Meileen - Shamps

O rapaz foi bem simpático, muito mais do que a elfa conseguiria ser. Ela até conseguiu esboçar um sorriso.

- Muraty? Ah... muito prazer... Jalakow? Nunca ouvi falar - ela olhou em volta, seguindo a linha da orla - é, praias parecem legais - ela olhou novamente para o homem - é... obrigada... boa sorte para você também!

A disputa começa e ambos foram equilibrados, até a elfa falhar miseravelmente e ficar muito zangada. Ela olha muito brava para o comentário da bruxa. Por fim, Muraty dá seu último tiro e vence a elfa, afundando na areia de vez seu orgulho.

- Arreeee - ela põe a mão na cintura, bufando muito.

Muraty a cumprimenta com um aperto de mão firme e a elfa achou muito interessante e observou o rapaz.

- Ah, tá... é... bom trabalho, acho... aaaaarrrrrrg.... estou frustrada - ele elogia os olhos dela e ela pára no lugar - ahn? Meus olhos lindos? Hahaha que nada... Shalana? Ô, quem dera... não... me diga uma coisa, todo mundo aqui é bonitão assim? - ela sorri para ele sem nenhum pudor.

A velha foi puxando a elfa e se despedindo do rapaz e ela ficou confusa.

- Hey, espera... você é de verdade? Adeuuuuuus... não esqueça meu nomeeeee, Meileen da cidade de Naporiaaaaaaa - gritou para o homem e quando já estavam no mar das esferas, ela sacode a cabeça e pergunta - aquele lugar existe de verdade? Qual seria a probabilidade de eu encontra-lo outra vez, bruxa sacana? Podia ter me deixado conversar mais um pouco com ele... pffff...

No entanto, a enrolação da velha trouxe de volta o mau humor de Meileen.

- Como não sabe o que vai pedir? Eu não tenho o dia todo - a velha sorriu e encarou a elfa com uma proposta - sério? Passado... quero saber sobre meu passado - sem pestanejar, a elfa tinha lembranças nubladas sobre seu passado e seria interessante saber algo daquela época.

- aquele lugar existe de verdade? Qual seria a probabilidade de eu encontra-lo outra vez, bruxa sacana? Podia ter me deixado conversar mais um pouco com ele... pffff...

Maeve sorri enigmaticamente. “Claro que existe de verdade... Gostou do rapaz? Talvez o encontre novamente... Talvez...”

- sério? Passado... quero saber sobre meu passado - sem pestanejar, a elfa tinha lembranças nubladas sobre seu passado e seria interessante saber algo daquela época.

A bruxa acena com a cabeça, e joga a esfera da sua mão esquerda por sobre Meileen, que instantaneamente se ve transportada dentro dela.

**

Meileen abre os olhos e ve ao seu redor. Estava dentro da velha cabana onde tinha morado com seus pais na floresta próxima de Naporia. Exceto que... não estava velha ou abandonada! O chão estava limpo e varrido, não haviam teias de aranha no teto, os móveis eram novos, feitos com a madeira de arvores caídas pela ação natural dos elementos. Seu pai e sua mãe, dois belos elfos, conversavam sentados ao redor de uma mesa, tomando uma infusão de ervas e com as mãos dadas.

Meileen chamou por eles, mas voz nenhuma saiu de sua garganta.

Um belo elfo, de cabelos negros com duas longas tranças, e usando uma tiara prateada, entra na cabana.



Os pais de Meileen parecem apreensivos, mas pelas suas feições era possível saber que eles já o conheciam. Segue-se uma conversa casual, mas pelo visto era pura formalidade. Até que...

“Sei que vocês sabem controlar a Grande Arvore... E preciso deste conhecimento. Agora!”, demanda o misterioso elfo.

Os pais de Meileen olham um para o outro. E fogem em disparada.

A arqueira acompanha sua escapada, invisível aos olhos dos outros. “Nossa filha! Ela esta brincando na floresta! Temos que acha-la!”, exclama a mãe, desesperada.

O pai se vira para responder, mas uma enorme fera avança e salta sobre ele, rasgando seu pescoço.

A mãe grita e se desespera. Porem o pensamento em proteger sua filha é a que mantem firme a continuar correndo.

Meileen observa quando mãe e filha, ela mesmo, se encontram. Lagrimas brotam de seus olhos ao reviver a cena.

“Meileen, filha querida, fuja para o mais longe possível! Lembre-se das palavras que vou te dizer agora: iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a. Memorize. Diga-as somente quando estiver em segurança, com uma folha de arvore em suas mãos. Agora va! Papai e mamãe vão sempre olhar por ti...”

A pequena Meileen corre, e ao se voltar para tras, ve que sua mãe corre em outra direção. E a enorme fera que matou seu pai agora persegue sua mãe.
O medo toma conta de seu ser, e Meileen corre em disparada, querendo esquecer de tudo...

A elfa gostou de saber que o lugar era de verdade, mas bufou quando ela disse que talvez ela o encontrasse outra vez.

- Não interessa se gostei ou não, velha safada.

A velha foi rápida em jogar a esfera e imergir Meileen naquelas lembranças.
Estava de volta à casa de sua infância, a casa que nem tinha mais lembranças. Respirou fundo prestando atenção aos detalhes, coisas pequenas que tinham sumido de sua memória. Não é que era uma casa bonitinha mesmo? Os rostos apagados de seus pais estavam novamente diante dela e ela sorriu. Como eram belos e felizes. Esticou o braço na direção deles tentando toca-los, mas foi em vão, nem mesmo sua voz saía ali. Ela se emocionou de uma forma era incapaz de acreditar que seria possível.

Observou com curiosidade o elfo que entrava na casa e que deixou seus pais apreensivos. Quem seria aquele homem? Apesar de conversarem normalmente aquela situação parecia insólita e o elfo mostrou sua verdadeira face.

"Grande Árvore?"

Ao que se referia o elfo? Fosse o que fosse, não era bom, já que seus pais saíram correndo e a elfa só podia observar a cena como em um livro. Sua mãe se preocupou com a segurança da jovem Meileen, quanto amor, se preocupar com a filha ao invés dela mesma. Antes que pudesse se emocionar, viu seu pai ser atacado por uma terrível fera. Ela gritou "pai" em élfico, o idioma que usava naquela tempo, e levou a mão à boca em desespero. Era horrível ser expectadora daquela cena.
Sua mãe a encontra finalmente e a elfa chora ao reviver o momento. Ela tinha apagado aquela cena de sua mente, ou ao menos acreditava que sim. Desde então não chorava.

Sua mãe lhe passou uma estranha instrução, para Meileen guardar umas palavras,a elfa não lembrava daquilo de jeito nenhum, mas agora aquele som invadia seus sensíveis ouvidos: iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a". E dizer com uma folha de árvore na mão. O que será que aquilo significava? O que aconteceria se seguisse aquela instrução?

Ela viu a pequena elfa correndo em desespero e sua mãe em outra direção, perseguida pela fera. Agora a elfa entendia porque tinha esquecido de tudo. Quando volta a si daquelas memórias dolorosas, ela estava ajoelhada e cobrindo o rosto com as mãos, escondendo suas lágrimas.
Secou o rosto voltando a encarar Maeve.

- O que significam essas palavras? O que é a Grande Árvore e quem era aquele elfo?

A velha bruxa observa Meileen intrigada, batendo a ponta de sua unha em seu queixo fino. “Quer saber o significado das palavras? Quer saber o que é essa Grande Arvore? Quer saber quem é o elfo? Sim, sim, eu tenho todas estas respostas... Porem seu tempo aqui já acabou, pequena. Uma pena...”

De repente Meileen percebe que seus pés estão afundando no mar, e a elfa só tem tempo de ver que a bruxa continuava em pé sobre a superfície liquida, olhando com um sorriso misterioso o seu afundamento. “Não se esqueça que me deve uma tarefa, pequena!”, diz, e depois tudo se torna escuridão.

Meileen esta debaixo da agua, e não sabe dizer há quanto tempo. O que sabia era que estava quase sem folego, e que iria morrer afogada logo. Finalmente ela ve um brilho, e nada o mais rápido naquela direção.

A elfa emerge da agua, e da uma rápida tragada no ar, permanecendo depois apoiada na borda da fonte do templo de Solaris. Clover corre para abraça-la e socorre-la. “Meileen, Meileen! Voce tinha sumido! Como voce foi parar ai dentro da fonte?”, exclama a maga, preocupada.

Kros, o bárbaro, se aproxima e tira facilmente Meileen da agua. “Voce é levinha, hein? Kros sabe o que Meileen pensou... Se tomar agua da fonte ajuda, tomar um banho então faz milagres!”, comenta, dando um grande sorriso.

Não foi nada legal Maeve deixar a elfa no vácuo daquele jeito e devolve-la para sua realidade. Ela ainda tinha muitas dúvidas.

- Como acabou? Me dê mais respostas... não pode me mandar embora assim... - foi perdendo o fôlego ao entrar na água. Se debateu tentando voltar, mas viu que foi em vão.

Nadou para luz e saiu depressa, enchendo de ar os pulmões. Viu Clover abraçando-a e falando coisas estranhas. Kros a tirou da fonte e mal teve tempo de notar o que havia.

- Não exagera, Kros... não estava tomando banho... affs... a fonte me tragou e agora está me devolvendo - olhou de vesgueio para Kros e disse - e para seu conhecimento, elfos são leves... - e voltou-se para a maga - calma, amiga, eu estou bem... estive no Mar das Esferas - pensou na dívida que agora tinha com Maeve e como faria para pagar - arreeeee... alguém sabe o que é a Grande Árvore? Será aquela coisa lá nas fazendas?

- arreeeee... alguém sabe o que é a Grande Árvore? Será aquela coisa lá nas fazendas?

Kros flexiona os músculos e faz cara de compaixão para Meileen, dando uns tapinhas em sua cabeça que mais pareciam marteladas. “Meileen tão bonitinha, mas tão bobinha... Grande arvore é uma arvore que é grande, não ensinaram isto na escola dos elfos? Ta pior que a escola dos bárbaros, ninguém mais da valor para educação...”

Depois que Meileen explicou o que tinha acontecido com ela, todos ficam boquiabertos de espanto, especialmente Julia. A cleriga de Solaris estava com os olhos brilhando de emoção. “O mar das esferas? Que lindo... Este é um dos domínios de Solaris, o mar das historias... Como eu gostaria de ter ido junto com voce...”

Por sua vez Allen estava andando de um lado a outro, seus passos ecoando pelo grande salão. “Aposto que deve ter sido muito bonito... Mas como isto irá resolver nossa situação? Temos os colegas da guarda presos, prestes a virarem comida, goblins e entzinhos aos montes, e um velho com um cajado controlando a arvore. Como vamos resolver isto?”

A maga Clover, que estava sentada ao lado de Meileen, ajuda a secar o cabelo da elfa com um pano. “Bem, só podemos considerar que a Grande Arvore é a que esta nas fazendas dos kobolds, afinal de contas aqui fica perto da floresta onde seus pais e voce viveram, Meileen. Fiquei intrigada com as palavras de sua mãe, e devem ser obviamente magicas. O que planeja fazer com elas? Voce as decorou?”

O comentário de  Kros era muito óbvio e cretino e a elfa fechou o punho e elevou-o com se se fosse soca-lo, mas não o fez.

- Cala a boca, Kros – ela olha com cara feia – nunca estive numa escola de elfos – depois olhou para a clériga - Julia, é o lugar mais estranho que já estive, mas serviu para eu me lembrar de meus pais. As palavras da minha mãe devem ser algum tipo de feitiço, sei lá... e essa tal Grande Árvore deve ser algo importante e poderoso.

Allen tinha razão quanto sua preocupação, Meileen também não sabia como aquilo poderia ajuda-los.

- Também não sei, Allen. Eu não faço magia ainda e se isso for uma magia antiga e poderosa, talvez nem eu esteja preparada para isso, mas – deu uma parada na fala – e se aquele homem estiver envolvido com esse elfo maligno de alguma forma? – ela olha para Clover – decorei sim, amiga. As últimas palavras de minha mãe, o legado que ela me deixou. Essas palavras devem ser um comando para aquela coisa. Podemos tentar... só preciso de uma folha... – e olhou espantada para os companheiros.

Meileen se irrita com a ingenuidade de Kros, que se protege do soco que não veio. “Não precisa ficar brava Meileen, Kros nunca fez escola e é muito esperto,” comenta em tom apaziguador. “Toda minha esperteza esta aqui...”, completa, flexionando os músculos peitorais.

- Julia, é o lugar mais estranho que já estive, mas serviu para eu me lembrar de meus pais. As palavras da minha mãe devem ser algum tipo de feitiço, sei lá... e essa tal Grande Árvore deve ser algo importante e poderoso.

A cleriga de Solaris acena com a cabeça. “Devem ser mesmo... Os elfos praticavam magias antigas, ligadas a natureza e capazes de feitos impressionantes. Esta Grande Arvore deve ter sido ligada a este passado arcano, e pelo que vimos, está sendo atualmente utilizada pelo mal. Que Solaris nos proteja!”, diz, fazendo um sinal sagrado da deusa.

- Também não sei, Allen. Eu não faço magia ainda e se isso for uma magia antiga e poderosa, talvez nem eu esteja preparada para isso, mas – deu uma parada na fala– e se aquele homem estiver envolvido com esse elfo maligno de alguma forma? – ela olha para Clover

A maga alisa suas mechas, pensativa. “É tão pouco o que sabemos... Seria bom se depois de resolvermos toda esta confusão, se resolvermos, que procurássemos as identidades dos envolvidos nesta trama. Mas agora o mais importante é ver o que estas palavras mágicas podem fazer. Necessita de uma folha? Qualquer uma?”

Clover pergunta para Daryl se tinham alguma folha por ali, e ele/ela se lembra que os kobolds durante a cerimonia de casamento tinham trazido uma porção de flores para a decoração do altar. Não demora muito e um dos kobolds traz uma folha de uma rosa.



A maga entrega a folha na mão de Meileen. “E agora?”

Segurando a testa com a ponta dos dedos, Meileen só sacode a cabeça com a "esperteza" de Kroz.

- Se você é esperto, então eu sou a própria deusa. Aff...

Julia pondera sobre a magia élfica e fica pensativa.

- Se estão usando para o mal, temos que liberta-la... Sim, Clover, acho que pode ser qualquer, folha... minha mãe disse apenas para eu ter uma folha nas mãos e dizer as palavras... não, ela disse uma folha de árvore.

Logo o rei kobold trás uma folha de rosa e elfa olha com dúvida.

- Bem, será que essa serve? Roseiras são árvores pequenas, né? Só nos resta rezar... vamos! - ela vai procurar, entre as folhas do casamento, a folha de uma árvore.

A elfa pega suas coisas e ruma para as fazendas tomadas e procura um lugar onde não sejam vistos e inicia a oração. Repete as palavras de sua mãe, segurando a folha e mantendo a concentração.

-  Iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a!

Sabendo que tinha que usar uma folha de arvore, Meileen vai ela mesma a procura de uma, remexendo por entre os arranjos florais usados no casamento de Daryl. Depois de muito procurar, acaba encontrando uma que servia para seu ritual.

A elfa pega suas coisas e ruma para as fazendas tomadas e procura um lugar onde não sejam vistos e inicia a oração. Repete as palavras de sua mãe, segurando a folha e mantendo a concentração.

- Iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a. iire lle anta amin amin will tul a!

Ao completar as palavras magicas ela sente uma leve tontura, e ao voltar sues olhos para a folha, é como se ela mergulhasse nela, mergulhasse no grande verde, onde tudo que é planta se encontra e se comunica. Meileen se sente bem naquele local, podendo agora entender porque sempre se se dera bem com a natureza. O cheiro do mato e a presença das plantas eram um simples reflexo do que ela estava sentindo agora, uma comunhão com a natureza. E então a folha que estava em sua mão a leva até uma das arvores do grande verde, e a elfa percebe que aquela folha pertencia a aquela arvore. Do tronco surge uma garota de cor verde e feições élficas, parte do corpo casca de arvore, parte do corpo humana.



“Ola, meu nome é Meliata. Jovem elfa, o que deseja?”, pergunta, curiosa.

Satisfeita por ter encontrado a folha que precisava, a elfa ruma para onde se encontravam os inimigos. Lá realizou o tal encantamento e segurou na parede devido a tontura.
Novamente via-se sendo levada para outro lugar, só que agora se sentia bem onde estava. A natureza a saudava e ela sentia o frescor do verde, que ali era tão vivo. Ela gostava daquilo, sentia-se unida com a natureza.
Aquela simples folhinha tinha vida e a levou até sua dona, a árvore da qual foi tirada. Meliata revelou-se assim que a elfa se aproximou. A árvore revelou-se a ela em sua magnitude e falou com a elfa.

- Meliata!  Olá. Sou Meileen, seguidora de Freyalise – fez uma mesura à entidade – minha mãe me ensinou esse encantamento. Ela e meu pai conheciam a Grande Árvore e preciso saber sobre essa história e quem é o elfo que deseja esse conhecimento. Ele parece malvado, ele matou meus pais com uma besta selvagem. Além disso, eu e meus amigos estamos enfrentando um grande mal. Há uma árvore estranha na fazenda dos kobolds. Gostaria de saber como ajuda-los.

Meileen costumava ser direta em seus assuntos e foi assim com Meliata, mesmo respeitando-a muita, foi precisa em seus questionamentos.

Meliata ouve a explicação de Meileen sem mudar de expressão, imóvel. Ao final das perguntas a entidade verde diz, “Vocês de carne falam muito rápido... Dificil para mim de entender... Venha para perto de mim...”

Com a aproximação da elfa, a meia-mulher-meia-planta ergue uma das mãos e toca sua fronte. Na mente de Meileen imagens dos últimos acontecimentos passam bem rápido, como se os estivesse vivenciando uma vez mais. As pálpebras fechadas de Meliata tremem, e ao final das imagens ela abre os olhos e fita a ranger. “Entendo. Conversei com sua mãe antes, e ela era muito gentil. Disse palavras doces a seu respeito. Sinto muito pela sua mãe,” diz, pondo sua mão por sobre a palma de Meileen.

“Não existe apenas uma Grande Arvore, existem varias Grandes Arvores. E uma delas é a que esta na fazenda dos kobolds. Ela foi infectada pelo mal, e suas sementes serão espalhadas pelo mundo, a menos que voce a salve. Para isto voce precisa seguir o mesmo caminho que tomou para falar comigo, Meileen. Com uma folha da arvore má,” informa Meliata.

- Oh, desculpe por falar rápido, não percebi – ela inclina a cabeça para a planta e sorri sem graça. Ela se aproxima e tem sua testa tocada por Meliata e a planta vê suas memórias.

Ela fala de sua mãe e das outras árvores, inclusive se entristecendo com a história da outra árvore estar contaminada.

- Fico feliz em saber que é possível salva-la. Será difícil, mas tentarei – ela pensa em como fará isso e ideias malucas passam por sua cabeça, como sair correndo no meio dos inimigos e pegar a folha. Seria morte na certa – aiaia... Bem, obrigada por tudo, Meliata. Tentarei ajudar sua amiga.

Ela se despede da árvore e volta para seus amigos.

- Há um jeito de salva-los e é salvando a árvore, mas... eu preciso de uma folha dela! – e sorriu com a cara mais deslavada do mundo, como se fosse muito simples – quem vai pegar uma para mim? – falou na maior cara de pau.

Meileen retorna de sua viagem pelo Grande Verde e fala aos seus amigos do que precisava. Imediatamente Kros se levanta para ir buscar na Arvore do Mal, mas felizmente ele logo é derrubado por todos os outros antes que possa ser visto pelos goblins ou pelos monstros-planta.

Clover revira os olhos, ofegante, sentada sobre as costas de Kros. “Meileen! Não de estas ideias para o Kros, voce sabe que ele é sem-noção! E dá uma olhada naquela arvore! Não tem nenhuma folha!”



A elfa volta seu olhar para a arvore, que mais parecia um espinheiro, com todos aqueles galhos despidos de toda e qualquer folha... Exceto...
Meileen força seu olhar para cima e ve que a esperança não estava de toda perdida. Lá no alto ainda existiam algumas poucas folhas sobreviventes.
Julia fica animada com a noticia. “Podemos ir escondidos ate la para pegar as folhas!”, diz, com a mão em punho.

Allen permanece fitando para o alto, com a mão no queixo, pensativo. “Com a quantidade de monstros circulando? Improvavel... E uma luta direta esta fora de questão, somos em menor numero. O que podemos fazer é uma pequena distração, de modo que Meileen possa chegar lá sem ser notada... O que acha? E uma vez la, o resto fica por sua conta, garota! Se voce falhar, sera a morte para todos nós...”, comenta em tom objetivo.

A elfa deu uma risada leve já esperando a reação de Kros e sacudiu a cabeça para Clover.

- Hahaha! É sem noção mesmo, mas eu sabia que seria ele a se prontificar – ela se agacha ao lado do grandalhão – obrigada, Kros, pela presteza. Não vou esquecer. Mas admito que fiz uma brincadeira com você. Óbvio que é perigoso ir sozinho lá. Pense antes de agir da próxima vez, isso é, se for capar de pensar – e deu um cutucão na cabeça dele.

Ela olhou para a árvore e era triste vê-la daquele jeito, contaminada e sendo usada para o mal. Ela suspira ao ver mais galhos secos do que folhas vivas. Analisou e seus olhos aguçados encontraram algumas folhas remanescentes no alto da árvore, estavam bem escondidas e distantes, mas era possível pega-las. Só precisava se aproximar, mas como?

- Não desista antes da hora, sua maga descrente. Olhe bem, ali no alto. Nem tudo está perdido – e sorriu para a amiga.

Ela ouviu as opiniões dos colegas e as analisou. A ideia de Allen era viável, porém perigosa, mas é o que tinham.

- Clover, não há uma magia que possa trazer aquelas folhas até nós, antes de tentarmos algo tão drástico assim?

Ouviu a ideia de Allen e concordou.

- Distraiam eles. Eu vou até a Grande Árvore.

- Hahaha! É sem noção mesmo, mas eu sabia que seria ele a se prontificar – ela se agacha ao lado do grandalhão – obrigada, Kros, pela presteza. Não vou esquecer. Mas admito que fiz uma brincadeira com você. Óbvio que é perigoso ir sozinho lá. Pense antes de agir da próxima vez, isso é, se for capar de pensar – e deu um cutucão na cabeça dele.

Kros ia dar uma gargalhada, mas logo um chute na sua costela por parte de Daryl o faz parar. “Har, har, ai, ai, har, har... Meileen pregou peça em Kros... Na aldeia de Kros, mulheres que pregam peças nos homens é porque estão apaixonadas por homens... Também te amo, Meileen...”, comenta o bárbaro.

- Clover, não há uma magia que possa trazer aquelas folhas até nós, antes de tentarmos algo tão drástico assim?

A pergunta deixa a maga pensativa por alguns instantes, mas por fim ela nega com a cabeça. “Não... minhas magias memorizadas são mais voltadas para o combate... Quem me dera ser mais experiente, não estaríamos passando por tantos problemas...”, lamenta-se.

- Distraiam eles. Eu vou até a Grande Árvore.

Diante da decisão da elfa, todos desejam boa sorte a sua missão, cientes que Meileen corria grande perigo. Muita coisa poderia dar errado, mas pelo menos eles tentariam fazer o que era certo.

Allen conversou com Daryl, que por sua vez comunicou ao rei dos kobolds o seu plano. Meileen por sua vez aguardou ansiosa o sinal de inicio, quando partiria para o que poderia ser a sua ultima missão em sua vida.

Clover sentou-se ao seu lado e segurou sua mão. Ela sorriu e apertou forte. “Então é isto, amiga... Parece que foi há muito tempo, desde que começamos a trabalhar juntas. Bem, obrigada por não desistir de mim, quando fui capturada pelos goblins... Isto significou muito para mim, saber que tenho alguém com quem contar. Bem, de o seu melhor, e saiba que se precisar de mim, estarei la para te ajudar!”, diz, emocionada.

Com a constatação absurda de Kros, a elfa só revira os olhos e fala:

-  Não viaja, grandão! Eu não sou da sua tribo, então essa conversa fiada não funciona comigo. Já encontrei meu bonitão de armadura brilhante... está numa praia aí pelo mundo... sem a armadura, claro - ela dá uma risada divertida.  

Depois voltou a sua seriedade e ao plano para leva-la até a árvore. Seus amigos não pareciam confiantes, mas era o que tinha de ser feito e ela era a mais capacitada para a tarefa. Clover era a mais preocupada e chegou a se emocionar ao falar com a elfa.

- Para, sua maga idiota - e deu um tapa no braço dela - não fale como se eu fosse morrer. Arre! - depois ela abraçou a amiga - agradeço a preocupação. Ela sabia que a maga só estava preocupada e a elfa queria espantar aquele ar de missão suicida que pairava sobre eles.

Ela se preparou fazendo uma oração à Deusa da Natureza e ajeitou seu arco, estava na hora de por o plano em ação.

- Vamos nessa!

Ao ouvir as palavras de Meileen, Clover leva a mão na boca, a face desconcertada. “É mesmo... Desculpe-me Meileen! É claro que vai dar tudo certo, estaremos torcendo por voce!”, diz, despedindo-se.

A elfa ranger ora para Freyalise, os olhos fechados pensando no Grande Verde. Foram dias difíceis e loucos, totalmente diferentes dos últimos anos em Naporia, mas por que não dizer, divertidos.

Sons de combate distantes. Meileen olha na direção, e ve o ataque dos kobolds, jogando pedras e atirando flechas contra os monstros-arvore, que a principio são mortos as dezenas. Mas logo começam a se organizar para iniciarem um contra-ataque. Ao longe o grito de guerra de Kros, enquanto ceifava com sua espada a vida dos pequenos monstrinhos como se fossem hastes de trigo .

Logo a elfa percebe que os monstros que estavam a sua frente, passam a se movimentar em direção da batalha, sendo acompanhados pela maioria dos goblins. Subitamente o espaço a sua frente fica livre! Mas então... Meileen olha na direção dos colegas que tinham sido capturados... Estavam bem próximos, e apenas dois goblins tinham ficado como guardas. Seguir em frente ou soltar seus colegas da guarda? Tinha tempo para tanto? Decisão cruel...

Com um sorriso, a elfa espanta a falta de graça da amiga e logo inicia sua oração, pedindo para a Deusa olhar por ela e seus amigos.

Logo a batalha se inicia, com seus amigos distraindo os monstros. Era seu momento de correr até a árvore, mas ela vê seus colegas próximos e quase sem proteção. Era uma missão de resgate também, então não teve dúvida, de onde estava atira uma flecha em um dos goblins e depois no outro. Não podia errar dessa vez, pois tanto eles quanto a árvore dependiam disso.

Mas a árvore também era prioridade. E se a árvore fizesse mais daqueles entezinhos se a elfa falhasse? Isso prejudicaria ainda mais ela e seus amigos. Talvez devesse correr até ela e fazer sua oração.

Ela opta pelos colegas.

Meileen toma a decisão de ajudar seus colegas da guarda de Naporia presos, e rapidamente puxa duas flechas de sua aljava e as prepara em seu arco. Ela solta o fio, e enquanto uma delas passa longe do inimigo, a outra acerta em cheio, matando-o instantaneamente. O outro goblin, surpreso, vira-se para a elfa e da um grito de alerta.

NRPG: Ataque Meileen arco 18 dano 5+1

Que é interrompido por uma outra flecha, desta vez certeira em sua garganta. A ação havia sido bem rápida, e demorou um tempo ate que os colegas de Meileen percebessem que ela tinha vindo para salva-los. Depois de libertados, Sir Bradford, o líder do grupo, se dirige a elfa, dizendo “obrigado, voce é a patrulheira da orla, Meileen? Já tínhamos perdido todas as nossas esperanças! Mas não há tempo para conversa, o grito do goblin alertou os inimigos, que estão vindo para cá! Vamos fugir enquanto ainda há tempo!”