- Que nada, Helena. Só deixa as coisas rolarem. - Respondi Helena. No entanto, fiz um gesto de mão pedindo para que ela aguardasse um momento.

Enquanto ela voltava sua atenção para Aisha, segui até a minha bolsa para busca meu caderno e uma caneta. Rapidamente retornava e lhe entregava um bilhete.

Bilhete:

Encarei Helena dando de ombros. Me sentia boba, - mais porque era algo que devia ter feito usando o celular e não uma folha de papel - mas ainda haviam muitas perguntas em minha mente que não haviam sido respondidas. Apesar que não esperava depois de tal hostilidade que eles nós respondessem de bom grado. Ainda levarias um bom tempo até ter a confiança de todos.

Por fim, prossegui respondendo a pergunta de Helena.

- Desde a morte de minha mãe, papai se tornou muito protetor. Então, eu vi a oportunidade de tirar umas ferias de toda aquela proteção. - Abro um largo sorriso convencido. - E olhe para mim, amiga. Quem melhor do que eu para resolver esse problema? Os Andarilhos não tiveram duvida em que enviar para cá. - Logo o sorriso convencido toma um tom embaraçado. - O fato de eu falar português também influenciou um pouco na escolha.

Diante do ultimo comentário de Helena apenas digo em tom mais baixo.

- Estou mais curiosa em fazer amizade com os gatinhos. - Então disfarço como se não houvesse dito nada.

Assentia com a cabeça ao ouvir as ideias de Helena. E por alguns instantes me perdi em meus pensamentos até mais uma vez Helena se dirigir a mim.

- Relaxa, gata. A diversão em poder ir a cidade e fazer compras, não tem preço. - Dou uma piscadela para ela.

Ao ver Mariele ser questionada, voltei minha atenção a ela. Não sabia se ela realmente iria querer se envolver. Porém, acreditava que ela poderia ser uma peça bem importante com relação a política da cidade.

O bocejo também indicava que meu corpo pedia por descanso. Quase no mesmo momento que Helena se manifestou. Olhei para ela de soslaio e esbocei um sorriso matreiro.

- Mal nos conhecemos e você já que nos levar para cama. Sabia que você estava escondendo algo, safadinha. - Levanto-me pronta para ir para o quarto e dou uma rápida olhada para Alec. - Por favor, Alec. Não vá espiar as garotas brincando. - Logo em seguida entrelaço meus braços nos braços de Aisha e Helena. - Vocês viram o tamanho da cama. Acho que cabemos todas. Principalmente Aisha que é compacta e poderia até mesmo dormir em uma das gavetas. - Puxo elas para o quarto. - Deixei meu note no quarto. Podemos aproveitar e pesquisar o perfil dos parentes que Rudá nos passou. Será que tem algum parente bonitão perdido por lá?

No quarto pego o note nas minhas coisas e sento-me bem no meio da cama. Caso, Aisha e Helena já estejam deitadas, deito-me entre elas. Do contrario, olho para elas e dou tapinhas ao meu lado indicando para elas irem se deitar.

Fui a primeira a acorda com ambas beldades sobre mim. Contudo, mantive-me ali em silencio para não acordá-las. Felizmente, fora apenas alguns poucos minutos até o despertador estridente soar fazendo toda a casa acordar.

- Eu sei que sou irresistível. Vocês não precisam de toda essa sutileza só pra dormirem abraçadinhas comigo. Bastava terem pedido. - Me sento na cama espreguiçando. - Acho melhor incluir uma cama nas compras. Nem sei como consegui dormir bem. - Olho para Aisha e Helena. - Deve ter sido a companhia. - E levanto-me rindo.

Desci as escadas rapidamente a procura do despertador. Não foi difícil encontra-lo sobre a geladeira. O que trazia duas questões. O quão difícil era para os moradores anteriores acordarem para ter que deixar o relógio sobre a geladeira. E como a Mariele não chegou aqui primeiro.

Uma passada rápida de olhos e notei uma folha sobre a mesa. Após lê-la, segui até a escada e gritei:

- MENINAS, DESÇAM AQUI! TENHO NOTICIAS!! - Encarei Mariele por alguns segundos.

Enquanto as garotas não desciam criei coragem torcendo para Mariele não ter acordado de mau humor.

- Bom dia, Mariele. - Sorrio timidamente. - Que tal comprarmos algumas beliches e fazermos do quarto o covil das garotas? Deve ter sido difícil ter dormido aí. Era para você ter subido conosco. - Olho para o bilhete em minha mão e completo. - Talvez um sofá-cama no lugar desse aí. Aí já facilita para o Alec também.

Assim que todas estivesse juntas eu apenas levantaria o bilhete mostrando a elas e entregando para quem quiser ler.

- Alec foi dar uma volta com Shabazz e Fúria-da-Deusa. - Dou de ombros sem ter muito o que fazer. - Alguém quer chá?

Deixo o bangalô com um chá em uma mão e o celular na outra, respondendo Tech. A ideia era tomar meu chá e apreciar o dia lá fora.

Chat com Technomancer:

Mas assim que tirei os olhos da tela, deparei-me com os olhares curiosos de um visitante inesperado.

- Olá. - Acenei para a onça. - Gostaria de tomar chá? Você é um dos balans que tanto falam? - Aproximei-me vagarosamente esperando por uma resposta. Só esperava que não fosse mesmo uma onça ou eu estaria em apuros.

A principio não entendi as palavras de Helena. Eu jurava que a onça era um dos balans curiosos que estavam apenas verificando os novos moradores do bangalô.

Porém, o mais estranho foi a atitude de Aisha. Ficando de quatro e se alongando emular a onça. Não pude evitar em abrir um largo sorriso e cutucar Helena apontando para a japa.

- Se você me acha doida ao oferecer chá para a onça, o que não vai achar da Aisha que acha que ela tá no cio. - Completei antes de cair no riso.

Cometi o ato errôneo de negligenciar uma ameaça. Só voltei minha atenção para a onça quando estremeci diante seu rugido. A espera dela só avançando quando todas estávamos fora da casa só faziam-me crer que realmente se tratava de um balam. Uma onça comum não se daria o trabalho diante de investir de frente contra um grupo.

- Boa hora para o senhor Alec deixar um grupo de donzelas indefesas a mercê de um predador. - Disse ao encarar minha caneca de chá e logo voltar meus olhos a onça que avançava em nossa direção.