Ep. Piloto: 50 Tons de Vermelho [ON]

- Entendi, Bismarck! O contratante é um vampiro que está morrendo de ciúmes do Marcos. porque deseja receber o mesmo tratamento que o Marcos recebe da mestra. - Digo tentando ligar os pontos usando os relatos de Bismarck. - Tudo isso por causa de ciúmes? - Sorrio debochadamente. - Mas entendi o conceito. - E minha voz ganha um tom rouco. - Há coisas que precisam ser feitas e você as faz e nunca fala sobre elas. Você não tenta justificá-los. Eles não podem ser justificados. Você apenas faz. Então você esquece. - Se alguém entender a referência, eu apenas sigo rindo. Se ninguém entender, eu prossigo. - Qualé, pessoal? Ninguém aqui assistiu O Poderoso Chefão?

Bismarck seguiu falando de Marcos e parecia que a flor do Nilo ali tinha sido certeira. Apoiei os cotovelos na mesa entrelaçando meus dedos e apoiando meu queixo sobre eles:

- Então, Akila. Acha que da conta do vampirão? - Mais uma vez o tom malicioso tomava minha voz.

Certamente, eu já não estava muito bem. Deduzi isso principalmente por ser a primeira a levantar o braço quando Ray pediu por voluntários. Não havia outra resposta para minha coragem se não a embriagues...

- Eu sou boa em seguir as pessoas... - Paro por um segundo pensativa. - Acho que isso soou bem estranho, não é? - Fico sem jeito. - Digo que sou boa em passar despercebida. Qualquer coisa sou apenas uma fotografa procurando uma bela paisagem. - Dou uma piscadela mostrando a língua.

Sorri gentilmente quando Akila me respondeu. Contudo, resolvi me manter em silêncio. Considerava que se continuasse poderia falar algo que acabasse ofendendo alguém. Certamente não foi uma boa ideia matar aquela garrafa.

Bismarck era um poço de carisma. Não sei Akila, mas eu queria dar um safanão para ele ao menos fingir interesse no assunto. Se o plano dele era tão bom porque recorreu a gente? Presunçoso idiota. Como se  não pudéssemos encontrar mais imagens na internet.

- Ajudaria muito se puder fazer isso, Ray. - Sorrio pra ele. - E se Akila conseguir as informações, vamos dar um passo e tanto. - Já sobre levar Marcos a um lugar aberto dependeria de vários fatores. Então só mantive o sorriso  e dei de ombros.

Assim as fotos foram jogadas na mesa, encarei a foto da garota levantando uma sobrancelha curiosa enquanto Bismarck falava.

- Então isso tudo é pela Jeanette? - Questionei levando a mão ao queixo pensativa. - Não estava tão errada em considerar que eram ciúmes. Essa tal Jeanette também seria a mestra mor do Marcos ou é só uma vampirete normal? Digo, isso se ela for uma vampira. - Sorrio sem jeito.

Ray já parecia ter tomado as rédeas da situação e já coordenava tudo, inclusive pensando nos papeis de John e Mehira. Bem, não era muito difícil de se prever qual seria o papel de John...

- Se me dão licença, eu preciso esticar as pernas. - Levantei-me da mesa pegando um queijo.

A ideia era procurar entre os figurões dali, quem talvez pudesse já ter estado no The Box.

Meus olhos demoraram alguns segundos para até avistar um rosto familiar em meio a escuridão, uma figura solitária sentada no balcão, com uma garrafa de cerveja na mão. Eu me aproximei, cumprimentando-o com um aceno de cabeça.

- Posso me sentar aqui? - Perguntei, apontando para o banquinho vazio ao lado dele. Ele olhou para mim, examinando-me por um momento antes de acenar com a cabeça.

- Claro, fique à vontade. - Ele respondeu.

- Hey, Tom! Que coincidência encontrar você aqui. Você parece ótimo!

- Obrigado, Hope! Você também parece muito bem. O que traz você aqui?

- Na verdade, eu estava procurando por você. - Sorri gentilmente. - Eu sempre quis ir à The Box e fiquei sabendo que você é conhecido do dono. Você poderia me ajudar a conseguir um convite?

Tom arqueou as sobrancelhas, parecendo incomodado.

- Hmm, eu não sei se posso ajudar. É uma boate restrita e apenas convidados selecionados podem participar. - Respondeu antes de dar um gole na cerveja.

- Eu estou realmente interessada em ir à The Box. - Insisti. - Talvez você pudesse me apresentar ao seu amigo e falar um pouco sobre mim?

Apesar de não parecer muito disposto mantive sorridente esperando com que Tom concordasse em me ajudar.

Eu respondo com um sorriso educado, mas também com um certo nível de cautela em relação à oferta de Tom:

Eu dou uma leve risada enquanto me aproximo de Tom e dou um toque em seu braço, olhando diretamente em seus olhos.

- Mas sabe, Tom, eu confio em você. Então, se você me garantir que vai ser um cavalheiro, quem sabe? Talvez possamos nos divertir um pouco juntos.

Mantenho um tom sedutor enquanto me aproximo de Tom transpassando confiança e um pouco de atrevimento. Enfatizo a importância da minha segurança, mas ao mesmo tempo deixo claro que estou aberta a um pouco de diversão. Minha postura confiante e flertante sugere que estou aberta a explorar o lado mais descontraído da situação.