por Brujah Girl Qua Set 07, 2016 10:28 am
Não teria tempo de alçar vôo antes de ser atingida pelo projétil de energia que o anjo vingativo lançava contra si, mas certamente sua armadura poderia aparar parte do impacto, e consequentemente, aliviar um pouco do estrago que aquilo causaria-lhe. Ato reflexo, fecha os olhos por um instante, quando a vermelhidão estava apenas a alguns centímetros de si, preparando-se para o pior... mas então... O pior não acontece.
Os olhos que se reabrem notam a escuridão que se formara acima de si, o som de um impacto e subitamente, a claridade se refaz e os olhos incrédulos de Diana encontram... seria Deus? Indescritível criatura, de uma beleza e majestade jamais sonhada surgia para proteger-lhe com suas inúmeras asas que formaram um escudo, uma barreira protetora, salvando-a do impiedoso ataque, então, tal qual barragem de um rio que se rompe, as lembranças invadem sua mente, e Diana se recorda de Castiel... Sabia quem era, um grande amigo, um irmão... Não se recordava de outras coisas, mas aquele certeza tinha o peso da mais sólida das rochas. Não era Deus, mas alguém em quem confiava, alguém que era-lhe muito caro ao coração.
Um suspiro de alívio escapa-lhe do peito, e ela então assiste ao desenrolar daquela cena. Kairel era o nome do anjo repleto de ódio, e este respeitava Castiel, e por isso, após ouvir as ordens de Castiel, Kairel desaparece, deixando ela e Castiel sozinhos.
A anjo instintivamente faz a espada desaparecer de suas mãos, mas mantém-se em sua forma celestial. Não sabia se aquele louco poderia voltar do nada para atacar-lhe, mas a sensação de estar junto de Castiel era praticamente um bálsamo, e após ouvir as palavras que ele dirigia-lhe, Diana retorna a sua forma “humana”.
– Castiel... eu... eu não me recordo dos momentos que passamos juntos, mas sinto dentro de mim, o elo verdadeiro que existe entre nós, meu irmão. Agradeço-te por ter vindo em meu auxílio e por permitir-me sentir essa indescrítivel alegria de estar ao seu lado... Tu não deves desculpar-te pelas ações de outros, eu não sei quem é Kairel, não sei dos motivos que o levaram a isto, mas senti o profundo ódio que ele nutre por mim e sei que se não fosse por ti, ele provavelmente teria me destruído... Desculpe-me, mas não posso perdoá-lo agora, sem saber as raízes desta profunda animosidade, capaz até de expor a vida de pessoas inocentes! O perdão é algo que deve nascer no coração de forma espontânea, do contrário é apenas uma farsa... Sei que devo ter falhado, sei que devo ser merecedora deste ódio, mas entenda, estou tentando fazer as coisas certas... mesmo perdida no meio disso tudo, meu irmão.
Diana então faz uma humilde reverência a divina criatura que tinha diante de si, mas não iria mentir para o anjo. Não podia simplesmente perdoar da boca pra fora, estava confusa, e honestamente, um pouco de respostas também seriam úteis, se ela fosse digna disto.
Após o gesto, faz a pergunta:
– Castiel, um pouco de respostas também aliviariam a minha mente, mas compreendo que se o esquecimento foi-me imposto por vontade de Deus, não devo ir contra Suas Vontades, por isso peço apenas que me oriente: a ordem de me afastar do caso do demônio que possui o jovem Kevin, é fundamentada? É o que desejas que eu faça?