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O
s dias foram passando com dificuldade para Hunter, que lutou e relutou várias vezes em ligar para Clairy e se resumiu apenas a 2 mensagens, mas para a bruxa também não foi nada fácil. Era meio óbvio que cada pessoa diferia certas informações de formas diferentes mas a reação de Hunter foi bem desagradável para ela.
Quando voltou aquele dia para sua casa, a avó estranhou muito o comportamento da jovem, mas não se metia em seus assuntos, pois o Alzheimer não lhe permitia ser tão presente assim em seus conselhos. Muitas vezes passar mais tempo ausente de tudo em demência seria bem recomendado. Por sorte que aquela senhora era muito bem cuidada por uma empregada da casa e também por Alison, amiga e confidente de Clairy e bruxa do clã também.
Depois daquele dia, ir para o trabalho na Segunda não foi nada animador, mas tinha muitas obrigações tanto do clã como de seu trabalho para lhe distraírem. Como trabalhava com recuperação de peças de arte, haviam quadros e esculturas que deveria cuidar. Na parte da tarde já tinha sido convidada para almoçar com a amiga e aproveitaria o momento para desabafar sobre o ocorrido. Precisava de uma segunda opinião sobre tudo o que aconteceu.
Chegou a contar tudo para Alison e a amiga não pareceu muito contente, afinal era normal aquele tipo de reações em humanos. Não entendiam o sobrenatural e tinham medo de tudo no geral. Clairy sentia que Hunter era diferente mas sua amiga tinha certa razão com os comentários.
Durante a tarde ela recebeu uma mensagem de Hunter mas infelizmente ainda não se sentia preparada para responder, pois sabia que ele precisava de espaço para poder pensar sobre o assunto, digerir os fatos e talvez então conseguisse entender algo e talvez aceitar. Era melhor então deixar quieto e por mais que doesse e quisesse responder, ficou em silêncio. Não conseguia deixar de pensar naquele homem e a cena da reação dele ficava se repetindo na sua cabeça. Será que ela teria que fazê-lo se esquecer completamente dela?
A noite não foi nada fácil, tanto que a jovem precisou lançar um feitiço de sono por algumas horas para que pudesse conseguir descansar ao invés de ficar fazendo várias conjecturas.
No dia seguinte seguiu para seu trabalho e a terça-feira também não foi lá muito fácil. Era confortante lembrar que na mensagem de Hunter ele dizia não estar zangado mas também estava claro que não sabia lidar com aquilo tudo é isso partia seu coração. Naquele segundo dia seu corpo começava a sentir falta do dele e da rotina que já haviam estabelecido um com o outro.
A quarta-feira chegou e não foi nada boa também. Teve uma reunião com Alec e Jace sobre o incidente no house e aguentar Jace fazendo comentários com duplo sentido sobre a notável infelicidade dela era irritante, apesar de ele ter razão de Clairy estar infeliz naquele momento. Tentou persuadi-la a retomarem o relacionamento mas vampiros e bruxos não eram definitivamente uma boa combinação e o coração dela pertencia a outro. Algum dia Jace tinha que aceitar o fim de tudo para o próprio bem.
Mesmo sem ter perguntado nada, haviam informações naquela reunião que poderiam ser úteis para ajudar Hunter na sua eterna busca sobre a esposa. Não sabia quando iria falar com ele de novo e nem se iria tão cedo no ritmo que as coisas andavam, mas iria investigar. Um tal de Romanov que negociava quadros com pinturas locais foi acusado de agressão por uma pintora a qual mantinha um relacionamento. Talvez pudesse ser tudo uma grande coincidência ou talvez não, mas iria investigar.
Quando chegou a quinta-feira, a jovem não aguentou e chorou profundamente pois parecia que agora seu cérebro começava a processar a informação como se fosse mesmo o fim. Talvez a ficha tivesse finalmente caído. Não conseguiu sair de casa para ir trabalhar e passou o dia na cama entre choro e alguns potes de sorvetes e chocolate. Não faria nada mais naquele dia pois quanto mais os dias passavam, mais sentia que o fim dos dois havia chegado, que nada que pudesse tentar fazer concertar ia tudo. Talvez apagar sua presença da memória de Hunter fosse algo a se pensar em fazer, mas ainda era um talvez.
Na sexta, no trabalho, Clairy entrou com um pedido urgente de férias por questões de saúde. Inventou que a avó estava piorado e que os problemas de saúde da família precisavam de sua atenção. O chefe estranhou muito mas não conseguia seguiu negar. Ela pretendia se afastar um pouco de tudo e até sair da cidade para resolver seus problemas, mas quando saiu do serviço na hora do almoço, leu a mensagem de Hunter e seu rosto se encheu de esperanças, mas então veio a realidade de que poderia não ser nada daquilo. O que importava era que finalmente ele queria conversar e talvez estivesse preparado para isso.
“Me encontre naquele bar onde nos conhecemos antes às 8...” – se limitou ela em responder com uma curta mensagem. Agora era tudo uma questão de resolver algumas coisas no clã e em casa para que então pudesse se ausentar por algum tempo. Provavelmente aquilo ajudaria bastante já que a única coisa que imaginava que aconteceria naquela noite seria o término daquele relacionamento.
Meia hora antes do combinado ela chegou ao local mas diferente de antes ela usava um jeans meio rasgado e uma longa camiseta. Os cabelos estavam desgrenhados com o uso do capacete da motocicleta. Ela deixou o capacete sob um canto do balcão e pediu algo para beber para lhe ajudar a criar coragem para tal conversa. Agora era tudo uma questão de esperar e de ter tal conversa... O que quer que seja o resultado de tudo isso...