Elliot faz uma expressão triste ao lembrar-se de Amane.
- Tadinha, e ela é tão boazinha.... Não consegue dar um passa fora neles.
A pobre Amane era gentil, embora Elliot já tivesse testemunhado algumas vezes em que ela perdera a linha. Foi feio.
Já sobre Akame, sabia que a prima tinha a fama de não ter perdido nenhuma luta dentro da Escola de Fukushima.
-Hmmmm... - Elliot deu um sorriso malvado. Seria a primeira a derrotar a prima. - Heheheheeeeeeee!
Ria sozinha enquanto Mai a encarava sem entender o porquê de sua risada.
Perdida em seus sonhos de vitória, Elliot volta a si quando a Princesa Mai grita desesperada:
- Nã..Err.. Calma, Princesa Mai! É como eu disse, tem..Tem muita coisa pra acontecer ainda e, bem, o tempo dirá! Só respira e depois bebe água porque dar esses gritinhos com a garganta seca faz mal!!
Elliot agitava as mãos na frente do corpo enquanto falava, preocupada com a amiga.
Porém, Mai ficou mais séria, percebendo o que Elliot tinha dito. A Princesa de cabelos brancos para de agitar as mãos e se faz de desentendida:
- A Gente? Quer dizer, você! Eu errei a palavra, desculpa! Você sabe que vira e mexe eu erro as palavras! E mesmo assim, a gente! Se você ficar mal, eu também vou ficar....
Elliot não mentiu... A situação toda a deixava triste. E a possibilidade de magoar sua amiga era real e isso a magoava ainda mais.
****
Elliot alternava o olhar um tanto quanto irritado para os dois enquanto eles contam do restaurante.
- Sei!
Colocou as mãos na cintura e inclinou o corpo na direção de Hirotaka:
- Bateria de testes? Quais perguntas você fez, Hirotaka? - Sua expressão suavizou depois de pensar no assunto. - Na real, tô até curiosa! Como você decidiu que ele era confiável?
Hirotaka realmente sentia as ondas das pessoas. Era algo bem útil.
- Pera pera! - Elliot arregalou os olhos e balançou as mãos na frente do corpo. - Forças Malignas que rondam uma sociedade alheia aos acontecimentos? Você quer dizer, além das pessoas que não são feiticeiros?
Elliot olhava Hirotaka e ainda com uma das mãos na cintura, colocou uma das mãos em cima da carteira, o encarando. Ela tinha entendido certo?
Porém, desviou o olhar para Mai quando ela pediu desculpas.
- Ah...
Ela logo voltou a sorrir e coçou a nuca, meio sem graça.
- Não tem problema, Princesa Mai e Súdito Hirotaka! Eu só fiquei curiosa!
Ouviu um "também". Resolveu não comentar. Ficou calada. Não queria levantar mais situações que envolvessem Megumi.
Ela então olhou Yoko, curiosa:
- Aliás, Yoko-chan, como você conseguiu esse corpo? Foi nessa época?
****
Elliot andava com seus amigos entre os corredores. Era engraçado estar em um colégio onde quase não havia alunos. Os locais eram quietos e vazios, com pouquíssimas pessoas passando pelos corredores. estes ecoavam apenas as vozes alegres dos estudantes da 1A, que caminhavam entre as portas e santuários perdidos. Elliot ia ao lado de seus amigos, mais calada, perdida em seus pensamentos.
Seu sorriso foi genuíno ao ver Megumi. Ela ficou mais animada e despedia-se dos amigos:
- Pode deixar, Yoko-chan! Eu trago salgadinhos de algas! E Manju pro Hirotaka!
Elliot riu para a Princesa Mai:
- Pode deixar! Pipoca doce!
Elliot acenou em positivo para Hirotaka quando ele disse que passaria as informações que tiveram de Hasumi-sensei. Deu um último tchau e seguiu seu caminho.
Não reparou que Hirotaka a observou se afastando....
****
Elliot controlava-se para caminhar na direção de Megumi, mas andava rápido. Segurou seus pés para que eles não corressem na direção do rapaz. Seu coração batia depressa e ao contrário do rapaz, não se esforçou para manter uma expressão neutra. Via sua imagem ficar maior e maior a medida que se aproximava. Era bom vê-lo lá! era de verdade!
A cada passo que dava, sentia que o coração iria saltar pela boca. Era uma ansiedade que a fazia querer sair correndo dali, mas também, a fazia querer desesperadamente estar junto de Megumi.
Parou na frente do rapaz e o observava enquanto conversavam. Era o mesmo Megumi de Nikko. Aquele rapaz sério, mas que agora, dava um sorriso bobo, como ela também achava que tinha.
- Haha! Você quase não sorri! Combinou com você.
Elliot arregalou de leve os olhos e ficou vermelha com a resposta de Megumi. Ele queria estar com ela... Era o que ela queria também. Estar com ele!
Ela ficou vermelha, mas logo sorriu. Virou o rosto um pouco para o lado, ainda mantendo o sorriso tímido.
- Ah, e... eu também queria te ver. Digo, só você e.. E..
Ela para de falar e olha Megumi. Fica mais vermelha.
-Des...Desculpa, às vezes as palavras em japonês somem! Mas eu.. Err!! Queria estar aqui com você!
Sentia o vento bater em seu rosto vermelho. parecia que ia explodir! Ergueu os olhos e observava como o cabelo de Megumi mexia junto com o vento. Ficou um pouco perdida nesse momento. O que deveria fazer? Queria contar tudo para ele, mas por um momento, não soube o que fazer!
... Até ele pegar o pequeno cordão.
- AH, É O PYON-CHAN!! - apontou. Tinha os olhinhos brilhando. - EU ADORO O PYON-CHAN!!
Estava impressionada com o pequeno colar. Sua atenção foi desviada para Megumi assim que ele começou a falar.
" Ele gosta de Ninja World! Que fooooooofo!!"
- Não sabia que gostava de Ninja World também, Megumi-chan! Eu adoro! Acho que deu pra notar! Hehe!
Elliot sorriu - não que tivesse parado de sorrir, mas sorriu um sorriso maior. Ela achou interessante o fato de Megumi gostar de um mangá. Ele tinha cara de quem gostava apenas de livros antigos. Era engraçado e bom saber coisas sobre Megumi que ninguém mais sabia!
- De quem você gosta mais? Eu gosto do Yoha e da Ren! Agora apareceu outro que é engraçado também. O Baha!
Elliot arregalou de leve os olhos quando Megumi perguntou se poderia colocar o colar. Sentiu que fosse ter um desmaio. Tentou disfarçar o nervosismo, mas não conseguiu sequer falar direito.
- Err... Cla.. Claro!
Elliot ficou de costas para Megumi, tirando o cabelo branco da frente da pele de sua nuca. Megumi viu que sua pele era quase tão branca e delicada quanto seus cabelos. Os fios menores caindo sobre o desenho que descia e se escondia por entre a gola do uniforme negro da Escola Jujutsu. O sol batia e alguns fios refletiam em dourado. O calor e a brisa fresca davam àquele momento um tom especial. Era como se o sol aquecesse não apenas os dois, mas todo aquele instante.
Ainda sentindo o coração bater depressa, Elliot esperava pacientemente Megumi terminar de colocar o colar. Depois, ela pegou o pingente em sua mão, sentindo seu peso. Observou o pequeno texugo e ergueu os olhos para Megumi:
- Haha! Eu adorei! Obrigada por lembrar de mim, Megumi-chan!
Ficou feliz que ele tenha lembrado dela enquanto estava longe. Ela também lembrou dele. Bastante.
****
O caminho até a saída era um pouco longo e ambos pegaram um caminho ainda maior por ficarem entre as árvores. Enquanto andavam por entre as árvores altas e verdes da Escola, o tempo era realmente relativo. Agora, parecia que não existia.
em meio às risadas, Elliot e Megumi riam juntos enquanto cada um contava sobre o período que ficaram longe um do outro.
Ela arqueou uma sobrancelha ao ouvir que outro estudante tinha um espírito amaldiçoado em seu corpo. Seria como Ahri e Mai? Ou Ahri era algo puro e não uma maldição? E como se exorcizava maldições com um martelo? Era só bater nas maldições? Elliot pedia detalhes e Megumi os dava de forma assertiva e objetiva, como ele sempre agia. Elliot gostava daquele jeito sério dele.
- Parece que eles eram bem próximos. Você não ficou triste de deixar o Itadori e a Nobara? Aliás, a Hasumi-sensei falou desse Itadori. Sobre como ele era similar à Princesa Mai.... à Ahri.
Elliot ficou pensativa. Porém, não queria pensar naquilo agora. E é claro, havia outras similaridades:
- A Yoko-chan algumas vezes fala só "Blub". Acho que ela ainda não aprendeu a controlar o corpo dela direito.
Arqueou uma sobrancelha quando ouviu sobre um panda:
-Err... Tipo um urso mesmo? Ele veio da China?
Enquanto andavam, Megumi explicava os motivos de ter se ausentado.
- Não tem problema, eu imaginei que você estivesse ocupado. Eu também fiquei...
De novo, Megumi fala que viera para Fukushima por sua causa. Ela havia entendido direito? Depois que a conheceu, ele quis vir para Fukushima? Ela, que olhava para Megumi, desviou o olhar para frente enquanto ouvia. Era interessante como ele jogava informações como essa tranquilamente, como se fossem fatos. Eram poucas pessoas que tinham coragem de ser tão sinceras com elas mesmas e com os outros.
Abriu um grande sorriso. Um sorriso que não conseguia esconder. Seu coração saltou e ela respirou fundo, tentando conter sua alegria. Esse sentimento era algo novo e muito bom!
- Acho que deve ter sido difícil ter saído de Tokyo... Meu pai também ficou meio tenso quando eu disse que queria ser feiticeira. Ele disse que estava tudo bem, mas eu sei que ele ficou preocupado.
Elliot olhava o caminho verde à frente, chutando pedrinhas. Ergueu o rosto para Megumi:
- Aliás, você nunca me disse. Seu pai e sua irmã são feiticeiros também? - Megumi nunca tinha tocado muito no assunto de sua família.
- Meu pai disse que vai voltar à ativa. Acho que ele voltou já. - deu os ombros, como se não fosse nada demais um dos maiores feiticeiros voltar a trabalhar.
E andavam mais um pouco. Andavam em um ritmo lento para conversarem, para estarem juntos. Elliot se aproximou e encostou seu ombro no braço de Megumi, sorrindo.
- Eu... Eu também estou feliz que você esteja aqui! Eu... Eu disse que a gente ia se ver de novo, não disse?
Elliot respirou fundo e aproximou-se levemente de Megumi quando ele colocou a mão em seu ombro. Por um segundo, seu cérebro parou de funcionar! Não sabia muito bem o que fazer, então apenas andou a seu lado enquanto o ouvia e sentia o calor que suas roupas negras emanavam graças ao sol. O cheiro era bom. Era como se também fosse abraçada por ele.
- Você gosta de Star Wars? Já viu? Vamos ver porque os poderes do Hirotaka são parecidos com um Jedi. - um monte de coisas passavam por sua cabeça. Será que ele estava achando o papo chato?! Será que ele ia achar ela uma nerd??
Elliot olhou a copa das árvores. Estava feliz, apesar de nervosa. Não pensava em mais nada além daquele momento. Ela abaixou a cabeça, meio tímida, enquanto ainda sorria. Ouvia Megumi e o que ele dizia era sempre doce e gentil:
- Claro! Vou te levar onde costumamos ir! Tem um fliperama onde a gente sempre joga Ninja Warriors 3! Por incrível que pareça, a Princesa Mai é muito boa!
Se apontou, com um meio sorriso confiante:
- Claro, eu também! E tem uma loja de mangás! Lá sempre vende o Ninja World... O pessoal aqui não gosta muito.
Sobre Tokyo vencer Fukushima, E Elliot revirou os olhos e riu:
- Hehehe! Ganhou só porque eu ainda não estudava na Escola! Senão, não teriam chances! Sempre tem esses encontros de escolas?
Akame!! Akame tinha um gênio difícil! Elliot fez um bico:
- Nem fale, a Akame é meio enjoada! Ela vive implicando com meus modos....
Suspirou e continuou:
- Não que eu ligue, mas se ela ou alguém te incomodar, me diz que eu resolvo!
E deu mais um meio sorriso quando ele disse que iriam na Temakeria:
- Eu sei que você gosta de temaki de maionese e atum! Quem diria...
De novo, Megumi falava simplesmente o que sentia. Elliot arregalou os olhos quando Megumi disse que gostava de ouvi-la. De novo, não esperava por isso.
Ela observava seus olhos azuis escuros e o jeito sério que ele falava. Ele quase não sorria e tinha um jeito muito direto de falar. Aquilo era interessante, dava uma confiança que Elliot não via em outras pessoas.
"Parece o Mr. Darcy..." Disse, vermelha e impressionada. Via Bridge Jones com sua mãe e gostava do senhor Darcy e seu jeito sério que afastava os outros. Um jeito que se abria mais apenas para Bridge. E que queria sempre Bridge perto.
Elliot sorriu, ainda tímida, parada na frente das escadas para irem até a cidade.
Foi pouquíssimo tempo que ambos focaram parados antes de descer. Elliot sentiu o abraço de Megumi e não deixou de ficar surpresa. Por um milésimo de segundo, Elliot ficou sem reação! Ela sentiu o abraço de Megumi, que era carinhoso e ao mesmo tempo, certo do que queria.
-!!!
Elliot engoliu em seco e aos poucos ergueu suas mãos. Aos poucos, envolveu Megumi. Não conseguiu envolvê-lo completamente, mas segurou suas costas com suas mãos. Aproveitou aquele pequeno instante onde podia quase ouvir o coração de seu querido bater junto ao dela.
Escondeu o rosto no peito de Megumi e sorriu:
- Você é mesmo um bobo. Falando coisas pra me deixar sem graça.
Lembrou de sua avó e quase falou um "Baka!". Mas Megumi não era um baka... Ela queria estar sempre com ele.
Afastou o rosto para encará-lo.
- Eu... Se você quiser, eu posso falar com você sempre. To..Todo dia!