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A
polícia achou muito estranho ele do nada falar sobre o sumiço da esposa e não notificar a polícia sobre o assunto.
- O senhor já notificou a polícia sobre esse desaparecimento? O senhor tem alguma noção que caso não tenha notificado o senhor acaba se tornando um suspeito em potencial?E então os policiais o levaram para a delegacia e o necrotério da cidade, que era um ao lado do outro. Hunter foi indo no próprio carro para o local enquanto a polícia ia atrás dele com as sirenes ligadas.
O caminho até o necrotério municipal pareceu durar todo o sempre. Os corredores com forte iluminação fluorescente, funcionários em jalecos verdes ou brancos, tudo aquilo parecia ter ares de irrealidade. Ao ser avisado de que a vítima tinha sido esquartejada, mas que não havia qualquer sinal de sangue, Hunter teve a sensação de que não estava naquele lugar, que não estava vivendo aquilo. Ao cair em si, teve medo e até pensou em pedir para voltar outro dia. Mas ele seguiu em frente....
Quando o lençol que cobria a cabeça decepada foi removido e Hunter viu o rosto de Maria, ficou tão imóvel e sem expressão quanto o cadáver. O rosto da mulher carregava uma expressão cheia de medo e terror, apesar de ter os olhos fechados. A cena era horrível demais, porém apesar de tudo, de forma muito estranha e suspeita ele não chorava e, como havia reconhecido como sua mulher, os policiais que estavam no local estavam se olhando. Tudo estava parecendo muito suspeito.
Todo o corpo havia sido retalhado e dividido em vários pedaços, desde o dorso, os membros, as pernas e a cabeça. Um verdadeiro trabalho de um açougueiro sanguinário.
- cenas chocantes:
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Hunter então conseguiu forças, apesar do grande choque, para avisar a família da esposa. Acabou finalmente chorando após uma conversa com os sogros.
No banheiro, ele resolve ligar para Clairy. A ruiva ficou chocada com aquela ligação, que chegou a ficar alguns minutos em silêncio no telefone. Seu sonho havia acontecido mais rápido do que ela havia imaginado e pela ligação ela sabia que precisava estar ao lado de Hunter, mas não apenas pelo que ele havia dito sobre os policiais, mas também porque seu coração precisava de apoio e carinho.
- Eu... eu... estou indo aí imediatamente....Em menos de 15 minutos Clairy chegava no local. Ela havia conseguido uma carona as pressas para ir alí com um conhecido, tudo por causa do Hunter. Ela entrou na delegacia e correu pelos corredores procurando o seu homem. Quando o encontrou em uma salinha em separado, depois de pedir informações algumas vezes, o abraçou fortemente, mas não o beijou. Sabia que naquele momento um abraço seria o suficiente, pois qualquer outra coisa levantaria suspeitas demais.
Em uma saleta ao lado do escritório do delegado, Hunter sentia que a perplexidade e a tristeza já se misturavam com raiva, remorso e uma torrente de dúvidas. Haveria uma ligação entre o assassinato e o sequestro? A falta de sangue, nos dois casos, indicavam que sim! Ela saiu para a rua ou foi sequestrada dentro do apartamento? Se saiu sozinha, por que foi? Será que acordou no meio da noite, se desesperou ao ver que Hunter não estava ali, e saiu do apartamento para andar pela rua a esmo, tresloucada? No estado emocional em que ela andava, isso não parecia nada impossível. A única certeza que Hunter tinha era que nada teria acontecido se ele estivesse em casa. A culpa era dele!
- Estou aqui... fique tranquilo... não se culpe... isso aconteceria independente de você estar com ela ou não... lembra que você já não passava as noites em casa há tempos? - Disse ela em um tom de voz baixo.
Clairy acariciava o cabelos de Hunter para tentar acalma-lo. Será que ela deveria abrir o coração e lhe contar algumas coisas? talvez ainda não fosse o momento ideal para isso.
Os policiais os chamaram para prestar depoimento perante aquela situação. Eles foram levados a uma sala onde haviam também investigadores e alguns estranhos no local. Quando algumas pessoas que estavam presentes naquela sala a viram, ficaram um pouco assustadas, pois a reconheceram não em sua complexidade mas a reconheceram.
- Podem se sentar- disse um dos investigadores.
- Clarissa Fray. Você é Clarissa Fray!? - perguntou um investigador para ela, ignorando Hunter um pouco.
- O que uma bruxa conhecida como você tem a ver com esse homem suspeito de homicídio? - Eu estava com ele na noite em que tudo aconteceu e não sabia que a polícia acreditava em receitas de remédio caseiras como bruxaria... por acaso está precisando de alguma mistura dessas policial? - respondeu ela desconversando aquele titulo que havia recebido e ainda tirando sarro.
- Não senhorita. Se atenha às minhas perguntas.- Lhe asseguro que se ouviu coisas ao meu respeito com o detetive Jace, asseguro que antes de me acusar ou à este homem aqui, investigue primeiro. Estávamos juntos a noite e antes que o senhor prossiga com mais alguma pergunta, precisarei chamar nossos advogados... não iremos responder mais nada...Os policiais e os investigadores não gostaram nada do tom daquela garota, mas foi o essencial para que eles parassem com toda a bagunça que estavam começando a fazer, ainda mais porque sabiam, pela boca de Jace que não era para ninguém mexer com aquela mulher. Se haviam sido alertados por um dos melhores detetives e quase tenente daquela delegacia, precisavam ouvir, mas iriam questiona-lo sobre o assunto no período da noite.
- Vocês estão liberados. Vamos esclarecer umas coisas com o detetive Jace e entraremos em contato. Sugerimos que não saiam da cidade até que tudo esteja terminado.Clairy então pegou Hunter e saiu daquele lugar terrível.
Hunter jamais iria dizer que Clairy tinha tantas habilidades como aquelas de silenciar a polícia em questão de poucos minutos e com poucos argumentos. Era realmente uma pena que ele não sabia muito sobre essa grande habilidade dela e sobre quem aquela garota era na realidade. Talvez sabendo de tudo aquilo, a garota tivesse ainda mais mais utilidades para ele, principalmente na parte empresarial...
Já do lado de fora, ela pegou as chaves do carro de Hunter, o fez entrar no banco do passageiro e ela foi para o banco do motorista. Do jeito que ele estava, não era seguro dirigir, então ela o levaria para casa. Hunter precisava tomar um banho e descansar um pouco a cabeça depois do que aconteceu.
Ela perguntou a ele qual o seu endereço e então dirigiu ao local. Por mais que não estava acostumada a dirigir carros, pois preferia a própria moto, ela sabia conduzir. Mais devagar do que era esperado, ela conduziu aquele carro para o prédio onde Hunter morava.
Normalmente Hunter levaria 10 minutos para chegar no local mas Clairy e a falta de pratica fez com que chegassem em 20 minutos. O porteiro estranhou muito a mulher no volante daquele carro, ainda mais porque há algumas horas antes ele havia saído do local acompanhado por dois policiais. Era tudo muito estranho para ele, mas não era pago para fazer perguntas...
O que seria de ambos agora?O que Hunter faria?