro lado falando e falando lá no mundo assassino. Essa parte é sonho com certeza, ele tava falando do pai dele. Nunca vi mais gordo. Falando de sol e gatos e uns buga buga waka waka." Ele sacode as mãos no ar imitando alguma coisa impossível de identificar. "Essa porra ta pra todo lado agora. Eu to dormindo acordado. Tá cheio de coisa louca no espelho. " Ele aponta e uma gota de sangue escorre da ponta dos dedos. O tempo todo ele parece animado, alegre como um pinto no lixo.
"Nicky passou a noite com a gente." Sílvia claramente achava que Joe estava viajando de alguma coisa. "Os caras são sujos." Ela olha para Chloe com uma expressão dura no rosto. "Essa é a história toda? Eles são sujos, mas você não tava com o James? Eles nunca iam fazer uma dessas. Nem o magrelo do Richard." Ela claramente tinha suas diferenças com os Seis Uivadores, mas também tinha dificuldade de aceitar a história de Chloe.
Quando Samantha pergunta se pode ficar na casa dela. "Eu nem tenho casa. A vila é dez vezes mais seguro que aqui para você. Mas sua alcatéia precisa de você. Seu lugar é aqui hoje." O tom sério e firme é incomum em Anne e carrega um desconforto visível.
Depois disso Anne vai embora dando privacidade a alcatéia.
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Olena recebe as mensagens depois de algum tempo e envia um áudio atrás do outro. "Onde você tá???" "Axel ei, eu posso ajudar. Eu posso ajudar eu acho. Te machucaram? Eles vieram aqui. Foi horrível." "Eu quero te ver. Te olhar... me deixa te abraçar..." a voz do outro lado vai da euforia ao desespero e então a aparente calma com notas suaves de choro e uma fungada profunda.
Axel tem todos os parentes reunidos. Ele e todos eles. O único uratha. Shaw estava em algum lugar lutando contra os puros ou fugindo deles ou debatendo com a legião. Não era nada difícil imaginar ele cercado por Anshega vingativos.
Então Chloe começa sua história e todos ficam em silêncio. Quase todos, Joe não consegue ficar parado e Marco fica todo tempo perguntando o que ela está dizendo para Judas ou Silvia. Silvia que xinga alto quando Chloe revela sobre sua família Anshega. Ela era a única que realmente entendia o que aquilo significava.
Então Axel diz as palavras que tornam real seu pecado. Judas levanta olhando para ele assustado um passo atrás tropeçando no banco em que estava. A boca aberta procurando alguma para dizer. Silvia segura o ombro dele como se fosse uma vítima de acidente. "Ele fez o certo. Tá tudo bem. Ele precisava." A voz baixa e cuidadosa. Lenta e calma. Elas ardiam no elodoth, ele não precisava.
Judas olha para ela e se solta devagar. Cada movimento deliberadamente lento. Ele anda para perto de Axel do mesmo jeito. Os olhos fixos no primo. "A gente pode fugir. Cara, Axel... Primo a gente isso pra trás. Não é você. Tu é construtor e tá falando que matou um cara. Por favor, vamo embora." As palavras ditas baixo e com vergonha, forçadas pela garganta com dificuldade. Joe concordava ainda sentado balançando a cabeça.
"Ele tá menor. O monstrão lá no mundo assassino." A voz de Joe parecia distante um momento e no outro viva e energética de novo. "Isso é só que eu tava caminhando com o Francis ontem." Axel consegue sentir o cheiro de sangue fresco e medo. Medo em sua essência efêmera. "Essa parte não é sonho." Ele apertar um corte grande no braço e levanta alguns centímetros de pele solta, carne vermelha e viva embaixo. Olhos vidrados e dentes serrados. "A o Ethan? Ele tava do outro lado falando e falando lá no mundo assassino. Essa parte é sonho com certeza, ele tava falando do pai dele. Nunca vi mais gordo. Falando de sol e gatos e uns buga buga waka waka." Ele sacode as mãos no ar imitando alguma coisa impossível de identificar. "Essa porra ta pra todo lado agora. Eu to dormindo acordado. Tá cheio de coisa louca no espelho. " Ele aponta e uma gota de sangue escorre da ponta dos dedos. O tempo todo ele parece animado, alegre como um pinto no lixo.
"Nicky passou a noite com a gente." Sílvia claramente achava que Joe estava viajando de alguma coisa. "Os caras são sujos." Ela olha para Chloe com uma expressão dura no rosto. "Essa é a história toda? Eles são sujos, mas você não tava com o James? Eles nunca iam fazer uma dessas. Nem o magrelo do Richard." Ela claramente tinha suas diferenças com os Seis Uivadores, mas também tinha dificuldade de aceitar a história de Chloe.
- Bastet
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- Mensagem nº25
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
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- thendara_selune
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- Mensagem nº26
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
@Bravos
Chloe encolheu os ombros. -Eu errei em não dizer e tudo foi rápido demais...só posso pedir desculpas mais uma vez.- os ombros caídos e a postura de alguém que tinha perdido tudo que mais amava. -Imagino que todos tenham páginas escritas que preferiam apagar ou torcem que ninguém nunca as leia, mas no meu caso as folhas ainda estariam inteiras por mais que tentasse destruí-las!- Sobre ser usada pelos Lobos de Dover, as palavras de Axel a fazem estremecer, mas ao mesmo tempo sentia que podia realmente contar com o lobo diante dela. Ele apertou sua mão e ela tentou sorrir porque naquele momento precisa agarrar-se a uma tábua de salvação ou sair correndo de Dover sem nem olhar pra trás. - Obriga Axel, suas palavras me fazem ter alguma perspectiva de futuro...Sobre minha família não sei como lidar com isso!-
***
-Salvaram muitas pessoas e isso é inegavelmente uma vitória olhando pelo ângulo dos responsáveis em arquitetar o plano de resgate, posso entender as razões por trás disso, mas torna difícil confiar nos Uivadores ou nas alcateias novas.- Ela olhou Sílvia, mas ainda estava pensando sobre a quantidade de pessoas que estavam livres daquele pesadelo e depois pensou nos Lobos que não tinham território. - Imagino que em breve haverá uma partilha de terra, me pergunto se tal negociata já não foi feita e que outros acordos podem acabar afetando os Algozes negativamente?!- Ela sentia tanta raiva ao falar as últimas palavras, mas aquilo era algo que resolveria do jeito dela e quando estivesse em condições de entender quem devia culpar. Nada lhe tira da cabeça que William e seus iguais sabem muito mais do que Silvia em sua linha ingênua de julgamento.
- Sai com James duas vezes, nas quais lhe garanto que não trocamos promessas mútuas de amor!- A voz dela soava distante. - Ele poderia muito bem estar sendo usado, eu jamais entregaria meu filho ou irmão para uma mulher que tem um marido “Puro” atrás dela, ainda mais sabendo do quê os Uivadores sabem!- Não havia raiva fluindo agora, mas sim acidez que não direcionava a loira,mas a si mesma por ter cometido aquele erro.
- É muita coincidência esbarrar nele quando estava em Corona pela primeira vez e depois ele parecer tão apaixonado?! - Ela daria um sorriso de canto, mas aquele maldito corte a incomodava.
- Não é interessante como as coisas andaram,fui encontrada por Asia, levada para casa de Sebastian, chamaram Brendan pra ouvir minha história, teve aquela reunião que nos deixaram a mercê de qualquer alcateia que quisesse no ter, mas eles não quiseram e ficamos com Algozes no fim das contas...Depois veio assunto “Clara”,em seguida sou arrastada de casa com uma plateia feral assistindo tudo...Se pudesse dar um veredito a mim mesma, seria que fui estúpida em um grau astronômico!-
Depois ela ouvia a preocupação de Judas, talvez o medo vibra-se dentro dele, mas o pedido para que o primo fugisse com ele lhe comoveu imensamente. Sentiu uma gota de inveja de Axel nisso, mas o lobo passou por tanta coisa que merecia ao menos um ombro em quem confiar completamente. Tudo que Axel relata a deixa apreensiva. Joe vai falando e ela o escuta observando o ferimento em seu braço. Samantha vai até ele e a ruiva diz com uma nota de preocupação na voz. - Precisa de pontos nisso Joe, como foi que ficou assim?- Chloe imagina que ele está alucinando pelo que fala, estranhamente parecia alegre e animado como se toda aquela loucura fosse um combustível útil e evitasse que ele desmoronasse. Então decide responder Samantha após uns segundos.
@Bastet e @Bravos
- Minha família é um mistério mesmo pra mim, sei que existem lobos Moore espalhados por aí, eles se reúnem uma vez no ano, mas nenhum sangue do lobo sabe onde ou data exata.- Ela fechou o olho que ainda estava bom e prosseguiu analisando o quanto dar informações poderia colocar sua família em risco. - O que posso dizer é que de onde venho minha família e a de Ian administram o condado há muito tempo, mas são discretos nas movimentações, quem nasce Lobo cumpre seus deveres familiares, mas passa muito tempo longe de olhos humanos...Agora posso entender o porquê!- Vergonha na voz tão pura que faz Chloe segurar a vontade chorar, não queria pena, mas respostas para tudo que viu.
- No dia que Clara chegou, horas antes William esteve na clínica, ele sabia o nome do meu marido, assim como sabia que ele estava para chegar.- Ela sente novamente um nó na garganta. - Em nenhum momento ele disse que eram Puros, ainda me falou que deveria ligar para Ian para adiantar as coisas…-Por um momento uma pausa para relembrar as palavras ditas por ele. - e disse que Richard é um bom garoto e fez um bom trabalho além de dizer que meu marido ia ser bem útil, já que os primos do outro lado ficaram cautelosos agora!- Ela suspira e parecia lembrar de mais alguma coisa. - Não sei como, mas Connor sabia que eu estava nos Algozes, recebi uma ligação dele dizendo que algo ruim ia acontecer e me pediu pra levar todos os sangue do lobo para a mãe dele pois Ash saberia como ajudar....Como Connor podia saber de algo se não estava mais em Dover?- De fato estava intrigada pensando agora na ligação do ex-Algoz. -Não tive tempo de fazer nada, quando dei por mim aquele homem estava dentro do meu quarto e o resto meu rosto pode contar!- Chloe tomou fôlego lembrando-se da ligação de Connor. - Quando vi Connor na praia me parecia um jovem arrogante com poder demais nas mãos, mas ao ligar para mim havia notas de preocupação e sofrimento...E pena que não deu tempo de avisar nada, mas tenho que admitir que ele parecia querer garantir que nós estivéssemos bem Axel!-
Falas em branco
Chloe encolheu os ombros. -Eu errei em não dizer e tudo foi rápido demais...só posso pedir desculpas mais uma vez.- os ombros caídos e a postura de alguém que tinha perdido tudo que mais amava. -Imagino que todos tenham páginas escritas que preferiam apagar ou torcem que ninguém nunca as leia, mas no meu caso as folhas ainda estariam inteiras por mais que tentasse destruí-las!- Sobre ser usada pelos Lobos de Dover, as palavras de Axel a fazem estremecer, mas ao mesmo tempo sentia que podia realmente contar com o lobo diante dela. Ele apertou sua mão e ela tentou sorrir porque naquele momento precisa agarrar-se a uma tábua de salvação ou sair correndo de Dover sem nem olhar pra trás. - Obriga Axel, suas palavras me fazem ter alguma perspectiva de futuro...Sobre minha família não sei como lidar com isso!-
***
-Salvaram muitas pessoas e isso é inegavelmente uma vitória olhando pelo ângulo dos responsáveis em arquitetar o plano de resgate, posso entender as razões por trás disso, mas torna difícil confiar nos Uivadores ou nas alcateias novas.- Ela olhou Sílvia, mas ainda estava pensando sobre a quantidade de pessoas que estavam livres daquele pesadelo e depois pensou nos Lobos que não tinham território. - Imagino que em breve haverá uma partilha de terra, me pergunto se tal negociata já não foi feita e que outros acordos podem acabar afetando os Algozes negativamente?!- Ela sentia tanta raiva ao falar as últimas palavras, mas aquilo era algo que resolveria do jeito dela e quando estivesse em condições de entender quem devia culpar. Nada lhe tira da cabeça que William e seus iguais sabem muito mais do que Silvia em sua linha ingênua de julgamento.
- Sai com James duas vezes, nas quais lhe garanto que não trocamos promessas mútuas de amor!- A voz dela soava distante. - Ele poderia muito bem estar sendo usado, eu jamais entregaria meu filho ou irmão para uma mulher que tem um marido “Puro” atrás dela, ainda mais sabendo do quê os Uivadores sabem!- Não havia raiva fluindo agora, mas sim acidez que não direcionava a loira,mas a si mesma por ter cometido aquele erro.
- É muita coincidência esbarrar nele quando estava em Corona pela primeira vez e depois ele parecer tão apaixonado?! - Ela daria um sorriso de canto, mas aquele maldito corte a incomodava.
- Não é interessante como as coisas andaram,fui encontrada por Asia, levada para casa de Sebastian, chamaram Brendan pra ouvir minha história, teve aquela reunião que nos deixaram a mercê de qualquer alcateia que quisesse no ter, mas eles não quiseram e ficamos com Algozes no fim das contas...Depois veio assunto “Clara”,em seguida sou arrastada de casa com uma plateia feral assistindo tudo...Se pudesse dar um veredito a mim mesma, seria que fui estúpida em um grau astronômico!-
Depois ela ouvia a preocupação de Judas, talvez o medo vibra-se dentro dele, mas o pedido para que o primo fugisse com ele lhe comoveu imensamente. Sentiu uma gota de inveja de Axel nisso, mas o lobo passou por tanta coisa que merecia ao menos um ombro em quem confiar completamente. Tudo que Axel relata a deixa apreensiva. Joe vai falando e ela o escuta observando o ferimento em seu braço. Samantha vai até ele e a ruiva diz com uma nota de preocupação na voz. - Precisa de pontos nisso Joe, como foi que ficou assim?- Chloe imagina que ele está alucinando pelo que fala, estranhamente parecia alegre e animado como se toda aquela loucura fosse um combustível útil e evitasse que ele desmoronasse. Então decide responder Samantha após uns segundos.
@Bastet e @Bravos
- Minha família é um mistério mesmo pra mim, sei que existem lobos Moore espalhados por aí, eles se reúnem uma vez no ano, mas nenhum sangue do lobo sabe onde ou data exata.- Ela fechou o olho que ainda estava bom e prosseguiu analisando o quanto dar informações poderia colocar sua família em risco. - O que posso dizer é que de onde venho minha família e a de Ian administram o condado há muito tempo, mas são discretos nas movimentações, quem nasce Lobo cumpre seus deveres familiares, mas passa muito tempo longe de olhos humanos...Agora posso entender o porquê!- Vergonha na voz tão pura que faz Chloe segurar a vontade chorar, não queria pena, mas respostas para tudo que viu.
- No dia que Clara chegou, horas antes William esteve na clínica, ele sabia o nome do meu marido, assim como sabia que ele estava para chegar.- Ela sente novamente um nó na garganta. - Em nenhum momento ele disse que eram Puros, ainda me falou que deveria ligar para Ian para adiantar as coisas…-Por um momento uma pausa para relembrar as palavras ditas por ele. - e disse que Richard é um bom garoto e fez um bom trabalho além de dizer que meu marido ia ser bem útil, já que os primos do outro lado ficaram cautelosos agora!- Ela suspira e parecia lembrar de mais alguma coisa. - Não sei como, mas Connor sabia que eu estava nos Algozes, recebi uma ligação dele dizendo que algo ruim ia acontecer e me pediu pra levar todos os sangue do lobo para a mãe dele pois Ash saberia como ajudar....Como Connor podia saber de algo se não estava mais em Dover?- De fato estava intrigada pensando agora na ligação do ex-Algoz. -Não tive tempo de fazer nada, quando dei por mim aquele homem estava dentro do meu quarto e o resto meu rosto pode contar!- Chloe tomou fôlego lembrando-se da ligação de Connor. - Quando vi Connor na praia me parecia um jovem arrogante com poder demais nas mãos, mas ao ligar para mim havia notas de preocupação e sofrimento...E pena que não deu tempo de avisar nada, mas tenho que admitir que ele parecia querer garantir que nós estivéssemos bem Axel!-
Falas em branco
- Bravos
Semi-Deus - Mensagens : 5614
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- Mensagem nº27
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Axel Brown Ele liga para Olena. - Ei... Calma, está tudo bem. Não estou machucado, nada que precise se preocupar. - Ele tenta acalmá-la. - Não vou poder te ver hoje, não antes da reunião do protetorado. Eu... - Ele respira fundo. - Os Uivadores não permitiriam, eu creio... - Ela não vê, mas ele põe a mão no rosto esfregando os olhos. - Podemos conversar sobre isso melhor depois. - Ele continua falando com ela até que ela esteja conformada. Depois manda uma selfie dando uma piscadela com um dos olhos. * * * - Não vamos acusar ninguém. Não agora. Eu terei que ficar de cabeça bem baixa durante um tempo, senão corre o risco de nem sermos mais aceitos no protetorado. - Chloe ainda levanta algumas hipóteses. - Iremos ver isso e como lidar com sua família, cada coisa ao seu tempo. - Judas então reage da forma que ele imaginou que reagiria. É possível ver Axel engolindo em seco um soluço. - Judas... Ele não pensaria duas vezes para me matar. - Não mentiria dizendo que estava se defendendo. Não estava. - Mas nós não precisamos fugir. E nem isso vai se repetir. Certo? - Ele vai erguendo as mãos devagar em direção de Judas, para abraçá-lo. - Me desculpe... Depois de consolar o primo por seus próprios erros, ele volta a se sentar no sofá. Quando Joe começa a falar, vê que as coisas são completamente fora de nexo. - Eu tenho um palpite do que está acontecendo... - Ele pensa em Loba Sem Sombra. A ajuda dela viria a calhar. Será que poderia contar com ela? Naquela situação? - Cuidem desse ferimento dele, por favor... - Ele teria alguns dias talvez antes que a lua mudasse de fase. Chloe conta sobre como William apareceu e interferiu. - Filho da puta! - Ele soca o braço da poltrona. - Chloe, anote cada coisa que você lembra que ele disse. Horas, frases... Eu vou descobrir isso. Por enquanto, ficaremos calados. Não estamos na posição de cobrar ninguém, por minha culpa. Mas vai chegar uma hora que poderemos. - Então ela fala de Connor. Axel se levanta. As veias saltando nas têmporas. Ele parece que vai dizer algo, então engole. - Bom... Uma pena que a preocupação dele não serviu para salvar nem você, nem Franco. - Suspira e vai até a geladeira, pegar algo para beber, e então lá fora, para tentar por os pensamentos em linha. |
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- Mensagem nº28
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Judas aperta o abraço do primo. "Cara, a não é nenhum tipo doído de justiceiro, né? Porque tem gente querendo matar você??" Ele não conseguia engolir a realidade.
Joe não estava nada disposto a ser tocado até Axel dizer para cuidarem dos ferimentos, depois disso ele se deixa tratar, mas não para de se mover pra lá e pra cá.
Silvia continua olhando desconfiada enquanto Chloe conta a sua história. A mente da policial devia estar montando uma história na própria cabeça. Mas ela balança a cabeça para responder as perguntas de Sam. Ninguém estava ferido e tinham sim curativos na casa. "Ele precisa de cirurgia." Ela diz sem nenhuma emoção. Ele ri algo feio e curto.
"Não sei de nada Sam. Tava escondida como pessoal. Vocês qque estavam no centro da ação. O que você sabe?" Ela parecia cansada. Os olhos na janela o tempo todo a voz normal como quem fala de esportes.
Joe não estava nada disposto a ser tocado até Axel dizer para cuidarem dos ferimentos, depois disso ele se deixa tratar, mas não para de se mover pra lá e pra cá.
Silvia continua olhando desconfiada enquanto Chloe conta a sua história. A mente da policial devia estar montando uma história na própria cabeça. Mas ela balança a cabeça para responder as perguntas de Sam. Ninguém estava ferido e tinham sim curativos na casa. "Ele precisa de cirurgia." Ela diz sem nenhuma emoção. Ele ri algo feio e curto.
"Não sei de nada Sam. Tava escondida como pessoal. Vocês qque estavam no centro da ação. O que você sabe?" Ela parecia cansada. Os olhos na janela o tempo todo a voz normal como quem fala de esportes.
- thendara_selune
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- Mensagem nº29
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Ela olha Joe em seu estado de agitação. Sam tinha se oferecido para cuidar do machucado. Chloe observou o ferimento imaginando mais uma vez como aquilo aconteceu. Ela sente a desconfiança de Silvia como se fosse uma alfinetada constante, mas prefere ajudar Sam a limpar o ferimento.
-Se tivermos material para sutura ótimo, do contrário só na clínica, além disso seria bom anestesiar o local…- “Quem sabe um calmante pra esse rapaz.” O pensamento era esse, mas Chloe apenas cuida dele como podia, com o material que possuíam ali, Sam perto, em parte a veterinária saberia como suturar,afinal a diferença entre elas era a fisiologia dos pacientes de ambas.
Depois ela falaria olhando a loira. - Eu não tenho nada para esconder agora, mas admito que a parte do sítio me deixa confusa, não sei exatamente como, mas a tal mulher pediu para que aceitasse a ajuda dela...Depois as coisas ficam caóticas para se juntar em palavras que façam sentido.- Podia soar desonesto da parte de Chloe, mas até o momento a sua confiança se estendia a Axel, Samantha e Shaw. Não sabia se deveria desaguar tudo diante dos demais, mas assim que fosse possível ia falar, por agora só queria ficar quieta ajudando Sam nos cuidados a Joe.
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- Mensagem nº30
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
A resposta para mensagem é tão sem emoção quando a primeira. Parte do ritual. Impossível perceber sentimentos. Mas muito fácil perceber local e hora, as únicas coisas que ele respondeu. Às palavras nem tinham a voz dele, só o som fundamental das palavras. Um lugar entre Sparhall e Dover. Oficialmente Dover, mas era mais perto do centro de Sparhall. Uma fazenda com um restaurante e uma loja de produtos locais e lembrancinhas, era o que o Google dizia. Era o que o Google mostrava.
Connor nem tinha checado o lugar. Nenhum sinal de presença dos puros na região. Nenhum sinal de interesse Ashenga na area. Amy e Rail não tinham reportado nada sobre o lugar também, não que ele tivesse perguntado, mesmo exaustas elas poderiam imaginar algo ou até ir verificar se ele levantasse alguma suspeita. Verdade que nenhum dos três era muito organizado e as informações se empilhavam de uma forma difícil de navegar. Fotos e mapas cheios de anotações forrando as paredes de um quartinho alugado o mais perto possível de Sparhall sem ser longe de um território urdaga. Lá os três tinham uma parede com computadores para os drones e pesquisas, uma parede com fotos e mapas da cidade e uma parede com fotos de Ashengas e suspeitos. Suspeitos de que? Qualquer coisa entre ser um uratha ou parente e até um colaborador dos puros, ciente ou não. Nenhuma foto do Rei. Nenhuma dessas paredes chegava perto do lugar, nem tinha sido cogitado como útil.
O restaurante, lugar do encontro, era impossível de defender com suas paredes de vidro e madeira. Mas tinha uma ótima visão em todas as direções e muitos espaços para vigias nas proximidades. Certamente os puros estavam se arriscando. Certamente seria arriscado ir até lá. Impossível não ser visto, era o que eles pensavam. Chloe reconhecia a confiança de Ian na escolha, ousado, confiante e mesmo assim ameaçador. Connor tinha que admitir que era uma boa escolha, logo uma má escolha para eles.
A hora? No meio exato do dia. No fim de uma manhã clara de outono. Ruim para se esconder, bom para ver se alguém estava chegando. Bom para ver alguém escondido. Os humanos eram um elemento pacificador, qualquer truque exagerado arriscaria o segredo, especialmente na clara luz do dia. Mesmo assim segurança era uma ilusão desconfortável. Uma estrada longa para um lado e para o outro. Estacionamento aberto sem nenhum controle. Uma rua lateral onde os caminhões passavam para carga e descarga na direção da fazenda de verdade.
Os dois estavam vendo as fotos do lugar em um aplicativos de mapas na internet. Os campos em volta não forneciam muita cobertura. O sistema de irrigação que alimentava os mirtilos era melhor nesse quesito, porém estava muito longe de ser tão bom quanto qualquer bairro comercial ou até residencial. O lugar em si era bonito de uma forma rustica e retrograda, as mesas pesadas eram grandes e as paredes eram decoradas como teriam sido duzentos anos atrás com cabeças de cervos, lobos e espingardas. Mais ninguém com os dois, claro, era segredo. Tudo segredo.
Aquilo tudo cheirava exatamente como deveria. Longe o bastante de Sparhall para ser um segredo. Não longe o bastante para ser um risco real. Cheirava honesto. Honrado. Exatamente como uma armadilha deveria.
Connor nem tinha checado o lugar. Nenhum sinal de presença dos puros na região. Nenhum sinal de interesse Ashenga na area. Amy e Rail não tinham reportado nada sobre o lugar também, não que ele tivesse perguntado, mesmo exaustas elas poderiam imaginar algo ou até ir verificar se ele levantasse alguma suspeita. Verdade que nenhum dos três era muito organizado e as informações se empilhavam de uma forma difícil de navegar. Fotos e mapas cheios de anotações forrando as paredes de um quartinho alugado o mais perto possível de Sparhall sem ser longe de um território urdaga. Lá os três tinham uma parede com computadores para os drones e pesquisas, uma parede com fotos e mapas da cidade e uma parede com fotos de Ashengas e suspeitos. Suspeitos de que? Qualquer coisa entre ser um uratha ou parente e até um colaborador dos puros, ciente ou não. Nenhuma foto do Rei. Nenhuma dessas paredes chegava perto do lugar, nem tinha sido cogitado como útil.
O restaurante, lugar do encontro, era impossível de defender com suas paredes de vidro e madeira. Mas tinha uma ótima visão em todas as direções e muitos espaços para vigias nas proximidades. Certamente os puros estavam se arriscando. Certamente seria arriscado ir até lá. Impossível não ser visto, era o que eles pensavam. Chloe reconhecia a confiança de Ian na escolha, ousado, confiante e mesmo assim ameaçador. Connor tinha que admitir que era uma boa escolha, logo uma má escolha para eles.
A hora? No meio exato do dia. No fim de uma manhã clara de outono. Ruim para se esconder, bom para ver se alguém estava chegando. Bom para ver alguém escondido. Os humanos eram um elemento pacificador, qualquer truque exagerado arriscaria o segredo, especialmente na clara luz do dia. Mesmo assim segurança era uma ilusão desconfortável. Uma estrada longa para um lado e para o outro. Estacionamento aberto sem nenhum controle. Uma rua lateral onde os caminhões passavam para carga e descarga na direção da fazenda de verdade.
Os dois estavam vendo as fotos do lugar em um aplicativos de mapas na internet. Os campos em volta não forneciam muita cobertura. O sistema de irrigação que alimentava os mirtilos era melhor nesse quesito, porém estava muito longe de ser tão bom quanto qualquer bairro comercial ou até residencial. O lugar em si era bonito de uma forma rustica e retrograda, as mesas pesadas eram grandes e as paredes eram decoradas como teriam sido duzentos anos atrás com cabeças de cervos, lobos e espingardas. Mais ninguém com os dois, claro, era segredo. Tudo segredo.
Aquilo tudo cheirava exatamente como deveria. Longe o bastante de Sparhall para ser um segredo. Não longe o bastante para ser um risco real. Cheirava honesto. Honrado. Exatamente como uma armadilha deveria.
- Ankou
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- Mensagem nº31
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
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- thendara_selune
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- Mensagem nº32
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Chloe Moore
Você é uma boa garota do lado de fora, mas ninguém sabe o que diabos está do lado de dentro, não é?
Nada poderia se comparar ao sentimento que crescia dentro de Chloe. Era como um sabor novo e desconhecido, ferroso, cortante e assustador. Antes de partir, ela passou informações para Malcolm e encontrou Dione. Não que ela cobrasse algo de Dione, mas um desespero genuíno a consumia. Desconfianças e outras coisas murmuravam dentro dela. Entre arriscar deixá-los para trás e confiar em Dione, ela preferia acreditar que a outra poderia fazer algo que pudesse ajudar. "Se eu voltar viva, prometo que lhe deverei pelo resto da minha vida...", sua voz embargada e solitária. Sentia falta dos outros filhos que nem sequer podia tocar, abraçar ou alimentar.
Ao meio-dia, no final de uma manhã clara de outono, Chloe encontrava-se sentada, forçando-se a manter a calma. A paisagem era bonita e o cheiro de mirtilo parecia vibrar de uma maneira diferente em seus sentidos. Uma fatia de bolo de limão com mirtilos e uma xícara de chá-preto pareciam ser uma combinação prazerosa. A gibosa não bebeu o chá, mas o cheiro dele e aquele vapor tênue a faziam lembrar do passado.
A mensagem de Connor foi recebida e ela olhava para o lado de fora, captando as cores que se harmonizam com o cenário. "Uma atmosfera rústica e romântica, de certa maneira... Ótima para se meter em uma armadilha e morrer no processo", pensou Chloe com um sorriso ácido que deixava seus lábios provocantes. A Cahalith era realista e sabia que não era um tanque de guerra como Connor. Não havia abraçado nenhuma tribo porque nenhuma delas transbordava um chamado especial que valesse um juramento tribal, mas tinha fé na Lua e acreditava haver uma razão para tudo se alinhar até aquele momento de tensão, que culminaria no rompimento completo de tudo que ela esperava e na transformação em algo mórbido enterrado dentro de si.
Chloe levou o anel de casamento, um objeto de família que estava nas mãos dos Byrne há mais tempo do que ela podia contar, e colocou a caixa sobre a mesa. Olhando para a camurça escura que a revestia, algo doeu dentro dela. Ao abrir a caixa, observou os pequenos brilhantes que pareciam brilhar muito mais que antes e a pedra maior cintilou quando um breve raio de sol a tocou. “Foi um anel forjado nos tempos de meus antepassados. E pertenceria à companheira que me fosse dada pelos Moore no tempo certo”, aquelas palavras causaram impacto na ruiva, com olhos negros como pedras de ônix e cabelos da mesma cor. Tudo nele parecia uma tempestade. Meses atrás ele era tudo que a ruiva mais queria e agora voltar a encontrá-lo era como reviver o passado.
A brisa suave acaricia as delicadas flores de goivos pálidos e as vibrantes violetas arroxeadas em frente ao restaurante. Enquanto enfia o garfo no bolo, ela se lembra da mãe, que adorava mirtilos e costumava tê-los em abundância em sua antiga casa. O sabor do bolo se desmancha em sua boca, trazendo de volta as memórias e emoções que ela pensava terem sido esquecidas. O sorriso que ela exibia desvanece-se em tristeza, e seus olhos cheios de âmbar brilham com a dor que ela sente.
Ela não sente a necessidade de esconder seus sentimentos; é evidente para qualquer um que vê que ela está angustiada. Talvez seja por isso que ela teve a clara sensação de ouvir, ao longe, alguém assobiando "My Way", fazendo com que os pelos de seu corpo se arrepiassem.
Ao meio-dia, no final de uma manhã clara de outono, Chloe encontrava-se sentada, forçando-se a manter a calma. A paisagem era bonita e o cheiro de mirtilo parecia vibrar de uma maneira diferente em seus sentidos. Uma fatia de bolo de limão com mirtilos e uma xícara de chá-preto pareciam ser uma combinação prazerosa. A gibosa não bebeu o chá, mas o cheiro dele e aquele vapor tênue a faziam lembrar do passado.
A mensagem de Connor foi recebida e ela olhava para o lado de fora, captando as cores que se harmonizam com o cenário. "Uma atmosfera rústica e romântica, de certa maneira... Ótima para se meter em uma armadilha e morrer no processo", pensou Chloe com um sorriso ácido que deixava seus lábios provocantes. A Cahalith era realista e sabia que não era um tanque de guerra como Connor. Não havia abraçado nenhuma tribo porque nenhuma delas transbordava um chamado especial que valesse um juramento tribal, mas tinha fé na Lua e acreditava haver uma razão para tudo se alinhar até aquele momento de tensão, que culminaria no rompimento completo de tudo que ela esperava e na transformação em algo mórbido enterrado dentro de si.
Chloe levou o anel de casamento, um objeto de família que estava nas mãos dos Byrne há mais tempo do que ela podia contar, e colocou a caixa sobre a mesa. Olhando para a camurça escura que a revestia, algo doeu dentro dela. Ao abrir a caixa, observou os pequenos brilhantes que pareciam brilhar muito mais que antes e a pedra maior cintilou quando um breve raio de sol a tocou. “Foi um anel forjado nos tempos de meus antepassados. E pertenceria à companheira que me fosse dada pelos Moore no tempo certo”, aquelas palavras causaram impacto na ruiva, com olhos negros como pedras de ônix e cabelos da mesma cor. Tudo nele parecia uma tempestade. Meses atrás ele era tudo que a ruiva mais queria e agora voltar a encontrá-lo era como reviver o passado.
A brisa suave acaricia as delicadas flores de goivos pálidos e as vibrantes violetas arroxeadas em frente ao restaurante. Enquanto enfia o garfo no bolo, ela se lembra da mãe, que adorava mirtilos e costumava tê-los em abundância em sua antiga casa. O sabor do bolo se desmancha em sua boca, trazendo de volta as memórias e emoções que ela pensava terem sido esquecidas. O sorriso que ela exibia desvanece-se em tristeza, e seus olhos cheios de âmbar brilham com a dor que ela sente.
Ela não sente a necessidade de esconder seus sentimentos; é evidente para qualquer um que vê que ela está angustiada. Talvez seja por isso que ela teve a clara sensação de ouvir, ao longe, alguém assobiando "My Way", fazendo com que os pelos de seu corpo se arrepiassem.
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Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Connor vê Chloe chegando com os olhos do animal, era diferente. O formato era diferente e as cores também. Ela parece bem. Viva. Ninguém atirou nela pela costas. O corpo do falcão não suportaria um tiro daqueles que ele tomou, o pensamento se intromete na cabeça dele.
"Senhorita, o cavalheiro na outra mesa ofereceu uma taça." A mulher aguardava com a garrafa do vinho favorito de Chloe. Olhando por sobre seu ombro ela via Ian sentado ao fundo, relaxado e vitorioso, ao lado dele o pai de Chloe era uma figura severa e tensa.
Os dois estavam vestidos como ela imaginária, mas estavam em um salão reservado. A mesa igual a dela. Uma das paredes repleta de portas altas de vidro transparente.
Connor não conseguia ver para onde as duas olhavam, mas sentia a surpresa em Chloe e a ansiedade subindo. Ele tinha chegado sem eles verem ou chegado antes e esperado.
"Tudo bem?" A garçonete pergunta sem perceber que segurava a garrafa do jeito errado e que usava a taça para outro tipo de vinho. "Ele disse que pode se juntar a eles se quiser." Um sorriso amigável com um toque suave de encorajamento e inveja.
"Senhorita, o cavalheiro na outra mesa ofereceu uma taça." A mulher aguardava com a garrafa do vinho favorito de Chloe. Olhando por sobre seu ombro ela via Ian sentado ao fundo, relaxado e vitorioso, ao lado dele o pai de Chloe era uma figura severa e tensa.
Os dois estavam vestidos como ela imaginária, mas estavam em um salão reservado. A mesa igual a dela. Uma das paredes repleta de portas altas de vidro transparente.
Connor não conseguia ver para onde as duas olhavam, mas sentia a surpresa em Chloe e a ansiedade subindo. Ele tinha chegado sem eles verem ou chegado antes e esperado.
"Tudo bem?" A garçonete pergunta sem perceber que segurava a garrafa do jeito errado e que usava a taça para outro tipo de vinho. "Ele disse que pode se juntar a eles se quiser." Um sorriso amigável com um toque suave de encorajamento e inveja.
- thendara_selune
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- Mensagem nº34
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Chloe Moore
Você é uma boa garota do lado de fora, mas ninguém sabe o que diabos está do lado de dentro, não é?
Chloe sentiu seu coração bater descompassadamente quando ouviu as palavras da garçonete. Ela olhou para Ian e seu pai, sentados ali, e uma ansiedade crescente tomou conta dela. Havia um arrependimento profundo em seu peito, mas tudo parecia tão confuso e nublado. Era como se sentimentos opostos estivessem brigando dentro dela, e ela não conseguia decifrá-los.
Com um sorriso educado, Chloe respondeu à garçonete, tentando ignorar a sensação de que estava prestes a explodir: “Obrigada, mas pode me servir lá.”
As pernas dela teimaram em se mover, e cada passo parecia pesar uma tonelada. Seu coração acelerado parecia gritar para todos ouvirem, e ela tinha a sensação de que seu pai e Ian podiam ler seus pensamentos, como se ela fosse um livro aberto.
Ela sentia uma saudade imensa do pai e, quando chegou perto o suficiente, ignorando a presença da garçonete, perguntou com a voz tremula: “Pai, posso abraçar você?”. Ian provavelmente estava se divertindo com aquilo. Afinal, entre todos da família, Chloe sempre foi a mais emotiva, chorona e medrosa. Mas, naquele momento, tudo o que ela desejava era poder abraçar o pai. Havia medo vibrando dentro dela, um pequeno redemoinho que ameaçava levá-la embora, mas, ao mesmo tempo, ela sentia o reconhecimento de um pedaço do mundo que a cercou por quase vinte e quatro anos.
“Eu senti a sua falta. O senhor não faz ideia do quanto queria vê-lo”, disse Chloe, com lágrimas nos olhos e um sorriso doce nos lábios. Era uma mistura de saudade, arrependimento, amor e um desejo enorme de nunca mais deixar aquele abraço. Ela encarou Ian sentindo o estomago embrulhar.
Ele foi o amor de sua vida, o homem que ela achou que nunca iria deixá-la. Mas agora, depois de quase dois anos de casamento e três anos de conhecimento mútuo, havia quase dez meses que estavam separados. As memórias dela se misturavam em sua mente, como se ela estivesse tentando juntar as peças de um quebra-cabeça que nunca mais seria completo.
Com um sorriso educado, Chloe respondeu à garçonete, tentando ignorar a sensação de que estava prestes a explodir: “Obrigada, mas pode me servir lá.”
As pernas dela teimaram em se mover, e cada passo parecia pesar uma tonelada. Seu coração acelerado parecia gritar para todos ouvirem, e ela tinha a sensação de que seu pai e Ian podiam ler seus pensamentos, como se ela fosse um livro aberto.
Ela sentia uma saudade imensa do pai e, quando chegou perto o suficiente, ignorando a presença da garçonete, perguntou com a voz tremula: “Pai, posso abraçar você?”. Ian provavelmente estava se divertindo com aquilo. Afinal, entre todos da família, Chloe sempre foi a mais emotiva, chorona e medrosa. Mas, naquele momento, tudo o que ela desejava era poder abraçar o pai. Havia medo vibrando dentro dela, um pequeno redemoinho que ameaçava levá-la embora, mas, ao mesmo tempo, ela sentia o reconhecimento de um pedaço do mundo que a cercou por quase vinte e quatro anos.
“Eu senti a sua falta. O senhor não faz ideia do quanto queria vê-lo”, disse Chloe, com lágrimas nos olhos e um sorriso doce nos lábios. Era uma mistura de saudade, arrependimento, amor e um desejo enorme de nunca mais deixar aquele abraço. Ela encarou Ian sentindo o estomago embrulhar.
Ele foi o amor de sua vida, o homem que ela achou que nunca iria deixá-la. Mas agora, depois de quase dois anos de casamento e três anos de conhecimento mútuo, havia quase dez meses que estavam separados. As memórias dela se misturavam em sua mente, como se ela estivesse tentando juntar as peças de um quebra-cabeça que nunca mais seria completo.
- Roupinha:
- Wordspinner
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- Mensagem nº35
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Chloe nem nota a mocinha a acompanhando. Connor muda de posição para ver melhor. Ele pousa em uma mureta e observa os dois urathas mais velhos sentados sozinhos em uma mesa. Chloe caminha até eles.
Chloe: "Pai, posso abraçar você?”
O homem que a observava seriamente tinha levantado quando ela se aproximou. As mãos fortes a puxam devagar para um aperto firme e lento. Quando ela está aninhada no pai, colada com ele, ela sente ele deixar o ar sair do peito. A mandíbula se trava no momento seguinte e ele inspira fundo. Nenhuma palavra. Só uma expressão física de alívio e carinho.
"O mundo é cruel e bruto. Olha o que ele fez comigo, com você. " ele se afasta devagar. As mãos hesitam em se afatastar dela. "Minha filha. Minha menina. O que fizeram com você?" A voz pesada de emoção. Os olhos cuidadosamente a absorviam.
Ian não a tinha recebido de imediato, suas palavras em tom sedutor eram para a garçonete. "Faça o que combinamos com seu gerente." Macio e grave. "Seja uma boa menina." Ele coloca notas dobradas no bolso da mulher e tira a garrafa da sua mão.
Ele finalmente olha para Chloe. Ian tinha o rosto frio agora, não demonstrava nada enquanto as portas se fechavam e a música aumentava. Os olhos escuros prendiam os dela e as luzes do lugar diminuíram até uma penumbra agradável. Agradável se você for um predador noturno.
"Temos que conversar." A voz era firme e calma. Razoável e controlada.
"Sentem-se." Diz o velho Moore segurando uma das mãos de Chloe e a oferecendo uma cadeira.
Ian espera ela se sentar e a acompanha sendo seguido pelo terceiro uratha. "Não esperava sua mensagem Chloe. Fez de tudo para se afatastar. Nós a resgatamos e..."
"Não importa agora." O pai o interrompe. "Temos assuntos mais importantes. Você, filha. Você tem algo para falar não é?" Ele olhava para ela sem considerar o outro uratha.
Chloe estava muito ciente de que era difícil vê-la e provavelmente impossível ouvi-la lá de fora.
Connor sentia uma irritação palpável. Tinham aumentado o som no ambiente principal e aberto, além de fecharem as portas para o lugar onde estavam. Ele via os vultos através da porta de vidro bem limpo, mas as luzes do lado de fora deixavam reflexos. Uma mudança inesperada no campo de batalha. Ele quase podia ouvir no fundo da sua cabeça: Adapte-se ou morra
Chloe: "Pai, posso abraçar você?”
O homem que a observava seriamente tinha levantado quando ela se aproximou. As mãos fortes a puxam devagar para um aperto firme e lento. Quando ela está aninhada no pai, colada com ele, ela sente ele deixar o ar sair do peito. A mandíbula se trava no momento seguinte e ele inspira fundo. Nenhuma palavra. Só uma expressão física de alívio e carinho.
"O mundo é cruel e bruto. Olha o que ele fez comigo, com você. " ele se afasta devagar. As mãos hesitam em se afatastar dela. "Minha filha. Minha menina. O que fizeram com você?" A voz pesada de emoção. Os olhos cuidadosamente a absorviam.
Ian não a tinha recebido de imediato, suas palavras em tom sedutor eram para a garçonete. "Faça o que combinamos com seu gerente." Macio e grave. "Seja uma boa menina." Ele coloca notas dobradas no bolso da mulher e tira a garrafa da sua mão.
Ele finalmente olha para Chloe. Ian tinha o rosto frio agora, não demonstrava nada enquanto as portas se fechavam e a música aumentava. Os olhos escuros prendiam os dela e as luzes do lugar diminuíram até uma penumbra agradável. Agradável se você for um predador noturno.
"Temos que conversar." A voz era firme e calma. Razoável e controlada.
"Sentem-se." Diz o velho Moore segurando uma das mãos de Chloe e a oferecendo uma cadeira.
Ian espera ela se sentar e a acompanha sendo seguido pelo terceiro uratha. "Não esperava sua mensagem Chloe. Fez de tudo para se afatastar. Nós a resgatamos e..."
"Não importa agora." O pai o interrompe. "Temos assuntos mais importantes. Você, filha. Você tem algo para falar não é?" Ele olhava para ela sem considerar o outro uratha.
Chloe estava muito ciente de que era difícil vê-la e provavelmente impossível ouvi-la lá de fora.
Connor sentia uma irritação palpável. Tinham aumentado o som no ambiente principal e aberto, além de fecharem as portas para o lugar onde estavam. Ele via os vultos através da porta de vidro bem limpo, mas as luzes do lado de fora deixavam reflexos. Uma mudança inesperada no campo de batalha. Ele quase podia ouvir no fundo da sua cabeça: Adapte-se ou morra
- thendara_selune
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- Mensagem nº36
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Chloe Moore
Você é uma boa garota do lado de fora, mas ninguém sabe o que diabos está do lado de dentro, não é?
OFF: @Wordspinner adorei demais o andamento das coisas até esse momento e ta sendo o ápice do drama dentro do que esperava em Destituídos. Valeu por narrar pra gente e sempre criar essas encruzilhadas tensas que me fazem lembrar da mesa que joguei presencialmente que tinha essa vibe forte de horror e drama pessoal dos personagens.
Chloe sentiu-se como uma criança novamente, questionando tudo ao seu redor. Ela tinha tantas coisas para perguntar e desabafar, mas sua mente estava tão confusa que as palavras pareciam se perder antes mesmo de sair de sua boca. Aninhada ao pai era como se pudesse voltar no tempo.
O jeito que ele a abraçou, a ruiva podia ouvir seu coração e aquilo fez o rosto dela afundar ainda mais para absorver o cheiro dele por inteiro. Também hesitava em se afastar como se temesse que aquele momento fosse uma alucinação.
“Pai, o senhor me conhece melhor do que qualquer um”, começou a ruiva, tentando controlar a tremedeira em sua voz. “Eu vi coisas horríveis naquele lugar, o senhor sabe o que aconteceu lá?” A pergunta queimava dentro dela dando vasão a outras. Ela fazia uma pausa antes de continuar. “Aquela mulher no equipamento, isso é o que as famílias fazem?” Meses atrás, a gibosa nunca teria sido tão direta, nunca teria encarado o pai dessa maneira, mas agora ela precisava de respostas. Suspirou pesadamente dando tempo dele responder. Se havia alguém que daria resposta seria ele. “Alguém daqui ajudou no meu sequestro? Me diga quem foi, como vocês me encontraram naquela casa?" Aquela pergunta era algo que remoía dentro dela por meses. Descartou William, aquela altura devia a ele muito e nem tinha como pagar ou talvez já tivesse pagado ao pensar naquelas crianças confinadas em um ventre alienígena longe de todo aquele caos.
Enquanto ela falava as portas do local se fechando e a música aumentando, criando uma atmosfera sombria e tensa. A tensão nela era palpável, cada tendão de seu corpo parecia repuxar, mas ela conseguiu manter a compostura. A Cahalith sabia ser difícil vê-la e provavelmente impossível ouvi-la lá fora, então ela se concentrou em falar o mais claramente possível. “Eu só quero entender o que aconteceu comigo”, disse ela, olhando para o pai com olhos suplicantes. “Quero saber quem fez isso comigo e por quê… Quem os ajudou a me sequestrar?” A uratha sabia que não ia conseguir descansar até que tivesse todas as respostas.
As mãos delas deslizaram pelos cabelos em um gesto desesperado. Não tinha porque esconder quem era diante do pai. Ele sabia seus trejeitos, suas travessuras e manias quando queria mentir. Por isso quando Nestor a enviou com Connor para aquela “missão” algo dentro dela emitiu alerta.
“As coisas aqui estão tensas, o senhor sabe a razão. Tudo o que vem acontecendo e a única coisa em que posso ter fé é que estou do lado certo. Mas como posso aceitar que devo machucar o senhor ou qualquer um que amo?” A mão dela então apertou a do pai com força. Trair aquele que lhe deu vida e que sempre mostrou seu amor pela família parecia o pior dos pecados. As lágrimas rolam pelo rosto de Chloe, enquanto ela fala com a voz embargada. Sua expressão é marcada por um misto de tristeza, raiva e desespero. Ela encara o pai, tentando entender porque sua vida chegou naquilo?! A gibosa solta a mão dele. Suas mãos agora tremem enquanto segura com força na borda da mesa. Cada palavra que sai de sua boca parece trazer uma dor ainda maior.
“Você sempre cuidou de nós, mas o mundo do lado de cá é diferente. Aqui, as pessoas não são feridas como vi naquele lugar. Aqui, eu pude ver coisas que em Durham me foram negadas… nunca entendi por que não pude gerar filhos. Se estávamos do lado certo e fazíamos o que era esperado, por que nunca pude gerar vida antes?” A voz dela falha, e ela fecha os olhos por um momento, tentando se recompor.
Nesse momento, a ruiva percebeu que aquela revelação poderia ser algo que seu pai já soubesse, porém ela não tinha certeza de como Ian reagiria.
“Eu gerei vida aqui, uma bênção, algo que foi negado, um direito natural que tantas possuem, mas que a mim não era permitido… Eles me ajudaram a expulsar uma coisa que vivia dentro de mim, uma mulher loira usando vestido azul, com uma gargantilha com nosso brasão… Ela nos odiava e foi ela que impediu que qualquer criança dele se frutificasse dentro de mim…” As palavras saem com dificuldade, e Chloe engole em seco antes de continuar. A ruiva olha para Ian, com os olhos cheios de amargura. Depois voltou a olhar o pai. “Papai me responde porque eu devo acreditar que o caminho que o senhor segue é real, que existe verdade nele, quando tudo que vi, foi dor, desespero e morte?” Chloe estremece, sentindo-se vulnerável e exposta. Ela sabe que está dando um passo sem volta, mas precisa fazer isso.
“Era uma boa filha?” ela pergunta com tristeza. Seus olhos marejados brilham com a emoção contida. “Suponho que fui uma boa esposa, mesmo quando você não mereceu…” As palavras saem com uma mistura de raiva e pesar. “Eu amei você...” Chloe desvia o olhar do pai e olha para o marido, com uma expressão de fera enjaulada. “Mas em troca, você foi como foi. Tudo desmoronou. Meses atrás, se tivesse me pedido para pular de uma ponte pela nossa causa, eu teria feito sem hesitar, porque eu amava.” A voz dela some, e ela abaixa a cabeça, deixando as lágrimas rolarem livremente pelo rosto.
Será que Connor estava certo o tempo todo? Será que os sentimentos dela não passaram de uma ilusão, uma âncora que a engana constantemente? Ela nunca foi verdadeiramente humana e agora é apenas algo diferente vestindo uma pele frágil. Os Urathas são meras máquinas de guerra, protegendo dois mundos sem se importar com os danos colaterais? O que realmente importa é o juramento? A fé na Lua e no Pai Lobo são os únicos norte pra seguir? O som da mudança voltava a ecoar, lembrando-a da incerteza do seu futuro. O sorriso acima dela, como uma lâmina de prata, parecia ter gosto de vida e destruição. Talvez o seu caminho sempre tenha sido outro.
O jeito que ele a abraçou, a ruiva podia ouvir seu coração e aquilo fez o rosto dela afundar ainda mais para absorver o cheiro dele por inteiro. Também hesitava em se afastar como se temesse que aquele momento fosse uma alucinação.
“Pai, o senhor me conhece melhor do que qualquer um”, começou a ruiva, tentando controlar a tremedeira em sua voz. “Eu vi coisas horríveis naquele lugar, o senhor sabe o que aconteceu lá?” A pergunta queimava dentro dela dando vasão a outras. Ela fazia uma pausa antes de continuar. “Aquela mulher no equipamento, isso é o que as famílias fazem?” Meses atrás, a gibosa nunca teria sido tão direta, nunca teria encarado o pai dessa maneira, mas agora ela precisava de respostas. Suspirou pesadamente dando tempo dele responder. Se havia alguém que daria resposta seria ele. “Alguém daqui ajudou no meu sequestro? Me diga quem foi, como vocês me encontraram naquela casa?" Aquela pergunta era algo que remoía dentro dela por meses. Descartou William, aquela altura devia a ele muito e nem tinha como pagar ou talvez já tivesse pagado ao pensar naquelas crianças confinadas em um ventre alienígena longe de todo aquele caos.
Enquanto ela falava as portas do local se fechando e a música aumentando, criando uma atmosfera sombria e tensa. A tensão nela era palpável, cada tendão de seu corpo parecia repuxar, mas ela conseguiu manter a compostura. A Cahalith sabia ser difícil vê-la e provavelmente impossível ouvi-la lá fora, então ela se concentrou em falar o mais claramente possível. “Eu só quero entender o que aconteceu comigo”, disse ela, olhando para o pai com olhos suplicantes. “Quero saber quem fez isso comigo e por quê… Quem os ajudou a me sequestrar?” A uratha sabia que não ia conseguir descansar até que tivesse todas as respostas.
As mãos delas deslizaram pelos cabelos em um gesto desesperado. Não tinha porque esconder quem era diante do pai. Ele sabia seus trejeitos, suas travessuras e manias quando queria mentir. Por isso quando Nestor a enviou com Connor para aquela “missão” algo dentro dela emitiu alerta.
“As coisas aqui estão tensas, o senhor sabe a razão. Tudo o que vem acontecendo e a única coisa em que posso ter fé é que estou do lado certo. Mas como posso aceitar que devo machucar o senhor ou qualquer um que amo?” A mão dela então apertou a do pai com força. Trair aquele que lhe deu vida e que sempre mostrou seu amor pela família parecia o pior dos pecados. As lágrimas rolam pelo rosto de Chloe, enquanto ela fala com a voz embargada. Sua expressão é marcada por um misto de tristeza, raiva e desespero. Ela encara o pai, tentando entender porque sua vida chegou naquilo?! A gibosa solta a mão dele. Suas mãos agora tremem enquanto segura com força na borda da mesa. Cada palavra que sai de sua boca parece trazer uma dor ainda maior.
“Você sempre cuidou de nós, mas o mundo do lado de cá é diferente. Aqui, as pessoas não são feridas como vi naquele lugar. Aqui, eu pude ver coisas que em Durham me foram negadas… nunca entendi por que não pude gerar filhos. Se estávamos do lado certo e fazíamos o que era esperado, por que nunca pude gerar vida antes?” A voz dela falha, e ela fecha os olhos por um momento, tentando se recompor.
Nesse momento, a ruiva percebeu que aquela revelação poderia ser algo que seu pai já soubesse, porém ela não tinha certeza de como Ian reagiria.
“Eu gerei vida aqui, uma bênção, algo que foi negado, um direito natural que tantas possuem, mas que a mim não era permitido… Eles me ajudaram a expulsar uma coisa que vivia dentro de mim, uma mulher loira usando vestido azul, com uma gargantilha com nosso brasão… Ela nos odiava e foi ela que impediu que qualquer criança dele se frutificasse dentro de mim…” As palavras saem com dificuldade, e Chloe engole em seco antes de continuar. A ruiva olha para Ian, com os olhos cheios de amargura. Depois voltou a olhar o pai. “Papai me responde porque eu devo acreditar que o caminho que o senhor segue é real, que existe verdade nele, quando tudo que vi, foi dor, desespero e morte?” Chloe estremece, sentindo-se vulnerável e exposta. Ela sabe que está dando um passo sem volta, mas precisa fazer isso.
“Era uma boa filha?” ela pergunta com tristeza. Seus olhos marejados brilham com a emoção contida. “Suponho que fui uma boa esposa, mesmo quando você não mereceu…” As palavras saem com uma mistura de raiva e pesar. “Eu amei você...” Chloe desvia o olhar do pai e olha para o marido, com uma expressão de fera enjaulada. “Mas em troca, você foi como foi. Tudo desmoronou. Meses atrás, se tivesse me pedido para pular de uma ponte pela nossa causa, eu teria feito sem hesitar, porque eu amava.” A voz dela some, e ela abaixa a cabeça, deixando as lágrimas rolarem livremente pelo rosto.
Será que Connor estava certo o tempo todo? Será que os sentimentos dela não passaram de uma ilusão, uma âncora que a engana constantemente? Ela nunca foi verdadeiramente humana e agora é apenas algo diferente vestindo uma pele frágil. Os Urathas são meras máquinas de guerra, protegendo dois mundos sem se importar com os danos colaterais? O que realmente importa é o juramento? A fé na Lua e no Pai Lobo são os únicos norte pra seguir? O som da mudança voltava a ecoar, lembrando-a da incerteza do seu futuro. O sorriso acima dela, como uma lâmina de prata, parecia ter gosto de vida e destruição. Talvez o seu caminho sempre tenha sido outro.
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- Ankou
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- Mensagem nº37
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
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- Wordspinner
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- Mensagem nº38
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Eles ouvem Chloe com uma reserva crescente. Claramente não esperavam aquele interrogatório. Aquelas acusações.
Chloe: Eu vi coisas horríveis naquele lugar, o senhor sabe o que aconteceu lá?”
Ian deixa a irritação chegar ao rosto. Chloe consegue ver a fúria um centímetro abaixo da superfície, mas ele se contém seguindo um gesto do uratha mais velho e deixa Chloe continuar.
Chloe: Aquela mulher no equipamento, isso é o que as famílias fazem?
Ela vê a fúria de Ian se tornar surpresa e confusão, de alguma forma o pai sabia exatamente onde ela queria chegar enquanto Ian tinha se deixado confundir.
"Não filha. Aquele não é o meu território. Não é nosso para comandar." A voz indignada.
"Eles são toscos e não reconhecem nenhum outro caminho que a mais básica submissão. Nós não temos culpa." As últimas palavras ditas uma a uma como gotas de veneno.
"Temos sim. Nós contratamos eles para procurar você no meio desse caos. São efetivos porque nada os detém. Porque não qualquer tipo de decência exceto o mais leve aceno ao juramento. A vergonha e a desonra são nossas também." A mandíbula se fecha no fim como se não pudesse mais abrir.
A discordância fica clara na face de Ian. "Conseguimos você de volta. Isso que importa. Então... Então seus amigos novos trouxeram aquele inferno. Sangue bom foi derramado naquele dia." Ele coloca a mão no lado direito do rosto como se sentisse dor.
Chloe: Alguém daqui ajudou no meu sequestro? Me diga quem foi, como vocês me encontraram naquela casa?
"Não importa, não vai precisar mais vê-los ou pensar neles. Vão todos morrer." Ian, vingativo e certo.
"Se faz diferença é assunto dos Cartwell. Não nós envolvemos diretamente." O pai diz sem desculpas na voz. "Ian está certo, nenhum deles é digno de confiança filha. Eles têm as correntes fundas demais na carne, a loucura envenena seu sangue e se imaginam heróis quando são monstros. Esqueça."
Connor não é incomodado no telhado. Nenhum pássaro o ataca e nem o espantalho o assusta. Porém eram muitas portas e janelas parecidas em todas as direções. Vistas parecidas para dentro e para fora. Quando finalmente consegue achar o que queria ele percebe os ânimos alterados.
Chloe: “As coisas aqui estão tensas, o senhor sabe a razão. Tudo o que vem acontecendo e a única coisa em que posso ter fé é que estou do lado certo. Mas como posso aceitar que devo machucar o senhor ou qualquer um que amo?”
"Não vai precisar. Estamos juntos." O pai diz conciliador.
"Acabou, está livre e vamos quebrar suas correntes." Ian completou.
Chloe: Você sempre cuidou de nós, mas o mundo do lado de cá é diferente. Aqui, as pessoas não são feridas como vi naquele lugar. Aqui, eu pude ver coisas que em Durham me foram negadas… nunca entendi por que não pude gerar filhos. Se estávamos do lado certo e fazíamos o que era esperado, por que nunca pude gerar vida antes?
Os dois parecem consternados. Ian novamente furioso. Vermelho em volta dos olhos escuros. Nenhuma resposta. Porém lentamente Ian cravava as unhas na madeira da mesa.
Chloe: Eu gerei vida aqui, uma bênção, algo que foi negado, um direito natural que tantas possuem, mas que a mim não era permitido… Eles me ajudaram a expulsar uma coisa que vivia dentro de mim, uma mulher loira usando vestido azul, com uma gargantilha com nosso brasão… Ela nos odiava e foi ela que impediu que qualquer criança dele se frutificasse dentro de mim…
Todos podem ouvir a mesa estalando sob o aperto do uratha. A madeira reclamando do abuso sofrido na sua linguagem secreta de estalos. Os lábios dele se torcem para falar enquanto o pai a olha assustado.
"Eles forçaram você?" As palavras cuidadosas contrastavam com a fúria em todo o resto.
"Não importa. Importa que ela está livre, senhor Byrne." Nenhuma emoção nas palavras. "O resto deve ser esquecido."
Chloe: Papai me responde porque eu devo acreditar que o caminho que o senhor segue é real, que existe verdade nele, quando tudo que vi, foi dor, desespero e morte?
"Porque é a verdade. Como a morte e o frio e a dor. Somos o predador maior e temos uma missão, vingar a morte do Pai Lobo e retornar a pangeia. Não tem fingimento ou ilusão." Sério e lento. Sem qualquer dúvida.
"Os urdaga são os traidores Chloe. A corrupção do que nascemos para ser." Ian lutava para conter a fúria que parecia prestes a estourar assim como uma veia pulsante no pescoço.
"Você é uma boa filha que voltou para casa e sabemos que foi uma ótima esposa." As palavras fortes o bastante para deter o outro que transfixa Chloe com os olhos.
"Não é uma ponte, mas é a hora de pular. Podemos ir embora agora. Ir e te libertar, podemos voltar para nossa casa e esquecer isso tudo e amar nossos filhos." Ele tira farpas, uma a uma da palma da mão. "Ninguém é perfeito, minha dama. Podemos ser melhor que antes. Ambos."
"Nisso ele está certo, minha pequena. O caminho que querer te arrastar é um erro. Um erro profundo e infeccioso. " ele olha para ela com dor nos olhos.
Connor estava tão concentrado no esforço de ser Astra e também através dela e seus sentidos diferentes em dimensões e cores e extensões que demorou para perceber a sombra ao seu lado.
"Eu lembro dele." Uma voz fria com cheiro de ozônio. Familiar, mas impossível reconhecer. "Esses olhos me viram. Eu o vi no último dia." Connor sente o arrepio frio no seu corpo, sente Astra tentando fugir. "Eu lembro agora." As palavras ditas com ódio puro e profundo. Um ódio que ele sentia nos próprios ossos. Um ódio que fazia suas mãos abandonadas se apertarem em punhos que pareciam distantes e mortos.
Chloe: Eu vi coisas horríveis naquele lugar, o senhor sabe o que aconteceu lá?”
Ian deixa a irritação chegar ao rosto. Chloe consegue ver a fúria um centímetro abaixo da superfície, mas ele se contém seguindo um gesto do uratha mais velho e deixa Chloe continuar.
Chloe: Aquela mulher no equipamento, isso é o que as famílias fazem?
Ela vê a fúria de Ian se tornar surpresa e confusão, de alguma forma o pai sabia exatamente onde ela queria chegar enquanto Ian tinha se deixado confundir.
"Não filha. Aquele não é o meu território. Não é nosso para comandar." A voz indignada.
"Eles são toscos e não reconhecem nenhum outro caminho que a mais básica submissão. Nós não temos culpa." As últimas palavras ditas uma a uma como gotas de veneno.
"Temos sim. Nós contratamos eles para procurar você no meio desse caos. São efetivos porque nada os detém. Porque não qualquer tipo de decência exceto o mais leve aceno ao juramento. A vergonha e a desonra são nossas também." A mandíbula se fecha no fim como se não pudesse mais abrir.
A discordância fica clara na face de Ian. "Conseguimos você de volta. Isso que importa. Então... Então seus amigos novos trouxeram aquele inferno. Sangue bom foi derramado naquele dia." Ele coloca a mão no lado direito do rosto como se sentisse dor.
Chloe: Alguém daqui ajudou no meu sequestro? Me diga quem foi, como vocês me encontraram naquela casa?
"Não importa, não vai precisar mais vê-los ou pensar neles. Vão todos morrer." Ian, vingativo e certo.
"Se faz diferença é assunto dos Cartwell. Não nós envolvemos diretamente." O pai diz sem desculpas na voz. "Ian está certo, nenhum deles é digno de confiança filha. Eles têm as correntes fundas demais na carne, a loucura envenena seu sangue e se imaginam heróis quando são monstros. Esqueça."
Connor não é incomodado no telhado. Nenhum pássaro o ataca e nem o espantalho o assusta. Porém eram muitas portas e janelas parecidas em todas as direções. Vistas parecidas para dentro e para fora. Quando finalmente consegue achar o que queria ele percebe os ânimos alterados.
Chloe: “As coisas aqui estão tensas, o senhor sabe a razão. Tudo o que vem acontecendo e a única coisa em que posso ter fé é que estou do lado certo. Mas como posso aceitar que devo machucar o senhor ou qualquer um que amo?”
"Não vai precisar. Estamos juntos." O pai diz conciliador.
"Acabou, está livre e vamos quebrar suas correntes." Ian completou.
Chloe: Você sempre cuidou de nós, mas o mundo do lado de cá é diferente. Aqui, as pessoas não são feridas como vi naquele lugar. Aqui, eu pude ver coisas que em Durham me foram negadas… nunca entendi por que não pude gerar filhos. Se estávamos do lado certo e fazíamos o que era esperado, por que nunca pude gerar vida antes?
Os dois parecem consternados. Ian novamente furioso. Vermelho em volta dos olhos escuros. Nenhuma resposta. Porém lentamente Ian cravava as unhas na madeira da mesa.
Chloe: Eu gerei vida aqui, uma bênção, algo que foi negado, um direito natural que tantas possuem, mas que a mim não era permitido… Eles me ajudaram a expulsar uma coisa que vivia dentro de mim, uma mulher loira usando vestido azul, com uma gargantilha com nosso brasão… Ela nos odiava e foi ela que impediu que qualquer criança dele se frutificasse dentro de mim…
Todos podem ouvir a mesa estalando sob o aperto do uratha. A madeira reclamando do abuso sofrido na sua linguagem secreta de estalos. Os lábios dele se torcem para falar enquanto o pai a olha assustado.
"Eles forçaram você?" As palavras cuidadosas contrastavam com a fúria em todo o resto.
"Não importa. Importa que ela está livre, senhor Byrne." Nenhuma emoção nas palavras. "O resto deve ser esquecido."
Chloe: Papai me responde porque eu devo acreditar que o caminho que o senhor segue é real, que existe verdade nele, quando tudo que vi, foi dor, desespero e morte?
"Porque é a verdade. Como a morte e o frio e a dor. Somos o predador maior e temos uma missão, vingar a morte do Pai Lobo e retornar a pangeia. Não tem fingimento ou ilusão." Sério e lento. Sem qualquer dúvida.
"Os urdaga são os traidores Chloe. A corrupção do que nascemos para ser." Ian lutava para conter a fúria que parecia prestes a estourar assim como uma veia pulsante no pescoço.
"Você é uma boa filha que voltou para casa e sabemos que foi uma ótima esposa." As palavras fortes o bastante para deter o outro que transfixa Chloe com os olhos.
"Não é uma ponte, mas é a hora de pular. Podemos ir embora agora. Ir e te libertar, podemos voltar para nossa casa e esquecer isso tudo e amar nossos filhos." Ele tira farpas, uma a uma da palma da mão. "Ninguém é perfeito, minha dama. Podemos ser melhor que antes. Ambos."
"Nisso ele está certo, minha pequena. O caminho que querer te arrastar é um erro. Um erro profundo e infeccioso. " ele olha para ela com dor nos olhos.
Connor estava tão concentrado no esforço de ser Astra e também através dela e seus sentidos diferentes em dimensões e cores e extensões que demorou para perceber a sombra ao seu lado.
"Eu lembro dele." Uma voz fria com cheiro de ozônio. Familiar, mas impossível reconhecer. "Esses olhos me viram. Eu o vi no último dia." Connor sente o arrepio frio no seu corpo, sente Astra tentando fugir. "Eu lembro agora." As palavras ditas com ódio puro e profundo. Um ódio que ele sentia nos próprios ossos. Um ódio que fazia suas mãos abandonadas se apertarem em punhos que pareciam distantes e mortos.
- thendara_selune
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- Mensagem nº39
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
Chloe Moore
Você é uma boa garota do lado de fora, mas ninguém sabe o que diabos está do lado de dentro, não é?
Mesmo quando a mesa denunciou os sentimentos de Ian, a ruiva se limitou a encará-lo por um breve momento antes de voltar a atenção ao pai. De certa maneira, ela nunca acreditou que seu pai ou Ian fizessem tal atrocidade.
As respostas do pai desfaziam toda a postura de Chloe, fazendo com que seu corpo afundasse enquanto suas mãos se uniam, escondendo seus lábios. Ninguém, exceto um uratha que já esteve em sua posição, poderia compreender o que ela estava passando.
"Malcom, quero que ele seja liberado e que seus recursos sejam mantidos", disse Chloe, com um nó na garganta. Pelo menos Aidan teria uma vida muito melhor do que teria com ela, e seus filhos estariam seguros. "Sempre o considerei como um irmão mais velho. Seja qual for o crime que ele cometeu, peço que o esqueça, assim como eu deveria esquecer tudo o que vivi aqui... Que ele ganhe outra identidade e possa viver longe de nós. Prometi a ele que o protegeria e não vou quebrar minha promessa."
A voz dela saiu derrotada. Ela repetiu mentalmente o sobrenome Cartwell e encarou o pai com um olhar cansado. "Não vim sozinha... Há mais alguém, mas quero que ele seja deixado em paz. Não precisa haver mais derramamento de sangue agora, por favor, pai, deixe-o ir embora..."
A gibosa sentia falta de casa, da mãe e da vida que tinha antes, longe de tudo aquilo. Talvez fosse uma covardia admitir isso, mas em Dover sempre se sentia como uma forasteira. Quando a usaram como isca pela primeira vez, aquilo a feriu profundamente. Estavam usando-a novamente agora, sem considerar as consequências. O que estava passando pela mente dela, naquele momento exato, era impossível nomear com exatidão. Seria tristeza, mágoa ou vergonha de conspirar contra o pai? Connor tinha a família inteira em Dover, Axel tinha a mãe, e ela não se sentia integrada à alcateia. Cometeu erros e deixou-se levar por eles. Sentia arrependimento ou era o fato de não ter coragem de ferir o pai? O amor dela pelos pais era imenso, seria capaz de tudo por eles, e aquilo ficou claro quando ele a abraçou.
"É uma armadilha, pai. Eles queriam que eu os atraísse para cá para agir... Mas eu não posso. Simplesmente não posso ferir o senhor...", disse ela, em um tom envergonhado. Não havia honra em derramar o sangue do próprio pai, não havia nada de valor em si mesma se aceitasse aquilo como naturalidade e talvez desde a noite da mudança seu caminho tinha sido traçado.
- Roupinha:
- Ankou
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- Mensagem nº40
Re: Caçando os puros - Primeira Lua Nova
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