Fauzi - Hades

A meia-drow devolve o beijo roubado dado por Fauzi na mesma intensidade, sem esboçar resistência, como se já estivesse aguardando por aquilo. Alias, parecia já tomar a iniciativa, o munir sentindo na pele como as drows rabiahnas atuavam em seus relacionamentos. Quando percebeu, já estava na cama com Karen por cima dele. Ela tinha a caixinha nas mãos, e antes de continuar o que estavam fazendo, ela a abre. Tinha dentro um belo anel prateado com o formato de uma aranha.    



- Quero que aceite meu presente. É um anel muito famoso em nossa cultura – diz, segurando a mão de Fauzi para já colocar o anel em seu dedo anular.

Fauzi hesita por um momento quando a meia-drow prossegue para colocar o anel no dedo dele. Sua razão diz para que ele não faça aquilo, que poderia ser uma armadilha, mas a paixão faz com que se entregue e aceita o presente dela, enquanto sob e fica sentado, beijando seus lábios e acariciando suas costas e seus cabelos. Em seguida ele leva as mãos até a cintura dela e a ergue fazendo com que seus corpos se encaixem enquanto continua a beijá-la. Queria perguntar qual significado daquele anel, mas estava excitado demais para tal.

Karen sorri um sorriso de triunfo ao ver que Fauzi tinha aceitado seu anel, beijando com uma intensidade maior e mordiscando seu lábio a ponto de doer levemente. Ela então para e se ergue novamente, sua cintura bem encaixada com o do munir, sentindo o estado de paixão dele, o calor de sua virilha quase a incendiando.

Vagarosamente ela abaixa as alças do top, revelando seus belos seios, que embora não tivesse a generosidade das humanas, tinham um formato perfeito, bem empinados.
- Agora voce é meu, só meu... E saiba que o que é meu, eu defendo com unhas e dentes – diz com uma voz rouca, com brilho nos olhos. Ela mostra os dentes, e novamente se joga contra o guerreiro, beijando sua nuca e pressionando seu corpo contra o dele.

A meia-drow sobe e passa a língua levemente no lóbulo da orelha de Fauzi.
- Que se dane a minha mãe... Eu escolho quem eu quero para ser meu m’randii... – murmura, como se falasse para si mesma.

Fauzi sente a paixão consumindo todo seu corpo e segura os seios perfeitos de Karen, acariciando-os e em seguida lambendo e mordiscando o mamilo dela enquanto sente a língua dela passar por sua orelha. O jovem guerreiro excitado arranca a roupa íntima de meia drow, abaixa suas calças e encaixa nela. Ele não fazia ideia do que era esse tal m`randii e nem faria questão de perguntar aquilo naquele momento.

Após o ato ele fica abraçando com a drow, com os dedos entrelaçados com o dela e sentido o corpo macio dela próximo ao seu.
- O que é um M'randii?

Ele pergunta enquanto olha para o anel no dedo dele e mão dela junto da sua.

Karen já tinha apreciado o sexo do dia anterior com Fauzi, mas parecia que desta vez estava ainda mais gostoso. Ele era muito diferente dos drow de Rabiah, que pareciam estar mortos na cama, como se todo o trabalho de transar ficasse por conta dela. O guerreiro era forte e tinha iniciativa, e parecia as vezes querer brigar com ela para ver quem ficava por cima durante o coito. Era algo bem diferente, muito bom.

Ao final, ao invés de se levantar, se vestir e ir embora, como já tinha feito tantas outras vezes com seus amantes, ficou ao lado de seu M’randii, os dedos cruzados, a cabeça dele apoiada em seus seios. Karen sentia uma sensação estranha com esse homem. “Meu ponto fraco...”, pensou preocupada.

- O que é um M'randii?

“O que? Falei em voz alta?”, pensou, um pouco abalada. Felizmente o munir não estava olhando para o rosto dela naquele momento. A meia drow hesita um pouco antes de falar.

- Bem... Com o anel em seu dedo, você é meu M’randii, ou consorte, na língua comum. Voce que ira cuidar dos nossos filhos, cozinhar e cuidar da casa, e quando eu retornar para casa depois de um árduo dia, iremos transar ate o dia amanhecer.

Karen leva a mão com o anel na boca e da um leve beijo.

- Eu te escolhi. E agora você é meu.

Fauzi olha para cima, para o rosto de Karen, sério e então abre um sorriso e começa a rir.
- hahaha nossa... Ai minha barriga tá doendo... Desculpe... Bom, eu não sou muito bom com trabalho doméstico e tudo o mais. Mas não estamos em Rabiah e nem eu faço mais parte daquela cultura e sociedade... Se quer que seja, seu companheiro, eu serei, mas devemos seguir esquecer essas relações pré estabelecidas... Eu serei seu e você será minha, e seremos um...Nada de M'randii... Só Fauzi e Karen...

O munir beija os lábios macios de Karen enquanto pressiona o corpo dela contra o seu, sentindo os seios dela roçar no seu peito.
- E por que você disse, que se dane sua mãe? Quem é ela?

Karen observa com os olhos semi-cerrados e os lábios em formato de bico enquanto Fauzi ri de sua explicação. Sua sobrancelha treme levemente, mostrando que controlava uma fúria assassina.

- Tem sorte por ter sido escolhido, pois meu desejo agora é enfiar uma adaga em seu peito para pagar pelo seu insulto – diz, cutucando com a ponta do dedo doloridamente onde a adaga entraria. Ela então beija o peito forte do munir e se aconchega nele. – Porém vou relevar, dado que nossa diferença cultural é grande, e voce ainda tem muito o que aprender comigo.

Fauzi podia sentir que o contato próximo entre os dois já estava aquecendo a sua companheira para um próximo embate físico, suas coxas negras como ébano torneadas se esfregando para cima e para baixo no ventre do exilado. Porém a menção a mãe de Karen faz a meia-drow gelar. Ela se recolhe como se estivesse num casulo e vira para o outro lado. Sem se virar, ela diz:

- Disse isso em voz alta? Nem percebi.

Ela se volta para Fauzi e apoia uma das mãos em sua cabeleira prateada desgrenhada. Karen fecha os olhos por alguns instantes, suspira e começa:

- Minha mãe é da alta nobreza, e o fato de ter desposado um humano não foi visto com bons olhos. Sempre me consideraram uma aberração, mas por algum motivo minha mãe sempre me protegeu. Talvez ela tenha gostado do meu pai, não sei direito...

A meia-drow passeia com os dedos sobre o braço forte do munir, brincando com o contorno dos músculos.

- Enfim, isso não impediu dela ser uma megera, uma megera que cobrava demais de mim, para que eu mostrasse com minhas habilidades que poderia ser superior a um puro-sangue. E tinha planos de me desposar com um M’randii de uma outra casa, selando acordos políticos e comerciais. E por isso que se dane minha mãe.

Repentinamente ela pega no pulso de Fauzi, apertando forte e o encarando.

- Já falei demais de mim. Quero agora a sua verdade! – diz em tom de comando.

Fauzi ouve as ameaças de Karen e isso faz com que fique preocupado. No que ele estava se metendo? Sabia que uma drow bem que cumpriria aquelas ameaças, não importando se fossem amantes. Todavia, seus devaneios são interrompidos quando ela fala sobre ter se desposado com um humano, ela estava dizendo que era casada? Ou que tinha casado? Ele não estava compreendendo mais nada...
- Como assim? Você é casada? Ou foi? O que houve?

Antes que recebesse uma resposta ela segura seu punho com força e novamente o ameaça. Ele olha pra o punho e para os olhos dela e em seguida o puxa.
- Se sua mãe se decepcionou com seu último casamento, imagino como ficaria desapontada comigo... Eu sou um fugitivo... Um criminoso das terras de Rabiah... Por isso estou aqui, do outro lado do mundo... Aparentemente, somos dois páreas...

Ele evita citar sobre o que estava fugindo e que crime havia cometido. Se perguntado ele diria que o crime dele era "ser diferente".

- Como assim? Você é casada? Ou foi? O que houve?

Karen cerra o sobrecenho sem entender nada. Ela da dois tapinhas fracos na bochecha de Fauzi.

- Não Fauzi, não eu, minha mãe que se casou com um humano, eu sou meia-drow. Sempre fui considerada menos que as outras por este fato. Sempre tive que me esforçar mais que as outras para provar que era capaz. Mesmo sendo da alta nobreza, este é o preço a se pagar por ser uma mestiça – diz Karen, revelando um pouco de sua fragilidade com suas palavras

- Se sua mãe se decepcionou com seu último casamento, imagino como ficaria desapontada comigo... Eu sou um fugitivo... Um criminoso das terras de Rabiah... Por isso estou aqui, do outro lado do mundo... Aparentemente, somos dois páreas...

A clériga de Shadowlady observa a maneira como Fauzi diz essas palavras. Ela da um sorriso safado e monta sobre Fauzi.

- Somos dois a provar para o mundo o valor que nós temos. E eu nunca me casaria em Rabiah, pois não aguento homens fracos! Preciso de um homem que seja meu igual, que não se intimide comigo, fugindo como uma barata corre para se esconder debaixo da cama.

Com as cinturas coladas, ela vai ate a orelha do munir e cochicha.

- E que consiga me aguentar a noite inteira, pois eu não sou fácil de satisfazer...

Porém neste momento a porta se abre. Era Bia.

Ela ia falar algo, mas se detem ao ver a cena dos dois na cama. A ladina nada diz, e se limita a fechar a porta.

Fauzi sorri quando Karen diz que não era fácil de satisfazer e segura a cintura dela com força, movendo o corpo dela para cima e para baixo sobre ele.
- Nem eu...

Após dizes essas palavras Bia entra no quarto. O olhar dele cruza com o dela enquanto Karen rebola sobre ele. O munir sente-se sem graça por aquela situação, mas estava tão bom que não consegue parar. Gostaria de ir atrás de Bia para conversar com ela, mas os movimentos que Karen fazia o deixava preso sob ela.

Fauzi fica a noite inteira com Karen e no dia seguinte encontraria com o grupo no desjejum no andar de baixo.

Bia sobe pelas escadas da estalagem, animada com sua própria coragem em convidar Fauzi para sair. Afinal de contas, aquela drow não estava por ali para atrapalhar, e fazia muito tempo que a ladina queria dizer o quanto gostava dele... Talvez não assim de primeira, num momento mais apropriado, quem sabe...

De tão despreocupada que estava, esquece de bater na porta e já abre o trinco.

E ve a drow na cama, nua, por cima de Fauzi.

Ela olha para os olhos do munir, que se sente envergonhado por aquela situação, com aquela maldita elfa negra que continuava a fazer aquela movimentação obscena por cima dele, sem se importar com nada. A expressão de prazer no rosto de Fauzi já dizia tudo.

Bia da dois passos para tras, puxando a porta pelo trinco e fechando sem bater.

Olhando para o chão e andando como se fosse uma zumbi, Bia vai para seu quarto, se apoiando pelas paredes.

**

Karen, acomodada sobre a cintura de Fauzi e segurando-o nos ombros, acompanha os movimentos de vai-e-vem forçados pelos punhos fortes do munir. Ela morde os lábios de tesão, e continua ritmicamente, mesmo quando percebe que alguém tinha aberto a porta.

A meia-drow não se vira para ver quem era, apenas faz o seu balanço, olhando para o rosto de seu amante. Ele estava sem graça, então não era um inimigo. Poderia ser a camareira, ou Cray, ou Bia... Que importava? Poderia ate ficar para assistir, Karen não se importava, pois seu macho, seu M’randii, estava ali, e aquela porra estava boa demais para parar... Meu M’randii... Hmm...

**

No dia seguinte, os dois se vestem e saem do quarto. Fauzi desce as escadas para o desjejum, acompanhado de Karen, que vinha logo atrás. Sentados a uma mesa em um canto do salão estão Cray Jr e Bia. O rapaz esta visivelmente constrangido, enquanto a garota esta com uma cara tão emburrada que seria capaz de transformar alguém em pedra somente com um olhar. Quando Fauzi e Karen se sentam, Bia volta seu olhar para um ponto oposto, enquanto Cray Jr esta com as mãos cruzadas e remexendo os polegares.

O mago respira fundo e fecha os olhos, acumulando força para dizer algo de que ele não gostaria de dizer.

- Bia e eu vamos deixar o grupo, Fauzi – diz Cray de forma rápida e direta.

Fauzi olha para o mago após as palavras que foram jogadas para ele e depois para Bia.
- Mas por quê? Algum problema? Nós ainda temos uma missão a cumprir, vão simplesmente abandoná-la e a recompensa?

Ele olha para Bia novamente e diz:
- Você está bem, Bia?

Cray Jr passa a mão pelos cabelos, deixando-os desgrenhados. Certamente lhe custava muito sair do grupo, mas sua lealdade estava com sua irmã de criação em primeiro lugar.

- É a decisão de Bia, e meu dever como irmão é estar ao lado dela. Tente convence-la do contrario, pois eu já me cansei de falar com ela...

Bia volta seu olhar para Fauzi, mas seus olhos não tinham a mesma jovialidade e alegria de sempre. Alguma coisa havia mudado, agora existia um distanciamento, como se aquela menina sapeca e espevitada que o munir tinha encontrado tivesse se perdido para sempre.

- Estou bem, Fauzi, e estou certa da minha decisão de abandonar o grupo. Não posso continuar com pessoas que eu não confio, e que mudam de jeito de uma hora para outra. Eu não te reconheço mais, e voce virou joguete dessa drow ai! – diz a ladina, apontando com o dedo para Karen. A cleriga nem faz menção em se defender das palavras duras, apenas limitando-se a observar.

Bia volta sua atenção novamente para Fauzi.

- Minha condição para ficar é Karen ir embora! Vai ter que escolher, ou eu ou ela!

Fauzi balança a cabeça negativamente com o ciúmes e infantilidade de Bia. Ele suspira fundo e diz:
- Bom Bia, eu gostaria que você ficasse, mas se você acredita que o correto é você ir... A Karen não fez nada para você e você continua a atacá-la repetidamente. Eu não vou aceitar que você a expulse por motivos injustos...

O munir se levanta e aperta a mão de Cray Jr.
- Foi um prazer conhecê-lo Cray, cuide bem da sua irmã... Ela é uma pessoa muito especial...

Ele olha para Bia esperando pela reação dela e depois daria uma adeus triste a mesma.

- Foi um prazer conhecê-lo Cray, cuide bem da sua irmã... Ela é uma pessoa muito especial...

Aquela não era a resposta que Bia esperava ouvir, havia ficado bem claro em sua expressão facial. Seus olhos se arregalaram, e depois se cerraram, acompanhadas de seus sobrecenhos. Lançou um olhar fulminante para Fauzi, levantou-se e saiu sem se despedir.

Para Cray restou apenas lamentar aquela situação.

- O prazer foi todo meu Fauzi, no pouco tempo que passamos juntos, vi que se trata de uma pessoa honrada e equilibrada. Uma pena que minha irmã não tenha entendido que não se pode forçar ninguém a gostar de alguém... Saúde e paz, amigo!

O mago faz uma mesura para Karen e então sai em busca da irmã de criação.

A meia-drow fica em silencio, observando o munir. Depois de alguns minutos, ela fala:

- Você conhecia Bia há muito mais tempo do que eu, e vocês dois pareciam ter um vinculo como o que um irmão tem como uma irmã. Ela gosta muito de você, Fauzi, é visível. Na nossa terra, drows e humanos se odeiam, e preferem esfaquear o outro pelas costas, temendo que sejam esfaqueados primeiro. O que é até compreensível, dada a reputação da minha raça. Como confiar um nos outros?

Karen então põe sua mão sobre a mão de Fauzi, um gesto incomum entre os drows. Ela se debruça na mesa e o olha nos olhos. As finas linhas que formavam suas sobrancelhas brancas não estavam cerradas, mas antes demonstravam algo como uma falta de entendimento, de dúvida.

- Por que voce me escolheu, M’randii? Foi por que voce achou que era injusto, ou existe algo mais? Diga a verdade.

Fauzi lança um olhar de tristeza para Bia, pela situação ter chegado aquele ponto e fica olhado enquanto ela parte. Esperava que algum dia ela visse que o que fazia era algo infantil.
Após as palavras de Cray Jr o munir diz o mesmo sobre ele. Que o mago era uma boa pessoa e esperava algum dia cruzar com ele novamente para que pudessem se aventurar juntos.
Quando ambos partem Karen o questiona sobre seus motivos de tê-la escolhido. Ele olha de forma fixa nos olhos amendoados da meia-drow e diz:
- Você tem razão... Bia é como uma irmã para mim e eu a conheço a mais tempo que você... Mas ela agiu de forma infantil... Eu não queria ter que escolher entre vocês... Eu gosto dela, mas não é por isso que vou destratar ou ser injusto com quem ela tem birra, sem motivação alguma...

Ele coloca a mão sobre a de Karem e diz:
- Eu nunca cometeria uma injustiça... Você não merecia o que ela queria que eu fizesse... Eu não vou julgar você pela suas raça ou pelos seus antepassados... Vou julgar você pelo que você é...

Apesar de tudo pelo que passou, Fauzi ainda era jovem e a meia-drow tinha sido a sua primeira mulher na cama. Estava fascinado por ela, pelo seu corpo, sua inteligência, sua serenidade, seus lábios, seu toque. Estava dividido... Sua razão dizia para não podia confiar em uma da raça dela, mas seu coração dizia para se abrir e aceitá-la. Ele hesita por um momento e diz:
- E eu... eu... ... Eu tenho algo a te contar...

Seguindo o que seu coração manda, Fauzi conta toda sua história para Karem. Quem era, o que aconteceu com seu povo, omitindo a pessoa que lhe ajudou a escapar de lá.
- Acho que era isso que você queria... Que não tivéssemos segredos um com o outro...

A meia-drow ouve a historia contada por Fauzi com muita atenção, interrompendo-o em algumas partes para obter mais informações, mas no geral sempre acenando com a cabeça, para mostrar que acompanhava a tudo com interesse.

- Acho que era isso que você queria... Que não tivéssemos segredos um com o outro...

Karen acena novamente com a cabeça, lentamente, pensativa. Ela estava com as mãos trançadas sobre a mesa, e mirava fixa, cruzando seu olhar com o do munir. Permanece assim por alguns instantes, até dizer:

- Você é um tolo, por me contar seu segredo. Assim como eu também sou, por contar o meu...

A drow pede uma taça de vinho caro, e após bebericar um pouco, ela começa:

- Sou uma agente de Rabiah, e sirvo a rainha. Você bem sabe que os munires tem poderes especiais, diferentes dos arcanos e divinos, e até mesmo dos azuis de Darkover, em certos aspectos. Por isto são tão valiosos, e devem ser mantidos em total controle. Porém havia rumores de que um havia escapado...

Karen oferece a taça para Fauzi, e continua:

- Minhas ordens eram para traze-lo de volta, vivo ou morto. E minhas investigações me levaram a você, Fauzi. Só tinha que ter certeza que era realmente quem estava procurando...Mas... Acho que acabei me envolvendo demais...

A cleriga neste momento segura forte na mão do guerreiro. Sua face, que normalmente era rígida e sem expressão, agora mostrava uma certa insegurança.

- Eu precisava saber que voce confiava em mim, para que eu pudesse largar tudo e ficar com voce, Fauzi. E quando voce me contou seu segredo, ao mesmo tempo que fiquei feliz em receber sua confiança, ao mesmo tempo fiquei desamparada, porque agora serei realmente de fato uma exilada. Voce me entende, M’randii?

Fauzi fica sem palavras com as revelações de Karen, achava que tinha sido um completo imbecil em revelar sua identidade para uma agente da rainha. Quando ela segura sua mão, sua intenção era recuar, mas ele hesita e fica mira os olhos amendoados da meia-drow. Será que ela estava falando a verdade ou será que só era um estratagema para reduzir sua desconfiança nela, acreditando que ela tinha largado o ofício para ficar com ele?

O jovem munir estava confuso com toda aquela situação, não sabia como agir e gostaria que seu avó estivesse com ele naquele momento, guiando seus passos. Até os amigos que confiava estavam longe e não seria difícil se Karen fosse uma agente da rainha e quisesse capturá-lo agora.

Ainda fitando os olhos dela, ele diz:
- Realmente sou um tolo... mas meu coração é seu... E eu sei o que você ser uma exilada... Por isso, vamos arrumar aliados de derrubar a rainha, eu e você, formar um novo governo... Um governo para o povo... Um governo que não seja tirano e que haja igualdade para todos... Um governo onde os meus não sejam escravos e sejam iguais e onde os mestiços, como você, sejam respeitado como iguais... Um governo onde reinaremos juntos...

- Realmente sou um tolo... mas meu coração é seu... E eu sei o que você ser uma exilada... Por isso, vamos arrumar aliados de derrubar a rainha, eu e você, formar um novo governo... Um governo para o povo... Um governo que não seja tirano e que haja igualdade para todos... Um governo onde os meus não sejam escravos e sejam iguais e onde os mestiços, como você, sejam respeitado como iguais... Um governo onde reinaremos juntos...

A drow mantem o olhar fixo nos olhos do munir, sem esmorecer, ouvindo cada palavra sem dizer nada. Ao final ela oferece um sorriso de canto de boca e com a palma da mão acaricia e depois da leves tapinhas na face do guerreiro psíquico.

- Somos dois tolos, que por sermos assim pudemos ficar juntos. Não é de todo mal cometer tolices de vez em quando, não acha? – diz, avançando por cima da mesa para dar um beijo nele, um beijo com o sabor do vinho caro que ela tinha pedido. Seus lábios eram macios, e ao se separarem dos de Fauzi deixaram um gostinho de quero mais. Ela volta a se sentar, permanecendo calada e pensativa. Ela tamborila a mesa com os dedos, e então diz – Tudo bem, estamos juntos: um exilado e uma mestiça. E por onde pretende começar? Desconfio que nosso caminho será longo e árduo, mas minha deusa Shadowlady ficara muito feliz em receber as almas daqueles que ousarem nos impedir.

A chegada da munir Aaliya interrompe o momento partilhado entre Fauzi e Karen. A rebelde olha desconfiada para a meia-drow, que devolve com sua frieza habitual.

- A mercenária é confiável? – pergunta Aaliya, que se senta à mesa - Preciso dar continuidade as minhas pesquisas com os cristais psíquicos. Pensei sobre o assunto, e poderíamos aproveitar seu contato com a governadora para termos acesso aos subterrâneos de Kardunia. É um risco que teremos que correr...

Fauzi responde aos beijos da meia-drow de forma a deliciar-se nos lábios carnudos dela e então quando ela volta ao lugar dela, ele sorri.
- Sim, uma das melhores tolices que cometi na minha vida... Quanto a onde começar, primeiro precisamos de aliados... Tenho um contato de Rabiah, que era a nossa missão, que talvez possa nos ajudar...

Após essas palavras Aaliya aparece a mesa e o guerreiro pede que ela sente-se com eles.
- Sim, ela é confiável... Essa é Karen. Está conosco... Quanto a governadora, acho que o melhor a ser feito é irmos até ela e apresentarmos a nossa missão, pedindo autorização para tal... Ela já desconfia de você, então temos que acabar com essa desconfiança.

Caso todos concordassem, o guerreiro partiria com elas para uma audiência com a governadora.