Argus - Hades

Argus ouve atentamente as palavras do velho e de seu novo companheiro, contudo quando ele começa a falar sobre escravidão, ser lorde terras e deles serem seus guarda-costas, o caçador o fita com um rosto de dúvida diante de suas palavras. Ele se volta ao velho e presta atenção atentamente enquanto ele fala como sua filha se parecia e em seguida diz e forma interessada:
- Sua filha é? Hmmmm talvez possamos ajudar, mas tudo tem um preço senhor... O lorde afeminado não está me pagando muito bem ultimamente... O que tem para nos oferecer? Se você não tiver nada, bem, talvez sua filha possa oferecer algo...

Lady Amy ouve embasbacada a historia contada por Nabooru. Lorde de Terras, aqui? Um elfo travesti vestido com roupas de Al-Kamal seria no máximo um comerciante em terras de Avalon. Somente um idiota acreditaria numa mentira daquelas! A nobre se vira para Argus e cutuca a própria cabeça, como se dissesse que o outro não estava em seu juízo perfeito.

O velho sorri e diz para Nabooru:
- Que bom que o senhor esta aqui, milorde! Finalmente alguém de cima resolve olhar por nós! Os nobres desse condado são um bando de egoístas, mais interessados em contar o dinheiro que nós próprios servos suamos para conseguir – diz, coçando a barba – Mas tem razão, as terras são perigosas, mas nós não temos muita opção nessa vida, ou ficamos nas fazendas, ou temos que ir para a cidade mendigar... Agradeço a ajuda! Bem, minha filha é muito bonita, tem cabelos brancos e olhos vermelhos... Estava com uma saia vermelha. A ultima vez que a vi foi saindo de casa para catar cogumelos na floresta hoje de manhã!

Lady Amy leva a mão na cabeça. O velho tinha acreditado. Novamente havia superestimado a capacidade de raciocínio do populacho.

Argus, por sua vez, já logo deixa claro para o senhor de idade que cobrava pelos seus serviços.

- Sua filha é? Hmmmm talvez possamos ajudar, mas tudo tem um preço senhor... O lorde afeminado não está me pagando muito bem ultimamente... O que tem para nos oferecer? Se você não tiver nada, bem, talvez sua filha possa oferecer algo...

O servo franze o sobrecenho, visivelmente preocupado. Ele coça a barba desgrenhada.
- Infelizmente não temos muitos recursos... Não creio que minha filha possa lhe dar mais do que eu tenho a oferecer... Mas por favor, nos ajude! Nós vamos ficar muito gratos!

O caçador fita o velho avaliando suas palavras e gestos enquanto ele fala sobre a sua situação de sua filha. A intenção de Argus era descobrir se o velho estava mentindo ou falando a verdade. Afinal, uma pessoa com cabelos brancos e olhos vermelhos não é alguém com aparência comum.
Após avaliar o velho e ouvir dele que não tinham recursos e nem nada de valor ele dá de ombros e olha para Nabooru e Lady Amy.
- Eu não tenho o costume de ajudar, sem receber por isso, mas talvez a garota tenha algo de valor a oferecer. Todavia, deixo a decisão na mão de vocês. O que acham? Devemos ajudar?

Argus já imaginava qual seria a resposta do sacerdote.

Argus escuta atentamente tudo que o clérigo diz e após ele terminar de falar dá um sorriso.
- Bom, eu não vejo problema em ajudar o velho... Se for um Dhampir ou um vampiro, pode ser que seja uma criatura maligna e meu acordo com a sua deusa é eliminar essas criaturas. De certa forma, é meu trabalho fazer isso aqui... No mínimo podemos investigar a história do velho...

- Cabelos brancos e olhos vermelhos... Eu deixei escapar essa informação e foi muito bem reparado, Argus. Parece a descrição de um daqueles Dhampirs... meio-mortos-vivos. Eu também não confiaria em pessoas cuja raça tem dois hifens... Não sei nem como são capazes de nascer!

Lady Amy parece despertar de um transe ao ouvir a palavra Dhampir, pois tinha se deixado levar pelo divertido passeio e perdido a noção da realidade. Aquela tarde agradável agora já mostrava um outro cenário.

- Eu sou atencioso. Prestei atenção quando disse que seu pai odiaria ter que pagar alguma recompensa por você. Se estivermos indo pra alguma armadilha, com certeza o alvo dos bandidos será o "lorde de terras" local. E minhas roupas no momento estão em melhor situação que as suas... Eu não sou mal, senhorita Amy. Pode me odiar a vontade, mas não tenho nada contra ti e respeito sua posição social acima da minha.

A ruiva acena com a cabeça. Parece que esse elfo estranho tinha cabeça. Gostava disso.
- Muito bem pensado, Na...booru. Tenho que confessar que a principio pensei em se tratar de uma emboscada, mas a partir do momento que me disse sobre os Dhampir, as coisas começaram a fazer mais sentido. Explico. Esse condado sempre atraiu vampiros para essa região devido a riqueza, pois eles gostam de ostentar. Pois então eles ostentam seus ossos nas piras funerárias. Só que de uns tempos para ca, vieram aos meus ouvidos que Dhampirs também tem vindo para se estabelecer no condado, e que diziam que não eram maus e que somente procuravam um local para viver. Bem, também os mandamos para a fogueira assim mesmo. Filhos de vampiros, sangue de vampiros.

Lady Amy alça os ombros.
- Bem, talvez tenhamos feito errado. De qualquer maneira, isto poderá provar a índole deles. Se formos atacados, Dhampir mau. Se precisarem mesmo de ajuda, talvez Dhampir bom – conclui a nobre.

Após o grupo concluir em prosseguir a investigação, eles retornam para conversar com o velho para dar a noticia. Ele se mostra bem contente.
- Muito, mas muito muito obrigado mesmo! Amo muito a minha filha, e estou preocupado com sua segurança! Venham, venham! Vou lhes mostrar o caminho ate a floresta!

Argus concorda com os argumentos de Lady Amy, todavia, vê-se preocupado. Sabia que vampiros eram criaturas poderosas e que ele não estava com todo o seu poder como dantes. Enquanto caminha seguindo com o velho, ele sussurra no ouvido do elfo:
- Ei, Nabooru, você é um sacerdote certo? Você têm alguma magia de proteção caso tenhamos que enfrentar... bem... vampiros?

Após o grupo decidir em ajudar o velho, eles partem em direção da antiga floresta por caminhos pouco trilhados, longe da estrada principal do condado. O local realmente não parecia nada seguro, com arvores negras e retorcidas. Lady Amy achava uma temeridade alguém querer catar cogumelos por ali, mas enfim, ninguém sabe direito como esses campesinos pensam.

- E caso seja necessário, posso encantar sua vigorosa espada e curar seus machucados.......

A ruiva ouve aquilo e seu sangue ferve nas veias... Tava na cara que a bichinha élfica queria roubar seu servo, se insinuando com suas palavras de duplo sentido. E o pior que Argus parecia estar gostando daquilo...

Finalmente eles chegam nas imediações da floresta, que a primeira vista parecia ser assombrada, um vento frio e uma nevoa saindo por entre os troncos que pareciam carrancas de gárgulas. O velho parecia meio sem graça, coçando a nuca meio encolhido.
- Então... Eu avisei que não precisava ficar pegando cogumelos na floresta antiga, mas a minha menina sempre dizia que não tinha perigo. E a torta de cogumelos que ela faz é irresistível!

Lady Amy revira os olhos.
- Sei. Pular fogueira é divertido, até o dia em que voce fica queimado. É obvio que tem algo de errado com essa floresta! Como é que ela não tinha medo?

O velho, desconfortável, parece se encolher ainda mais.
- É que... Do lugar que a minha filha vem... Não se tem muito medo dessas coisas...

Argus dá um piscadela para Nabooru e diz:
- Claro, tenho certeza que você como sacerdote de Mitz fara o possível para deixar minha espada brilhando...

Ele nota que Lady Amy estava com ciúmes da situação, mas ignora. Ele não era de ninguém e fodia com quem bem entende-se, quanto antes ela soubesse disso, melhor. Mais tarde talvez fizesse ambas dividirem a rola dele... Nada como um mastro duro e melado para trazer a destruição ao a paz entre adversários.

O caçador vai andando pela floresta e quando Nabooru fala, nota a presença do velho ali. Cansado daquele segredinho do idoso ele se aproxima e o segura pelo pescoço.
- Olha só velhote! Nós não estamos de brincadeira aqui não... Fala tudo que devemos saber sobre sua filha! De onde ela veio e que porra ela estava fazendo nessa floresta! Ou quem vai precisar de ajuda será você, não ela! (Intimidação)

O velho, que parecia ter o poder de ofuscação de um vampiro nosferatu, faz a sua presença ser notada ao fazer seu comentário próximo da floresta.

Nabooru se assusta e manda o senhor de idade de volta, enquanto Argus o intimida, querendo saber de tudo o que ocorria por ali.

Vendo-se sem opções, ele levanta as mãos e acena com a cabeça.
- Tudo bem, tudo bem, não precisa se irritar... Eu e minha filha somos do Vales das Almas... Minha esposa estava gravida quando recebeu a mordida de um vampiro, e deu a luz a minha pequena Yvete, que nasceu meia-vampira. Estariamos morando ainda por la, não fosse uma perseguição sobre os Dhampir. Por isto que cruzamos o mar para nos estabelecer aqui em Avalon. Ah, e meu nome é Tarik, só pra vocês pararem de me chamar de velho! No mais, ela realmente veio colher cogumelos, já disse que gosto bastante da torta dela, não disse?

Argus fica olhando desconfiado para o velho ainda mantendo ele preso, segurando sua blusa, depois o solta como se suas palavras fossem o suficiente para convence-lo.
- E como vocês atravessaram o mar? Pelo que me recordo as viagens entre os continentes eram impossíveis sem a permissão das deusas...

Ele olha pra suas companheiras de aventura e diz:
- Bom, acho que agora que estamos aqui devemos localizar essa Dhampir, certo?

O caçador então aguarda por uma resposta de depois começa a procurar pela Dhampir.

"

Argus escreveu: - E como vocês atravessaram o mar? Pelo que me recordo as viagens entre os continentes eram impossíveis sem a permissão das deusas...

O velho franze as sobrancelhas e deixa os olhos semi-cerrados, fitando Argus como se ele fosse de outro mundo.
- Do que esta falando? O Mar das Lagrimas é bem usado, e não mudamos de continente não... Que eu saiba as deusas não proibiram nenhuma viagem marítima...

Argus escreveu: - Bom, acho que agora que estamos aqui devemos localizar essa Dhampir, certo?

Nabooru escreveu: - O que um pouco de sinceridade não faz né mesmo? Pelo que você falou é bem possível que ela possa ter sido capturada por algum grupo que aceita Dhampirs... eu particularmente não vou com a cara de quaisquer mortos-vivos, mas Mitz me ensinou que devemos julgar os outros pelas suas ações. Essa moça não seria o primeiro contato que tive com mortos-vivos aparentemente bem apessoados. Estou de acordo em procurá-la.

Lady Amy acena com a cabeça. Talvez fosse bom conhecer essa dhampyr para ver se era realmente uma criatura pacifica e digna de viver nas terras do condado de Brookland. Matar possíveis pagadores de impostos não fazia parte de uma boa politica econômica. A ruiva ajeita sua roupa rasgada o melhor possível e diz de nariz empinado:
- Sim, vamos procura-la. Que não se diga que os nobres de Brookland não se preocupam com seus súditos, apesar do senhor estar aqui clandestinamente. Mas veremos a questão da papelada e impostos depois.

Após essa conversa o grupo adentra por uma passagem localizada por entre as arvores negras retorcidas. Ouvia-se o som de alguns animais andando pelos arbustos, rápidos demais para serem vistos, e vez ou outra era possível notar os olhos vermelhos de algum animal observando por entre a vegetação. Ou pelo menos pensava-se ser um animal.

Lady Amy olha receosa para os lados, e anota mentalmente que seria necessário posteriormente mandar uma expedição com algum clérigo de Mitz para abençoar o local. Como uma floresta assombrada como essa tinha ficado desapercebida por tanto tempo? Talvez ela tenha ficado assim em um período curto de tempo...

De repente sons de criaturas comendo algum animal chamam a atenção dos heróis. Eles se aproximam cuidadosamente e protegidos por arvores, veem que 3 criaturas humanoides horríveis, com a pele deformada e colada aos próprios ossos, fazem um banquete sobre a carniça de um cervo, roendo os ossos e brigando pelos restos.

Argus olha para aquele bicho asqueroso e imagina que esse reino não era muito bem guardado pra ter mortos-vivos tão perto de assentamentos da população. Normalmente só via isso em cavernas de necromantes ou cemitérios amaldiçoados. Nabooru questiona a eles se deveriam lutar ou tentarem se afastar.
- Olha, eu sei lá que porra de criatura é essa... Não é um demônio... Sabe me dizer se é um zumbi? Um ghoul? Independente disso, bom, não podemos deixar eles livres por aqui não? Podem atacar viajantes e eu fiz uma merda de uma promessa...

O caçador dá um suspiro pesado e já vai retirando sua foice devagar se preparando para o combate. Se ninguém fosse se opor partiria para o ataque.

Com a decisão de combater os monstros tomada, Nabooru aproxima-se dos mortos-vivos com seu símbolo sagrado em mãos. A presença do elfo logo é percebida pelos monstros, que exibem suas presas e guincham em tom de desafio.

NRPG:  Funcionou.

O clérigo de Mitz sente o poder de Mitz e sua conexão com a deusa passa da ponta de seus cabelos ate a unha de seus pés. Sua habilidade de controlar toda esta energia positiva foi o que destacou Nabooru dos outros acolitas no seu período de treinamento, e isto ficou patente na facilidade com que sua devoção em sua deusa foi transformada em poder para afastar o mal.

Os ghouls cobrem suas vistas com as mãos, e guinchando se afastam, seres das trevas acometidos pela luz, arrependidos de terem se tornado nas criaturas vis que são agora.
Argus, que estava com sua foice em mãos pronto para proteger Nabooru se algo acontecesse errado, pode guardar sua arma novamente em sua cintura.

Já Lady Amy fica impressionada com a facilidade com que Nabooru despachou aqueles seres monstruosos. Talvez ele fosse uma boa adição para a guarda de Brookland, pensa.

Ao notarem melhor a carcaça da qual os ghouls se alimentavam, era possível perceber de que não era de um animal, e sim de um ser humano. O velho Tarik fica desesperado.
- Nnnãaaaaoooo! Não! Yveteeeee!!! – exclama o pobre homem, prostrado no chão.

A nobre leva a mão ao queixo, olhando a cena pensativa.
- Parece que já sabemos o que aconteceu com sua filha, Tarik. Lamento muito, diz a ruiva.