Meileen - Shamps

A urgência em sua missão talvez tenha feito com que a elfa errasse um dos tiros, mas o segundo foi preciso e aniquilou um dos goblins, infelizmente o que saiu vivo gritou alertando seus amigos.
Por sorte, Sir Bradford atingiu o goblin gritão, auxiliando assim a elfa.

- Sou eu mesma, Sir Bradford... obrigada pelo auxilio. Não posso ir ainda, minha missão ainda não acabou - ela olha para árvore e começa a caminha até ela e escalar, mas antes avisa - Allen e os outros estão naquela direção. Ah, mais uma coisa... os kobolds estão com a gente, são amigos!

Meileen, a patrulheira da orla, começa a escalar a árvore para pegar uma de suas folhas ainda vivas e assim que alcança uma, começa o seu ritual, entoando as palavras de sua mãe.

Sir Bradford olha confuso para a elfa que se põe a subir na arvore, mas se limita a acenar com a cabeça e pegar a arma do goblin morto. O paladino e seus colegas se posicionam em linha para receber a primeira leva de monstrinhos-arvores, dando tempo para que ela pudesse subir sem ser incomodada. A decisão de Meileen havia sido acertada, afinal de contas.

Agarrando-se ao tronco e aos galhos, a ranger sobe, e observa com olhar de preocupação a luta dos colegas de guarda contra a horda que se acumulava. Não iriam aguentar muito tempo.

Assim mesmo ela continua, e apanha uma das ultimas folhas restantes da arvore. Ela repete três vezes as palavras magicas, e então se ve novamente no Grande Verde. A diferença é que naquele espaço as árvores estavam todas sem folhas e ressequidas, o chão coberto de raízes como veias penetrando no chão, como se não pudesse mais sustentar a vida. Ao centro, a imagem de uma meia-mulher, meia-arvore, com os cabelos em forma de galhos sangrentos. O som de sua voz assemelha-se ao som do vento frio que passa pela floresta sem vida.



“É... inútil... A esperança... se acabou... Restaram apenas... dor e ódio... Vá embora!”, murmura.

Foi preocupante ver os bichinhos-folha chegando e Meileen precisava se apressar. Subiu o mais rápido que pode e realizou o ritual de sua mãe.
O Grande Verde parecia morto e cansado, para a tristeza da jovem elfa. Viu a árvore de cabeça sangrenta, uma imagem muito triste para uma árvore tão linda. Suas palavras também expressavam sua dor.

- Minha irmã, não sofra dessa maneira. Venho para ajudar. Eu sempre tenho esperança e não irei embora sem ajuda-la. O que posso fazer por você? - disse com suavidade - sou Meileen e você?

Meileen se compadece com a dor da arvore e expressa seu apoio. A suavidade das palavras da elfa parecem fornecer um alivio para o sofrimento dela. A entidade vegetal esboça um leve sorriso.

“Você... pode me ajudar? Quer me ajudar? Não vai me abandonar? Obrigada...”, diz, e leva as mãos em direção de Meileen. Porém subitamente ela para, e sua face se contorce de dor, uma dor intensa. As mãos vão para o peito, e de sua pele-casca de arvore, irrompe um branco e nojento verme, com uma face diabólica. Ele diz, com sua voz tenebrosa, “não acredite nela, ela quer nossa destruição! Destrua-a, destrua esta criatura de carne e osso!”

A face da mulher-arvore torna-se rígida. Da ponta de seus dedos surgem longos espinhos. Seu olhar fixa-se em Meileen, e ela aponta seus dedos para a elfa.

Vendo a face sofrida da árvore, Meileen se compadece dela.

- Não vou abandona-la, minha amiga.

Subitamente ela viu a árvore se contorcer em dor e agonia e quando pensava em se aproximar para ajuda-la, vê um verme horrendo sair de seu ventre. Ela para e encara o monstro branco com repulsa. Seria ele atormentando a entidade verde? A planta começa a esticar sua mão com espinhos em direção a elfa e ela prepara sua flecha e mira no verme. Seria melhor picar o verme, mas ela não era tão boa com sua espada quanto era com o arco.

- Cale-se verme maldito! Quem é você? Saia agora da árvore.

O verme, cuja face parecia a caricatura de um homem gordo nojento, fica irritado com as palavras de Meileen. Ele fica com a cara fechada e diz, “quem é voce para me mandar calar, sua orelhuda sem graça! Eu? Eu sou o grande verme Vorinfarrelak, filho de Lorkedo, o nojento! Minha linhagem vermica é das mais nobres, provinda da grande mãe das moscas, Bezefilp! Mas isto não importa, pois voce vai morrer por causa de sua arrogância!”

Vorinfarrelak então cerra o sobrecenho, parecendo fazer força, e a mulher-arvore grita de dor. E de suas mãos espinhosas partem espinhos que voam na direção de Meileen.

NRPG: Acertam dois ataques, 8 de dano.

Talvez por não esperar tal atitude vinda daquela mulher-arvore, a elfa é atingida por aqueles espinhos, que causam enorme dor ao penetrar no corpo da ranger.

NRPG: Ação de Meileen.

Meileen não se importou nem um pouco com a expressão de raiva do verme, apenas achou-o nojento e fez uma cara de repulsa.

- Não me interessa sua origem, bicho nojento! - ela prepara seu arco, mas vê que o ser maligno causava dor na árvore e a usou para um ataque certeiro na elfa. Mal teve tempo de notar o que acontecia e foi atingida pelos espinhos dela, o que causou um bocado de dor na elfa patrulheira - droga - resmungou, mas não podia esmorecer, pois aquele ser verde devia ser salvo.

Novamente ela se endireita e prepara seus ataques, lança duas flechas, uma por vez, esperando que ao menos uma dela atingisse o filho da Mosca.

Meileen, enojada com o verme arrogante, faz o seu melhor e concentra em seu corpo branco verruguento e atira duas vezes, a primeira o atingindo e fazendo-o guinchar de dor. Um liquido gosmento verde claro escorre pela haste. “Aaarrgghhh, sua branquela orelhuda filha de uma bípede zarolha! Vai me pagar caro por isto!” amaldiçoa o ser nojento.

NRPG: Dano no verme 6.

A mulher-arvore, controlada pelo verme, atira novamente seus espinhos.

NRPG: Erro

Um dos ataques passa perigosamente próximo da ranger.

NRPG: Ate o momento – Verme 6 de dano, Meileen 8 de dano.
NRPG; Acao de Meileen. Quer que avance rodada a rodada, ou role os dados ate que um ou outro chegue a 0 pv, shamps?

Sua extrema concentração fez o verme se contorcer com suas flechas. A elfa ignorou as falácias do monstro e se preparava para acertar mais duas flechas. Ela estava disposta a salvar a árvore, mas uma coisa a intrigava.

- Como veio parar aqui, verme? De onde você veio?

Meileen continuava o combate mortal, porém sua curiosidade era mais forte, e enquanto disparava suas flechas e se desviava dos ataques espinhosos da mulher-arvore, desferia perguntas para o verme. A cara gorda e disforme da larva se abre num sorriso nojento, “ora, como os vermes surgem nas arvores, elfa? Somos gerados no abdômen de nossa mãe, e eclodimos dentro da casca suculenta de nossa hospedeira. Dominamos e corrompemos, e se tornam nossas marionetes, podres por dentro! Mas sei onde quer chegar, espertinha! Nunca darei o nome do elfo que quer dominar o Grande Verde, nunca! Bwahaha!”

O nojo causado por aquele ser em Meileen era tão grande que a elfa logo quis acabar com aquela existência monstruosa. A próxima flecha entrou dentro da boca de Vonrinfarrelak, fazendo-o explodir em mil pedaços, jorrando a gosma para todos os lados, inclusive no rosto de Meileen. Tinha uma consistência gelatinosa e o cheiro era revoltante.

A voz e a cara do verme causava nojo em Meileen e ela não via a hora de acabar com o monstro. Empunhou com fúria seu arco e disparou mais uma flecha, aniquilando assim a criatura.
O verme a deixou pensativa quanto às suas palavras: o elfo que quer dominar o Grande Verde.

- Argh! Que nojo - falou quando a gosma nauseante espirrou nela após o fim do monstro.

Tentou tirar o máximo da nojeira de si e foi até a árvore para ver como ela estava. Se ela foi marionete do verme, talvez ela pudesse responder sobre tal elfo.

Após a morte do verme, os braços e a cabeça da mulher-árvore perderam suas forças, e ficaram voltadas para o chão, inertes. Desconfiada, Meileen se aproximou para ver como ela estava, e ao toca-la sentiu uma sensação de frescor, e parecia que uma cor mais verde e saudável estava presente em sua pele de casca de arvore.

Como em resposta a mulher-arvore lentamente ergueu a cabeça, piscou os olhos e fixou sua mirada na elfa. “Você... me... llibertou! O mal que estava dentro de mim já não mais me controla!”, disse vagarosamente. Ela olhou para baixo, e o ferimento onde estava alojado o verme começou a se fechar, pequenos galhos com folhas surgiam das laterais e se entrelaçavam um com o outro rapidamente. Logo não havia sobrado mais nenhum vestígio de que uma aberração vivia ali.

A mulher-arvore então ergueu a mão em direção de Meileen, e disse, “muito obrigada... Meu nome é Juniper. Como posso recompensa-la?” Ao ser perguntada sobre o elfo mencionado pelo verme, Juniper lamenta, mas diz que não o conhecia. “Não tenho memoria do que ocorreu, apenas de que era um pesadelo sem fim,” diz em um tom triste.

Após derrotar o verme e ver que a árvore jazia inerte, a elfa aproxima-se da planta e a toca, notando assim que a planta vivia. Aos poucos, Juniper começa a se mexer e proferir suas primeiras palavras. Aquele ferimento medonho em sua casca fecha-se, nem deixando sombra de um ferimento.

- Muito prazer, Juniper. Folgo em saber que está recuperada. Agradeço também por sua ajuda - ela reflete um pouco, porque a árvore não sabia o nome do elfo sinistro que estava querendo conquistar os Grande Verde - cara Juniper, ao menos alguma pista para me fornecer? Eu tendo um ponto de partida já seria de grande ajuda. Qual a ligação dele com esses demônios... ou até mesmo onde encontrar essa Mosca... será que alguma outra Grande Árvore não saberia me responder? O que me diz, grande Juniper? - depois fez uma reverência ao imponente ser vivo.

Juniper ouve as perguntas de Meileen com atenção e suspira antes de responder. “Infelizmente não, minha pequena, estive por muito tempo fora do Grande Verde, não sei de mais nada. Mas voce esta certa, talvez alguma outra Grande Arvore possa lhe ser de alguma ajuda“, diz, e então ela permanece parada por alguns instantes, o olhar perdido. Quando volta a si diz, em tom grave, “mas não agora. A situação no mundo real é problemática. Voce tem que voltar!”

Meileen acorda, e sente que ainda esta junto a forma real da arvore Juniper, sendo segura por ramos entrelaçados. Bem próximo, no tronco, a face de Juniper se forma em meio a casca ressequida da arvore. A sua voz era a mesma de quando estava no Grande Verde. “Seus amigos estão lutando la embaixo contra os goblins e minhas crias maléficas. Mas infelizmente não posso ajudar, pois o velho druida está me controlando com o cetro e criando mais ervas daninhas”, diz, apontando para baixo. A elfa pode ver que uma grande batalha estava sendo travada, e parecia que seus colegas da guarda, os kobolds e Clover e companhia estavam levando a pior. O druida de barba branca e manto verde mantinha o cetro para o alto, e uma luz amarela doente atingia a arvore Juniper para criar outros monstros-arvore.

Meileen agradeceu a Juniper e perguntou onde mais ela poderia encontrar essas Grandes Árvores, para assim poder obter a informação para sua investigação. A planta também estava atenta ao que acontecia no mundo material e a elfa, ao retornar, analisou a situação.
Ela se desvencilhou dos galhos e manteve-se escondida, buscando proteção para disparar suas flechas nos goblins e ervas daninhas. O problema era o druída. Se tivesse alcance, ela investiria contra o homem do cajado, que atormentava a árvore.

- Obrigada, minha amiga. Irei ajudá-los agora.

Meileen agradeceu a Juniper e perguntou onde mais ela poderia encontrar essas Grandes Árvores,

- Eu a levarei ao Grande Conselho.

O problema era o druída. Se tivesse alcance, ela investiria contra o homem do cajado, que atormentava a árvore.

- Obrigada, minha amiga. Irei ajudá-los agora.

O caos era grande, e o combate era acirrado. Os colegas da guarda tinham se aproximado da arvore Juniper para tentar proteger Meileen dos monstros, mas a quantidade de ervas-daninhas era muito grande, e para cada uma que derrubava, surgiam duas no lugar. E o pior era que eles eram atacadas por duas frentes, e em breve seriam tragados por aquela horda infinita.

A ranger viu que o druida mantinha a arvore sob controle. E estava ao alcance.

NRPG: Erro horrível de Meileen. Vai ter um custo...

A pressão era grande, e muita coisa dependia daquele tiro. E assim como na praia contra o rapaz, a elfa errou.

E o tempo dela era precioso. Foi com pesar que o grito de morte de Sir Bradford se fez ouvir, trespassado por inúmeras lanças e garras. E logo em breve todos os outros colegas morreriam.

O rosto de Juniper grita para arrancar Meileen de seu torpor.
- De novo! Acerte o druida, que eu poderei me movimentar! Rapido!

- O Grande Conselho? Me parece promissor. Obrigada!

A situação se complicava cada vez mais e a elfa só pode continuar atirando, infelizmente seus disparos estavam péssimos e a vida de seus colegas iam sendo consumidas aos poucos, para o lamento da jovem arqueira.

- Droga! - praguejou enquanto secava as gotas de suor que escorriam por sua testa.

Ela mira outra vez no druida e lança mais duas flechas e torcia para acertar.

NRPG: Meileen acertou! 6 de dano!

O tempo corria contra Meileen, e a elfa decidiu mudar de estratégia, atirando mais rápido. A primeira flecha passa rente ao druida, e aproveitando a trajetória traçada ela lança a segunda, que finca forte no corpo do druida. Este da um urro de dor, deixando cair o cetro. Juniper, notando a oportunidade, forma com um de seus mais grossos galhos um punho, que desce por sobre o cetro, esmagando em inúmeras partes.

A face de Juniper no tronco sorri para Meileen.

- Você conseguiu, pequenina!

Os monstros-arvore, depois da destruição do cetro, param de lutar, permanecendo imóveis. Guerreiros por toda parte, que se viam quase a prestes de serem pisoteados pelas inúmeras criaturinhas, veem que o inimigo estava paralisado, e dão gritos de alegria pela vitoria!

Por sua vez os goblins, vendo que agora estavam em desvantagem, decidem recuar, acompanhando o druida ferido pelas cavernas laterais.

Os heróis tinham vencido!

NRPG: Fim desta parte da aventura. Meileen vai para nível 3. Escolha equipamentos e itens mágicos no valor total de 1800 peças de ouro. Role dado de vida.

O nervosismo fazia as mãos da habilidosa elfa tremerem e isso a fez errar o primeiro tiro contra o druida, mas também a ajudou com o segundo, pois ela teve tempo para ajustar sua mira e o disparo seguinte foi certeiro. Ela feriu o agente do mal que judiava de Juniper, a árvore aproveitou o momento e acertou o cetro.

- Sim, grande Juniper... obrigada! – ela sorriu em retribuição à grande-árvore.

As plantas e goblins fugiam após se verem em desvantagem. A elfa corre até seus amigos.

- Estão todos bem? – ela estava realmente preocupada com eles – infelizmente o druida fugiu. Sinto muito pela minha falha! Vamos continuar nossa investigação?

Eles estavam atrás dos guardas desaparecidos e os tinham encontrado, infelizmente com algumas perdas, mas a elfa sabia que isso estava previsto, que era um risco. Colocaria tudo no relatório mais tarde.

Terminado o combate, as coisas se resolvem rapidamente. A arvore Juniper, em agradecimento a Meileen, a presenteia com uma bela pedra preciosa, que mais tarde tinha sido avaliada no valor de 1800 peças de ouro. Os inimigos haviam fugido, inclusive o druida maligno, e os kobolds, com a ajuda de Juniper, provocaram um desabamento que cobriu com pedras a passagem subterrânea. Pelo menos por ali os goblins não viriam mais.

Tendo a ameaça goblin terminado, os kobolds passaram a dominar o templo subterrâneo. Daryl, agora a rainha da tribo Kobolds, disse aos heróis que permaneceria por ali para cuidar do templo de Solaris.

Meileen e o resto do grupo então retornaram para a cidade de Naporia, onde pode se reportar ao seu chefe, o anão Toressar. Contente por ver a ameaça dos goblins e dos seres-planta resolvida, ele deu alguns dias de folga para todos os envolvidos.

Aproveitando o tempo extra, a elfa treinou suas habilidades marciais, sentindo que sua experiência no templo subterrâneo tinha contribuído em muito para sua melhoria pessoal.

NRPG: Shamps, fique a vontade para escrever sobre o que a Meileen fez e sobre seus planos atuais.