Grupo 1 - Delvar/Shmul e Toshiharu/Gaijin

Estava aliviado por todos estarem bem - Graças às Deusas não falhamos. O que é este tal de selo e pra que serve? Quais as pistas que temos? Algum dos invasores esta vivo para interrogarmos?

Enquanto aguardava as respostas, Delvar examinava suas vestes sujas de sangue. Seus ferimentos, agora cicatrizados, permanecerão como um "souvenir" deste combate, bem como a lembrança excruciante dos ferimentos - acho que vou precisar de um banho.

Tainsa balança a cabeça.
- Todos estão mortos... Uma pena... Mas antes eles do que nós, não é mesmo? – diz, limpando o suor da testa – E eu também preciso de um banho! Que tal dar uma parada para relaxarmos e examinarmos melhor a situação?

Rechaçado o ataque, o trabalho restante ficou por conta dos empregados, que tinham que carregar os corpos para fora da residência e limpar as manchas de sangue espalhadas pelos corredores e quartos. O embaixador Zhuo mandou um mensageiro para a chefe da guarda Estele, que imediatamente mandou um destacamento emergencial de soldados para guardar a embaixada.

Após todos estarem seguros por aquela noite, o embaixador Zhuo, como agradecimento, permitiu o uso por parte dos heróis dos salões de banho da embaixada, piscinas de água quente enormes, decorados com artes orientais e de muito bom gosto.

Delvar, Toshiharu, Tainsa, Vojta e Moonbeam estavam todos imersos até a cintura na agua quente e relaxante, aproveitando aquele momento para descansar.

Tainsa, apoiado na beirada da piscina e sorridente, diz:
- Que giros que o mundo da, hein, galera? Um dia estávamos passando fome num casebre, hoje estamos relaxando em uma piscina igual a que tem em Ling-Xao... Isto não é pra todo mundo não!

Vojta da um grunhido, descontente.
- Água quente servir para sopa, comida de doente! Vojta sentir como ensopado!

Moonbeam bate suas asas rápido na agua, fazendo espirrar uma grande quantidade na cara do meio-orc.
- Seu desgosto por agua explica o mau-cheiro – diz o fada, que olha para a divisória alta com o salão de banho feminino, com olhar desejoso – E pensar que ao invés de ver os seus corpo feiosos e peludos, eu poderia estar admirando a beleza sensual e graciosa de nossas companheiras... Elisie, apesar de rabugenta e brucutu, deve ser um arraso... Sybel parece uma menininha... Mas espetacular mesmo deve ser Lady Shimazu... O que vocês acham de eu dar uma voadinha la pra cima?

- Acho que você vai se meter em grandes problemas se for visto e seria extremamente desrespeitoso fazer isso, mas você é dono de seu nariz para saber o que é melhor - Diz Toshiharu sem se alterar e tentando relaxar.

Delvar gostava do calor reconfortante do banho e dos novos companheiros de aventuras.

Responde Tainsa - Pois agora estamos seguindo um caminhos mais nobre, Tainsa, além de termos as bençãos de Fenrir. Penso que temos um futuro brilhante! - riu orgulhoso.

- Quanto a você senhor Moonbean, melhor deixar as moças em paz. Seria extremamente desrespeitoso e eu teria que lhe impedir - diz de maneira severa, mas volta a se lembrar da Anã que conheceu recentemente.

Após alguns minutos mais de molho na banheira, o Anão volta a pensar em todo o ocorrido e indaga o samurai - Mestre Toshiharu, do que você nos contou a respeito do tal Selo, já tem em mente nosso próximo passo para recuperá-lo? Aparentemente devemos ir de encontro à esse grupo da Serpente, pois eles quem arquitetaram este ataque. Estariam eles com esse Selo?

Se sei para que serve? Não amigo anão infelizmente não sei para que o mesmo serve, mas sei que é realmente antigo e estava na família de meu senhor a gerações tanto que sua importância não pode ser mensurada e seu roubo profundamente lamentado, mas talvez além de sua importância como relíquia tenha algum tipo de poder mágico que desconheço o que poderia explicar seu roubo por forças externas. E bem cheguei aqui pois foi a ultima localização dos bandidos que ouvi falar. Se os mesmos tem ligações com essa guilda da serpente? É  bem possível para não falar provável..

Moonbeam, ao ter sua ideia rechaçada, especialmente pelo anão, limita-se a cruzar os braços e ficar com a cara emburrada.
- Desrespeitoso? Eu? Pelo contrario, eu respeito muito a beleza destas garotas, o que é belo tem que ser visto, este é meu lema!

Tainsa, de surpresa, joga um balde de agua fria no fada, que começa a praguejar como um goblin mal-criado.
- Esfria a cabeça, rapaz – diz, e se vira para Delvar – Até que andar do lado certo da lei tem suas vantagens...

Vojta da um sopapo na nuca do gnomo, que volta seu olhar para o meio-orc irritado.
- Tainsa falar na semana passada que andar do lado errado da lei tem suas vantagens.

O gnomo une as palmas da mão em tom professoral.
- Isto não nega o que tinha falado anteriormente... – diz, e se dirige a Delvar – Voltando a questão da Guilda da Serpente... Eles são um grupo perigoso, envolvidos com os mais diferentes negócios escusos aqui em União, como contrabando, cobrança de propinas e, como vimos quase agora, assassinatos. Os bandidos que roubaram o selo de Asano vieram para União, e pelo que me lembro que a Lady Shimazu disse no jantar, ela esta em União justamente para tratar sobre o roubo do selo. E ela sofre um atentado por parte da Guilda da Serpente? Esta é uma rede que certamente esta entrelaçada. Ou quem roubou contratou a Guilda da Serpente, ou a Guilda da Serpente é responsavel pelo roubo.

Tainsa pega a toalha para limpar o vapor de agua que se acumulou em seu rosto.
- E tem mais um detalhe importante... Se não estivéssemos aqui, Lady Shimazu estaria morta com certeza. A Guilda da Serpente usou um grupo de quantos? 10 homens, liderados por um mago, para matar a lady. Não é pouca coisa.

- Pois vamos ataca-lós com força e o mais rápido possível - inflou o peito e socou a palma da outra mão - Tainsa, você tem algum ponto de partida para nós? Devemos descansar bem para agirmos amanhã.

Delvar estava acelerado e instigado com as batalhas que os aguardavam.

Após um relaxante banho, o grupo retorna ao vestiário para se secar e se vestir. Vojta por brincadeira da uma toalhada em Moonbeam, que quase morre com a força do meio-orc.

Tainsa fica pensativo e massageia os dedos do próprio pé. Havia um aroma perfumado de cerejas no ar.
- Ponto de partida? Não podemos esquecer que ainda estamos encarregados da proteção de Lady Shimazu... Como iremos atrás deste selo de Asano se ainda temos esta tarefa nas costas?

Ao saírem do vestiário eles se encontram com as garotas no lado de fora. Lady Shimazu se despede e vai para seus aposentos, enquanto Elisie e Sybel se aproximam para conversar. A guerreira parecia particularmente animada.
- Rapazes, tenho novidades! A Lady Shimazu é muito gente boa, não parece nada com a nobreza daqui, brincamos e demos muitas risadas. Mas o principal de tudo é que ela me disse porque esta aqui em União – diz Elisie, quase sem conter a excitação – Sua missão é entrar em contato com um homem, não, ela não me disse o nome... Foi ele que entregou o selo de Asano para sua família, e que deveria ser contatado caso algo acontecesse ao selo!

A halfling Sybel acena com a cabeça.
- E Lady Shimazu parecia estar realmente preocupada em não conseguir realizar sua missão... Ainda mais com o atentado que sofreu hoje.

- A proteção de Lady Shimazu é uma missão muito importante e doravante o selo seja a missão da qual não posso fugir a honra me impele a ficar na nossa atual missão. - Diz Toshiharu que denotava não estar muito a vontade com isso.

- Então teremos que ajudar a Lady Shimazu a encontrar esse tal homem do Selo. Precisamos definir nossas rondas para esta noite. Eu poderia fazer a última ronda, pois costumo acordar mais cedo para fazer minhas preces - Aguardava opinião dos outros.

Após combinarem a ronda noturna, todos vão para o merecido descanso. Para a sorte dos aventureiros nenhum outro incidente aconteceu, e de manhã eles foram todos chamados para uma conversa com Lady Shimazu no jardim. A manhã estava fria e o sol aos poucos ia evaporando o orvalho, os pássaros matutinos voavam rasante na caça de insetos.

Lady Shimazu, como de costume, estava bem arrumada, andando devagar pelo caminho no jardim e apreciando as plantas do local. Em um local afastado ela para e se dirige aos heróis:
- Honoraveis guardiões, novamente agradeço pelo serviço prestado, não só em meu nome, mas também em nome do clã Shimazu. Minha missão é importante, confiada a minha família há muito tempo atrás, e tenho que termina-la, sob pena de desonra e desgraça para mim e para minha família.

O olhar fixo e inalterável da oriental mostra o quanto ela esta resoluta. Ela respira fundo e continua.
- O selo de Asano foi entregue ao clã Shimazu há muitas gerações, e era dever do clã de guarda-lo em segurança. E isto foi feito durante anos, até que o infortunio caiu sobre nós. Forças malignas invadiram nosso castelo e tiraram a força o selo de Asano. Como medida desesperada meu pai formou um grupo para recupera-lo, mas infelizmente não foi possível – diz, lançando um olhar de tristeza para Toshiharu.

A humana de Ling-Xao volta seu olhar para baixo, como se fosse para recuperar forças.
- Sem o selo de Asano, restou ao clã Shimazu cumprir a ultima parte do trato, que diz: “se o selo de Asano lhes for tirado, até União deverão ir, no local onde milhares de surdo-mudos contam o que sabem, a quem quiser saber. Subam até o ponto mais alto e gritem meu nome aos 4 ventos.”

Toshiharu olha meio incrédulo pelo que ouviu, mas não ousou contradizer Lady Shimazu, mas ele pode dizer - Falhamos...Nosso orgulho nos cegou para os adversários e julgamos os inferiores e pagamos o preço. - Resume o samurai com grande vergonha.

Delvar ouve intrigado as frases de Lady Shimazu e diz – Estamos em União, nos resta encontrarmos esse tal lugar de surdos  e mudos. – Fez uma cara confusa.

- Nossa, como eu gostaria de fumar um cachimbo! Preciso adquirir um novo. Mas, enfim... penso que esse tal lugar possua desenhos ou rúnas. Talvez um templo específico? O ponto mais alto seria um pico? Uma montanha? – observava os pássaros dando rasantes – Vocês de Ling-Xao já sabem onde é esse lugar?

(Vou escolher as magias memorizadas ainda hoje)

Diante da pergunta de Delvar, Lady Shimazu suspira e balança a cabeça.
- Infelizmente não fazemos ideia do que significa. Se os honoráveis senhores pudessem me ajudar, ficaria extremamente grata – diz singelamente.

Os heróis permanecem pensativos, até que Tainsa quebra o silencio.
- Lembra quando ficávamos na taverna bebendo e fumando, Delvar? Nossas melhores ideias surgiam nestes momentos – diz, lançando um olhar para Lady Shimazu. Ao ver que a oriental não havia entendido sua indireta, ele coça a cabeça – Bem, quem sabe ficar aqui no verde ouvindo pássaros e insetos cricrilando não ajude também...

O fada Moonbeam borboleteia ao redor do grupo, fugindo de algum pássaro mais esfomeado.
- É fácil, não é fácil? Só ir em um lugar onde ta cheio de surdos-mudos!

A halfling Sybel, recostada numa árvore, nega com a cabeça.
- Que eu saiba não existe lugar assim em União. Isto esta mais para charada... La na minha cidade natal, Parm, tem uma competição anual para quem acertar o maior número de charadas. O ultimo que sobrar dos duelos ganha o premio maior, um anel magico!

Elisie anda de um lado para o outro, passa a mão pelos cabelos e cruza os braços emburrada.
- Só faltava esta! Não querem nossa ajuda? Então por que não deixam as coisas claras! “Surdo-mudo que conta o que sabe”? Quem é que tem conhecimento, mas não sabe falar nem ouvir?

Tainsa levanta um dedo indicador, e diz em tom professoral.
- Charadas tendem a personificar conceitos e objetos. Podemos estar falando de um quem, ou um o que...

- Contam a quem quer saber, não ouvem e nem falam. Bah! Deve ser um livro. Acredito que devemos ir até a maior biblioteca daqui, se é que existe algo do tipo aqui em União. - O anão respondeu ainda incerto.

- Caso não seja, nossa próxima parada pode ser o cemitério e depois a taverna. O que você acham?

Lady Shimazu e o grupo decidem ir até a Grande Biblioteca de União, localizada na área administrativa da cidade. Após um rápido desjejum, eles saem da embaixada de Ling-Xao, Lady Shimazu em uma carruagem acompanhada das garotas, enquanto os homens prosseguiam a pé. Eles atravessam rapidamente o distrito nobre, cruzando com nobres em outras carruagens e servos ocupados com seus serviços, chamando a atenção pela diferente mistura de raças e por estarem armados.

Na saída do distrito nobre eles pegam a via principal, já nesta hora da manhã apinhada de gente. Avançam devagar até chegarem na área administrativa, onde de longe era possível ver a majestosa construção que era a biblioteca de União: uma construção de 4 andares em formato retangular, sendo a entrada uma estrutura em forma de triangulo sustentada por diversas colunas. Do lado de fora haviam varias estatuas, representando diversas raças e profissões, todas talhadas em pedra-sabão brancas. Em seu local mais alto havia uma grande cúpula, e no ponto mais alto um agulhão.

Moonbeam põe as mãos na cintura e da um assobio.
- Olha o tamanho desta biblioteca! Devem ter muitos “surdos-mudos” por aqui! E agora, o que fazemos?