Ep. Piloto: 50 Tons de Vermelho [ON]

- Acredito em você, Tom! - Disse, piscando. - Vou esperar ansiosamente. - Acrescentei, colocando minha mão em seu ombro. - Com licença, Tom. Preciso ir ao banheiro das meninas. - Me inclinei em sua direção. - Acho que bebi demais. - Ri, levantando-me.

Enquanto caminhava em direção ao banheiro, parei ao lado da mesa dos meus amigos caçadores.

- Acho que consegui uma entrada para o The Box. - Disse, animada. - Mas só vou ter certeza no sábado. - Dei de ombros.

A partir daquele momento, seria apenas uma questão de alinhar as ideias, já que alguns dos meus amigos tinham ido embora. Eu presumi que o plano estava em andamento, pelo menos na primeira parte.

- Vamos! - Respondi animada.

Mal entrei no The Box e minha atenção foi tomada pelo som alto e pulsante da música. As luzes estroboscópicas iluminavam a pista de dança, criando um ambiente energético e vibrante. As pessoas estavam dançando e se movendo ao ritmo da música, algumas com as mãos para o alto, outras se aproximando umas das outras, enquanto outras se moviam com mais calma ao redor da pista.

O bar estava cheio de gente esperando pacientemente por suas bebidas, enquanto os bartenders trabalhavam rapidamente para atender todos os pedidos. A multidão se movia de um lado para o outro, criando uma atmosfera animada e alegre.

Enquanto eu caminhava pelo clube, notei que havia várias áreas de lounge e mesas espalhadas pelo espaço. Algumas pessoas estavam sentadas em grupos, conversando e rindo, enquanto outras estavam de pé, bebendo e socializando com outras pessoas. Mas esse era só o primeiro piso.

A atmosfera estava carregada de energia, as pessoas se divertiam e aproveitavam a noite, criando uma sensação contagiante de alegria e entusiasmo. Era fácil se perder na multidão, mas, ao mesmo tempo, eu me sentia parte dela, como se todos estivéssemos conectados por meio da música e do ambiente.

No geral, o clube noturno estava cheio de vida, e era fácil ver por que ele era tão popular entre as pessoas que buscavam uma noite animada e cheia de diversão.

No entanto, eu não estava ali por diversão.

- Que tal irmos até onde o DJ está? - Questionei Tom, mas antes que ele pudesse responder, o puxei pela não rumo as escadas. Embora, na minha mente já deduzisse que poderia haver uma área "VIP" secreta onde Marcos poderia ter paz e privacidade.

A música eletrônica pulsante estava tão alta que podia sentir as batidas em meu peito. Estava cercada por uma multidão de pessoas dançando freneticamente, todas unidas pelo mesmo ritmo. A atmosfera era intensa e energética, e sentia meu corpo sendo envolvido pela música, como se estivesse em um transe.

As luzes coloridas e as sombras que se formavam pela iluminação criavam um ambiente mágico e enigmático, ao mesmo tempo em que me sentia íntima e conectada com as outras pessoas presentes na festa. Havia uma sensação de liberdade, como se pudesse me soltar e ser quem eu quiser ser.

Estava envolvida em um momento de puro êxtase, onde o mundo ao meu redor desapareceu e apenas eu existia ali, naquele instante. Sentia-me feliz e realizada, como se tivesse encontrado um lugar onde finalmente podia ser eu mesma. A festa era uma mistura de emoções, mas a sensação predominante era de empolgação e alegria intensa. Seria algum tipo de magia ou feitiço usado por Marcos?

No entanto, aquilo ainda era um trabalho e eu devia manter o foco. E possivelmente meu objetivo estava dentro da sala VIP. Mas como entrar na sala VIP?

- Tom, você poderia nos por lá? - Questionei o rapaz apontando para a sala.

Se caso não obtivesse uma resposta positiva, eu iria direto ao segurança.

- Olá, senhor segurança. Poderia me deixar entrar? - Com um sorriso malicioso, seguia dizendo. - Se me deixar, depois eu te deixo me revistar. - Completava com uma piscadela.

Enquanto Tom lamentava sobre a impossibilidade de ingressar naquela área restrita, senti um pouco de frustração, mas minha curiosidade foi despertada quando me aproximei da escada com uma atitude impositiva. O segurança me barrou no início, mas sua expressão mudou quando ele atendeu seu telefone e confirmou algo. Então, ele permitiu que eu subisse com Tom. Só me perguntava quem seria no telefone?

Assim que entramos, fiquei impressionada com a decoração exótica. A cor vermelha e púrpura nos móveis e no carpete criavam um ambiente intenso, e a iluminação vermelha me deixou em alerta. A textura aveludada dos móveis me fez querer tocar tudo.

Apesar do desconforto com a iluminação, senti uma sensação de excitação por ter sido incluída nessa experiência exclusiva. A presença de Tom e a minha atitude determinada tornaram a noite ainda mais emocionante, e eu mal podia esperar para ver o que mais estava por vir. Isso, até darmos de frente com Marcos e outras pessoas que pareciam importantes.

Eu senti uma onda de nervosismo quando Marcos, se apresentou. Me perguntei se estava apenas na presença de pessoas importantes, ou talvez elas fossem algo mais. Tipo, perigosas. Observei os dois homens que estavam com Marcos, um deles parecia intimidante com seu estilo todo preto e os óculos vermelhos espelhados. Enquanto o primeiro homem me olhava sem expressão, o segundo encostou no vidro e me avaliou de cima a baixo, como se eu fosse um objeto de desejo.

Eu avistei Ray atrás do balcão do bar, acompanhado por outra atendente, e duas mulheres confortavelmente sentadas em um longo sofá. Uma delas era uma senhora de idade, vestida como uma executiva da terceira idade, enquanto a outra era simplesmente a mulher mais estonteante que eu já havia visto. Seus lábios carnudos e cabelos loiros reluzentes faziam-na parecer uma deusa, vestida com roupas que exalavam elegância e majestade. Diante dela, eu me senti diminuta, como se estivesse presenciando a própria Afrodite caminhar entre nós, meros mortais.

Enquanto a mais jovem se despediu da idosa com um gesto breve e uma expressão lacônica, esta se levantou e, ao caminhar, lançou um olhar em nossa direção. Eu fiquei paralisada, sentindo-me como um pequeno animal diante de um predador. Meu corpo não conseguia escolher entre fugir ou lutar, ficando imóvel e vulnerável. "Eu vou morrer!" foi a frase que me veio à mente, mas senti um alívio repentino quando a idosa se virou para falar com Marcos.

Respirei fundo tentando controlar meu coração acelerado enquanto observava a Lady Petra se afastando com sua elegância impecável. Ao ouvir a insistência de Marcos para que ficássemos, me viro para encará-lo, ainda um pouco abalada.

- A-acabamos de chegar. Não seja bobo. - Esbocei um sorriso tímido segurando o braço de Tom.

Tom pensou por um momento, mas acabou concordando com a sugestão. Eu não estava tão certa, mas não queria parecer rude recusando o convite do proprietário do lugar. E aquilo ainda fazia parte do trabalho.

Marcos sorriu, parecendo satisfeito com nossa decisão. É então que o homem de óculos espelhados se despediu e saiu da sala, deixando um clima estranho no ar. Aquele "Boa sorte", em um tom quase inaudível fez com que eu me sentisse ainda mais tensa. Esperava que não fosse nada de grave.

Respirei fundo novamente e me esforcei para relaxar. Afinal, estávamos aqui para nos divertir, não é mesmo?

Com o coração pulsando, abri um sorriso largo e caminhei em direção a Marcos. Abri os braços, pronta para envolvê-lo em um abraço caloroso e me apresentar de maneira animada.

- Marcos, The Box é incrível! Você conseguiu criar o ambiente perfeito em um lugar só. Uma mistura de luxo e modernidade. O espaço é amplo e bem iluminado, com luzes coloridas dançando pelas paredes e teto, criando uma atmosfera vibrante e energética. O som alto e envolvente da música dominando o ambiente, pulsando por toda a casa e fazendo os corpos se moverem em sintonia. - Abraçava-o e lhe dava um beijo no rosto. - Sou a Hope e aquele ali é o Tom. A propósito, obrigada por me dar a honra de poder ficar. Poderia me contar mais sobre a The Box? - Concluía realmente curiosa pro saber como ele conseguira criar aquele lugar. Embora eu precisasse dar um jeito de dispensar o Tom para criar uma chance com Marcos. Contudo, ainda haviam mais obstáculos por ali. Como a princesa loira ali ao lado.