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    Capítulo 1

    Luxi
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Luxi Qua Out 25, 2017 10:43 pm


    Hyemin só observou a situação com Hayoung se resolver. Por um momento tinha esquecido que a menina estava por ali, apesar de senti-la e isso fazer com que estivesse em um estado de espírito bem menos deplorável quando Yerin surgiu.  

    Prontamente emprestou seu álcool-gel. A bronca mais uma vez parecia valer para si. Não conseguiu encará-la, só assistindo às reações de Hayoung e definindo bem o tipo de pessoa que não queria ser, mas sem querer acabou naquela situação. Tinha medo. Será que a amiga tinha percebido toda sua fraqueza? Estava com imensa vergonha do que tinha feito agora. Poderia ter simplesmente ficado quieta e invisível, mas de repente estava com um ovo podre na mão e no momento seguinte a mesma mão estava suja.

    Definitivamente não queria ser disciplinada, embora tivesse certeza de que Yerin jamais faria algo assim com ela, achava que merecia. Talvez devesse ter levado aqueles restos de peixe na cara, por ter fraquejado naquele momento e agido de uma forma inexplicável.

    No dia seguinte teria mais, mas com as meninas que faltaram à brincadeira.  De alguma forma não estava com energia para pensar nisso. Teria que mostrar serviço e uma postura completamente nova, para não demonstrar o quanto estava abalada. Aliás, qual era seu problema? Por que exatamente estava com medo de fazer traquinagens com as novatas? Geralmente daria risada. Era como se tivesse participado do paredão também. Não entendia por que estava tão incomodada.

    Lançou um olhar de canto para Hayoung, mas não fez mais do que um aceno leve, seguindo a amiga. Quando estava começando a sentir-se mais leve, elas encontraram o grupinho de Jung Mi e a vergonha subiu de uma vez. Sabia que tinha feito algo errado e, aparentemente, eles também. Seu rosto empalideceu um pouco mais. Não gostava de ser pega fazendo bobagem e agora queria enterrar o rosto debaixo da grama de Wangjo. Seus olhos encontraram rapidamente o do rapaz, mas ela só fez uma reverência bem profunda, praticamente escondendo o rosto e acompanhou Yerin a passos rápidos.

    Como faria para explicar sua cena para as outras pessoas? Tinha medo do que eventualmente pensariam dela por causa daquilo. Não queria que ninguém assumisse nada a seu respeito em relação ao garoto. Na verdade, preferia que ninguém nunca os ligasse. Afinal, tinha acabado de quebrar a relação passada entre eles, mas para os outros tinha ficado aquela surpresa geral.

    Entrou no carro e ficou olhando para o amigo pela janela, parecendo apreensiva, declarando-se completamente culpada em sua reflexão. Mesmo assim, forçou um sorrisinho e deu de ombros, acenando.  

    Lá dentro suspirou profundamente. Agora estava livre? Não. Arregalou os olhos e virou assustada para a amiga inquisidora. Sentiu o estômago revirar de novo e o pavor de ser descoberta. Nem conseguia ser menos transparente e confirmava em sua reação tudo que ela desconfiava.

    Abriu a boca para se justificar, mas a amiga lhe contava o quanto confiava nela. Sentiu uma imensa culpa. Nem adiantava tentar mentir muito. Abaixou o rosto e concordou com a cabeça de leve, mas não teve coragem em falar mais nada. Estava sentindo-se a pior amiga do mundo, além de todos os outros sentimentos negativos pelo “aniversário” de Eunjoo. Falhava logo com Yerin, que sempre tinha sido tão protetora em todos os momentos. Ela estava chateada com razão.

    Ficou brincando com os dedos da mão e cabisbaixa pensando a respeito. Yerin já sabia de tudo. Tudo quanto? Será que já a achava patética e ridícula por ter uma reação tão forte por causa de um amigo de infância tão antigo e que nunca mais falou com ela? Fez uma careta, sentindo vontade de chorar de novo. Não poderia ser pior! A amiga odiava gente que chorava. Engoliu e respirou fundo. De repente não queria mais tê-la convidado para casa, mas sabia que seria tudo muito pior de enfrentar sozinha. Olhou para cima, nervosamente. Tinha muito medo de contar tudo e ser desprezada como Hayoung, porque não conseguia controlar seus sentimentos. Aquele garoto extraia dela seu pior lado, o mais fraco e idiota. Há muito anos não era mais assim. Pelo menos, não de forma explícita. Sempre tentava acompanhar Yerin.

    Queria pedir desculpas, mas isso era mais uma atitude de fraqueza que ela jamais poderia admitir na frente da outra. Estava naquela situação péssima na qual era impossível fazer a coisa certa. Yerin confiava nela, mas ainda assim… não conseguia contar. Era uma parte de si tão íntima e preservada, um lado seu muito mais pueril do que jamais tinha mostrado.


    Capítulo 1 - Página 7 3ce3e905ffe05bf10d89769c7f3bf3ea--girls-day-minah-girl-day


    Seu silêncio durou todo o caminho até o casarão Seo. Levou a amiga direto para o quarto e distraiu o assunto com o propósito de ficarem limpas e tranquilas. Ligou a banheira, preparada com uma bomba efervescente para eliminar completamente qualquer odor que pudesse tê-las contaminado. O primeiro banho seria para a amiga. Já tinha roupão e mudas de roupa para ela reservadas especialmente em sua casa. Ela ficou um tempo explicando onde tinha comprado a essência e do que ela era feita, depois a deixou em privacidade. Obviamente estava tentando alegrar o ambiente e tentando mudar o foco da conversa. Em nenhum momento comentou o quanto a amiga era “incrível” por sua coragem na cena, o que ela geralmente fazia em cada uma das vezes que a via agindo.

    Nesse meio tempo, a garota sacou o diário, onde tentou desopilar sua mente confusa para encarar a conversa com a amiga de forma menos desesperada. Isso a ajudou a se acalmar um pouco, mas quando ouviu  o mínimo barulho de que ela tinha terminado, guardou o diário e foi sua vez de tomar banho.

    A água foi capaz de relaxá-la, mas quando fechava os olhos, lembrava das expressões negativas que Kim Joo Hyuk tinha direcionado a ela. Desde quando era digna de tanta pena, raiva e desprezo? Sentia-se péssima por ser tratada assim. Tudo seria diferente se ele apenas tivesse dito “oi”, mas o fato que era mais difícil de aceitar era que tinha dado muito mais importância para o filho da funcionária de seu pai do que ele merecia.

    Dava-se conta agora de como seus caminhos tinham se separado completamente e não sabia nada sobre ele, diferentemente daquela menina estúpida, quem ele defendia e parecia conhecê-lo tão bem. Era natural que fosse assim, pois eram muito novos mesmo, mas não queria. Não sabia até então, mas nunca tinha matado de vez aquela amizade.

    No fundo, não esperava passar por essa situação de novo e era isso que realmente doía: a indiferença com que tinha sido deixada e a frieza com que foi recebida depois, o que confirmava sua falta de importância. Partia de alguém que ela tinha confiado sem barreiras e sem medo, pois era criança, e por isso era tão difícil contar agora, muitos anos depois, o quanto tinha sido burra e por que era tão importante. Nem ela mesma conseguia entender o motivo de lhe incomodar tanto. Ia muito além de sua capacidade de compreender sentimentos, mas o fato é que a época tinha sido fundamental.

    Foi só quando conseguiu tirar todas as lágrimas possíveis de seus olhos, mesmo forçando algumas para não ter nenhuma chance de chorar com a amiga, que terminou o seu banho e saiu com uma roupa fresca de casa, com os cabelos presos em uma touca. Yerin era uma das poucas pessoas que a conhecia sem maquiagem e com uma aparência daquelas.

    Sentou-se na cama com um sorrisinho sem graça. A amiga tinha acesso ao laptop se quisesse, deixava a senha compartilhada, afinal não fazia nada demais ali dentro.  Também tinha intimidade o bastante para pegar qualquer produto de beleza de Hyemin ou roupas. Sentou-se na cama, preparando para dar um jeito nos cabelos.

    - O que ficou fazendo? Ah, bem melhor agora, não é? - sorriu, mas não muito. Sentia o olhar certeiro da amiga cair sobre ela e isso a fazia sentir-se muito culpada. Não queria falar sobre Joo Hyuk, seria possível? Só queria matá-lo de seu coração para sempre e aceitar que os tempos eram outros.

    - Será que dá pra tirar cheiro de peixe do cabelo? Nossa, as unnies capricharam mesmo. Você foi muito corajosa! - comentou, parcialmente natural. - Estou com fome. Acabou que não comemos nada, vamos para a cozinha? Até prepararem dá para eu secar o cabelo

    Hyemin providenciou a comunicação entre os empregados. Dessa vez não cozinharia, por uma questão de tempo mesmo. Quando terminou de secar os cabelos, já a levou para a sala de jantar montada para elas.

    Estava se esforçando, muito, para não falar especificamente do “orelhudo”. Falou que não entregou o presente no fim das contas, comentou dos professores novos, até tentou emplacar a conversa do noivo, mas nada funcionou para que ela sentisse que estava sendo honesta e conseguisse olhar no rosto da amiga. Afinal, não havia assunto maior naquele dia que outro conseguisse ofuscar.

    Levou o almoço todo com essa culpa, até ficarem a sós de novo, dessa vez na sala, quando voltou para o longo silêncio, até ter coragem de falar algo.

    - ...Mian..Yerin. Eu confio muito em você. De verdade. Você é a minha melhor amiga do universo todo. Mas… Bem, a verdade é que… isso não tem importância. Mesmo. Não sei nem por que eu fiz aquilo. Eu só… fiquei com muita raiva. Desculpa se eu decepcionei você. Eu não gostei do jeito atrevido que aquele garoto apareceu. - baixou um pouco o olhar. - Se fosse alguém importante eu te contaria. De verdade. Mas ele é só … - parou um pouco para pensar em como definir e tornou a olhá-la. - É um conhecido do meu pai, entende? Ou melhor… a mãe dele que é. Ele é só um porcariazinha filho de uma funcionária do papai. Um vassalo qualquer. Só não esperava vê-lo nesse ambiente, sabe? Um nerd espiando a gente. Foi isso que eu senti. Ele devia estar naquele paredão desde o começo, mas anda por aí cheio de orgulho. Não gosto do jeito superior que ele olha pra gente. Você viu como trombou na Won-a? Desculpe esconder isso de você, mas é que realmente não tinha a menor importância...


    Capítulo 1 - Página 7 K70sAbf
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    Mensagem por Persephone Qui Out 26, 2017 1:16 am

    [MISOO]


    O vídeo não tinha sido uma boa ideia para o meio do almoço delas. Bo-Mi era uma viciadinha em redes sociais e agora estava muito arrependida por ter mostrado toda aquela cena. Abaixou a cabeça em vergonha e pediu mil vezes desculpas por ter mostrado. Tanto que, para a surpresa das amigas, a garota até desligou o celular e enfiou no fundo da bolsa. Porém, o estrago já tinha sido feito. As meninas comiam peixe cru agora enquanto as outras garotas tinham recebido uma chuva de nojeiras. Eun-Bi suspirou e meneou negativamente.

    - Isso não vai ficar assim. - Disse, fechando os hachis e colocando em cima da mesa. - Se querem saber, nós podemos tentar fazer alguma coisa.

    - O que tem em mente?

    - Essas meninas estudaram muito para conseguirem passar. Vamos dar razões para que elas não desistam do WangJo.

    - Até a gente já pensou em desistir do WangJo alguma vez na vida. - Mia comentou num riso meio nervoso.

    - Mas nós tivemos opções, elas não. - Eun-Bi fez um beicinho. - Tsc, não sei gente. Eu não tô dizendo que precisamos virar melhores amigas de ninguém, mas podemos ser gentis, não?

    Olhou ao redor e buscou forças em MiSoo.

    - Não precisamos tratar como se não existissem. A gente até conversou sobre a Stella naquele dia...

    - É, talvez você tenha razão. Não vejo motivos para ser cruel assim. - Bo-Mi comentou, engolindo em seco. - Eu não imaginei que fosse virar melhor amiga, mas educação todo mundo teve, né? Pelo menos deveria ter tido.

    Mia continuou quieta, olhando para o proprio prato com molhos misturados.

    - Acho que entendo o que querem dizer. Mas é que... - A garota suspirou. - Sei lá, eu não quero comprar brigas com elas. Eu não sou como vocês... - Olhou para as meninas. - Bonitas, influentes e determinadas. E eu tô sozinha na minha turma, vocês estão juntas. Eu pensei em repetir o último ano para ficar com vocês, mas meus pais me matariam.

    - Mia... - Bo-Mi franziu um pouco as sobrancelhas e fez um carinho em sua perna. - Não fique assim, nós estamos aqui por você também.

    Eun-Bi concordou e trocou outro olhar com MiSoo. Bom, talvez não fossem ter a ajuda de Mia, mas o pior monstro estudava com elas. Então, talvez elas pudessem fazer alguma coisa com as bolsistas que estivessem em sua sala. No caso, Eun-Bi também pensava em Jae-Ki. Se tinham feito aquele tipo de humilhação com as meninas, ela não queria imaginar o que fariam com os meninos...

    [...]

    3:00 P.M

    O almoço durou cerca de duas horas. Para MiSoo, esse tipo de situação gerava uma ansiedade que ela só conseguia calar com mais comida. E comida japonesa, era algo que só resolvia quando se comia muito. As meninas bem que tentariam acompanhá-la, mas MiSoo parecia ter três estômagos ao invés de um. De modo que elas até beliscariam, às vezes, mas não aguentariam comer mais nada, enquanto a amiga continuava mastigando.

    Quando terminassem, teriam até que abrir o blazer e colocar a camiseta para fora de tão estufada que a barriga estava. Porém, elas estavam felizes. Infelizmente, era a hora de partir e cada uma tinha seu próprio destino. Eun-Bi deixaria MiSoo por último em casa e trocaria um forte e querido abraço com a amiga.

    - Muito obrigada, por tudo, viu, MiSoo-yah?

    À essa altura, elas nem podiam fazer ideia que os novos alunos andaram circulando pelo condomínimo que MiSoo e Bo-Mi moravam. Eun-Bi morava num duplex, num dos prédios residenciais mais altos de Seul. O pai dela, contudo, morava com a nova família nesse mesmo condominio. Só que atualmente, estavam viajando de férias ainda - principalmente agora que a madrasta dela estava grávida.

    Depois que Eun-Bi se foi, MiSoo teria pouco tempo para se arrumar até entrar em casa. Sabia que toda aquela comilança cobraria seu preço e, bom, ele veio em forma de uma mãe que só se importava com aparências.

    - MiSoo? - Chamou pela filha no instante em que a porta foi aberta. Hyo-Jin era uma mulher muito bonita, que não aparentava ter quase 50 anos de idade. Ela atravessou a sala usando uma roupa de academia e com uma toalha pendurada no pescoço, procurando pela filha. - Onde você estava? Estive preocupada e...

    Sua voz travou no instante em que colocou os olhos na aparência da filha. Um sorriso incrédulo veio até seu rosto e ela levou a mão até a boca.

    - O que é isso? - Apontou na direção do estomago dela. - Você...Você...comeu doces, não foi? Quantas vezes eu vou ter repetir que você é a principal culpada pela sua falta de saúde!?!? - Chegou a gritar a última parte, meio aguda, mas se controlou e bateu na boca. - Por que você faz isso? Por que você não consegue colocar uma trava nessa boca?! Por que você não segue o que eu digo, minha filha? Eu não quero o seu mal, mas assim não tá dando!!! Voce tá jogando fora todos os meus esforços, MiSoo!! COMO você vai caber nas roupas do seu armario assim?!?! Não vai ter tecido o suficiente, MiSoo!! Pelo amor de Deus!


    [DONG]


    Stella ficou do lado de fora, encarando Dong entrar no carro. Tinha uma expressão um pouco séria desde a discussão que tivera com Hayoung, na frente de Dong, mas acabou meneando negativamente e revirando os olhos com a piada dele. Não demorou para que uma moto se fizesse presente - até por conta do barulho, impossível de ser ignorado - e desse a partida antes do carro. Stella olhou na direção da moto com certa curiosidade, por nunca tê-la visto ali, mas logo entrou no carro.

    O motorista bateu a porta e os dois ficaram sentados lado a lado, tendo um espaço considerável entre eles. A garota retirou os fones de ouvido e enrolou certinho para enfiá-los na bolsa. Desabotoou o blazer e o colocou por cima da mochila também. Ao ouvir o comentário dele, Stella o encarou com uma das sobrancelhas arqueadas.

    - Ah, claro, não basta ter essa cara, ainda precisaria das bandeirinhas comprovando que não sou daqui. Minha vida seria mais fácil, mesmo.

    Disse num tom irônico, mas logo meneou negativamente e o encarou com uma expressão "really, Dong?!". Suspirou e ficou quieta, ainda com o bico.

    - Para onde você está indo mesmo? - Stella perguntou para que o motorista pudesse fazer o caminho adequado.

    Dong respondia que era n'O Covil, uma galeria geek e nerd com todos os tipos de lojas que os amantes de cultura pop e games adoram, fora a comida estilo americano, com poucas opções coreanas que tinha ao redor. Não era raro encontrar alguns cyber-atletas por lá fazendo entrevistas ou simplesmente comprando suas coisinhas. Ele aproveitou para convidá-la, mas ela só meneou negativamente.

    - Não, Dong-shi, obrigada. - Dizia sem encará-lo e quando se virou para ele, Dong estava perto demais, pronto para sussurrar um segredo.

    Stella arregalou os olhos, desfazendo aquela cara irritadinha por um segundo. Suas bochechas coraram instantaneamente e ela olhou para frente, à tempo de Dong fornecer aquela informação privilegiada. Falou muito próximo de seu ouvido, de modo que ela sentiu um arrepio percorrer a espinha e chegou um pouco para o lado. Ela pigarreou e ajeitou seu cabelo, olhando de banda para ele.

    - Não, obrigada, Dong-shi. - Respondeu de novo. - Agradeço pelo convite, mas o que eu disse mais cedo e você deve ter esquecido é verdade. Não pretendo ficar no seu caminho sendo um estorvo ou coisa do tipo. Eu conheço a Galeria e vou lá de vez em quando, mas hoje não. - Forçou um sorriso que não era de felicidade.

    Encarou Dong e desviou o olhar.

    - Quanto aos clubes, acho que informatica e xadrez combinam bem com você. Deveria tentar o Grêmio também, você é um bom líder, pelo menos eu acho. - Deu de ombros. - Eu escolhi botânica, além de literatura e ainda estou em dúvida quanto ao terceiro. Provavelmente deixarei em aberto.

    As conversas acabaram girando em torno disso até o momento que chegassem na galeria. No meio do caminho, Dong receberia uma mensagem de Ha Neul.

    "Estamos na Loja Nova Era*, mas entenderemos se você não chegar hoje, Garanhão."


    Ainda mandou com a lua safada.

    - Estamos quase chegando, eu acho. - Stella comentou, alheia ao que os amigos insanos de Dong conversavam pelo aplicativo.



    *Crédito ao Hades que sugeriu esse nome pra loja

    [JAE-KI E WON]

    Kang voltou a atenção para Won e meneou negativamente, fazendo uma expressão completamente exausta.

    - Não, cara, não é legal. Minha casa parece um hospício. - Comentou com bastante sinceridade e meneou a cabeça enquanto focava em seu ramen. Jae-Ki já tava quase acabando e eles nem tinham começado direito ainda. - Sua lingua não tá quente, não? Isso é muito picante!

    Comentou com Jae-Ki. Não era uma crítica sobre a falta de educação dele, era só porque aquilo podia fazer mal mesmo. E não queria que ninguém passasse mal logo no primeiro passeio dos campeões. Quanto à história de casamento, Kang acabou rindo.

    - Calma, eu só tô brincando, meu irmão ainda tá na fase de "meninas, bleeeh". Mal sabe, mal sabe... - Deu até uma suspiro apaixonado, como se tivesse alguma menina em mente, mas não tinha não. Era puro charme mesmo. Deu outra risada enquanto comia o ramen. - Mas meu irmão não é ruim com as garotinhas. Ele só acha que são muito gastadeiras e tem razão. Nossa mãe e irmãs não são o exemplo perfeito de pessoas contidas, sabe?

    Logo, eles podiam concluir que, apesar de ter vários irmãos, ele era o menino mais vellho. Não havia citado pai, contudo, e meio que agradeceu por ninguém ter perguntado. Diferente de Jae-Ki, tinha percebido que Won não citara a mãe de propósito. Queria saber, mas não ia perguntar mesmo. Achava melhor deixar quieto, assim como queria que seu pai ficasse. Mas Jae-Ki foi curioso demais e perguntou. Rapidamente, Kang pegou o leite, dando um golão para a comida descer mais rápido. O queixo dele caiu quando ouviu a resposta de Won-Bin.

    Era impossível não ficar um climão depois daquilo.

    Precisou de um esforço para fechar a boca e, meio sem jeito, empurrou seu sorvete para Won-Bin.

    - Come aí, cara, eu tô cheio. - Mentiu e era PRA WON-BIN. Se Jae-Ki tentasse pegar, ele ia bater de leve na mão de Jae-Ki para ver se ele entendia que era uma forma de tentar apagar aquele incêndio que se alastrou pela conversa.

    Foi meio difícil sair daquele climão, mas não demorou para que eles seguissem até o Café que ficava logo à frente. Os meninos perceberiam que, além de seguir um estilo mais americano, o Café também tinha uma parede cheia de fotos com idols que já tinham passado por ali, para a alegria dos fãs. Talvez eles não soubessem, mas o Café pertencia a Shin-Hee, o tio de Bo-Mi e Gyu-Sik e que tinha feito muito sucesso quando participou de um programa de trainees que formariam a banda dos queridinhos da Coreia. Com o sucesso e o relacionamento com Shi Myeon, Shin-Hee prosperou e acabou investindo em alguns negócios.

    Um deles foi esse Café que ele deixou para ser gerenciado por sua antiga "noona", Lee Hyosang. Era ela, inclusive, que estava no caixa, no momento que os meninos chegaram. O café era mesmo pouco movimentado àquela hora, de modo que sua expressão não parecia preocupada com contas, nem nada.

    Kang esperou que Won-Bi tomasse a iniciativa e o empurrou de leve, fazendo um barulho que atraiu a atenção de Lee Hyosang.

    - Boa tarde! O que gostariam de beber?

    Perguntou, mais simpática do que era antigamente. Kang foi chegando para perto de Jae-Ki, deixando Won seguir até a mulher e conversar com ela.

    - A gente pode sentar aqui e esperar ele falar com a Srtª? - Perguntou ao funcionário que liberou só porque estavam vazios mesmo. Ninguém gostava que ficassem parados sem consumir nada, mas como o amigo ia falar com a chefe, deixou. - Valeu.

    Kang deu um sorriso meio nervoso e olhou para Jae-Ki.

    - Tem certeza que não quer tentar a vaga também? Eu também não moro muito perto daqui, sabe? E tenho que ajudar minha mãe, mas o dinheiro acaba ajudando um pouco. - Ponderou e riu. - Tudo bem que eu comecei sábado e já perdi o dinheiro de hoje pagando o almoço e...- Arregalou os olhos. - Não que eu esteja cobrando, longe de mim, mas...É diferente. - Coçou a nuca. - É até bom ficar um pouco longe, às vezes.

    Suspirou, meio cansado.

    - Mas eu te entendo. Também sinto falta de ficar de olho no moleque. Ele é inteligente pra caramba, saca? Já faz até uns biquinhos na feira , sagaz. - Sorriu. - Desculpa me intrometer, mas é que já estamos aqui e você podia mudar de ideia.

    Enquanto isso, Won Bin explicava o que queria fazer. Hyosang ainda o encarava, meneando positivamente.

    - Sim, estou procurando alguém que fique aqui na parte da tarde. São seis horas e eu pago aos sábados. As gorjetas, contudo, são suas. Preciso que limpem o balcão e sirvam as mesas. Vez ou outra também preciso que ajudem com o estoque e reponham a vitrine. Se ficar por seis meses, nós pagamos um curso de barista aos fins de semana, mas nada impede que vá aprendendo. O curso é para que possa ter um certificado e que melhore o curriculo mesmo. Por nossa conta. - Ponderou. - Nós abrimos sábado e fazemos escala aos domingos.

    Apoiou as mãos no balcão, encarando.

    - Quantos anos você tem, menino? Você estuda no WangJo, por que trabalhar aqui? - No início, achou curioso e parecido com a história de Shin. Pensou que ele fosse um riquinho que os pais cortaram as regalias. - Diga por que eu deveria contratá-lo.
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    Mensagem por Persephone Qui Out 26, 2017 12:10 pm

    [HYE MIN]

    Yerin não disse mais nada dentro do carro e isso era pior do que se ela continuasse falando. O fato dela se silenciar fazia com que a mente de Hyemin ganhasse mais voz e não parasse de pensar nas coisas que tinham acontecido. O silêncio perdurou durante todo o trajeto enquanto a amiga preferia observar a paisagem - nem ao menos tocou no celular que ficou muito bem guardado em sua bolsa. Quando chegassem até a mansão Seo, Yerin apenas seguiria Hyemin pelo caminho até o quarto dela.

    Graças à gentileza, pôde tomar o banho primeiro. A menina já era "de casa", de modo que nem se constrangeu ao tomar conta do banheiro e levar cerca de trinta minutos naquele relaxante banho. Quando sentiu que o cheiro tinha passado, ela saiu da banheira e foi se secar. Ao sair do banheiro, já estava usando um short preto por baixo de uma camiseta longa que mais parecia um vestido e tinha um ombro caído. Completaria o look com um scarpin rosa quando fosse embora. O cabelo estava preso para cima com um turbante de toalha.

    Enquanto Hyemin tomava seu próprio tempo, Yerin secou o cabelo e usou apenas o produto para cabelos que fazia com que suas mechas caíssem em cachos naturais. Os acessórios eram todos dela e ela botou a propria maquiagem, sem abusar das coisas que sua amiga tinha.

    Apesar de ter as senhas, ela preferiu ficar usando o próprio celular, sentada no puff de um dos ambientes do quarto de Hyemin. Recebeu o vídeo e via a repercussão que ele estava gerando. Não gostou de ter aparecido na filmagem, mas naquele momento, ela quase não pensou mesmo. Fora que a própria Hyemin entrou em foco. Não pensava que aquilo fosse dar algum problema ou consequencia para elas, mas não gostava de ter sua imagem exposta daquele modo.

    - Devia ter pensado um pouco melhor.

    Disse para si mesma e logo Hyemin saiu do banheiro, procurando por ela. Diante da pergunta, ela apenas mexeu o proprio celular, indicando que esteve navegando na internet. Tudo estava no exato lugar que Hyemin tinha deixado, de modo que seu diário e seu navegador estavam seguros.

    - Sim, capricharam. Só não capricharam na filmagens. Nós duas aparecemos. - Permitiria que ela visse o vídeo, se quisesse. - Vamos sim, eu espero você terminar.

    Algum tempo depois, Yerin já tinha se esquecido daquele assunto. As duas estavam sentadas no sofá, procurando um filme ou um dorama para assistirem naquela tarde quando Hyemin puxou desculpas. Yerin não entendeu, num primeiro momento, encarando a amiga com uma das sobrancelhas arqueadas. Quando finalmente compreendeu, ela se ajeitou e ouviu com bastante atenção a história que ouvia. Mexia no anel de seu dedo e meneava positivamente.

    - Entendo. Bom, pensei que fosse algo mais sério, pelo modo que você agiu, mas se é só isso...Dá pra compreender. - Ponderou. - Também não ia gostar de me sentir espionada por meu pai, apesar de ter plena consciência de que ele não se daria a esse trabalho. - Não havia rancor em suas palavras, mas era um fato que Yerin era bastante livre. E isso, nem sempre, era algo a se orgulhar. - Eu te ajudo a dar um jeito nele. Não gostei do modo como ele falou com você e como se menteu na cena. Ele realmente tem um orgulho maior do que a posição dele permite. Mas vai ficar tudo bem, hm?

    O assunto parecia encerrado, por hora. Yerin e Hyemin viram um filme juntos, comendo algumas guloseimas. Quando deu 16:30, a amiga precisou ir embora. O pai de Hyemin não deu nenhum recado avisando que se ausentaria ou coisa do tipo. Quando ele fazia isso, significava que chegaria no horário normal em casa. E o normal para ele eram 20h. Mesmo que fosse o CEO da empresa, ele não se omitia ou simplesmente passava o serviço para os outros. Ele gostava de trabalhar.

    Quando eram 19:30h, Hyemin recebeu uma mensagem do pai, perguntando se ela queria algo da rua ou se preferia jantar fora. Não queria cozinhar, nem esperar que a comida ficasse pronta. Dependendo da resposta dela, o pai chegaria com uma comida ou apenas a esperaria para que saíssem para jantar.





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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Ailish Qui Out 26, 2017 1:54 pm

    Para segurar a amiga, Lee Hi teria que colocar um pouco mais de força nos braços, pois Sunny realmente deu a impressão que perderia a consciência bem ali, mas ela conseguiu se recompor, ou quase. Os dedos cravaram-se nas mangas de Lee Hi conforme buscava equilíbrio e apesar dos olhos arregalados, sua visão estava momentaneamente embaçada por causa das lágrimas e da vertigem. Graças ao estado destruído, não teve como prestar atenção na expressão desolada do melhor amigo e não precisava ser nenhum gênio para saber que ambos compartilhavam o mesmo sentimento de humilhação e horror. Independente de Sunny ter dito aquelas palavras para as outras vítimas, na tentativa de não deixá-las sucumbir, era difícil não ficar abalado depois de um episódio tão cruel. Foram tratadas como lixos ambulantes. Quando decidiu participar do evento após o aviso de Stella, ela apareceu consciente de que planejavam uma brincadeira maldosa, só que não imaginou as dimensões.

    Sunny fungou e no meio da mistura que já estava grudada e criando finas crostas, feito uma segunda pele, a pontinha do nariz se destacou, completamente vermelha.

    Ela e Lee Hi correram para o banheiro mais próximo, e durante a movimentação, notou que o joelho doía, forçando-a a mancar um cadinho, e em conjunto com a fraqueza, Sun-Hee quase não acreditou quando finalmente chegaram. Enquanto a amiga apressava-se para lavar o cabelo, perto da pia, Sunny sentou no chão e desceu a meia devagar até a canela, e logo encontrou o inchaço na região em que a bruxa acertou a bandeja.

    O que mais a chocou não tinha sido as atitudes em si, mas a maneira gélida com que Yerin as executou, desprovida de qualquer sentimentalismo. Nem mesmo prazer com o vexame, nada.

    Agora que a adrenalina cedeu, as dores se tornavam mais agressivas, indicando que certamente existiam novos pontos marcados. Devagar, colocou a mão sobre o peito e fechou os olhos, na ânsia de controlar a aceleração cardíaca. Porém, semelhante a uma avalanche... as cenas... os risos... os olhares de desdém... o cheiro... tudo se misturou com as consequências da escolha.

    Pensou no pai, na tia...

    E, de repente, Lee Hi se assustaria assim que a menina ficou de pé e correu para uma das cabines e o som característico a alertaria em não se aproximar. As mãos seguravam as bordas do sanitário, sustentando o tronco, embora tremessem bastante, como se estivesse lidando com um peso além do limite. Ela demorou alguns minutos ali, vomitando, e só depois, num silêncio mórbido, imitaria a amiga. Primeiro, retirou o terno e, realmente, a blusa de baixo estava intocada. Depois lavou a boca, o rosto... iniciando o processo inútil de tentar se mostrar menos... imunda. A água caía farta contra a nuca exposta, oferecendo um ínfimo alívio na pressão ao redor das têmporas. Então, nesse tempo, quando terminava de torcer o cabelo, a Srta. Yang surgiu e o choque no rosto dela indicava que a lavagem não adiantou. Lee Hi respondia por elas, aterrorizada, e ao ouvir que o diretor seria avisado do ocorrido, o medo aumentou, pois era óbvio que o risco de uma represália a intimidava.

    A mão de Sunny em seu ombro a interrompeu de continuar.

    Encarou a diretora e balançou o queixo.

    - Eu, Lee Hi e a Chae fomos convidadas a participar do aniversário de uma garota do segundo ano, Eun-Joo. Eram três meninas e da mesma classe. Hm... - buscava os nomes na memória - Uma delas tinha o cabelo claro... Jin... Jimin, e as outras duas... Ahn... Hyejeong e Yuha, acho que era isso. Mas, descobrimos que, na verdade, não passava de uma farsa para nos atacar.

    Sunny soltou a língua.

    Revelou detalhe por detalhe.

    Do paredão, das coisas que jogaram, do discurso... e, claro, os nomes que lembrou.

    Citou a participação de alguns meninos, frisando um deles que tinha o cabelo igual ao de Jimin.

    Sobre Hyemin, ela, em especial, descreveu cada minúcia da fisionomia da garota, absolutamente tudo que se recordava, como os cabelos compridos, lisos e castanhos, o rostinho de boneca e os acessórios cor de rosa. Parecia fofa... mas só parecia. De toda a forma, disse que não seria difícil descobrir o nome dela.

    Porém, não citou o jeito.

    Por fim, na hora de mencionar Yerin...

    - Se não é a líder, com certeza tem influência porque as meninas a respeitavam, até as mais velhas.

    E temiam na mesma proporção.

    Descreveu a aparência, os olhos negros e a arrogância.

    - Todas foram embora apenas quando ela permitiu.

    A conversa se prolongou durante longos minutos, quase uma hora inteira. Assim que finalizaram, ouviu atentamente as palavras da srta. Yang e limitou-se em concordar, notando a mente dispersa. Após isso, elas encontraram Kim do lado de fora e a feição estranha do amigo confundia-se com a decepção de não tê-las ajudado de maneira mais efetiva. Queria falar algo para diminuir o peso nas costas dele, mas não conseguia... Provavelmente, acabaria chorando e não desejava continuar se revelando tão fraca e estúpida.

    - C-Carona? Mas de quem, Kim? E se for outra... brincadeirinha?

    Kim não soube especificar, entretanto diante do "diga que conversaremos amanhã", Sunny concluiu rapidamente que tratava-se de Jung-Mi. Então, ele já descobriu... Por alguma razão, aquilo encheu seus olhos de lágrimas, mas se conteve na frente dos amigos. Sobre aceitar a gentileza do rapaz... - Nós vamos sujar os bancos e... e... - uma coisa boba de pensar, todavia a preocupação era sincera - E... não acho certo dar tanto trabalho ao Jung Mi... - no entanto, Kim levantou argumentos suficientes para convencê-la, mesmo com a estranha ruga entre as sobrancelhas encolhidas, e Sunny estava tão cansada... tão... Não tinha mais forças. O trio seguiu calado até o carro e quando Sun-Hee encarou o motorista abrindo a porta de um veículo luxuoso, teve vontade de recuar na mesma hora. Antes de entrar, antecipava os pedidos de desculpas por causar tanto transtorno. Na parte de trás, os três se ajeitaram e Kim que ficou responsável em passar os endereços, e a menina nem precisou pedir para que ele dissesse a rua de sua casa ao invés da biblioteca. Ela e Lee Hi não possuíam condições, físicas e psicológicas, de irem ao serviço. Com a testa apoiada no vidro fumê, observava o cenário distorcido devido a velocidade.

    Como ele soube? Será que as fofocas eram tão rápidas? Ou ele viu?

    Excluiu a última opção.

    Young ou Jung Mi, não importava o nome...

    Ele não era esse tipo de pessoa.

    A primeira a ser deixada em casa foi Lee Hi. Sunny sorriu de modo triste e prometeu ligar mais tarde. Quando restaram ela e Kim, sua única ação foi tocar e apertar a mão do garoto e no restante do caminho, permaneceria assim. Era o máximo de apoio que conseguia oferecer.

    O motorista abriu a porta após estacionar na calçada da residência de Sunny. Despediu-se de Kim e falou a mesma coisa que disse para Lee Hi - Obrigada. Por me defender... - sussurrou... com ele achando ou não que merecia - Você não é só o meu melhor amigo, mas uma das pessoas mais incríveis que conheço. A culpa não foi sua, e se repetir de novo que é, me magoará, Kim... Estou falando muito sério.

    O sorriso foi pequeno, mas, pelo menos, estava lá.

    Agradeceu ao motorista, curvando-se de leve, e voltava a pedir desculpas.

    Já dentro de casa...

    Ela desabou.

    Tirou as roupas de modo apressado, jogou na máquina de lavar e enquanto o aparelho tentava operar um milagre, Sunny se enfurnava no banheiro para realizar outro. Aos seus pés, a água criava uma confusão de cores e demorou por volta de 50 minutos até que ficasse transparente. Gastou praticamente um frasco de shampoo e creme e a esponja... adeus, esponja. No quarto, Sun-Hee encarou o reflexo e arregalou os olhos. Diversos hematomas marcavam a pele clara, inclusive na face. Os dedos resvalaram na marca escurecida próxima do maxilar, igual a um soco. Ainda mancando, aproximou-se do armário e vestiu roupas confortáveis, e ignorando as madeixas úmidas, deitou na cama, segurando um trocinho minúsculo nas palmas trêmulas.

    Tremores que, em poucos instantes, dominavam o corpo frágil e encolhido na posição fetal.

    - ...

    Uma musiquinha escapava dos lábios, e misturada ao choro, o tom soava um tantinho mais baixo e enrouquecido. Nem a própria Sunny entendia direito o que cantava, só precisava esvaziar porque toda aquela concentração estava a sufocando!

    Precisava... Precisava de espaço...

    Precisava sim...

    Precisava...

    Precisava aliviar a pressão.


    Parou de cantar e fitou o teto. Depois de alguns segundos, começou uma contagem avulsa e sem sentido.

    - Um... Dois... Três... Quatro... Cinco...

    No 517º, finalmente adormeceu.
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Luxi Qui Out 26, 2017 2:09 pm



    Hye Min nem conferiu se havia algo fora de lugar. A amiga tinha total liberdade em sua casa, ainda mais em seu quarto, onde tudo era de fato dela, não do pai. Quase qualquer item seu poderia ser considerado também de Yerin, a única pessoa no mundo que tinha aquele privilégio.

    A curiosidade era grande o suficiente para querer assistir às filmagens, pelo menos até metade, quando apareceu em vídeo e fez um beicinho arrependido, concordando. Não devia mesmo ter feito aquilo. Estava um pouco preocupada pelo fato da amiga ter ficado exposta também. Deu um jeito de mudar de assunto, com a cabeça cheia, e foram almoçar.

    Somente quando já tinham decidido o dorama para assistir que ela decidiu contar sua versão do que tinha acontecido. Para seu alívio, a amiga parecia compreensiva e a fez tirar aquele peso do peito. Quando prometeu “dar um jeito nele”, sentiu-se protegida. Um pouco ansiosa, mas querida. Estava mesmo querendo apagar aquele menino de sua cabeça e reduzir as chances de convívio, já que ele aparecia em todo tipo de lugar inconveniente. Pelo menos com a ajuda de Yerin, ficaria protegida e nada que aquele esquisito falasse seria mais forte do que as palavras da rainha. Além disso, não poderiam fazer mal a ela. Nem ele com aquele olhar de pena e superioridade ou aquela passarinha que gostava de gritar bobagens.


    Capítulo 1 - Página 7 QtrjXIP


    As palavras dela a reconfortavam e a fizeram sorrir um pouco: não estava louca. Ela também tinha percebido os olhares negativos do garoto e agora iria defendê-la. Joon “Sungi” idiota não era o único que tinha amigos para ajudá-lo, só que a dela era infinitamente mais poderosa e melhor. O sorriso aumentou e de repente Hyemin lhe deu um forte abraço no sofá.

    - Aaaah. Eu te amo, Yerin. Você é demais. Obrigada. Sim, vai ficar tudo bem! Ninguém pode com a gente.

    Finalmente a garota estava de volta, sorridente e até levantou para buscar pipoca doce para elas. A única desvantagem disso é que Hye Min quis ver uma comédia romântica para lá de açucarada.

    Os episódios trataram de fazê-la recompor o humor de vez. As amigas fofocaram sobre as vidas pessoais dos atores e fizeram comparações de personagens com pessoas da escola. Tudo tinha sido perfeito e Hyemin se despediu da amiga com um sorriso, sem traumas.

    Depois, ela mandou lavar os uniformes e os pertences que participaram do aniversário da veterana. A garota teve tempo de escrever novamente no diário e distrair um pouco trabalhando com suas costurinhas.

    Quando recebeu a mensagem do pai, ficou automaticamente animada. Respondeu na hora. Era uma ótima notícia passar tempo com ele.

    “Vamos comer fora, appa!
    **unicórnio grande**”


    Tinha meia hora para se arrumar, mas isso não era um problema, pois já estava semi pronta. Só precisou correr para o banheiro, para colocar as camadas de maquiagem no rosto e trocou de roupa, optando por um vestidinho leve de primavera. Quando o pai chegasse, ela estava terminando de escovar os cabelos. Após mais quinze minutos a menina saiu sorridente para vê-lo.

    - Appa! Como foi de serviço? Onde vamos comer? Estou pronta.


    Capítulo 1 - Página 7 K70sAbf

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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Sky Qui Out 26, 2017 4:24 pm

    Kang não parecia ser tão fã de ter uma casa tão cheia.

    - Não, cara, não é legal. Minha casa parece um hospício. - Comentou com bastante sinceridade e meneou a cabeça enquanto focava em seu ramen.

    Won sorri concordando mas sinceramente não fazia a menor ideia de como seria uma casa assim.

    ”Seu irmão está na fase que ainda é esperto, quando ele estiver suspirando pelas garotas vai ficar tipo a gente, brigando com elas, se escondendo embaixo de cadeiras…”

    ”Ele não falou do pai, será que não mora com eles? Não deve ser muito fácil se for assim…”

    Não teve jeito, sua resposta tinha sido sincera demais e o climão se instaurava. Riu de nervoso mas Kang parecia determinado a quebrar o clima, lhe entregando o sorvete. Sem chance de negar Won aceita e come o sorvete, ficando um pouco calado até a hora que levantassem e fossem ao café.

    A mulher no caixa parecia séria e profissional, pelo visto o trabalho no café não era algo fácil mas sim algo que pelo menos ela parecia encarar a sério.

    ”Vamos lá Hwang, hora de falar direito e não feito uma batata”

    - Sim, estou procurando alguém que fique aqui na parte da tarde. São seis horas e eu pago aos sábados. As gorjetas, contudo, são suas. Preciso que limpem o balcão e sirvam as mesas. Vez ou outra também preciso que ajudem com o estoque e reponham a vitrine. Se ficar por seis meses, nós pagamos um curso de barista aos fins de semana, mas nada impede que vá aprendendo. O curso é para que possa ter um certificado e que melhore o curriculo mesmo. Por nossa conta. - Ponderou. - Nós abrimos sábado e fazemos escala aos domingos.

    Won acenou positivamente com a cabeça enquanto ela explicava todos aqueles detalhes.

    ”Meu Deus, eu só vou servir pra carregar as sacas de café e olhe lá. Curso! Existe curso pra servir café!?”

    Won sentiu a espinha gelar quando a mulher ficou ainda mais séria, com as mãos no balcão.

    - Quantos anos você tem, menino? Você estuda no WangJo, por que trabalhar aqui?


    ”Ah é mesmo, eu to com o uniforme!” sentiu vontade de fazer um facepalm para si mesmo mas se segurou ”Ela deve achar que eu sou um dos ricos, indo pra cá só pra causar com o café dela. Faz algum sentido”

    -Eu tenho 16… - era o mais simples de responder, ela emendava:

    Diga por que eu deveria contratá-lo.

    ”Não estou transparecendo eficiência, competência e agilidade agora né?” sentia o nervosismo crescente.
    Mas algo o fez parar e pensar um pouco diferente: era como um combate, dessa vez precisava lutar com suas palavras. O emprego parecia muito bom e as horas e dias de serviço eram melhores que muitos bicos por aí.

    Valia a pena, não só pela grana. Era um novo ambiente onde Won poderia aplicar na prática o que desafiava nos clubes e na própria Wangjo.

    -Eu...eu entrei na Wangjo hoje, sou um bolsista e eu não conheço quase nada sobre café que seja mais elaborado. Além disso eu não tenho muito jeito pra falar com as pessoas

    ”O QUE EU TO FALANDO!?” a sinceridade era gigantesca.

    Mas...eu tenho um sonho. Eu me preparo pra realizar esse sonho já fazem anos...mas não posso realizar esse sonho só com meu esforço físico. Preciso aprender a falar com as pessoas, lidar com clientes, ser organizado e...meu pai trabalha demais, eu quero começar a ajudar também

    Ele mantém uma expressão séria, não se sentia tão nervoso quando podia ser sincero desse jeito.

    -Ainda não sei fazer essas coisas que eu sei que são essenciais pro trabalho. Mas dou meu 100% em tudo que eu faço. Se me dar chance de trabalhar aqui vou me esforçar pra ser o melhor barista da cidade…

    ”Meio piegas, mas é verdade. Agora eu quero saber o que raios um curso de barista ensina!”

    Sorriu, nervoso. Um sentimento confuso ao ter falado demais e acabando se expondo mais do que queria.


    Capítulo 1 - Página 7 JCPjtiU
    Natalie Ursa
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Natalie Ursa Qui Out 26, 2017 6:50 pm

    MiSoo estava presa aos próprios pensamentos. Ouvia o que as meninas diziam, mas não se manifestava sobre o assunto, até que Eunbi lançou aquele olhar em sua direção.

    - Se alguém merece ser ignorado são essas meninas cruéis de WangJo. Ye… Eu não conseguiria ignorá-las depois de ver esse vídeo... Eu estou com muita, muita pena das meninas atacadas agora. Gentileza é o mínimo que posso oferecer à elas. Não quero que achem que somos todas assim, como essas garotas… Como a Yerin. - bufou ruidosamente.

    Ouviu o comentário de Bomi enquanto tinha os olhos voltados ao chão:

    - Eu queria poder fazer mais… Estou me sentindo muito mal com isso agora. Fico pensando como eu me sentiria no lugar delas… Não, essas garotas que planejaram isso não devem nem saber o que é educação. - indagou com desdém, já começando a sentir a fome aumentar devido a ansiedade.

    Mia se pronunciou quanto ao seu ponto de vista e Misoo lhe lançou um olhar triste. Em sua cabeça tinha certeza que os elogios tinham sido apenas para Bomi e Eunbi. Misoo não se considerava influente e muito menos tão bonita quanto as outras duas amigas. Provavelmente o “determinada” que tinha sido o elogio que Mia queria fazer especificamente para a tenista.

    - Ah, Mia. Não se sinta assim, por favor. - queria animar a amiga, mas ela mesma já não tinha muito mais ânimo em si - Você é uma pessoa incrível. Super veloz. E nossa querida amiga. - não conseguia abraçá-la de onde estava, por isso inclinou-se sobre a mesa para segurar as mãos de Mia, como se para lhe amparar - Mas eu entendo que está sozinha em sua turma e as garotas malvadas de lá podem se aproveitar disso para lhe infernizar. Nós entendemos se não quiser comprar briga com elas… E lhe apoiamos também. Eu também queria taaanto que estudasse na mesma turma que nós…

    Soltou as mãos de Mia e se ajeitou em seu lugar, respirando fundo para se acalmar e tentar melhorar o próprio humor.

    - Bomi acredita que eu já comprei briga com elas quando dei o bonsai à Jung Mi, então para mim não faz muita diferença se colocar na conta meu desgosto com essa brincadeira de mau gosto delas. - deu de ombros - Mas, por favooor! Vamos parar de pensar nisso por enquanto e vamos nos focar na comida. Estou com tanta fome!!

    Depois de comer aquela quantidade absurda de sushis, Misoo já estava se sentindo bem estufada e muito mal por ter se deixado levar pelo apetite alterado mais uma vez, no entanto não deixaria transparecer o mal estar para as amigas. Mesmo confiando completamente nas amigas, haviam alguns aspectos sobre si que não revelava, mais para não incomodá-las ou preocupa-las do que qualquer outro motivo. Detestava trazer às pessoas à sua volta assuntos ou situações que poderiam deixá-los tristes, à não ser, é claro, quando agia por impulso e acabava criando tal situação sem querer.




    Duas horas depois as meninas saíram do restaurante e cada uma foi deixada em sua casa pelo motorista de Eunbi. Depois de deixarem Bomi na casa dela, que era no mesmo condomínio em que Misoo morava, sobrava apenas a tenista para ser entregue em casa.

    Misoo devolveu o abraço de Eunbi na mesma intensidade e sorriu com seu agradecimento.

    - Sabe que eu faço qualquer coisa por vocês. - apesar do sorriso, não estava alegre como era normalmente.

    Depois que sua amiga foi embora, Misoo ficou olhando um tempinho para a fachada de sua casa, tomando coragem para seguir, ao mesmo tempo que voltava a se repreender mentalmente pela falta de controle no almoço. As emoções negativas lhe derrubavam de tal forma que precisava desesperadamente encher o estômago. Normalmente era com doces, mas às vezes também perdia o controle em refeições normais também.

    Finalmente tomou coragem para adentrar a residência, mas suas forças se esvaíram completamente ao ouvir a mãe lhe chamando logo que abriu a porta. Já tinha percebido que estava na cara que tinha exagerado no almoço e sabia que a mãe não deixaria passar em branco. Já tinha tentado explicar várias vezes em outras ocasiões o que acabava lhe acontecendo que lhe causava todo o desejo por comida, mas sua mãe via suas explicações como desculpas.

    - Eu não comi doces… - resmungou sem força na voz, desviando o olhar para o chão - Eu… Mianeyo, ommoni. Eu estava nervosa e… - suspirou e deixou os ombros caírem - Eu vou resolver isso… - resmungou novamente com os olhos úmidos com as lágrimas que começavam a brotar - E… Faço mais exercícios… - continuou cabisbaixa e falando em um resquício de voz enquanto se dirigia com pressa à escadaria que levava ao segundo andar, pedindo licença à mãe e indo até o quarto.

    Agora se sentia horrível. A pior criatura da face da terra. Aos prantos se peguntava por que tinha que ser assim. Por que não podia se controlar? Não queria voltar ao peso anterior, pois tinha descoberto que gostava de estar mais ou menos no mesmo nível de suas amigas. Ajudava a não se sentir tão diferente delas, embora ainda não sabia se portar como Bomi ou Eunbi, que eram o exemplo perfeito de garotas bonitas e perfeitas aos olhos de Misoo.

    Sabia que não conseguiria se sentir melhor enquanto a comida pesasse em seu estômago. Por isso não pensou duas vezes em correr até o banheiro do quarto para se livrar de tudo aquilo que lhe fazia se sentir tão mal, tão derrotada, tão fraca. O gosto ruim na boca não era nada comparado ao alívio de se livrar de todo aquele peso mental. Só depois disso conseguiu controlar o choro.

    Misoo limpou o rosto com a água corrente da torneira e quando já se sentia um pouco melhor vestiu uma de suas roupas que usava para correr, desceu a escadaria e avisou à mãe que iria correr pelo condomínio, sem ficar esperando que ela lhe respondesse. Não era de um todo mentira, iria correr e estaria no condomínio, mas pretendia passar um tempo sozinha no lago que eles tinham dentro do condomínio, para conseguir respirar um pouco e refletir. Ainda que estivesse bem mais aliviada, ter que fazer aquilo não lhe deixava muito contente e parte da culpa de ter se enchido de comida ainda existia, causando um aperto no peito. Pelo menos fora de casa sentia que podia respirar um pouco mais livremente.
    Capítulo 1 - Página 7 TAcYbQP
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por GodHades Qui Out 26, 2017 7:10 pm

    Dong ficou encarando Stella enquanto dizia onde ele pretendia ir, acabou ficando um pouco chateado quando percebe a recusa, e isso transpareceria no seu rosto, especialmente da forma cabisbaixa na qual realinhou o óculos na cara, voltando então se sentar direito.

    Capítulo 1 - Página 7 JLs6viw

    - Uhh, que tiro na culatra. Sua companhia é o máximo, quer dizer, isso que amigos fazem certo? Gostam de sair juntos e estarem perto. - Dizia alto e claro que eram amigos, quase enchendo a boca. Só faltava mostrar isso para ela de uma forma clara, talvez, lhe dando mais razão da próxima vez? - Acho que esse ano será muito competitivo, é melhor eu conhecer as pessoas que vou ter que lidar, dai estudarei sobre o terceiro...

    Ainda encarava Stella enquanto a jovem desviava o olhar, ele deixa um suspiro baixo escapar.

    - Bom mesmo seria um club onde nos dois pudêssemos entrar. Pense nisso no futuro.

    Ia continuar falando até perceber o celular, uma mensagem de HaN.


    Capítulo 1 - Página 7 5JU8cA1

    - Estou a 10 minutos do local - Escreveu depois de olhar pela janela - Não comam, não leiam, não respirem até minha chegada.

    Dedilhou rapido respondendo também a carinha.

    Spoiler:

    Poucos minutos depois da mensagem, o S.U.V preto chega até a galeria. - Não precisa sair, motorista!

    Ou pelo menos ele imaginava que o cordial homem fosse sair. Kyung abriu a porta da esquerda por si próprio, com um movimento rápido pegou a mochila com a outra mão após guardar seu celular no bolso. - Então... toomannyo Stella-shi. Valeu pela carona. Vê se me responde mais tarde!

    Desviou o olhar para o banco e depois para ela como se fosse dizer algo mas, preferiu sair e não abusar da bondade alheia.

    Depois fecharia a porta e iria se encontrar com os outros na Loja Nova Era.

    Ele respirou fundo algumas vezes, se preparando para eventuais piadinhas.


    Capítulo 1 - Página 7 WRQNRBx
    Gakky
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Gakky Qui Out 26, 2017 7:18 pm

    Sobre o comentário de Kang sobre sua casa ser um hospício, enquanto comia, Jae-ki tentava imaginar a cena, ficou pensando que talvez viver com duas irmãs mais velhas não era tão fácil. Lembrou até de algumas garotas da sua escola que tinham ficado com raiva dele do nada, por isso sabia que mulheres podiam ser muito complicadas. Se sentia sortudo por Soo-ji não ser assim.  Já estava quase acabando seu ramen, quando Kang fez um comentário. Era verdade que sua língua estava queimando bastante agora, mas Jae-ki nunca teve paciência pra comer devagar, então era meio que normal para ele, tanto que nem parava para pensar se estava queimando a lingua, apenas tinha pressa em comer logo, ainda mais sendo uma atividade tão esperada. Comer era a segunda melhor coisa do seu dia.

    - Sei lá, eu não penso, eu só como... - Respondeu de boca cheia.  

    Quando Kang falava do seu irmãozinho, Jae-ki prestava atenção nele e notava que os dois até que pensavam parecido em algumas coisas. Mais uma vez se sentiu sortudo por ter Soo-ji, ela não era do tipo de garota que gastava muito, nem que ficava triste com isso ou fazia chiliques como já tinha visto as amiguinhas da Soo-ji fazerem. Ao contrário, ela nunca reclamava ou ficava pedindo as coisas. Porém o fato de saber como garotas eram gastadeiras, deixava Jae-ki preocupado com o futuro da irmã. Na escola presenciou a maldade das meninas com as outras que não tinham o que elas possuíam, as roupas caras, maquiagens... Não queria que Soo-ji passasse por isso, queria ser capaz de dar essas coisas a ela.

    - Seu irmão é esperto mesmo - Riu Jae-ki - Eu concordo com ele, elas gastam muito e se tiverem namorado, fazem eles gastarem com elas. Mas eu tenho sorte com Soo-ji, ela nunca me pede nada de valor. Ela também é muito calma e boa. Eu queria ter um pouco da calma dela.

    (...)

    Por sorte de Kang, Jae-ki não focou sua curiosidade nele, porque não tinha tocado no assunto dos pais. Mas com Won Bin foi diferente, não se conteve e fez a pergunta inconveniente. Mas bastou ouvir a resposta dele para ficar sério também. Logo percebeu que não deveria ter tocado nesse assunto, também não tinha mãe viva e com certeza não ia gostar se perguntassem o que houve com ela. Se tivesse que responder algo assim, imaginava que seus novos colegas logo o achariam estranho ou algo do tipo. Não esquecia de como alguns colegas de classe usavam isso contra ele no passado. Terminou de comer o próprio sorvete e ficou quieto, não sabia o que dizer em momentos assim, na verdade muitas vezes não sabia a hora certa de falar, porque simplesmente não pensava antes de falar. Talvez era o mesmo motivo que fez algumas garotas ficarem com raiva dele. Mas não quer dizer que não entendia o que tinha feito ao Won Bin.

    Ás vezes Jae-ki podia ser bem chato, não notou de primeira que o sorvete que Kang oferecia era para Won Bin, por isso se prontificou em "ajudar" o amigo a acabar com o sorvete, já esticou a mão para pegá-lo:

    - Deixa que...

    Até que foi impedido, agora sim tinha entendido, era para ajudar o Won Bin. Jae-ki notou o clima estranho por causa de sua pergunta e dobrou os lábios para dentro da boca, meio sem jeito. Não era algo incomum, de vez em quando estragava mesmo as conversas. Então decidiu que não faria mais perguntas de família, se conteria, ao menos hoje até esquecer e acabar sendo inconveniente de novo. Os dois entram no café e Won bi falava com a responsável do local.

    Jae-ki observava ao redor até que se sentou com Kang. Ouviu o que ele tinha a dizer e notou o sorriso nervoso. Porém o que chamou sua atenção foi ouvi-lo falar novamente de sua família, um terreno bem perigoso de comentar sem magoar ninguém. Não tinha certeza sobre o porquê de Kang achar bom ficar longe de casa às vezes, mas poderia imaginar vários motivos, pais super protetores, irmãs chatas... devia ser algo assim.

    -Suas irmãs são muito barulhentas?

    Quando o garoto comenta sobre ter gastado o dinheiro do dia com o almoço deles. Jae-ki nota que ele poderia não saber administrar bem seu dinheiro. Depois de um suspiro cansado, algo nas palavras deles fazem Jae-ki achar que Kang também poderia ter alguns problemas financeiros, porque o irmãozinho já fazia bicos na feira. O que o lembrava de sua irmã. Mas sobre a vaga, Jae-ki já estava decidido, mesmo que seu emprego atual fosse desgastante, seria ruim demais deixar as duas sozinhas, ainda mais sendo o que tinha de mais precioso na vida.

    - Tenho certeza sim. Eu já fico preocupado com ela quando estou na escola, esse horário de final de tarde e noite então... Não é só por sentir saudade, é que minha irmã fica sozinha com minha halmoni. Uma velha e uma menininha sozinhas em casa, parece perigoso entende? Quero estar perto caso precisem de mim. Elas só podem contar comigo.

    Jae-ki lançou um olhar na direção de Won Bin como se quisesse ver se ele estava indo bem, apesar de o conhecer a pouco tempo, ia gostar que o cara conseguisse o emprego que queria. Ele sabia que entrevistas eram difíceis e geralmente também não ia bem nelas, não por timidez, mas porque não sabia o que era certo dizer ou como se portar. Voltou novamente para Kang e disse:

    - É o seu primeiro emprego? Você tem que planejar bem como vai gastar seu dinheiro, se não pode acabar ficando sem no fim do mês. Se quiser ajuda, eu sou muito bom em economizar. A gente pode fazer umas metas, as coisas que você quer gastar e fazer um plano de como vai dividir seu salário para essas coisas. Isso se quiser, claro...

    Se tiver um porta guardanapos no centro da mesa, ou algo no centro da mesa, Jae-ki vai querer mexer. Em seguida também comenta do irmão de Kang:

    - Você disse que seu irmão faz bicos na feira, né? Ele deve ser maneiro assim como fala dele, me lembrou a Soo-ji. Ela ajuda minha avó na barraquinha. Será que o Won Bin está dando sorte? Tomara que sim. Aishii, odeio entrevistas...

    Talvez Jae-ki odiasse muitas coisas.
    Capítulo 1 - Página 7 OQyMeP8
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por 2Miaus Qui Out 26, 2017 9:58 pm

    Assim que Hyun Hee colocou o capacete ele cortou aquele momento de troca de olhar intenso com o irmão, cada um a sua maneira tinha mudado e sofrido no decorrer dos anos. Ele precisou fazer um esforço grande de não virar a cabeça e encarar seu irmão pela ultima vez, mas sentia os olhos de Jung na sua costa quando ele passou com a moto. Observou um casal entrando num carro, mas era apenas dois alunos no meio daquela multidão colegial.


    Enquanto dirigia o ruivo se sentia vivo, gostava da sensação do vento batendo no corpo e de como a moto respondia a cada pequeno comando. Apesar dele estar dirigindo de forma um tanto imprudente, ele não passava do limite de velocidade, já que isso poderia fazer seu avô arrancar seu tão estimado presente. A viagem até o shopping foi curta e assim que desceu da moto, ajeitou o capacete no guidão e passou as mãos no cabelo, para ajeitar a franja na lateral do rosto. Ele caminhou até a loja de joias e precisaria esperar que confeccionasse a peça que ele havia pedido. Sendo que só seria entregariam no dia seguinte. Mas ele era uma pessoa impaciente e esperar não é seu forte, então conseguiu que a loja entregasse a joaninha no final do dia. Satisfeito com o resultado ele vai para a praça de alimentação.


    Enquanto ele esperava o broche ficar pronto, Hyun Hee iria comer uma de suas comidas favoritas, sentia falta do temperos do país, pois era muito difícil de achar esses ingredientes nos EUA.  Depois de alguns minutos o prato chegou fumegando na mesa, era o tteokbokki, um prato tipicamente coreano. Os bolinhos de arroz eram macios e levemente adocicados, mas contrastava com o sabor picante do molho e que fazia a boca adormecer levemente. Misturado no molho agridoce picante, tinha bolinhas de massa de peixe e um ovo cozido. O prato vinha acompanhado com uma sopa leve de caldo de peixe, brotos de feijão e cebolinha, essa sopa ajudava a aliviar a picancia da pimenta.


    Capítulo 1 - Página 7 Ddeokbokki_sizzlingpot


    Hyun Hee experimentou a comida  que finalmente tinha o gosto que deveria ter e a sensação de estar de volta ao lar o fez se emocionar. Mas não conseguiu terminar de comer, pois tinha a incomoda sensação de estar sendo observado. Ele olhou para os lados discretamente, achando que encontraria o secretário Lee parado atrás de alguma pilastra, mas não teria motivo dele se esconder. Então de repente seu almoço tranquilo foi destruído por essa sensação de que algo estava errado.


    Quem iria querer vigia-lo? Seria alguém enviado pelo seu tio? Se esse fosse o caso, as suspeitas de seu avô seriam reais. E seu tio seria tão inescrupuloso a esse ponto? Incomodado ele se levanta, deixando seu prato pela metade. Ele olha ao redor mais uma vez. Havia mais pessoas na praça de alimentação do que quando ele chegou, algumas delas pareciam estar conversando distraídas e outras mexendo em seus celulares, mas alguém estava o encarando e isso o deixava em estado de alerta, como se o ruivo tivesse um alvo pintado na testa. Hyun tranca o maxilar de tensão e caminha em passos largos para o estacionamento. A atitude mais sensata seria voltar para casa e deixar o broche para amanhã.


    No caminho do estacionamento ele ligaria para o secretário Lee para saber qual sua localização.

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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Persephone Sex Out 27, 2017 8:47 pm

    [JAE-KI E WON]

    - São. - Kang respondeu à pergunta de Jae-Ki de modo sincero e pontual. - Elas são mais velhas, têm 21 e 19. A mais velha trabalha numa loja de cosméticos e tem descontos na compra de produtos. A outra tá no Ensino Médio Especializado, mas não pretende fazer nenhuma faculdade. Ela faz trabalhos manuais e é realmente boa nisso. Mas elas brigam o dia inteiro quando estão juntas, é irritante, às vezes. Pelo menos a de 19 ajuda a mãe a cuidar do bebê também. As duas meio que trabalham juntas, vendendo artesanato para os turistas.

    Comentou mais ou menos como funcionava a rotina de sua casa. Mas Kang logo sorriu de novo, como se fosse capaz de dissipar qualquer nuvem nublada que tentasse estragar seu dia. Era um cara realmente sorridente e otimista, de modo que não parecia se abalar por pouca coisa não. Não havia adversidade que ele não fosse capaz de ultrapassar!

    Quando os dois começaram a falar sobre o emprego, Kang olhou atentamente para Jae-Ki e apenas meneou positivamente, concordando.

    - É verdade, olhando por esse lado faz bastante sentido, Jae-Ki. Você é mesmo muito responsável e preocupado para sua idade. - Tinha sido um elogio e esperava que Jae-Ki entendesse dessa forma.

    Olhou para Won Bin por um instante, mas logo encarou Jae-Ki, ponderando.

    - Não é o meu primeiro emprego não. Eu já fiz vários pequenos bicos e tudo mais, mas talvez seja o primeiro mais sério. - Sorriu com a ideia de Jae-Ki e coçou a cabeça. - Eu acharia legal, mas não se preocupe! Só quis ser legal com meus primeiros amigos do WangJo. Eu estava com medo do primeiro dia, achando que ficaria sozinho ou receberia olhares tortos, mas vocês foram super legais e, bom, eu achei que seria legal encerrar o dia assim. Eu valorizo as refeições! Então, mesmo que vocês não saibam passaram no meu ritual de amizade.

    Disse de um jeito bastante sério, como se fosse verdade. Mas logo a boca começou a tremer e ele deu uma risada, negando. Não queria estragar o dia com Jae-Ki pensando que ele era maluco.

    - É brincadeira! - Disse ainda rindo e passou a mão pelo nariz, ponderando sobre o irmão. - Sim, ele faz. Minha mãe vende artesanato próximo da feira livre, por isso ele arranjou uns bicos por lá. Não é sempre, só nos fins de semana mesmo. Aí ele consegue o dinheiro pra gastar na escola, mas ele tá economizando. Ele quer montar um PC Gamer e virar um cyber atleta. Eu entrei no clube de informática porque manjo um pouco, mas quem sabe eu não aprendo mais pra ajudá-lo, né?

    Suspirou.

    - Eu não gosto de entrevistas também, mas espero que ele passe. Quero desconto no café.

    E riu de novo, fazendo aquela cara boba de sempre.

    Enquanto isso, Won-Bin recebia a calma análise de Hyosang. A gerente tinha uma postura bastante séria e profissional, era verdade, mas é porque desde sempre foi dessa forma que ela conseguiu impor seu trabalho. Era assim que evitava abusos e colocava certa ordem nos clientes mais folgados. Por isso ela exigia pelo menos uma boa explicação sobre as coisas e prezava muito pela sinceridade.

    Olhou para Won-Bin dos pés à cabeça enquanto ele falava. Não era um julgamento preconceituoso, mas parecia ler a postura corporal dele. O menino estava visivelmente tenso e nervoso, mas não parecia um mentiroso. O nervosismo podia ser porque, como ele mesmo disse, tinha dificuldades em ldiar com o público. Hyosang fez um bico no canto dos lábios, no fim do discurso dele, achando bem piegas mesmo. Mas, pouco a pouco, esboçou um sorriso.

    - Nem todos nascem sabendo, rapaz. - Suspirou. - Ouvi algo, por alto, sobre os bolsistas no WangJo. - Voltou a encará-lo, tomando as medidas só de olhar. - Façamos o seguinte. Volte aqui amanhã e vamos fazer um teste com você. Se você aguentar o pique, ganha o uniforme na quarta-feira com uma plaquinha com seu nome. Que é...?

    Um detalhe importante que ele tinha esquecido de dar. Hyosang acabava se divertindo com todo aquele nervosismo que eles passavam. Era um resquício de "maldade" da época em que dava ordens no seu atual sócio. As coisas mudavam, mas sempre era divertido tocar um pouquinho de terror. A verdade é que ela tinha gostado do rapaz, principalmente por conta de sua honestidade. Só esperava que ele aguentasse o ritmo do trabalho.

    Ou melhor, que soubesse lidar com aquele tipo de clientela.




    (Won-Bin)

    Aparentemente, o primeiro dia tinha sido só sucesso para Won Bin. Não criou problemas na escola, saiu com a fama de um herói por ter evitado que um problema maior explodisse bem na sua frente. Fez uma amizade. Não, fez duas amizades ou algo bem próximo disso - inclusive com o proprio menino que impediu de criar confusões maiores. Reencontrou a menina que tinha pensado nas últimas semanas, pois ela estudava na mesma escola que ele. Entrou para clubes que saíam de sua zona de conforto e, ainda por cima, tinha saído com um teste de emprego.

    Sério, em que momento ele acordava desse sonho?

    Porque se ele estivesse sonhando, talvez fosse uma boa continuar dormindo.

    O mais incrível foi que o dia continuou transcorrendo na mais pura paz. Chegou à tempo do treino de TKD e o mestre logo o procurou, no fim, para saber como tinha sido o primeiro dia. Talvez fosse um bom momento para comentar sobre suas novas atividades, incluindo os clubes e o emprego. O Mestre já sabia que o menino precisaria diminuir os ritmos, pois só era possível treinar em dois horários durante as férias mesmo. Combinaram de fazer um treino mais longo aos sábados, antes que ele fosse para o trabalho, parecia uma forma justa de compensar o horário da noite.

    Quanto aos clubes, ele pareceu surpreso, mas feliz com aquela novidade. Era bom saber que seu pupilo estava saindo de sua zona de conforto. Won-Bin tinha possibilidade para coisas muito maiores, mas às vezes se sabotava. Talvez o problema fosse ele mesmo, no fim das contas.

    Em casa, ele encontraria o pai servindo a mesa com um churrasco coreano. Era uma comida cara, mas naquele primeiro dia, o pai quis fazer isso. Não pouparia Won Bin de perguntas sobre o primeiro dia, se empolgando com cada detalhe que o filho revelasse. Quando ouvisse sobre o emprego, já agiria como se o emprego fosse do garoto e ia pegar mais suco para que comemorassem e brindassem à isso.

    No meio de toda aquela confusão, houve pouco tempo para mexer no celular, mas quando ele o pegasse, veria um e-mail da escola...


    (Jae-Ki)


    O primeiro dia como aluno da Escola WangJo tinha chegado ao fim. Não dava para dizer que tinha sido perfeito, porque Jae-Ki sabia que tinha cometido algumas mancadas. Porém, se colocasse numa balança, haveria certo equilibrio entre as coisas boas e ruins que tinham acontecido. As coisas boas conseguiam equilibrar as ruins de certa forma.

    Depois que se despediu dos "colegas", ele seguiria para o trabalho e encontraria aquela rotina de sempre. O gerente nunca valorizava seus empregados porque sabia que no instante em que um saísse, outro voltaria. E seria sempre assim, no mundo em que viviam. E Jae-Ki tinha necessidades, ainda que estudasse numa escola de primeira linha. Não podia se dar ao luxo de sair daquele emprego desgastante sem ter uma carta na manga que conseguisse suprir suas necessidades. Por isso, por mais que quisesse explodir ou entornar aquele óleo quente na cara do gerente, ele tinha que engolir calado e abaixar a cabeça.

    Era uma sensação horrorosa, mas que logo sumia quando ele chegava em casa.

    Assim que colocasse os pés em casa, Soo-Ji se levantaria para correr na direção dele, gritando "oppaaaa, você chegou!!" como sempre fazia. A menina se pendurava no pescoço de Jae-Ki e, nesse dia, em especial, não parou de fazer perguntas. A avó estava na cozinha, cortando legumes que sobraram da quitanda, para fazer um Doenjang jjigae (cozido de pasta de soja fermentada, com vegetais e tofu, além de pimenta) enquanto o arroz já estava pronto. O arroz nunca podia faltar, porque era o que ajudava a encher a barriga de Jae-Ki.

    Naquela noite, o pai também estava em casa - para a surpresa e desagrado de Jae-Ki. O homem estava no canto da sala, desmotando um rádio velho e trocando algumas peças. Às vezes Jae-Ki custava a lembrar como o pai era habilidoso. Quando não estava bêbado, ele não era de todo insuportável. Só era extremamente calado, como se tivesse vergonha de dizer qualquer coisa. O pior era que ele não tinha nem agradecido a Jae-Ki pelo que ele e o amigo do filho tinham feito. Era como se nunca tivesse acontecido, ainda que ambos tivessem plena consciência do que tinha acontecido.

    A família Song comeria em silencio em pratos diferentes diante da TV. Quando Jae-Ki fosse se recolher, Soo-Ji iria atrás dele para que ele mostrasse as fotos e todas as novidades. Enquanto a irmã olhasse para tudo aquilo, a gaveta onde guardava seu diário chamaria a atenção dele porque havia um desenho em especial que ficaria martelando em sua cabeça. A irmã, contudo, talvez não precisasse saber que a princesa bailarina era uma farsante, uma bruxa malvada.

    Quando o rapaz ligasse o celular de novo, também veria um e-mail da escola em sua caixa de mensagem.

    [SUNNY]

    No meio de toda aquela confusão emocional, Sunny optou por uma opção bem difícil. Apesar de ter plena consciência da represália que sofreria no instante em que contasse a verdade, ela não se aquietou e disse tudo o que sabia. Eram muitos detalhes para a Srtª Yang registrar, mas ela parecia bem atenta a tudo o que dizia. Meneava a cabeça aqui e ali, entendendo onde a menina queria chegar, mas os nomes precisavam de rostos.

    Por isso, as duas meninas e Kim - que estava do lado de fora, esperando pela saída delas - foram levados até a Sala da Diretora Assistente. O cheiro e o aspecto asqueroso dos jovens não pareceram incomodá-la, pelo menos não naquela situação. Ela pegou uma pasta de arquivos com todas as matriculas e teve o trabalho de separar todas das meninas. Pediu para que os três apontassem para cada rosto envolvido naquela situação, fosse vítima ou agressor.

    Ao fim do trabalho, a Srtª Yang prometeu que isso não sairia impune e que levaria a situação ao Diretor. O colégio não tinha implementado câmeras de segura em todos os pontos, de modo que seria dificil aquelas jovens bolsistas conseguirem provar a culpa das afortunadas herdeiras. Era um campo minado, que precisavam de todo o cuidado.

    Os três foram liberados depois da longa discussão e Kim contou sobre o carro que os esperava. Disse que tinha sido o garoto que viu no café, algumas vezes. Ele nem sabia que estudava ali ou que ele se importava com Sunny. Lembrou-se que o nome era Park Jung Mi porque viu no vídeo, ele tinha sido o primeiro colocado no ranking do colégio, ou algo assim. Mas ainda achou estranha toda aquela preocupação com Sunny, por isso, nesse momento, olhou um pouco desconfiado para a amiga. Acabaram optando por seguirem até o carro - um carro muito bonito e que ficaria infestado com aquele cheiro deplorável deles.

    O silêncio no carro não foi quebrado por nenhum dos três ou pelo motorista. O homem, inclusive, parecia extremamente profissional e não fez nenhum comentário maldoso acerca do estado daqueles jovens. O unico momento que trocaram palavras foi quando pediu os endereços e programou no GPS. Lee Hi seria a primeira a ser deixada em casa. A menina estava devastada, muito triste com tudo aquilo e o modo como todas aquelas meninas foram tratadas. Despediu-se de Sunny deixando uma última lágrima escorrer por seu rosto e saiu, seguindo para sua casa com a cara da derrota. Em seguida, seria Sunny e ela trocou um abraço mais caloroso com Kim. E, apesar de suas palavras, ele ainda se sentia culpado por tudo o que tinha acontecido.

    Prometeram se falar mais tarde. Kim pretendia contar a verdade para sua mãe, até porque, precisou cancelar o almoço com ela e a Srª Kim sabia ser bem inquisidora quando queria.

    Sunny chegaria em casa e seria recepcionada por seus cães. Não havia ninguém em casa, só os bichinhos queridos. O mascote favorito dela logo se mostraria mais preocupado do que feliz por seu retorno e abriu mão da companhia dos irmãos para persegui-la pela casa inteira. Ficou no chão do banheiro, olhando de modo triste para a dona que chorava no banho e também ficaria com ela na cama, dormindo de conchinha, se fosse necessário. Chegou até a lamber algumas lágrimas salgadas, como se dissesse que estava tudo bem, porque o supercão estava com ela.

    A menina estava sozinha em casa, porque seu pai trabalhava até as 18h enquanto a tia e o irmão mais velho, ficavam até umas 23h no restaurante. Já o irmão que era trainee na empresa, também só chegava depois das 19h. Poderia ficar em paz com seus pensamentos e maquinar algumas coisas.

    Contaria ou não para o pai e a tia o que tinha acontecido?

    O que faria com o uniforme para escondê-lo antes que chegassem e descobrissem por conta própria?

    Podia pensar nisso depois, porque tinha tempo. Agora, tudo o que ela mais querida e precisava...era dormir.

    Quando acordasse, ela teria um e-mail do colégio e uma conversa com Chae e Lee Hi, no grupo que elas tinham montado. Chae tinha perguntado se estava tudo bem e Lee Hi contou o episodio, deixando a menina bastante chocada com aquilo tudo. Além de extremamente aborrecida. Prometia que não ficaria daquele jeito

    E-mail



    De: Wangjo@daehag.com
    Para: Alunos
    Assunto: Epísodio do dia 1º de Abril.

    Prezados alunos,

    Boa tarde.

    Tendo em vista o triste episódio dessa tarde, as meninas que tiveram os uniformes destruídos poderão comparecer às aulas de amanhã com roupas normais. Pedimos apenas para que as cores tentem ser preservadas. Os nomes já foram entregues na portaria para que não haja nenhum tipo de constrangimento.

    Eu, Diretor Wang TaeSong, estou extremamente constrangido por essa situação e peço um perdão formal a vocês e seus responsáveis. Não pensem que isso passará em branco. As senhoritas vão me procurar pessoalmente, no intervalo para que eu possa indenizá-las com o preço de um uniforme novo que deve ser adquirido ainda amanhã.

    O WangJo é contrário a todo tipo de discriminação e lamenta imensamente pelo que aconteceu.

    Atenciosamente,

    Sr. Wang TaeSong
    Diretor.





    Todos os bolsistas e as duas meninas vitimadas receberam aquela mensagem. Alguns não entenderiam aquilo, mas agora estavam cientes de que algo muito grave tinha acontecido. Para completar a situação, o vídeo gravado e enviado para os alunos, também chegou ao conhecimento do Diretor.

    Pelo menos três pessoas tinham enviando, de modo anônimo, o vídeo para a diretora. Fosse para fazer justiça ou simplesmente expor Seo Hyemin e Oh Yerin, agora havia provas contra as duas meninas que seriam responsabilizadas pela ação de todas as outras. Também haveria a opção delas contarem que mais estava envolvido, mas os rostos delas estavam gravados.

    [DONG]


    Stella percebe a alteração na expressão de Dong e se sente um pouco mal por ter recusado seguir com eles. Certamente não fazia isso por querer ficar longe do menino, afinal, Dong era o melhor amigo que ela tinha ali. Porém, o que ela tinha dito na briga com Hayoung era verdade e ela sentia que, muitas vezes, acabava prejudicando o menino e suas amizades. Talvez fosse melhor se afastar um pouco. Abaixou a cabeça também, mas chegou a ouvir o comentário dele.

    Esboçou um discreto sorriso no canto dos lábios.

    - Hm. Nada que envolva esforço físico, ne? - Pensou. - Quem sabe música ou teatro?

    Olhou para ele por um instante, só porque sabia que não seria algo que ele escolheria. Não era como se ela achasse que ele fosse fazer o mesmo grupo que ela mesmo. Até porque, ela evitava os mais populares como culinaria, moda e dança. Além de não ser muito boa em nada disso, tinham pessoas que ela preferia evitar. E fora que ainda achava o Grêmio a melhor opção para Dong, mas já tinha falado demais também.

    O menino mandou mensagem para seus amigos e recebeu a foto de Ui-Jin já tomando uma coca-cola e comendo batatinhas como resposta às ordens dele. Ha Neul disse que bem que tentou impedi-lo, mas o desrespeito foi grande demais. Agora que ele havia chegado, ele se despedia de Stella, pedindo para que respondesse às mensagens. Ela meneou positivamente e acenou de modo discreto antes que o carro partisse dali.

    A tarde seria dos meninos Geeks e de compras! Sim, havia muitas novidades e Ha Neul queria um look novo para as aulas de dança. Ui-Jin sugeriu que ele comprasse uma calça justa tipo o uniforme do Homem Aranha para que ele exibisse suas pernas torneadas. Para o espanto de todos, realmente havia uma calça de lycra assim. Para espanto maior, Ha Neul bem que experimentou e se exibiu para os amigos, fazendo uns passos de Kpop. A loja parou para ver aquilo, principalmente porque Ui-Jin não tinha mais folego e chorava de tanto rir.

    Também, as vezes Ha Neul pedia.

    Por questão de princípios, a calça ficou, mas ele comprou várias camisetas novas de herois e series para quando fosse dançar. Ui-Jin comprou figure action novos e jogos para o PSX dele.

    Infelizmente, tudo o que era bom, durava pouco e não demorou para que o alarme de Dong tocasse. O alarme era curioso, porque era uma gravação com a voz do pai, como se estivesse narrando uma competição.

    "FALTAM 2 HORAS PARA SUA AULA DE NATAÇÃO! FALTAM 2 HORAS PARA SUA AULA DE NATAÇÃO!"


    O pai "brigava" no alarme. Ha Neul se assustou com aquilo e Ui-Jin até pegou a bombinha para asma, de modo discreto. Depois de toda aquela bagunça, ele precisaria passar no clube para sua hora de tortura na água. Pelo menos sua mãe mandou mensagem dizendo que o encontraria lá. Quando a aula terminasse, a mãe o levaria para jantar fora e esperar pelo pai deles. O pai, apesar de firme em sua postura, inegavelmente amava sua família. Eles tinham momentos de tranquilidade e família, de modo que Dong podia se sentir realmente afortunado.

    Muitos jovens da idade dele, não sabiam o que era ter uma família unida assim. Depois do jantar, eles ainda caminhariam um pouco pelo shopping porque a mãe queria encomendar uma TV nova para a sala de reunião dela. A mãe de Dong era um pouco viciada em tecnologia - por isso nem julgava o filho - e acabou comprando não apenas uma TV, mas saiu com vários utensilios domesticos novos - como uma batedeira inox para bolos mais gostosos (ela nem cozinhava), um mini frigobar para a sala de jogos (foi a desculpa dela) e um maravilhoso esfregão eletrônico. O pai ficou olhando aquilo com um pokerface impagável, mas a mãe batia palmas a cada novo barulho que o objeto fazia.

    Era apenas mais um dia normal da família Dong.

    [HYE MIN]

    Hyemin foi surpreendida naquele dia com um convite para que jantassem fora. O pai chegou por volta das 20h e já imaginava que a filha fosse demorar um pouco. Por isso mesmo, ele aproveitou para se arrumar um pouco também - só trocou de relógio, gravata e pegou a chave de um carro esportivo que ele mesmo dirigiria, dispensando a necessidade de um motorista. Quando a filha desceu, 15 minutos atrasada, encontraria o pai de pé, no saguão, ajeitando o cabelo em frente ao espelho.

    O CEO Seo era o tipo de homem que se assemelhava ao vinho: quanto mais velho, melhor. O homem sorriu para a aproximação da filha, mas havia algo no rosto dela que o incomodava bastante.

    Não via necessidade para que sua filha, uma menina linda e tão jovem, colocasse tanta maquiagem. Era um hábito que ela tinha aprendido com a irmã dele - estava bem ciente disso - mas ele mesmo não gostava. Achava que carregava demais um rosto que já era perfeito aos seus olhos. Fora que a amadurecia um pouco e sentia como se a filha não aproveitasse a idade que tinha.

    Mas ele brigava? Não.

    Porque a relação deles já era um pouco complicada demais para ele querer afastá-la ainda mais por conta de um detalhe que ele não concordava. Isso podia ser ruim à longo prazo, mas ele achava melhor assim...

    Né?

    - Boa noite, minha princesa. Foi tudo bem, tive umas reuniões e apresentações de projeto, por isso nem almocei direito e quis algo diferente para o jantar. E o primeiro dia de aula, como foi?

    Perguntou enquanto a convidava a sair dali.

    - Pensei em ir ao Pierre Gagnaire. O que acha?

    Comida francesa, um restaurante com estrelas Michelin e com comida internacional bem em Seul. O pai a deixaria entrar no carro primeiro e daria a volta para que seguissem até lá. O ambiente do restaurante era sofisticado e a vista maravilhosa. Os pratos eram deliciosos e o pai deixou que Hyemin montasse o cardápio porque sabia do gosto da filha pro gastronomia. Fora que ela também conhecia seus próprios gostos.

    Não haveria nenhuma conversa ruim no meio daquela noite. Hyemin nem lembraria do episodio que havia participado daquela tarde e seria como se sua vida fosse perfeita. É claro, não era perfeita, porque havia um lugar naquela mesa e nos corações deles que sempre estaria vazio. Mas nem pai nem filha citavam a existência daquela "pessoa", como se aquela ferida ainda fosse sensível demais para ser mexida. Para todos os efeitos, Hyemin era filha apenas dele.

    Nada mais importava.

    [MISOO]


    A mãe de MiSoo continuava a encará-la de um modo um tanto quando decepcionado. Nem quando ouviu que a filha "resolveria aquilo", ela pareceu mudar de expressão. Aparentemente, ela não tinha compreendido a extesão do "resolver aquilo". Só queria que a filha entendesse que estava fazendo o melhor por ela, mas MiSoo sempre se boicotava e se perdia na comida.

    - A Gula ainda vai acabar com você, MiSoo.

    E o queixo da mãe tremeu, como se ela estivesse extremamente ofendida. Meneou negativamente e saiu dali. Havia algo que ela queria ter dito para a filha e conversado com ela. Parecia animada quando chegou, mas provavelmente, MiSoo não iria se importar com a animação da mãe. Deveria ser mais uma daquelas festas estúpidas que a mãe gostava e a garota detestava. MiSoo teve todo o trajeto até o quarto para começar a se punir por ser quem era.

    Como se isso fosse algo ruim.

    O que ela fazia com o seu corpo, por outro lado, era algo péssimo. Forçou o vômito e ela esvaziou todo o estômago dela. O pior era que quando fazia isso, também era como se estivesse se livrando dos momentos bons e divertidos que tinha passado com as amigas. Agora se sentia feia, horrorosa, desprezível. Talvez até achasse que merecia aquela humilhação que as bolsistas tinham passado. A melhor opção que ela tinha encontrado, depois de tudo aquilo foi correr.

    Mas sem energias?

    Ela não conseguiria ir muito longe. Seu corpo era forte, resistente, ela tinha um físico muito bom, até por conta do esporte que praticava. O tênis era um dos esportes que mais exigia de seus atletas, talvez fosse o mais complexo de todos. E nossa, como MiSoo era boa nisso! Mas depois de ter colocado tudo aquilo para fora, a desculpa da "corrida" era mais uma busca para se ver livre de casa. Não aguentaria nem uma volta completa e precisaria parar em algum lugar apenas para ficar observando as pessoas ou perdida em seus pensamentos.

    Naquele horário, Eun-Bi ainda não podia atender aos seus chamados porque estava em ensaios. Mas Bo-Mi e Mia moravam no condomínio e Bo-Mi não tinha nenhum treino ou compromisso naquele dia. Caso ela quisesse se refugiar na casa de alguém, podia ir para a casa da menina. Ela seria recepcionada com a animação de sempre e poderiam praticar qualquer atividade que quisessem. Até porque, não tinha ninguém em casa. Gyu-Sik também tinha saído depois da aula e não deu nenhuma noticias de que horas retornaria.

    Claro, se MiSoo quisesse fugir.

    Se preferisse ficar sozinha, ela podia sossegar até se sentir melhor andar pelos bonitos jardins do condominio. A avó e ela ainda tinham um livro para catalogar e algumas especies novas surgiam daquele modo especial na primavera.

    Quando não tivesse mais como se ausentar de casa, MiSoo veria que o carro do pai já estava ali. Ela teria o tempo de trocar de roupa e se unir a eles para o jantar que seria servido. O pai parecia tranquilo enquanto a mãe ainda mantinha a cara fechada e a repreendia com o olhar vez ou outra. O pai, diferente da mãe, puxou assunto perguntando sobre o primeiro dia e quais foram os clubes que ela tinha se inscrito. Ao ouvir que a menina estava em moda, ele olhou para a esposa.

    - Por que? - Fez uma cara confusa. - Pensei que gostasse de botânica.

    - Não vamos discutir isso. - A mãe o cortou. - Sua filha gosta de Moda e vai fazer.

    - Ah é mesmo? - O marido a encarou e voltou o olhar para MiSoo.

    A discussão não demoraria muito tempo. MiSoo também podia comentar sobre o professor Chang e o pai se mostraria surpreso, como se não soubesse daquilo até então. Quando o jantar terminasse, ela estava livre para se retirar e se esconder dos pais, como sempre preferia fazer.

    [HYUN-HEE]

    O Secretário Lee atendeu à ligação dele no mesmo instante e diria que estava atrás do menino. De fato, quando Hyun olhasse para trás, veria o secretário na porta da saída do shopping, ligando o carro que fora estacionado bem em frente à moto dele. Porém, estava claro ali que o olhar que ele recebia, não era do Secretário Lee.

    - Algum problema? - Perguntou quando se aproximou. - Você pareceu agitado. Seu avô pediu para que eu o acompanhasse 24 horas por dia, ainda que você tenha um transporte próprio.

    Indicou a Moto e voltou a encara-lo. Hyun podia contar sobre a sensação estranha e isso deixaria o Secretário um pouco alarmado. Sabia que Hyun fazia uso de remédios controlados, mas teve duvidas se aquilo era efeito dos remedios ou se tinha alguém atrás dele. As duas possibilidades eram válidas, se a teoria do seu patrão estivesse certa. Por via das dúvidas, ele tomou coragem e perguntou.

    - O senhor tomou seu remédio na hora certa?

    O rosto profissional não carregava expressão ou ironias. Mas diante de tudo aquilo, ele logo encaminharia Hyun Hee para casa. Na casa de seu avô, ele se sentiria seguro de novo, longe dos olhares ou da pressão. Podia gastar um tempo na cozinha, se quisesse, porque cozinhar geralmente ajudava a acalmá-lo - concentrava sua atenção completamente no que estava fazendo. O avô não estava presente, pois tinha viajado para Taiwan no Sabado. Estaria de volta no dia seguinte.

    Porém, ele ligaria por video-conferencia para saber como o neto estava e como tinha sido o primeiro dia.

    Perguntou, também, se ele tinha dado parabéns para Eun-Joo. Isso foi um pouco estranho, mas talvez a história de "arranjar uma mulher" tenha ficado mesmo na cabeça do avô. Por falar em mulher, a loja também ligaria informando que o broche estava pronto. Hyun tinha a opção de voltar lá, à noite e continuar com aquela sensação de perseguição ou podia pedir para que o Secretário Lee buscasse. Ainda tinha a opção de pegar no dia seguinte.

    Qualquer que fosse a opção, o dia pelo menos estava chegando no fim. E ele tinha sobrevivido




    Considerações Finais:

    • Sunny: Tem a opção de contar a verdade para o pai e a tia ou omitir. No caso de contar, haverá um adendo em resposta que poderá ter uma tréplica sua. No caso de omitir, diga como vai esconder o uniforme e como vai à escola no dia seguinte, sem que percebam que você está sem uniforme. A família começa a acordar às 5:30h.

    • Todos os outros estão livres para responderem e usarem seus npcs para pequenos diálogos que acharem conveniente para a cena. Escrevam até o dia seguinte, como vão para o colégio. Podem ir até a chegada na sala de aula. Sunny e Kim chegarão por último lá
    Natalie Ursa
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Natalie Ursa Sáb Out 28, 2017 1:18 am

    Mesmo que MiSoo se importasse com a animação da mãe, não tinha condições nenhuma de sequer percebê-la ao por os pés dentro de casa. Tudo o que pensou naquele momento foi na profunda tristeza que o sermão de sua mãe lhe causou.

    Embora o peso na consciência e no estômago diminuíssem ao botar a comida para fora, ainda restava a tristeza e o arrependimentos. E agora sentia-se até mesmo fraca.

    Sua corrida só conseguiu lhe levar até o lago até que precisou desabar sentada na grama, exausta e sem fôlego. Era muito raro ficar tão exausta, ainda mais fazendo tão pouco. Desde seu segundo ano no tênis, quando começou a treinar o esporte para valer, era tão energética nas atividades físicas que poderia passar muitas horas praticando até ficar realmente exausta.

    Já era motivo para algumas lágrimas escorrerem pelo rosto da garota.

    Esperava não ter que vomitar outra vez. Precisava se controlar em suas refeições. Desta vez nem foi com doces que se encheu. Precisaria tomar ainda mais cuidado com isso…

    Ficou envolta pela natureza do lago por pouco tempo. Como tinha estragado as lembranças boas que tivera no almoço, ansiava pela companhia das amigas… Pelo menos uma delas. Por isso mesmo tirou o celular do bolso do casaco de moletom verde, que estava enfeitado por uma de suas capinhas de sua cor favorita, e ligou para BoMi, perguntando se poderia visitá-la pelo menos um pouquinho.


    Chegou à casa da amiga, mesmo tendo que ir meio devagar, pois já não tinha muita força nas pernas. Quando chegou, sorriu para BoMi, tentando disfarçar, do melhor jeito que conseguiu, como se sentia por dentro. Sabia que a companhia da amiga já seria de grande ajuda para levantar o humor, mas se preocupasse ela também acabaria causando um efeito contrário e contagiaria também a garota com sua tristeza.

    Não ficou muito tempo por lá, pois logo seu pai chegaria e precisava estar presente para o jantar, mesmo assim ter conversado com BoMi já tinha melhorado um pouco seu ânimo.

    Quando MiSoo chegou em casa só teve tempo de trocar de roupa para o jantar, embora quisesse tomar um banho também, pois ajudaria a levantar um pouco mais seu humor.

    No jantar, por causa do olhar da mãe que MiSoo sentia sobre si, mal conseguiu comer o que tinha em seu prato. Sentia-se pressionada e julgada por ele. Como se fosse engordar uns 5kgs se ousasse terminar o que tinha ali. Para alguém que sentiu-se fraca por ter que expelir tudo o que comeu no almoço, o que tinha posto no estômago agora certamente era muito pouco.

    Enquanro olhava desanimadamente para o prato, com a mente meio distraída, distante dali, o pai começou a puxar assunto com ela e a tirou de suas reflexões pessimistas. Ela ouviu a pergunta e respondeu simulando um pouquinho de animação:

    - Não aconteceu nada na escola… Só a apresentação de centenas de horas que tem todos os anos no primeiro dia de aula e depois escolhemos os clubes… Entrei em tênis e dança mais uma vez… E também no clube de moda… - oficialmente não tinha entrado ainda, mas o formulário estava dentro da mochila, só precisava ser preenchido e entregue.
    O pai perguntou sobre sua escolha do clube de moda, mas a mãe foi mais rápida em cortar aquele assunto. MiSoo não queria falar sobre isso também, por isso ela só acenou positivamente a cabeça quando o pai lhe questionou.

    Depois de tudo o que lhe aconteceu neste dia, ela nem lembrava mais que o professor que tinha lhe ajudado no reforço também seria professor de literatura em WangJo, por isso não chegou a comentar isso com os pais. Apenas desejou boa noite à eles, quando todos terminaram o jantar e foi para o quarto e para seu banheiro, finalmente podendo tomar seu banho e relaxar um pouco. Como já estava meio tarde, ela colocou o pijama após o banho e secou os cabelos com o secador, jogando-se em sua cama, que era bastante larga, e olhando as mensagens das amigas no celular e respondendo um e outro assunto, antes de finalmente dormir, já que sentia-se bastante cansada.

    Acordou no mesmo horário da manhã anterior. Não sentia-se 100%, mas já estava bem melhor do que ontem á noite. Um pouco menos energética do que o normal, MiSoo desceu as escadas direto para a cozinha, onde pegou algumas frutas e colocou junto com leite no liquidificador para fazer uma vitamina. Também comeu uma fatia de pão torrado com geléia de pêssego. Gostava de geléia de pêssego, mas tomou cuidado para não exagerar, antes que começasse a ouvir a voz irritada da mãe ecoando em sua cabeça.

    Depois do desjejum subiu mais apressadamente à escadaria de volta para o quarto, para se arrumar para a escola. Nem pensou muito se teria que enfrentar alguma coisa por lá neste segundo dia. Não estava muito afim de pensar sobre qualquer aspecto desse assunto. Só colocou o uniforme, desta vez com meias altas e pretas acompanhando, para não ter que desfilar por aí com os bandaids (novos) nos joelhos, calçou seus sapatinhos cor de menta e branco (sem salto para não arriscar perder o equilíbrio e cair no meio da escola) e prendeu o cabelo com um rabo de cavalo em cada lado da cabeça. Finalizou prendendo-os com presilhas de margaridas e terminou de arrumar a mochila, só depois passando um pouquiiiinho de maquiagem no rosto. Provavelmente as amigas iriam interferir nisso, como sempre, quando estivessem todos no carro.


    Desta vez passou rápido pela mãe, apenas se despedindo e não lhe dando muito tempo de tentar mudar algo sem seu visual.

    Como costumava fazer, esperou na frente da casa pelo carro de Eunbi, olhando as mensagens das amigas enquanto isso e dizendo para BoMi se apressar dessa vez. O carro chegou mais cedo do que no dia anterior, o que indicava que não iriam para a sala de aula em cima da hora. Como sempre foram conversando durante todo o trajeto e todo aquele clima mais leve e alegre entre as amigas ajudou bastante no humor da jovem.
    Capítulo 1 - Página 7 TAcYbQP
    Gakky
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Gakky Sáb Out 28, 2017 2:20 am

    Enquanto conversava com Kang, Jae-ki percebeu que estava descobrindo várias coisas sobre o colega. Não conseguia imaginar como seria ter irmãs mais velhas, mas já tinha imaginado várias vezes como seria se tivesse um irmão mais velho. Por isso considerava seus amigos mais velhos quase como irmãos. Também era bom saber que Kang e Won Bin não tinha uma vida tão imensamente diferente da dele em termos financeiros. Depois de ter entrado em WangJo, isso era um alívio, ainda mais por descobrir que Eunbi era tão diferente do que pensou.

    Quando ouviu o elogio de Kang dizendo que ele era responsável, Jae-ki ri achando esquisito isso vindo do seu colega.

    - Eu tenho que ser preocupado, já que sou o irmão mais velho dela.


    Então os dois falavam sobre Won Bin e sobre várias outras coisas. Kang parecia ser bem simples, o que era bom para Jae-ki. O colega também era trabalhador. Assim qeu escutou sobre o "ritual de amizade", Jae-ki ficou surpreso, não por isso ser esquisito, mas por não saber que estava passando por um tipo de teste ao participar do almoço. Não conseguia imaginar que tipo de pessoa não aceitaria um almoço grátis. Talvez os mais ricos? Questionou-se curioso com esse fato. Mas logo Kang riu e disse que era brincadeira. Pelo menos uma coisa tinham em comum, os dois valorizavam refeições, notou Jae-ki.

    Jae-ki ficou mais surpreso ainda por ele ter mais outra coisa em comum, os dois tinham irmãos pequenos que admiravam e tentavam ajudar, por isso sua esperança de ter um amigo estava realmente querendo crescer agora, mas ele tentava fortemente dominar. Convencia-se que já tinha passado do tempo de desejar fazer novos amigos. Se caso conseguisse amigos, seria simplesmente pelo acaso e não por ele. Jae-ki repetia isso em pensamento.

    Depois que Won Bin voltou da entrevista, Jae-ki sorriu achando o resultado bom, apesar de não ter garantido sua vaga. O parabenizou do seu jeito, dando um soquinho no ombro dele. Queria até pegar o número do celular dos dois colegas, mas dessa vez hesitou e não fez isso. Achou que estaria sendo precipitado demais, mal se conheciam e Jae-ki sabia como as pessoas podiam mudar depois. Mas se um deles pedisse, Jae-ki prontamente daria o seu número e mostraria-se bem animado com o interesse dos amigos.

    - Você é corajoso, por isso acho que vai conseguir o emprego - Disse a Won Bin.

    (...)

    No trajeto para casa, preferiu não cochilar no transporte público ainda, até estar acostumado com o trajeto. Então ficou imaginando alguns problemas matemáticos mentalmente para manter a mente ocupada e não ficar pensando em uma certa pessoa. Calculou a hipoteticamente a velocidade do transporte, usando o tempo e os quilômetros que percorria em seu trajeto. O número de pessoas que entrava por minutos nas paradas, a área do metrô, e coisas assim que só faziam sentido em sua mente, já que desenhar seria difícil com o movimento.

    Infelizmente tinha que ir para o trabalho assim que chegou. Lembrou da cafeteria enquanto estava lá, seria tão bom se conseguisse um emprego melhor por perto, mas tinha sido o que conseguiu, então precisava manter. Pelo menos não teve tempo de pensar naquela garota. Assim que chegou em casa, ficou animado e logo sorriu ao abraçar a irmã. Estava exausto, suado e provavelmente com cheiro de frango frito. Tacou a mochila em qualquer canto, tirou a jaqueta para se sentir mais leve e os sapatos, em seguida se ocupou com a irmã.

    - Soo-ji-ya! - Exclamou cansado, mas descontraído, pegou a garotinha no colo e suspirou sorrindo - Ahh, que abraço bom! Antes de tudo, eu quero saber, como foi seu primeiro dia? Foi bom?

    Enquanto a avó terminava o jantar, Soo-ji contou que seu primeiro dia tinha sido ótimo, e até que teve dever de casa. Ela pegou o caderninho dela da mochila e até mostrou para o irmão que já tinha feito todo o dever. Também mostrou um desenho que tinha feito na aula de artes. Jae-ki como sempre, achou tudo incrível:

    Capítulo 1 - Página 7 91f60d0adcac6add8019e8c3df5cfb91

    - Uwa!! Que escola difícil, já tem dever de casa! Eu nem tive aula ainda. E você é mesmo incrível! Os seus colegas nem devem ter feito o dever ainda. E esse desenho, ficou muito maneiro Soo-ji-ya! E olha tem muitas cores, você fez tantos detalhes! Adoro seus desenhos, você tem que fazer outro para mim, hein. Esse desenho é sobre o que dessa vez?

    Soo-ji sorriu toda contente e explicou que o seu desenho era um príncipe e que ele se chamava Jae-ki. No seu desenho, o príncipe tinha olhos bem marcados com giz de cera preto e brincos nos orelhas. Jae-ki sorria e olhava para ela como um irmão bobo e orgulhoso.

    - Ohhh - Exclamou surpreso em seguida brincou animado - Um príncipe? Eu gostei desse mais do que aquele da história da cinderela.

    Era sempre assim, bastava falar com a irmã que se sentia muito melhor. Só sua irmã o fazia se sentir tão importante e invencível. Podia não ser nada para aqueles alunos esnobes de WangJo, mas era o herói de Soo-ji, e isso valia muito mais para ele. Jae-ki também tinha notado o pai, mas passou o ignorando. Não deixou de notar que ele arrumava um rádio velho, mas o garoto deu de ombros, não se importaria com quem não se importava com ele. O pai nem tinha tocado no assunto daquela noite, só dava trabalho e por pouco não o fez perder a matrícula. Por um milagre que tinha conseguido, lembrava Jae-ki.

    Ele pegou algumas roupas do seu armário, as mais simples que gostava de usar para dormir, uma camisa e um short. Suas roupas eram todas emboladas, nada era dobrado no seu armário, simplesmente jogava as roupas ali dentro. Por que perderia tempo dobrando? Infelizmente seu uniforme provavelmente não seria passado para o próximo dia. Ainda bem que estava limpo ao menos. Tomou banho no banheiro que ficava em um cômodo do lado fora (modelo bem antigo) para tirar o cheiro de frango frito e não precisar tomar antes de ir para escola. Depois foi jantar com a família.

    Não demorou a ir para o quarto se trocar. Quando entrou logo olhou para aquela gaveta e se lembrou do desenho, isso lhe fez ficar com raiva por algum tempo. Foi checar o celular para ver a hora e notou o e-mail.  Quando viu de onde era, logo sentiu um frio no estômago. Imaginou que poderia ser o diretor o chamando atenção pelo que fez. "Vou ser expulso?" - Logo pensou. Mas quando leu o que era, respirou aliviado. Apesar de tudo, não deixava de ser era alarmante saber que os uniformes de algumas bolsistas haviam sido estragados, era claro que tinha garotas muito cruéis estudando lá. Logo imaginou o que faria se acontecesse o mesmo com ele. Temeu de repente ao pensar que Eun-bi podia ser uma dessas, seria um decepção maior ainda. Não tinha dinheiro para outro uniforme, se acontecesse com ele seria realmente uma situação tensa, e com certeza iria ficar muito nervoso e irritado. Não deixaria quem fez isso impune. Mas ficou satisfeito ao ver que a direção tinha resolvido de uma forma surpreendente para Jae-ki. Não imaginava que a escola seria tão legal com um caso desses.   

    Soo-ji percebeu que ele já tinha se trocado e logo se juntou a ele no quarto. Em cima do futon, já cobertos e deitados, Jae-ki contava seu dia a irmã, porém preferiu omitir a parte de Eun-bi. Não mentia para a irmã, mas ás vezes tinha coisas que achava que não deveria contar. A própria Soo-ji até sabia disso, que nem tudo era falado, já que pertencia ao mundo dos "grandes". Ele mostrou as fotos e os novos colegas que fez, enfatizando sempre as partes boas do seu dia:

    - Esse é o Kang tem um irmão da sua idade e duas irmãs mais velhas - Dizia a Soo-ji apontando para os rostos - E esse é o Won Bin, ele é engraçado também, ficava se escondendo de uma garota, mas para outras coisas parecia corajoso. Já os outros não pareciam muito legais, gente rica é muito irritante... Teve uma menina que jogou uma mochila em mim! Eu fiquei irritado e já ia jogar a mochila dela para outro lado, se ela jogou, não tinha medo de estragar, não é? Mas o Won Bin impediu de eu fazer isso, foi bom, porque a direção podia achar que foi minha culpa.

    Soo-ji adorava ver as fotos que o irmão mostrava e ficava encantada com o que ele falava sobre os novos amigos, achava que o colégio era como um castelo e Jae-ki era o príncipe, o mais bonito. Porém quando ouviu da garota que jogou a mochila no irmão, ficou espantada e imaginou que deveria ser como um bruxa. Tapou a boca com a mão e em seguida abraçou o irmão, não entendia como alguém podia fazer uma maldade assim.

    - Eles acham que podem fazer o quiserem, simples assim - Explicou Jae-ki - Mas não vou deixar eles fazerem isso com você, por isso eu estou indo lutar lá - Beijou o topo da cabeça de Soo-ji e completou - Para proteger minha princesa Soo-ji-ya. Agora é hora de dormir!

    Jae-ki apagou a luz e aconchegou a irmã, ela sempre com sua boneca velha. Mas não foi dormir ainda, disse que já ia. Antes tinha algo que o estava incomodando desde que entrou no quarto, usou a luz do celular para ver o conteúdo da gaveta e pegou o desenho de Min Ah. O coração voltava apertar, era a face da garota que o enganou duas vezes: no nome e sumindo sem deixar rastros. A garota rica que os achava menos do que ela. Não tinha porque guardar esse desenho, por isso Jae-ki apoiou o celular dentro da gaveta e pegando o desenho fez o movimento para rasgá-lo, porém antes que fizesse força para isso, hesitou. "Aishi... Porque é tão difícil? Talvez porque eu não rasgo meus desenhos? Por que foi o melhor que eu já fiz? Ou por que... Não...Não tenho cérebro de passarinho! " Ele tentou mais uma vez, mas ainda sentia algo que o impedia, não sabia se era dó de rasgar algo tão bem desenhado. Respirou fundo irritado e jogou o desenho de volta para a gaveta. "Ahh, não vou rasgar para eu me lembrar que não devo ser idiota de novo com garotas bonitas!" Ele foi até o futon e se aconchegou na irmã, apesar das preocupações, não teve problemas para dormir. Sono era algo que sempre tinha, por isso adormeceu rápido e profundamente.

    No dia seguinte, seguiu a rotina do dia anterior. Agora que já sabia melhor a rota e conciliar o horário, conseguiu acordar mais tarde e levar a irmã mais cedo para a escolinha. Vestiu o uniforme, que já não estava passado como tinha vindo. Depois de sair do quarto já uniformizado, tomou café da manhã com a irmã e a avó como sempre. Lavou rosto na pia mesmo e deixou Soo-ji consertar seu cabelo do jeitinho dela. Dessa vez como conhecia o horário, combinou com a avó de levar a irmã para escolinha mais cedo. Na despedida a abraçou com força fechando os olhos e desejando em pensamento que parte da calma dela passasse para ele, a sacudindo para os lados.

    No colégio chegou só alguns minutos antes da hora, respirou fundo ao passar pelos portões e aproveitou os minutos que faltavam para fazer alguns rabiscos simples. Já conhecia o lugar, mas não cumprimentou ninguém, estava distraído. Ah não ser que visse os dois colegas. Quando ia para sala ficou repetindo em pensamento sua lista sobre o que não fazer durante todo caminho até chegar na sala de aula.
    Capítulo 1 - Página 7 OQyMeP8
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Sky Sáb Out 28, 2017 2:45 am


    Won-bin se sentia uma formiga diante de uma lupa contra o sol. O olhar analitico da mulher no caixa era afiado como uma espada mesmo que ela se mantivesse muito calma.

    Sentiu a gota de suor passando pelas costas.

    "Se ela encarar mais ela vai conseguir ver até o meu poder de luta que nem no Dragon Ball"

    - Nem todos nascem sabendo, rapaz.

    "Ufa, isso quer dizer que to..."

    - Ouvi algo, por alto, sobre os bolsistas no WangJo.

    "Isso é bom!?"

    Façamos o seguinte. Volte aqui amanhã e vamos fazer um teste com você. Se você aguentar o pique, ganha o uniforme na quarta-feira com uma plaquinha com seu nome. Que é...?

    "AH EU NÃO FALEI O MEU NOME DE NOVO!" aquilo estava se tornando um costume esquisito diante do nervosismo.

    -Hwang Won-Bin! - respondeu como que reagindo - Pode deixar senhorita, eu não vou decepcionar - respondeu sorrindo.

    Não era um sim, mas também não era um não. Pra ser sincero parecia um sim com requintes de "calma lá garoto".

    Voltou meio sorrindo meio assustado para Kang e Jae-ki. Já fora do café disse sobre a entrevista.

    -Acho que fui bem. A chefe é meio assustadora, mas no estilo responsável-assustadora sabe? - analogias esquisitas, seu forte - Vou vir amanhã fazer o teste pra ver se consigo acompanhar o ritmo. É algo - disse meio rindo.

    - Você é corajoso, por isso acho que vai conseguir o emprego - Disse a Won Bin.

    -Haha, valeu Jae-ki. Acho que eles querem alguém que saiba limpar bem as mesas além de coragem, mas é um começo hahaha

    Quase havia esquecido.

    -Ah! Vamos trocar os números de celular. Assim a gente se fala depois, o dia é meio longo então eu só devo olhar o celular a noite haha

    Pegaria os números de Kang e Won.

    -Bom, eu tenho de ir. Valeu por hoje galera...de verdade, eu achei que ia ser bem diferente. Mas tudo deu certo. Vejo vocês amanhã - se despediu e pegou sua bike.

    Pedalando, com os fones de ouvido, sentia-se leve afinal agora encararia os momentos do dia do qual estava acostumado: de volta a zona de conforto.




    ...

    "Resumo do dia: Encontrar a garota da perna sem querer, evitar uma briga, duas amizades e ramen pro almoço. Nada mal Hwang, nada mal...só preciso evitar quase morrer do coração pra cada coisa que acontece"

    Chegou a tempo para seu momento favorito do dia. Prendeu a bicicleta no lugar de sempre e subiu pro dojo: um lugar simples mas que carregava os ensinamentos do maior artista marcial do mundo (de acordo com Won-Bin).
    Cumprimentou os colegas de treino com seu gesto característico com a cabeça: pessoas do qual não era próximo mas os respeitava pelo simples fato de também serem ensinados por Baek.
    Talvez até o cara-de-batata do seu rival estivesse ali mas nem ele poderia acabar com o bom-humor e as coisas boas daquele dia até então.

    Deu tudo de si no treino, como em todos os outros.

    Mestre Baek o procurou no fim para perguntar das novidades: será que ele estava ansioso para saber como tinha sido?

    -Mestre, a escola parece cenário de filme... - Won disse, citando mais uma vez sua segunda paixão que eram os filmes. Baek nunca pareceu tão interessado em cinema de artes marciais, até mesmo dando algumas duras em Won quando este tentava fazer movimentos muito elaborados imitando seus astros favoritos.
    Mas nesse caso a comparação era bem coerente.

    Contou que havia feito duas amizades mas não contou sobre a quase briga com Jae-ki.
    -Eu meio que escolhi o teatro e música pra...você sabe, perder a timidez, nem que seja na marra - disse um pouco sem graça, ainda sentia que tinha colocado os pés pelas mãos.

    Também contou sobre o emprego no café, uma outra oportunidade de trabalhar suas fraquezas.

    -Estou empolgado Mestre...é como se tudo mudasse, pra melhor sabe? Eu sei que vão vir muitos desafios, mas eu me sinto...empolgado. É como se fosse um treino novo, golpes novos pra aprender! - Mestre Baek sabia como Won adorava aprender novos movimentos.

    Sua vida era uma luta afinal.

    ...

    Na porta de casa ele sentiu o cheiro. Era inconfundível.

    Carne! CHURRASCO!

    Abriu a porta, sorrindo e levantando o braço direito: feito o Rocky.

    -Yo! - disse, metade feliz pelo dia melhor que o esperado e metade feliz pelo churrasco.

    -Churrasco!? Nossa pai, não precisava de tudo isso haha - suas palavras diziam "não precisava" mas seu estômago e seu sorriso diziam o contrário.

    Eles jantariam e o senhor Hwang faria seu interrogatório sobre o dia.

    -Ok ok, calma lá oficial, eu tenho direito a um advogado? - riu da propria piada. Era só com o pai que conseguia expressar o humor e as piadas sem graça que sua mente formulava mas nunca tinha coragem de contar.

    Contou sobre a chegada na escola e como já havia feito um amigo de começo.


    -Ah, lembra que eu comentei sobre uma garota que eu ajudei que quase tinha sido atropelada?
    - quando Won contou a história ele tinha sido tão superficial que o pai podia ter entendido que ele só devia ter feito uma gentileza de segurar seu ombro ou algo do tipo.

    Os detalhes e a ação do momento ficaram para contar outro dia...

    -Adivinha quem estuda na Wangjo? Hahaha, é, pelo visto o mundo é pequeno - disse enfiando mais um pedaço de carne na boca.

    Contou sobre a grandiosidade do lugar, do vídeo com os clubes, mas deixou a história da quase-briga que impediu sem contar. Não havia necessidade de preocupar o pai com draminhas e intrigas adolescentes, ele sabia que na policia seu pai lidava com coisa mais preocupante que isso.


    -Ok, agora se segura da cadeira porque eu vou te falar os clubes que eu escolhi
    - comeu mais um pedaço de carne para trabalhar o suspense - Eu quero ser menos tímido, saca? Então eu meio que me desafiei, ainda não sei se foi boa ideia. Entrei nos clubes de teatro e música

    Pegou outro pedaço de carne, esperando a reação do pai.

    Sabia que o pai lhe apoiaria mas queria muito saber o que ele achava da ideia dos clubes.

    Também contou que foi almoçar com seus novos amigos e que talvez teria conseguido um emprego num café.
    Para o senhor Hwang era como com Yoda: "Tentar não há, é conseguir ou não" algo do tipo.

    -Pai, ainda não é certeza amanhã eu vou...ah, já pegou o suco. Tá hahaha - brindou com o pai, feliz pela confiança que só ele sabia lhe dar.

    -Foi um bom dia pai. Melhor que eu esperava. Eu sei que estudar nessa escola vai ser trabalho duro...mas eu to feliz - sorriu para o pai.
    -E o seu dia, como foi? - depois de toda a saga Wangjo nem teve tempo de perguntar como pai estava. Queria que seu pai também tivesse tido um dia bom como o seu, apesar de saber que as coisas na delegacia ainda eram as mesmas.

    ...

    Pegou o celular e com os contatos de Kang e Jae rapidamente criou um grupo com os dois e o intitulou "Dragões para Sempre".

    Os amigos provavelmente não sacariam a referência, então colocou a imagem do poster do filme como imagem do grupo:

    Capítulo 1 - Página 7 268099

    Riu sozinho enquanto escovava os dentes antes de dormir.

    Notou que havia um email não lido, prontamente o abriu e leu seu conteúdo.

    "Triste episódio?" parou de escovar conforme ia passando pelo corpo do email.
    Algo tinha acontecido. Algo grave que obrigou o diretor a mandar um email para alunos logo no primeiro dia.

    Aquilo fazia o sangue de Won ferver. "O que raios aconteceu de tão sério? Uniformes novos?".
    Hwang percebeu como outros alunos não tiveram um dia tão bom como o seu.

    Won prontamente mandou mensagem no grupo no celular.

    -Ei, vocês receberam o email do diretor? Parece que rolou algo com meninas da escola e com uniformes - digitava enquanto andava até o quarto.
    -Boa noite pai - disse antes de entrar e fechar a porta, ainda com os olhos grudados na tela.

    -Vocês sabem o que rolou? - se não soubessem, Won se sentia determinado em descobrir.

    "Discriminação...isso não tá certo"

    Se deitou na cama. A cabeça cheia de coisas: essa notícia bizarra, tudo o que havia feito no dia. Encarava o poster de um de seus filmes favoritos que ficava grudado no teto:

    Capítulo 1 - Página 7 A42b93df808fb47d107d8be63a4eb3d5

    Se viu revivendo as cenas dele se encolhendo na cadeira quando viu Bo-Mi se aproximando. E quando a viu enquanto segurava o braço de Jae-ki.

    Won dormiu pensando no sorriso fofo de Bo-Mi. Se o pai o visse dormindo na cama o veria com o sorriso mais bobo do mundo.

    ...

    Despertou com o alarme do celular, num salto se pôs de pé e chutou o ar com a perna direita: seu ritual matinal padrão.

    Bom dia ao pai, escovar os dentes, café da manhã e olhar o celular. Outros movimentos de rotina. Apesar disso era uma manhã para se estar igualmente nervoso: era pra valer, as aulas começavam hoje!

    Saiu no horário com sua bicicleta, rejeitando educadamente mais uma vez a carona do pai.
    "Eu vou precisar do esforço físico agora que to treinando menos" pensou.

    Colocou os fones de ouvido e deixou sua playlist-randômica escolher a trilha para Wangjo.


    "Round 2!"

    Capítulo 1 - Página 7 JCPjtiU
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por 2Miaus Sáb Out 28, 2017 9:05 am

    Hyun Hee caminhou rápido até o estacionamento, seu coração ainda batia acelerado quando desligou o telefone. E ao se virar ele vê o secretário Lee parado atrás dele, então isso significava que não era ele que estava na praça de alimentação a alguns minutos atrás. O ruivo ainda olha para a saída do shopping mais uma vez, esperando que a pessoa misteriosa surgisse, mas claro que isso não ocorreu e ele não ficou surpreso de saber que Lee estaria o acompanhando onde fosse, mas isso só aumentava suas suspeitas de perseguição. Ao falar sobre sua medicação, Hyun Hee passa a mão na nuca num gesto nervoso.


    - Eu tomei...Mas tinha alguém... tive a sensação de... - Ele para de falar por um momento.


    E se essa sensação de perseguição fosse um efeito da medição? Já tinha ocorrido outras vezes quando esqueceu de tomar os comprimidos no horário. Mas ele se lembrava de tomar o remédio pela manhã. Poderia ser uma reação ao estresse do primeiro dia de aula e sua mente estava o sabotando? E não saber mais o que era real ou não, deixou o rapaz retraído e confuso. Hyun Hee dá de ombros, um pouco envergonhado pelo pânico que sentiu a minutos a trás.


    - Deixa isso para lá...Estou voltando para casa.


    O ruivo sobe na moto e ajusta o capacete, dessa vez ele dirigiu prudentemente e consciente que o carro preto de Lee o seguia a uma distância respeitosa, de certo modo se sentia protegido com a presença do secretário. Ao chegar na casa do avô encontra o local vazio e foi informado que ele só retornaria no dia seguinte.


    Hyun Hee sobe e toma um banho bem quente, deixou a água cair sobre os ombros e costas e relaxando assim a musculatura. Foi um dia difícil para ele, onde perdeu a calma em diversos momentos e até quebrou a joaninha da Chae, mas iria se policiar mais para que esse tipo de coisa não acontecesse novamente. Após o banho ele recebe pelo celular uma chamada de vídeo do seu avô. O rapaz não entrou em muitos detalhes sobre os incidentes na escola, mas quando o Sr. Hong disse sobre o aniversário da sua ex, que ele se lembrou desse detalhe. Deveria se desculpar com ela também? Sinceramente Hyun Hee não sabia, ele ficava nervoso quando se aproximava das pessoas que fizeram parte do seu passado, sempre tinha a impressão que elas o julgariam, então nesse caso era melhor evitar esse tipo de situações. Iria considerar um pedido de desculpas num outro momento.


    Após encerrar a ligação, o ruivo desce as escadas e ruma em direção a cozinha. Com a casa vazia, os funcionários não se preocuparam em deixar a refeição pronta, mas a despesa estava bem abastecida e Hyun não se importava de cozinhar. Enquanto separava os ingredientes, recebeu um aviso que a joia estava pronta.  Ele pediu que o secretário Lee buscasse a joia e nesse meio tempo ele fez um Bimbap, era um prato com arroz e variedades de carne e legumes. Onde você mistura todos os ingredientes com óleo de gergelim, um ovo cru e pasta de pimenta, ficando um mexidão bem saboroso.


    Capítulo 1 - Página 7 NzfqzFBlzLm0MYmHIrva7YDRp_V6ebauQO9G_wMBe2cv4ZlW4B6ufvXnR3Y9eOgqOUPjKI6Y2dzq2JYSNYHDOjmjFxN9_LLRu7yv9bYx2-cow4jFOyZ78PH7V7QD7MJZXR9UFZZj2eW12ZhMeqiJGgQjQl4mgpdJt31EQmSI99A=w443-h332-nc


    Quando estava finalizando o prato, o secretário chega com a jóia. Hyun serve uma porção para ele e os dois jantam juntos e em silêncio. Isso não o incomodou nenhum pouco, pois era melhor do que comer sozinho.


    Antes de dormir o ruivo prepara o despertador para o dia seguinte, toma um comprimido  e deixa o frasco de calmante na comoda ao lado da cama, caso precisasse.


    Quando acordou, Hyun Hee se preparou para ir a escola, tomou sua medicação diária  e desta vez pediu para ir de carro com Lee, pois ainda estava cismado com o ocorrido de ontem. No bolso do palito, estava o estojo preto de veludo com o broche.

    Capítulo 1 - Página 7 Vk4RNbC
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Luxi Sáb Out 28, 2017 4:26 pm



    Hyemin adorava aqueles momentos que tinha com o pai e ficaria especialmente empolgada pelo fato de que ele mesmo dirigiria naquele dia. Isso tornava o passeio mais pessoal e próximo e a fazia ficar mais falante.

    Ela o admirou ao pé da escada. Era um homem muito bonito, com ares imponentes, de quem tinha muito orgulho de ser filha. Não percebeu que algo em seu rosto o incomodava, então apenas sorriu de volta. O hábito da maquiagem realmente tinha sido uma lição aprendida com a tia, que ensinara a importância dos cuidados com a pele desde muito cedo e incentivava com presentes de beleza. Dessa forma, também tinha aprendido a nunca colocar os pés para fora de casa sem protetor labial, base, blush, rímel e, no mínimo, um delineador, se não estivesse de sombra.

    - Ah, o primeiro dia foi… - fez uma pausa, pensativa. Tinha sido péssimo, mas não podia falar para o pai sobre os bolsistas e sua missão para expulsá-los. Também não queria falar sobre a presença de Joo Hyuk na escola. Não queria dar importância desnecessária para aquele moleque ou passar o jantar ouvindo elogios sobre ele ou qualquer bobagem do passado que a deixaria bem nervosa. - Foi um pouco cansativo. Muitos alunos novos - resumiu, com um sorriso, que se tornou verdadeiro e cheio de expectativa quando ele sugeriu o restaurante. - Ameeei! Ótima ideia, papai.

    Sua empolgação terminou de matar qualquer chance de falar sobre os detalhes ruins do dia. Os dois resumiam suas vidas de forma que sabiam bem pouco das dificuldades enfrentadas diariamente um do outro. Era um hábito duradouro.

    - A família Wang estava lá. A senhora Wang me convidou para um jantar com eles. Legal, não é!? - seu sorriso ampliou automaticamente, um tanto envergonhada, mas ela achava que o assunto deixaria o pai feliz. Afinal, representava a união com a família mais relevante entre as chaebols.

    No restaurante, tagarelou sobre comida durante um tempo, comentando sobre a harmonização dos ingredientes. O Instagram da menina ganhou mais uma foto de prato de comida, que, aliás, era o tipo de imagem que mais populava seu perfil. Ela emendou o assunto sobre clubes da escola, mencionando que estava novamente em Culinária e que tinha sido bem recebida por suas veteranas.

    Chegou a comentar da volta do filho mais velho dos Park, mas que ele estava um pouco diferente, sem entrar em muitos detalhes.  Era uma reedição do seu dia muito convincente para si mesma e que a fez ignorar, pelo menos naquela noite, como realmente as aulas prometiam ser.

    Ao voltarem para casa, a garota foi dormir assim que removeu toda a maquiagem e terminou de passar os cremes no rosto. Tinha dormido muito pouco. Na manhã seguinte não precisava acordar tão cedo, mas queria repor o sono.

    Um novo dia surgiu e suas amigas tinham combinado de usar branco. Por esse motivo, a menina trocou a capa de celular por um tema Alice no País das Maravilhas com silhuetas em branco, que combinava perfeitamente com a bolsa de couro branca com orelhas de coelho. Ela acrescentou um chaveiro de ouro da estilista Kate Spade em formato de carrosel, que tinha detalhes em rosa.







    Dessa vez lembrou de tomar café antes de se trocar e seguiu todo o ritual de beleza do dia anterior, mas de uma forma um tanto ensaiada, optando por uma maquiagem iluminadora. Partiu já grudada ao celular, marcando encontro com as amigas, mas queria ver de verdade apenas uma delas.

    Quando avistou Yerin, tirou o pacote de dentro da bolsa no qual o echarpe preto de seda estava dobrado. Preferencialmente ela quis entregar antes que as outras chegassem, mas se não fosse possível, faria assim que decidissem ir para a sala, de modo que as outras estivessem distraídas com o caminho.

    - Fiz pra você. O tecido é tailandês. Foi minha tia que trouxe. - sorriu, satisfeita com sua criação.

    O dia estava resetado na mente da menina. Era como se tudo não tivesse passado de um surreal pesadelo. Mais uma vez acenou e cumprimentou as pessoas que conhecia dos anos anteriores. Quando chegou na sala, primeiro desejou um “Bom dia” coletivo simpática e acompanhou o fluxo das amigas para a escolha das mesas. Geralmente, faziam uma espécie de escudo protetor em volta de Yerin. Hyemin gostava especialmente da área da janela, por onde gostava de ficar olhando para ajudar a passar o tempo.

    Território ocupado, levantou e ficou por perto das amigas, encostada na mesa.



    Capítulo 1 - Página 7 K70sAbf
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por GodHades Sáb Out 28, 2017 10:09 pm

    - Teatro, definitivamente teatro.

    Dong havia dito isso de forma estranhamente convicta pouco antes de deixar o automovel. Ele ainda nem sabia se ia mesmo ingressar num terceiro club, mas pelo menos já seria uma ponte para projetar bacana algo com Stella.

    Já na galeria Ui-Jin mandou aquela foto do seu lanche, mostrando que de lider Dong nada tinha, bom pelo menos não era um ditador como na vizinha do Norte. Iriam fazer compras, nada de espalhafatoso e Kyung nem sabe como foram chegar ao ponto de HaN vestir aquela calça. A brincadeira ganhou proporções até se tornar realidade.

    Quando os passos de KPop vieram ele acabou erguendo o celular para filmar isso. Provavelmente iria repassar para o grupo deles depois ou tornar isso um gif-meme. No final lhe recomendou trajes que lembrasse Michael Jackson, por mais que isso não fosse exatamente popular nos dias de hoje.

    Dong acabou levando dois encadernados do Ironman para ler em casa. Ele não queria ficar baixando essas coisas, ainda mais com uma loja tão boa como essa por perto.


    "FALTAM 2 horas para sua aula de natação"

    - Aigooo... se-se acalmem, é o meu alarme eu acho que o velho andou mexendo no meu celular outra vez.

    Deu tapinhas nas costas de Ui-Jin quando ele começou a pegar aquela bombinha, o aviso era mesmo alarmante, mas só assim mesmo para que ele se lembrasse do afazer, já que seu sedentarismo falava muito mais alto. Abusando da saúde e da gastrite, acabou tomando mais um café antes de ir embora da galeria. Mais tarde nos treinos, a tortura na água parecia durar uma eternidade e ser efetiva nos efeitos de sofrimento e constrangimento. Os mesmos surtos de antes ocorriam com o cronometro. Dong parecia nadar por horas mas poucos minutos haviam se passado... pelo menos isso divertiria sua mãe, em alguns momentos o rapaz parecia mais um naufrago do que alguém praticamente da bela arte de nadar. Os instrutores precisavam ter paciencia. Graças a Deus pelo menos ele não usava mais a boias, pois era bem pior.. Apesar da família reunida... Hayong parecia não estar por lá hoje, percebeu isso quando estava se retirando. Ou será que ela o evitou? Se escondeu? Vai saber....

    A clássica família perfeita. Perfeito era uma palavra que Dong gostava, como virginiano. Seria injusto dizer que ele tinha muito do que reclamar sobre a situação financeira e familiar. Quando sua mãe foi comprar a TV o rapaz ainda se certificou de que ela era compatível com os programas da atualidade, em certo momento Dong pai e Dong filho ficaram com a mesma pokerface enquanto a mãe batia palmas daquele jeito por causa do bom do esfregão.... chegando a parecer que eram mesmo de sangue.

    O dia foi divertido, apesar de cansativo, e agora estava se encerrando, Hee Kyung não havia se esquecido de que queria ter uma pequena conversa com seu amigo Min Ho mas essa questão poderia ficar para mais tarde, quando a tensão matinal voltasse para dentro de seu ser, como num soco.


    ----


    Manhã do dia seguinte, a mesma rotina começou. Dong estava mais preparado, se sentindo ligeiramente rapido e disposto. Mentira, a natação lhe deixou pregado. Após se arrumar ele ingeriu sua dose de cafeina matinal, que prontamente foi questionada por sua adoravel e bela mãe. Dessa vez não precisaria ser obrigado a comer algo, ele pegou um pão doce antes dereceber a ordem.

    O barulho do esfregão lhe acordou cedo, bem antes do despertador resolver aparecer em seus sonhos molhados.

    Hoje não tinha um sol tão forte então isso não seria o bastante para acorda-lo. Haviam HQ's que ele comprou ontem espalhadas, então tratou de organiza-las antes em sua estante. (são encadernados grossos, parecem livros)

    Kyung mandou uma mensagem para Hayoung, querendo saber se a tal proposta de carona estava de pé... mas não achou que ela daria bola ou que iria ler tão cedo.

    Para sua surpresa, ela responde com uma carinha sorridente e bem rapido, mostrando que estava online.


    "Caramba isso foi mais rápido do que cogitei."

    Ele digita o local em que estaria, perto de casa... e então o motorista passou na hora combinada.


    "Bom dia Hay-shi!"

    Quando entrou no carro, a menina lhe daria um sorrisinho.


    "Anyoung haseyo, primo..."

    De cara aquela aura estaria diferente, Kyung não era cego nem burro... quer dizer pelo menos a parte do cego ele era mas... algo parecia estar faltando. Algo mais elétrico.

    "Ir com você é muito bom, poderia faze-lo todos os dias."

    A jovem quase abriria um sorriso completo, afinal parecia gostar de Dong mesmo que seus estilos não fossem exatamente parecidos.

    "Você fala sério?"

    Ele menea a cabeça positivamente pelo menos três vezes. - "A senhorita Dong Prima esta precisando de boas companhias e referencias. Eu vi um vídeo de ovadas, que simplesmente foi inacreditável. Essa gente é doente, tem que se tratar!"

    Hayoung provavelmente não sabia como retrucar Kyung a altura, ela aperta a barra da saia na altura dos joelhos como se ficasse apreensiva imaginando broncas já cedo. Será que estragaria a carona?

    Para ele era facil falar, tinha sua turminha, já para as meninas que andavam "em bando" não era tão simples. Seria como pequenas facções de garotas populares, então precisava seguir algumas posições.

    Especialmente com as ligações que a menina tem.

    - E você conhece alguém com essas boas referencias, Dong-shi?

    Mesmo parecendo calada ela mandou essa frase que pareceu "trollar" o rapaz que prontamente reagiu semi trincando os dentes num "aishhu".

    Já que quando mencionou a boa pessoa a influencia-la, este seria proprio ser quatro olhos. Obviamente.

    "Não vou te dar sermão, quero que tenha as amigas que quiser, faça o que achar melhor... só, tente me avisar caso for se meter em problemas, ta? Nada mais, nada menos."

    Já que Hayoung gostava de andar com aquela gente, Kyung também não poderia força-la a nada.

    A menina assentiu com o rosto mexendo os cabelos lisinhos com esse movimento parecendo uma bonequinha.

    Mas foi algo bem fosco... bem sem  sal, sem emoção, na afirmação dela.

    - Eu não estou ouvindo, sou cego mas não surdo! Quero um sim!

    Foi mais incisivo, estava do lado dela e só a mochila de Dong os separava.

    - Sim... - As palavras dela ainda soavam cabisbaixas, era como se a menina falasse para dentro, estava envergonhada.

    Dong tirou a mochila e cutucou ela na altura das costelas, lhe fazendo cocegas.

    - Fale de uma vez! - A menina começa a gritar de rir.

    - Yaaaaa, sim sim, pareee Dong!

    Ao se dar por satisfeito, o rapaz puxou as mãos de volta, por pouco não amarrotando o uniforme de ambos.

    O motorista deu uma olhada seria pelo retrovisor, fazendo Dong pigarrear forte enquanto se ajeitava.

    - Certo, muito bem...

    Depois de algum tempo e alguns quebra molas, chegariam em WangJo.

    Dessa vez, quando Dong abriu a porta ele espertou a prima sair.

    Isso talvez fosse uma surpresa, afinal quem estivesse ali... veria ambos saindo juntos. Surpresa pelo menos para quem não soubesse o parentesco.

    Dong encontraria seus amigos, Stella apressou o passo quando viu que ele preferiu vir com a prima, isso o fez coçar a cabeça rapidamente.

    Como boa canceriana que era, pensou em algumas coisas mas torceu o lábio guardando para si.

    Kyung ainda tentaria alcançar ela mais sem sucesso, "caranguejo anda rápido de lado", era melhor ir para a sala de aula logo... a prima logo foi atrás das companheiras.


    Seu lugar ficava na primeira fileira, e de preferencia proximo a porta, poderia ser o primeiro a entrar e o primeiro a sair.

    Não que ele quisesse que a aula acabasse rápido, pelo contrario.


    Capítulo 1 - Página 7 WRQNRBx
    Ailish
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Ailish Dom Out 29, 2017 1:10 am

    O nariz se mexeu de um jeito engraçado, mesmo que ainda estivesse dormindo.

    Alguma coisa molhada fazia cócegas, mas Sunny resistia ao impulso de abrir os olhos, embora a mente já iniciasse o sofrido processo de despertar. Quando finalmente cedeu à tentação, teve a surpresa de encarar uma bola caramelo a encarando com a cabecinha torta para o lado esquerdo.

    - Tea?

    Capítulo 1 - Página 7 2d511f111b5daa7ce804726f80cb7949

    O latido agudo era mais eficiente do que muitos despertadores.

    Sentia-se... anestesiada. A boca estava seca, notava uma dorzinha insistente na nuca e o cansaço parecia não abandoná-la, apesar de ter dormido a tarde inteira...

    Tarde inteira???

    Sunny levou um susto ao encarar os números no relógio em cima da cabeceira.

    18hrs!

    Seu pai logo chegaria e ela precisava dar um jeito no uniforme dentro da máquina de lavar. Praticamente se jogou da cama, e ignorando o joelho, correu até a área e... parou, de repente, sem saber por onde começar. Na verdade, não pensou no que falar e não sabia qual era a melhor escolha nesse tipo de situação. Odiava mentir, principalmente para a família, mas odiava ainda mais deixá-los preocupados.

    Primeiro, ela checou a situação das vestimentas.

    Certo... IMPOSSÍVEL usar aquilo no dia seguinte.

    E em qualquer outra encarnação.

    O cheiro amenizou, mas as manchas...

    Sunny quase chorou de novo.

    Guardou tudo dentro de várias bolsas, amarrou e escondeu numa espécie de quartinho que ficava no quintal e onde guardavam as velharias, máquinas ruins, e etc. Nesse meio tempo, a dupla de vira-latas, Smoothie e Bulls, avançou na direção da garota, querendo brincar, mas, infelizmente, Sun-Hee não podia dar a atenção que eles mereciam. Para distraí-los, encheu as tigelas com ração e enquanto comiam, se apressou até a cozinha, tirando as comidas que a tia Yu-Mi congelava, já ciente das “habilidades” culinárias da caçula. Assim que terminava de esquentar os vegetais, escutou o barulho do carro e minutos depois, o pai aparecia. Desligou o fogo e se apressou para abraçá-lo. O cabelo estava propositalmente preso numa trança lateral, na intenção de esconder o hematoma ou, no mínimo, disfarçar.

    Claro que o senhor Kim queria ansiosamente uma detalhada descrição do primeiro dia de aula.

    Enquanto jantavam, Sun-Hee preferiu não mentir, mas... omitir. Contou sobre a reunião de “boas-vindas”, do lugar em si, dos clubes e quais ela decidiu participar.

    Após a pequena tortura...

    Quase vomitou mais uma vez diante do nervosismo.

    Usando a desculpa de que “se cansou", Sunny disse que ia deitar.

    - Não vai assistir ao jogo, meu bem?

    Droga...

    - Hoje não, papai. Estou mesmo exausta.

    Lentamente, ele ajeitou os óculos conforme a fitava de forma atenta, o que custou instantes de profunda agonia – Eu lavo a louça, filha. Vá descansar, você teve um dia bastante agitado.

    Ela sorriu um sorriso disfarçadamente triste.

    O appa não tinha ideia de como...

    Depois de apertar um beijinho na testa do pai, ela foi para o quarto e antes de deitar na cama, pegou o celular, vendo as mensagens de Lee Hi e Chae no grupo do WhatsApp. Não queria falar sobre aquilo... não agora. Digitou uma resposta e prometeu que conversariam amanhã, no colégio. Porque Sunny não planejava faltar aula. Foi então que checou a caixa de e-mail e viu os últimos.

    Havia um do WangJo.

    Hesitante, clicou na mensagem e no fim da mesma...

    Estava incrédula ao ponto de ler três vezes e printar no grupo.

    Lee Hi também não acreditava.

    Sunny mandou uma cópia para Kim e avisou ao amigo que sentia-se melhor.

    Enfim, tomou um novo banho e como falou com o sr. Kim, Sunny adormeceu pouco depois das nove.

    Afinal, precisava economizar forças.

    [...]

    O plano foi simples:

    Acordar antes de todo mundo.

    Mas...

    Isso era sinônimo de levantar às quatro e meia da madrugada.

    Seguindo as recomendações do e-mail, optou por roupas neutras.

    Capítulo 1 - Página 7 A5c013feff2cf47692c3c6c237b93a1e

    Além disso, manteve a estratégia do penteado de ladinho.

    Capítulo 1 - Página 7 0011c99834e34449884b7d764dc8c209--google-html

    Teve que descartar a mochila, pois se encontrava em condições parecidas com as do uniforme, até porque, em grande parte do ataque, serviu de escudo. O material, desde ontem, já estava dentro de uma bolsa preta e o caderno numa pasta, devidamente arrumado. Sunny nem tomou o café, poderia comprar algo no caminho. Prestes a sair de casa, lembrou de deixar um bilhetinho, inventando uma desculpa qualquer.

    ~ Café da manhã com a Lee Hi e o Kim!
    Beijo, amo vocês <3 ~


    Era cinco e quinze quando colocou os pés na rua.

    Devido ao horário, a iluminação dos postes continuava sendo necessária. De cabeça baixa, caminhava lentamente até o ponto do ônibus, que ficava mais perto do que a estação do metrô. Demorou quase duas horas para pegar o transporte, comprar um café cheio de creme e açúcar e tomar coragem de atravessar os enormes portões da WangJo.

    Por incrível que pareça... a parte mais demorada foi justamente a última.

    O porteiro, avisado com antecedência, apenas a cumprimentou, ignorando o traje diferente dos demais estudantes.

    Sunny não marcou de encontrar ninguém, pois não tinha certeza se atrasaria ou não, e não queria arriscar a pontualidade dos amigos. E, logo na entrada, tomou um susto ao ver que estava vazia. Puxando a bolsa contra o peito, uma proteção imaginária, ela olhava para os lados, até checar a hora no celular.

    08h11m.

    Ok...

    E agora?
    Persephone
    Troubleshooter
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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Persephone Dom Out 29, 2017 4:36 pm


    02 de Abril de 2019
    Wangjo


    O primeiro dia do WangJo trouxe algum material para que o Diretor Wang analisasse toda a situação. Sabia, desde o princípio, que suas propostas não seriam facilmente aceitas. Na verdade, ele até estranhou não ter encontrado muitas reclamações contrárias antes das aulas começarem. Como sempre tinha vivido à margem de sua própria família, levaria um tempo até que ele se acostumasse com aquele jogo sutil, porém complexo, que as famílias herdeiras jogavam. O problema, para o homem, é que o desafio não estava apenas fora dos muros daquele colégio.

    Estava bem ali, diante dele. Ainda se recordava do que sua irmã lhe dissera, sobre o que ele sentiria quando percebesse que estava destruindo a vida daqueles quinze adolescentes bolsistas. Não tinha levado as palavras da irmã à sério, mas depois de ver aquele vídeo e o grau de humilhação que as meninas tinham passado, Taesong simplesmente não conseguiu dormir.

    Mas...Que opções ele tinha, afinal?

    Se desistisse agora, desistiria sempre. Por isso era importante firmar seu apoio e acolhimento aos bolsistas. Por mais difícil que a situação se provasse ao longo daquele ano letivo, os adolescentes teriam que ser dobrados. Porque se ele não conseguisse controlar aqueles pequenos herdeiros, como conseguiria enfrentar os pais deles num futuro não muito distante?

    Podia ser um pensamento egoísta, sacrificar todos aqueles psicológicos em prol de sua ascensão.

    Mas do ponto de vista que ele tinha, estava era dando oportunidade a todos. Fosse para os alunos que não tinham condições de uma educação de primeira linha, fosse um pouco de humanidade para aqueles alunos que viviam numa bolha. Só esperava que suas ações realmente valessem à pena...


    [...]

    O colégio abria seus portões às 6:30 para que funcionários e, até mesmo alunos, chegassem e começassem a se acomodar. A entrada tinha um grande fluxo de entrada e saída de carros, porque muito embora o Bloco do Ensino Medio tivesse apenas 80 alunos, os outros Blocos também tinham sua quota de estudantes que não abriam mão de seu conforto. Lá dentro era mais fácil de se espalhar pelos estacionamentos de cada Bloco, mas a entrada era um pouco chata.

    Os prédios, por outro lado, só abriam mesmo por volta das 7:30h, quando os alunos podiam seguir até suas salas ou aproveitarem as máquinas para comerem alguma coisa. Também podiam ir até os próprios armários - que já estavam com todas as apostilas de todas as disciplinas daquele bimestre e podiam pegar o que seria necessário ou não para aquele dia. As apostilas eram feitas pela própria equipe do WangJo, por isso eles não tinham livros didáticos. Elas traziam todo o conteúdo que seria estudado no bimestre e mudavam depois de cada avaliação.

    O início do ano também representava um cronograma diferente.

    Às terças-feiras, os horários eram:

    Matemática das 8h às 10hh (3 tempos)
    Intervalo de vinte minutos
    Inglês das 10:20h às 11h (1 tempo)
    Física das 11:10h às 12:30h (2 tempos)
    Almoço das 12:30h às 13:10h

    Ainda havia o espaço para os clubes, mas ainda não estavam completamente fechados.

    Logo de cara, a Terça-Feira ganhou fama de "Ode ao Terror" só porque tinham 3 tempos de matemática com uns dos carrascos da escola. O professor ficou com essa fama, no 1º ano, depois da famosa lista negra que ele citou. Os outros anos não ajudavam a fama dele, certificando de que ela era péssima mesmo.

    As salas ficavam no terceiro andar, depois que subissem a escada, havia uma área grande e exposta , que dava para ver tanto os andares debaixo quanto os de cima. À direita, ficavam as salas de aula (referência) - três ambientes do mesmo tamanho, com as mesmas funcionalidade para aulas interativas, projeções e filmes. À esquerda, ficavam os banheiros feminino e masculino. Ao longo do corredor das salas, todas as principais fotos e marketing dos clubes eram expostas, junto do formulário de inscrição. Isso ficaria até sexta-feira, quando o mural seria remodulado.

    Às 7:45h, os alunos começavam a se ajeitar. HYEMIN foi uma das primeiras a chegar, ainda que algumas figuras menos relevantes já se fizessem presentes ali, como Hyo Shin, um menino tímido que sentava na primeira fileira, porém mais ao centro. O garoto, inclusive, já estava folheando a própria apostila naquele momento. Também já havia Ji-Soo, uma menina muito bonita, mas que não tinha se firmado em nenhum grupo. Sentava-se perto da janela, olhando de modo distraído para a paisagem. Ye-Sol e Ye-Ji já estavam ali também, conversando aos cochichos e com expressões chateadas. Seus uniformes eram limpos, mas no instante em que Yerin entrou com seu grupo, elas engoliram em seco e abaixaram mais a cabeça.

    Yerin não se importava. Usava um par de brincos brancos, uma mochila igualmente branca e capinha do celular com o contorno branco também. Suas unhas estavam pintadas com francesinhas feitas ontem à noite. Podia-se dizer que branco era uma cor que ficava bem em sua aparência e quase a deixava angelical. Porém, bastava uma segunda olhada naqueles olhos ônix - como Sunny bem tinha descrito - que dava para ver que o branco não foi uma opção sua.

    A garota tinha recebido o presente de sua melhor amiga e agradecido com certa animação. Para não destoar do visual, ela tinha colocado o embrulho no armário e o pegaria no fim da aula. Enquanto isso, ela analisava de modo analítico os presentes e encontrou o lugar próximo à janela. Indicou o mesmo e logo as meninas marcharam até lá. Yewon sentou-se à frente enquanto Eun-Na jogou sua mochila ao lado de Ji-Soo, que levou um susto e ficou chocada ao perceber quem estava sentando ao redor dela. Queria sumir, naquele exato momento, por isso enfiou a cara no celular e ficou quieta.

    Yerin pegou seu espelho e ficou analisando seu rosto, para ver se estava tudo com a maquiagem. Comentou com Hyemin que tinha comprado aquele rimel ontem, mas não tinha certeza se os cílios estavam bem alinhados e alongados como ela queria. Yewon escolheu o lugar à frente e no meio porque sabia que Jung-Mi costumava sentar na segunda fileira, com Ryu e Gyu-Sik.

    Mas não daquela vez!

    Satisfeita consigo mesma, ela saiu com Eun-Na de braços dados para fofocarem do lado de fora.

    Assim que saíram, viram Stella chegando. A menina estava com uma expressão meio bravinha por uma cena que tinha acabado de ver, mas não olhava para cima, analisando os próprios passos. O cabelo estava preso em duas tranças que davam a impressão de raiz. Enquanto andava, Yewon colocou o pé na frente e ela tropeçou no susto, batendo de leve na porta - mas o barulho foi o suficiente para atrair a atenção de quem estava dentro da sala. Yewon a encarava com desdem e soltou um.

    - Ops…

    Stella revirou os olhos e entrou na sala meio irritada. Viu quem já estava presente e acabou sentando-se ao lado de Ye-Ji, ainda que não fossem amigas. Ela só queria ficar quieta no canto e as fileiras não eram coladas, afinal de contas. Mas Ye-Ji não comentou nada, infeliz com o próprio destino. Estava com um olhar cabisbaixo até que sentiu a aproximação de Eun-Na e arregalou os olhos.

    O que elas tinham feito dessa vez?!

    Mas Eun-Na tinha o foco em outra pessoa.

    Stella viu quando a mão perfeita, com unhas compridas pintadas de branco bateu em sua mesa. A garota começou a subir o olhar lentamente, encarando Eun-Na logo acima dela.

    - Então quer dizer que você se dá ao desfrute de recusar um convite meu e nem ao menos dá bom dia, Stella? - Forçou o nome dela que era um pouco dificil de pronunciar.

    - Eu não tenho tempo pra você. Faça o favor de me…

    - Oh Deus… - Ye-Ji não conseguiu se conter quando olhou para a mesa de Stella e viu a marca.

    Era um adesivo de uma Petúnia "Black Velvet", símbolo das pessoas que eram marcadas para sofrerem pela próxima eternidade, conhecida como ano letivo. Stella olhou para o adesivo e, pacientemente, suspirou, olhando para Eun-Na de novo.

    - Isso está ficando repetitivo, não acha?

    - Enquanto você não aprender que seu lugar não é na Coreia e sim no esgoto que você veio, eu continuarei aplicando lições em você.- Segurou o queixo de Stella, de repente e se curvou para encará-la. A unha dela machucava um pouco. - Me irrita ter que olhar pra essa sua cara de sonsa todo ano. Dessa vez, você vai sair. Até porque, quem você pensa que é pra recusar nosso convite? Sua sangue ruim.

    - Não sabia que estava em Hogwarts agora.

    - Não, você tá no inferno mesmo.

    Soltou o rosto de Stella de forma brusca e a menina olhou para o lado já respirando de modo ofegante. Eun-Na virou a cabeça, olhando para Ye-Ji e Ye-Sol. Deu um meio sorriso, achando a cara delas ridículas e virou-se para se afastar dali. Yewon estava na porta, segurando uma risada abafada. Yerin ouvia o diálogo, mas ela não entendia porque Eun-Na tinha tanto ódio pela menina. Achava Stella irritante e a simples existencia dela era uma ofensa aos Coreanos, mas...ela já tinha aprendido as regras, não? Deu de ombros e continuou falando das maquiagens que comprou no dia anterior. Abriu o estojo para exibir a Hyemin.

    Eun-Na mal tinha se afastado de Stella e Hayoung entrou primeiro na sala, antes de DONG e sua turma. Ui-Jin, Min-Ho e Ha Neul o encontraram na entrada do Bloco B e viram Hayoung acelerando antes deles. Os quatro foram conversando em passos lentos, sobre o dia anterior. Estavam combinando de voltar lá hoje, com Min-Ho também.

    - Eu mudei de ideia. - Ha Neul comentou. - Eu vou comprar aquela calça sim.

    Ui-Jin começou a rir e as brincadeiras duraram até chegarem no terceiro andar, quando precisaram se afastar. Dong veria Yewon, uma das “amigas” de Hayoung parada à porta, olhando para dentro e rindo de alguma coisa. Provavelmente era algo que o garoto não aprovaria.

    E quando ele entrasse na sala, de fato, encontraria Stella com a cabeça virada na direção da parede. A menina respirava fundo, meio ofegante, como se estivesse se segurando. Ui-Jin já não carregava mais nenhum traço de riso quando sentou-se logo em frente a Stella. Mexeu a cabeça na direção dela, como se desse bom dia e a menina só respondeu com um aceno, levantando-se logo depois. Enquanto se acomodavam, ela saía para o corredor e tomar um ar.

    Yewon mandou um beijinho no ouvido dela quando passou, mas riu e entrou também. Min-Ho sentou-se ao lado de Dong. Caso Dong encarasse Yewon, ela o responderia com um olhar de absoluto desinteresse enquanto seguia até seu grupo. Hayoung já estava lá, sentando-se ao lado de ninguém mais, ninguém menos que Yerin.

    Apesar de ser um privilégio, a prima estava carregando uma vergonha desmedida, porque estava ao lado justamente de Ye-Sol, a menina com cara de sapo. Hayoung não parecia animada como sempre, mantendo a cabeça baixa e a voz mais baixa ainda. Aquela brincadeira no carro tinha ficado restrita ali. Pelo menos, ela tinha se lembrado da cor branca, porque estava com uma faixa na cabeça. Abraçou a mochila e enfiou a cara ali, como se precisasse dormir um pouco mais.

    Na verdade, ela só não queria conversar mesmo.

    Mi-Ran, Yang Ji-Ran e Taemin chegaram juntos, mais ou menos no mesmo tempo que uma menina nova também o fazia. A menina em questão tinha uma expressão fechada, de quem não tinha paciência para o social e estava ali para estudar, não fazer amigos. Era pequena, mas parecia abusada. Não esteve na lista do dia anterior, mas Yerin tinha a impressão que não a tinha visto. Yewon e Eun-Na confirmaram que não se lembravam dela. A menina sentou-se na primeira fileira, sem delongas e se ajeitou. Dong facilmente a reconheceria como a menina que foi até o clube de xadrez e que Ha Neul disse que seria sua noiva. Seu nome era Ah Se-Jeong.

    Taemin cumprimentou o grupo de Yerin e, apesar dele não ser o líder como Jung-Mi, ele tinha presença. Os meninos sabiam que não deveriam se meter com ele porque, de modo geral, ele era uma espécie de Yerin, mas sem a inteligência dela. Por isso, talvez, ela não o levasse à sério. Taemin sentou-se na última fileira e foi seguido pelo fiel escudeiro Ji-Ran. Mi-Ran sentou-se atrás de Eun-Na e já seguiu até a menina.

    - Tem alguma coisa errada. - Comentou com Eun-Na, de modo que Yerin e Hyemin escutariam. - Vi uma duas meninas de ontem sem uniforme. Como assim elas não foram barradas?

    Enquanto fazia aquele questionamento, três garotos novos chegaram, quase que em cima da hora, mas ainda assim, antes de muita gente. Kang, WON e JAE-KI atraíram a atenção dos presentes por conta do vídeo do dia anterior. Mi-Ran e Eun-Na olharam, principalmente para Jae-Ki, esboçando um sorriso divertido. Elas pareciam fazer o tipo de meninas que gostavam de revoltados.

    Kang engoliu em seco e teve um pequeno tilt mental quando viu os lugares vagos. Não queria sentar muito atrás, mas também não queria ficar longe dos amigos. No fim, Jae-Ki disse que sentaria mais atrás porque queria cochilar mesmo. Ainda estava tomando o ritmo. Desse modo, Won e Kang sentaram-se ao lado da menina com cara aborrecida. Por algum motivo, que Kang sabia bem, Won logo sentou-se no canto, deixando que ele sofresse com a fera. Kang olhou para ele com um palmo de bico, mas logo sorriu para a menina.

    - E aí? Com licença…- Sentou-se.

    - Hm. - A menina o olhou e desviou o olhar, voltando a ler um livro em inglês.

    - Nossa…

    - Ah, não acredito! - Yewon disse logo atrás de Kang. - Olha o tamanho dessa cabeça. Como é que vou enxergar o quadro? - Perguntou de mal humor enquanto lixava a própria unha.

    - Moça… - Kang virou-se para trás. - Você tem problemas de vista? Por que não sentou na frente, então?

    - Quem te deu permissão para falar comigo?

    - Você que começou a reclamar do tamanho da minha cabeça… - Mas conforme falava, a coragem dele ia sumindo por conta do olhar de Yewon.

    - Chugulle? (Quer morrer?)

    - Não, po, mas não precisa ofender.

    Yewon só parou a discussão porque perdeu o fôlego. Jung-Mi entrava na sala seguido por Ryu, Gyu-Sik...E, nesse instante, Yewon cerrou os olhos, ficando aborrecida. Porque MISOO, Bo-Mi e Eun-Bi vinham logo atrás, sorrindo e, aparentemente, conversando com Jung Mi. As três meninas tinham encontrado Jung-Mi lá embaixo porque ele estava esperando por Gyu-Sik.

    Parecia cada vez mais fácil para MiSoo conversar com ele, visto que Jung Mi era uma pessoa agradável de se conversar e ter por perto, uma vez que dava a abertura. O trio de amigas sorria até que pararam para ver as figuras que estavam na sala. Bo-Mi olhava para o lugar, mas algo chamou a atenção na direção da janela. Viu Won-Bin ali e se mostrou surpresa, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, Eun-Bi suspirou ao lado dela. Eun-Bi olhou logo de cara para o fim da sala.

    E não foi para Taemin, porque ela estava olhando para Jae-Ki. Ela engoliu em seco, abaixando a cabeça e seguiu até o único lugar onde elas poderiam formar a linha que costumavam fazer. Estavam ficando sem opções de lugares, afinal de contas. Eun-Bi sentou-se, abraçando a mochila e franzindo as sobrancelhas meio nervosa. Bo-Mi tentou encarar Won Bin por mais um tempo, mas logo tomou seu caminho ao lado de MiSoo. Enquanto passava, Bo-Mi falava com todos que queria porque era uma pessoa extremamente sociável.

    Jung-Mi respirou fundo, mexendo na alça da mochila e Gyu-Sik comentou que ele podia ficar para o corredor, se quisesse fugir.

    - Não, tudo bem. - O garoto seguiu até a janela, ficando atrás de Won-Bin e na frente de Hyemin. Preferia não comentar que estava ao lado de Yewon. Nem ao menos deu bom dia para ela. Mas, para Hyemin, ele fez questão de encará-la.

    E ela sabia que Jung estava decepcionado com ela.

    O vídeo chegou até ele e, bom, ainda que soubesse de todos os rostos que estavam envolvidos, tinha sido o de Hyemin que tinha aparecido. Ele meneou negativamente e se ajeitou na própria cadeira.

    Gyu-Sik perguntou para Ryu onde ele preferia ficar e, curiosamente, Won-Bin ouviria que Ryu preferia ficar atrás de Bo-Mi. O olhar ciumento que Gyu-Sik deu para Ryu indicava que havia fogo naquela fumaça. Mas logo eles se sentaram. Enquanto se ajeitavam, um menino com passos afetados e postura esnobe chegou.

    Foi o mesmo menino que estava assistindo a toda aquela confusão envolvendo MiSoo, Won e Jae-Ki. Quem fosse do clube de Moda há, pelo menos um ano, saberia que era um dos futuros estilistas mais talentosos da Coreia. E os alunos antigos também saberiam bem quem Beom-Su era, pois sua presença era marcante.

    - Graças ao meu Santo Armani, estou num lugar bom. - Se benzeu e correu até Eun-Na. - Oi, Flor. Obrigado por ter guardado meu lugar.

    - Não guardei, Flor.

    - Claro que não, mas quem mais teria coragem de se sentar ao lado de alguém tão peçonhento?

    - Você é ridículo, sabia?

    - E você é uma cobra! Tá seguindo a linha Swift, Taylor Swift.

    Por mais absurdo que aquela conversa pudesse soar, Eun-Na e ele eram amigos e estavam rindo das trocas de carinho. Mi-Ran ainda estava ali perto.

    - Você viu gente sem uniforme? - Eun-Na perguntou para Beom-Su.

    - Menina, vi e preferia não ter visto. Como falta gosto, requinte, estilo...Channel se revira no tumulo, sabia? Eu acho isso uma ofensa e…Olha lá…

    Arregalou os olhos porque Kim e HYUN-HEE chegavam um depois do outro. A cara de espanto de Beom-Su fazia tudo aquilo se tornar algo cômico. Kim usava uma calça caqui e um blazer azul marinho, apenas para seguir as cores do colégio, mas não era o uniforme, obviamente. Já Hyun chamava a atenção por, bem, por existir e ser quem ele era! Beom-Su ficou acompanhando os dois até seus respectivos lugares.

    Kim tinha um olhar sério, firme e nem um pouco medroso hoje. Olhava diretamente para Yerin que, finalmente, tinha cansado de tentar se distrair. Focou os olhos em Kim também e fechou a cara por conta da audácia dele chegar.

    A chegada de Hyun tinha cortado qualquer possibilidade de outras interações acontecerem, visto que era um momento deveras tenso. Pelo menos para aqueles que estavam à par da situação dos irmãos Park. Jung-Mi olhava para a janela, cada vez mais irritado naquele primeiro dia e dando falta de uma presença. Já os outros alunos, olhavam descaradamente para Hyun - pelo menos todos os pjs que quiserem, também, mas a maioria dos npcs está olhando mesmo.

    As atenções só acabariam quando o sinal tocasse às 8h. Nem um segundo a mais, o professor Chung - logo ele - entrou na sala, carregando uma regua de madeira de 50 cm e suas pastas. Ele era um professor à moda antiga, aparentemente. Com uma cara de poucos amigos, ele “repousou” suas coisas sobre a mesa, de modo que acordaria até aqueles que estivessem em coma.

    - Todos sentados, vou fechar a porta e não vou abrir.

    Stella estava na porta e logo entrou, buscando por seu lugar.

    - Muito bem. Postura aí atrás, garoto. - Indicou Taemin e começou a andar pela frente com a régua no ombro. - Meu nome é Chung Byung-Ho e sou o professor de matemática do WangJo há 25 anos. Vocês serão meus alunos até o último ano do Especializado, de modo que vocês têm duas opções: Ou andam na linha ou repetem. Porque eu não tô aqui para educar criança mimada que pai não coloca limites, tampouco sou professor amiguinho.

    Apoiou a regua no chão, como se fosse uma bengala e a segurou.

    - Eu estou aqui para ensinar matemática para vocês, do melhor jeito possível. Vocês podem ter a mente limitada, podem ser burros…Você - apontou para Mi-Ran. - Cospe.

    Apontou para a lixeira.

    - O chiclete. Cospe.

    Interrompeu o discurso dele para que Mi-Ran fizesse todo aquele trajeto vergonhoso até a lixeira e cuspisse o chiclete. O homem meneou negativamente.

    - Esse tipo de comportamento da 5ª série. Vocês já são bem maduros para se controlarem. Como eu dizia, vocês podem ser burros, mas saibam que sairão daqui entendendo o minimo de matematica. Os piores daqui ainda assim serão os melhores comparados a outros colégios. Esse é o meu compromisso de ensino.

    Sorriu.

    - Eu entro na sala às 8h em ponto. Se eu fechar a porta, ninguém entra, só com o pedido do Papa ou do Diretor. E eu não coloco presença depois porque faço a chamada às 8:10, em ponto. Hoje não porque eu não quero conhecer vocês.

    Ele era um pouco bipolar às vezes. Deu um suspiro, ajeitando os óculos.

    - Mas eu tenho, né? Crianças… - Pegou a lista de presença e começou a fazer a chamada. Se alguém respondesse ‘eu” ao invés de “presente”, ele diria - Faltou. - E seguiria seguido de uma reclamação que ele ignoraria porque era maluco.

    Quando a lista chegou em Hyun Hee, ele parou e olhou para o garoto de cabelos vermelhos.

    - Você… - Apontou para ele com a caneta. - Já tá na minha lista negra só pela audácia de ontem.

    Ao fechar o diário, ele olhou para as carinhas dos alunos.

    - 30 alunos e uma faltante. Começamos bem e…

    A Srta. Yang apareceu na janela, pedindo a atenção do professor. O professor fechou um pouco o semblante, mas seguiu até a porta, saindo por um instante. SUNNY estava ali ao lado da mulher e logo encararia o professor mais doido de WangJo.

    - Kim Sun-Hee. - A Srta. Yang a apresentou. - Ela é uma das alunas envolvidas na situação de ontem, por favor, deixe entrar pelo menos dessa vez.

    O professor Chung a encarou e cedeu, meneando positivamente.

    - Crianças podem ser cruéis. Mas esteja ciente de que essa é a primeira e última vez que permitirei que a senhorita ou qualquer outro aluno chegue atrasado em minha aula. E não vai adiantar vir com você, Srta. Yang.

    - Certo, professor. Nós pedimos humildes desculpas.

    - Entre.

    O professor abriu a porta e Sun-Hee entrou na sala completamente cheia, para a surpresa de todos. Para a sorte de Sun-Hee, a senhorita Yang a encontrara no pátio, meio perdida e a guiou até a sala dela. Caso ela tivesse feito o caminho sozinha, o professor em questão não a teria deixado entrar de jeito nenhum.

    Kim sorriu para Sunny e indicou o lugar que tinha deixado para ela. Ui-Jin corou um pouco e chegou para o lado, ainda que ela tivesse espaço o suficiente.

    Yerin foi deixando o lábio ficar entreaberto e trincou os dentes logo em seguida. Jung-Mi sorriu, para desespero de Yewon. Enquanto isso, o comentário que saiu mais “alto” - não foi alto, mas pelo silencio, daria para ouvir - foi de Beoum-Su.

    - Minha Santa Versace...Que...roupa é essa? Meus olhos não suportam.

    Fechou os olhos e os tapou com as mãos. O professor trocou mais algumas palavras com a Srta. Yang e logo entrou de novo.

    - Então Kim Sun-Hee presente. Certo, peguem as apostilas e abram na página 10. Vamos começar o estudo dos conjuntos que servem como princípio para as funções….





    Disposição dos Lugares

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    Capítulo 1 - Página 7 Empty Re: Capítulo 1

    Mensagem por Gakky Dom Out 29, 2017 7:08 pm

    Como ainda faltavam alguns minutos para o sinal da entrada, Jae-ki preferiu sentar em um banco e fazer alguns rabiscos. Porém não demorou muito, pois seu celular vibrou. Ele parou o que estava fazendo para checar as mensagens, já que agora estava usando a internet da escola, poderia aproveitar. Ficou surpreso ao ver que Won Bin tinha criado um grupo com um nome bem esquisito, acabou rindo sozinho ao ver o poster que o garoto tinha colocado no grupo. Imaginou que deveria ser um filme bem antigo, estava animado com o interesse de Won. Mas antes que respondesse, avistou os dois amigos chegando. Jae-ki guardou o celular e tacou o caderno e lápis dentro de sua velha e companheira mochila, em seguida foi na direção deles apressando o passo para alcançá-los.  

    Capítulo 1 - Página 7 P5AVPq4

    - Ya! - Exclamou para chamar atenção deles - E aí? Eu vi agora a mensagem do Won Bin, eu também recebi o email, mas não sei o que rolou. Quase infartei achando que era sobre a confusão da mochila. Aishii, se destruíssem meu uniforme eu ficaria louco. Não tenho como comprar outro.

    Enquanto começam a caminhar juntos para a sala, Jae-ki também comenta do nome do grupo rindo:

    - Ei, por que dragões para sempre? Essa foto parece ser de um filme tão velho que deve ter sido feito antes da gente nascer. Você gosta de filmes velhos Won Bin?

    Quando chegaram na sala de aula, Jae-ki nota que alguns alunos olhavam para eles, provavelmente tinham sido os mesmos a assistir a confusão do dia anterior, mas ele não abaixa a cabeça por isso. Notou também que duas garotas sorriram estranho pra ele. "Aigoo... Elas estão me achando com cara de idiota? " Ele olhou para os lugares e viu Kang preocupado, mas se tinha algo que ele não faria seria sentar na frente, ainda mais nas primerias fileiras. Então disse aos colegas:

    - Relaxa, vou sentar no fundos porque eu quero dormir.

    Jae-ki caminhou até a última fileira e escolheu uma carteira para se sentar que ficasse do mesmo lado dos seus colegas, o lado da sua direita. Deixou a mochila em cima da mesa e depois de sentar, escorregou-se para frente para ficar mais confortável. Foi abrindo a mochila para pegar seu caderno quando ouviu uma garota reclamar com Kang mais a frente. A voz dela estava começando a deixar Jae-ki irritado. Essas patricinhas realmente seriam difíceis de aturar. Ao menos no fundo da sala, parecia ficar menos em evidência, teorizava consigo mesmo. Ele continuou seus rabiscos enquanto lançava olhares para quem chegava, até que Eun-bi e suas amigas apareceram. Quando a bailarina o notou, Jae-ki não virou o rosto nem desviou os olhos. Havia parado de desenhar porque sentia uma mistura de sentimentos que voltavam a lhe assombrar. Nunca tinha passado por isso antes, estava confuso e apesar de ter dito que as coisas haviam acabado ontem, não era assim que sentia. Eun-bi abaixou a cabeça e seguiu para seu lugar com suas amigas.

    Porém Jae-ki ainda olhava para ela, estava tentando absorver a ideia de que teria que vê-la todos os dias, seria um tipo de tortura mental. Ela estaria lá pra lhe lembrar de como tinha sido otário, de como havia caído em sua armadilha, de como ainda se sentia mexido ao vê-la. Era tão mais fácil lidar com brigas e machucados do que com isso. E a dor que sentia ao vê-la, não sabia como fazer passar, não bastava por apenas gelo. "Aishi... Eu ainda tenho aquela coisa que ela me deu... Provavelmente era um lixo para ela... Deve ter se divertido ou sentido que pagou meu favor de salvar a bolsa dela, como se estivesse dando migalhas para um vira-lata". Ainda tinha aquela dúvida de saber se ela tinha sido uma das que destruíram o uniforme das outras garotas."Por que eu me importo com isso?" - Jae-ki abaixou a cabeça enfim encarando seus últimos rabiscos aleatórios, mordeu o próprio lábio inferior de nervoso, era uma mania sua.

    Outros alunos começavam e entrar também, Jae-ki lançou alguns olhares para ver quem chegava e notou alguns tipos bem nojentos. Iria ser um longo ano, mas se ninguém desses viesse falar com ele, seria a melhor coisa que poderia lhe acontecer. Percebeu também o garoto problema do auditório chegar e sentar do seu lado, no fundão também. Jae-ki se lembrou da jaqueta perdida e por isso vai lançar um olhar a ele para ver se estava usando a mesma jaqueta ou se era outra.

    Quando o professor entrar, Jae-ki apenas o observa de onde está. Assim que ouve que era de matemática, seu humor melhora um pouquinho. Ao menos começaria com algo mais divertido. Mas foi só ouvir o resto das palavras do professor Chung para entender que ele não era um professor como o senhor Kim. Alias, Jae-ki que sabia que ninguém superaria seu professor Kim. Também podia imaginar que esse professor com certeza iria pegar no seu pé em algum momento do ano. Repetiu em sua mente um item de sua lista do que não fazer. "Não responder os professores". Tinha decorado toda a lista, porém teria que manter ela em sua mente por precaução. Enquanto o ouvia nem notou que estava rabiscando um desenho novo no canto na folha do seu caderno de aula. Era normal que se distraísse em seus pensamentos enquanto desenhava distraído. No momento da lista de presença, Jae-ki tomou cuidado para falar presente, depois de ouvir que o professor deu falta para outro que respondeu errado.  

    De repente viu a Srt. Yang aparecer e isso chamou sua atenção, era algo sobre o email que tinham recebido. Jae-ki notou que era uma garota que estava sem uniforme, uma menina de rosto meigo. Provavelmente era uma das que tiveram o uniforme destruído. Até aí, tudo normal, tinham cumprido com o combinado de deixarem elas entrarem. Mas quando ouviu o professor falar o nome dela, Jae-ki teve um pequeno susto silencioso. Conhecia esse nome, era a filha do professor Kim! E era pior porque foi uma das que teve o uniforme destruído. "Essas isekiya*... Eu vou descobrir quem foi a colle* que fez isso! Tem um intervalo, Sun-Hee vai ter que me dizer". O professor cortou seus pensamentos ao pedir que abrissem na página 10, Jae-ki respirou fundo. Largou o lápis para pegar a apostila quando viu o desenho que tinha feito distraído, era as costas de Eun-bi desenhada no canto da folha do caderno. "Jen-jang*...". Ele rapidamente rabiscou por cima com bastante força, usando a raiva que estava das garotas que tinham destruído o uniforme das bolsistas. Abriu na página dita pelo professor e queria ao menos tentar esfriar a cabeça com a nova matéria.

    Palavrões:  colle - vad.., isekiya - filha da..., Jen-jang - merda

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