A casa estava movimentada, e Beghila estava bem atarefada. Trazendo o porco que Delvar havia pedido, com um grande avental branco e os cabelos presos atrás, a anã se aproxima de mansinho e coloca a comida em frente do anão. As fatias de bisteca estavam arrumadas em um crescendo, junto com batatas e cebolas dispostas de maneira artesanal. Ela puxa uma cadeira e senta-se ao lado do clérigo, sendo observada pelo olhar emburrado de Elisie.
- Pra voce o que temos de melhor, querido... Por aqui esta uma loucura, parece que mais pessoas querem conhecer o local onde o famoso grupo de aventureiros que salvou a princesa de Ling-Xao vem se encontrar. Bem, não é tanta gente assim, mas não custa nada valorizar, né, Delvar?
Beghila da uma risadinha e continua.
- Tenho estudado muito, e logo, logo farei a prova dos magos! Não é demais? Papai ainda esta apreensivo, pois sabe que terá que contratar uma outra atendente para entrar no meu lugar! Ve se pode?
Elisie balança a cabeça.
- Olha, por mais que eu esteja adorando esta conversa, que tal nós irmos logo para onde devemos ir? Passamos tempo demais esperando pela aventura pra gente ficar so de conversinha...
Tainsa olha desconfiado para Elisie.
- Voce anda muito estranha ultimamente, menina, nem brigar com a Beghila voce esta brigando! Aconteceu alguma coisa?
A guerreira revira os olhos, cruza os braços e recosta na cadeira, olhando para outro lado.
***
Após a refeição, o grupo se despede de Beghila e Kiror e saem do “Raposa Esperta” satisfeitos. O sol estava alto, indicando ser por volta do meio-dia, e as ruas estavam movimentadas. Eles então atravessam o ponto de controle para a área nobre da cidade, e dirigem-se ate a casa da aventureira Loene, que mais parecia um mini-castelo, com torres e sacadas para todos os lados. A propriedade era cercada por um muro alto, e em sua entrada estavam dois vigias.
Após se identificarem como os aventureiros do mago Laeroth, eles tem sua passagem liberada e são levados até o jardim onde um imenso carvalho esta ao centro. Todos sentam em bancos, dispostos ao redor da grande arvore.
Vojta aproveita seu tempo para afiar sua arma, enquanto Sybel observa maravilhada a arvore. “Ouvi falar que esta arvore não é nativa daqui, foi transplantada magicamente!”, comenta.
Súbito, todos ouvem um sibilar de uma flecha, que atinge um alvo em cheio localizado a 50 metros de distancia. Ao acompanhar a origem daquela flecha, eles veem que uma elfa de cabelos negros esta com um arco e flecha, apoiada agilmente sobre um dos grandes galhos do carvalho.
Ela salta do local onde está, da uma pirueta em pleno ar, e cai graciosamente entre os aventureiros. Ela faz um gesto circular de cumprimento com a mão, arqueia o corpo e diz:
- Bom dia, aventureiros! Meu nome é Loene, e gostaria de fazer uma pergunta a vocês... A quem vocês servem? Entendam como queiram, e respondam sem titubear!
A elfa olha para os heróis com expectativa, a procura de suas respostas.