Ep. Piloto: 50 Tons de Vermelho [ON]

Estava tirando algumas fotos no parque quando ouvi o som do celular anunciando uma mensagem. Caraca, ainda estava tentando assimilar toda aquela coisa de sobrenatural e já estava sendo requisitada para participar de caçadas. Sem tempo a perder, respondi Ray.

Se queria chegar ao Tequilas Night Bar às 7 horas, era melhor eu ir para casa no mesmo instante para me arrumar.

Cheguei ao Tequilas Night Bar quase no horário marcado. Mas certamente, Ray perdoaria dois ou três minutinhos de atraso. Assim que adentrei ao barnão quase que de imediato meus movimentos sincronizavam-se com o ritmo. Enquanto dançava e girava sobre mim mesma, olhava ao meu redor procurando pelo Ray. Algo que foi relativamente mais fácil do que eu esperava.

Ray já estava lá a me aguardar. Err, claro, né? Ele trabalhava no lugar. Segui até o barman e peguei uma garrafa de vinho com ele. Por fim, acenei para Ray e segui dançando e bebendo, diretamente da garrafa, até a mesa.

- Olá Ray! - Disse ao debruçar-me sobre ele e beijar-lhe o rosto. - Sou a primeira a chegar? - Sorri bebericando. - Que falta de educação a minha. Quer? Estendi a garrafa para Ray.

Sentei-me ao lado de Ray e dei mais um gole direto do gargalo. Não havia o que fazer se não esperar os demais e aguardar esse tal Bismark para mais instruções sobre a tal caçada.

- Hey, Ray! - Reclinando-me na direção dele sussurrando. - Você que já tem mais experiência do que eu nesse negocio. Vampiros são do tipo daqueles dos filmes? Tipo, uma estaca de madeira, alho e talz? - Pergunto embaraçada. Apesar de novata, não me sentia tão desconfortável de perguntar essas coisas para o Ray. Talvez porque ele não parecia o tipo de pessoa que me sacanearia por não saber.

O dar de ombros de Ray não era muito reconfortante. E aquele papo sobre explodir coisas fazia-me rir embaraçada. Mas, ele parecia confiar no conhecimento de duas garotas que ainda estavam por chegar.

- Não temos escolhas se não aguardar por su... - Algo que eu havia deixado passar ressoou em minha mente. - Espera um pouco, Ray. O que você quer dizer com "passo algumas pernas"? - Olhei em seus olhos. - Você faria algo do tipo comigo? - Completei em tom choroso e fazendo beicinho.

Sem mais o que fazer se não aguardar, recostei-me na cadeira e tomei outro gole de minha garrafa. Se continuasse daquela forma, eu estaria bêbada antes mesmo que todos chegassem. Bem, talvez menos pessoas significasse mais dinheiro em minha conta. Droga, acho que o álcool já estava fazendo efeito. Os pensamentos em minha mente me faziam deixar escapar um discreto sorriso.

A conversa fluia bem com Ray quando a chegada abrupta de um homem chamou minha atenção. Olhei para o lado encarando-o. Seu rosto era familiar, embora eu não me recordasse de tê-lo conhecido em qualquer momento. Não parecia ser dos amigos mais gentis de Ray. Mesmo assim...

- Olá! - Estendi a mão para ele. - Sou a Hope. - Sorri amigavelmente. - Bem, como Ray disse, é bom estarmos preparados e como novata nesse negocio, gosto de saber onde estou me metendo. - Beberiquei mais um pouco.

Nesse mesmo momento um vulto parecia ter passado pela mesa e ao olhar novamente, via Morticia Addams sentada logo a minha frente. E enquanto ela falava com Ray, eu ainda tentava entender se eu já estava bêbada ou se ela não seria um dos vampiros. Perguntava-me de onde Ray havia conhecido esse pessoal.

Diferente do rapaz ao lado, eu não tive tempo de apresentar-me a ela. E eles já estavam a conversar sobre vampiros. Ela parecia mesmo o tipo que detinha tais informações. Apenas acenei de forma discreta do outro lado da mesa e mantive-me em silencio. Ainda haviam duas cadeiras a serem preenchidas. Uma deveria ser do tal Bismark, mas ainda restava uma...

John não só se mostrava bruto em seus trejeitos como também não se importou de comparar Mehira a um vampiro. Tá, ok. Eu também fiz isso, mas eu só pensei, ele disse na cara dela. Não pude evitar de ficar apreensiva. Mas no final, Mehira mostrou levar tudo na esportiva.

E por fim, a última integrante da equipe sentava-se a mesa. Acenei assim que ela se apresentou e aproveitei para me apresentar para ela e para Mehira. Só nos restava aguardar por Bismarck.

Para nossa sorte não demorou muito. Ao ver que Ray parecia ter reconhecido alguém, facilmente deduzi que aquele estranho que se aproximava era o tal Bismarck. Levantei a sobrancelha curiosa enquanto o media dos pés a cabeça. Interessante, muito interessante.

Então as respostas que todos esperavam eram respondidas. Embora para mim as perguntas começava a surgir agora. Principalmente, sobre quem era esse tal contratante? Isso tava me cheirando como briga por poder ou desavença boba. Mas, não seria eu a questionar Bismarck. Apenas coloquei a garrafa sobre a mesa e segui:

- Acho que essa parte é comigo. - Sorriso animada. - Não sou a melhor para me incluir nas panelinhas, mas sei como chegar até elas. E se tiver a oportunidade de falar a sós com esse tal Marcos. - O sorriso animado da lugar a um sorriso confiante, muito provavelmente um efeito recorrente do álcool. - Sabem, essas criaturas sobrenaturais parecem gostar de mim. - Pego a garrafa e em um só gole termino com ela.

- Não acho esse valor tão alto. - Olho para Mehira. - Tudo indica que esse puto é poderoso. Talvez o valor seja significante para um caçador solitário. Mas não é o nosso caso.

Passo a mão sobre os cabelos parando-a sobre a nuca enquanto encaro o nada pensativa enquanto ouço Ray questionar vários pontos interessantes. Droga, não deveria ter bebido.

- Ray tem razão. - Levo as mãos a mesa e encaro Bismarck cerrando os olhos tentando focá-lo. - Devido ao números de caçadores para essa missão, a probabilidade de um de nós sair com um alvo nas costas dessa caçada é grande. - Abro os braços dando de ombros. - Sempre alguém vai ser visto por alguém e isso pode ao menos levar um de nós a um interrogatório nada gentil.

Já a mocinha do outro lado da mesa nem parecia ligar e só queria ir direto aos finalmentes e dar um fim logo no vampirão.

- Aquila, né? Igual a constelação? - Apesar do sorriso bobo, meu olhar tinha claramente um tom malicioso. - Elimina-lo em um momento de intimidade, hein? Comportadinha e perigosa. Gostei disso. - Dou uma piscadela para Akila.