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    Capítulo 2

    Ailish
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Ailish Dom Dez 24, 2017 5:31 pm

    Sunny limitou-se em exibir um sorrisinho quando Yi-Hoo disse que ia pedir desculpas à Lee Hi ou tentar reparar a situação de outra forma. Falava essas coisas para implicar, embora realmente houvesse certa ausência de “delicadeza” nesse quesito por parte do irmão mais velho. Ele era um garoto maravilhoso, cheio de qualidades, porém, às vezes, soltava certos comentários... bom, melhor deixar quieto, né? Exemplos não faltavam, afinal. De toda a maneira, tais deslizes não afetavam a personalidade aplicada e leve de Yi-Hoo. E ao perceber certo constrangimento, Sunny suspirou e fez um rápido carinho no braço dele, afirmando que não foi nada tão sério.

    A menção do fim de semana trouxe um brilho particular ao rosto de Sun-Hee e ela prontamente balançou a cabeça – Estou! Muito, irmão! – mas logo um desânimo castigou o olhar da caçula, que mesmo assim, manteve a expressão alegre.

    Não gostava de multidões. Era tão barulhento se meter no meio de grandes aglomerações, e estressante também. Sunny as evitava, mas existiam situações que não tinha como, entretanto estaria na presença dos familiares e era o bastante para tornar o passeio no melhor do mundo. Além disso, queria ver as flores de cerejeira e tirar váááárias fotos. Só de pensar na quantidade de cores... ela sorria de modo bobo e meigo.

    - Vai ser legal! Principalmente porque estaremos todos juntos... – a frase saiu baixinha conforme se agachava para pegar Tea no colo, pois as perninhas curtas da criaturinha se cansavam mais rápido que as dos outros bebês – Ahhh, depois, eu e as meninas marcamos de nos encontrar, mas ainda não sabemos aonde. Talvez um cinema ou comer em algum lugar bacana – balançou os ombros – Preciso terminar os exercícios para não deixá-los acumularem. Você não tem ideeeeeia do quanto os professores são rigorosos!

    O papo rendeu até chegarem em casa, o que demorou um pouquinho mais, pois a conversa estava descontraída. Mal notaram o tempo correr e na companhia do irmão, sentia-se segura em andar por ali naquele horário. Yi-Hoo também falou do seu dia e Sunny orgulhava-se muito da maneira que ele construía a própria carreira, um degrau de cada vez, sem atropelar as etapas.

    Foi no caminho ao quarto que viu a luz acesa e encontrou o appa dentro do escritório.

    Em relação ao “ótimo dia”, Sunny concordou com um movimento firme.

    Dia... excelente, uhum.

    Corou diante do acréscimo acerca das matérias e acenou positivamente, completando:

    - Sim, papai, eu sei, mas seria mentira dizer que prefiro Biologia e Química – as favoritas, sem sombra de dúvidas, eram Literatura, Inglês e Português, porém Sunny não desgostava de nenhuma disciplina, apesar das preferências pessoais. Até porque, o motivo de optar pela medicina não vinha das matérias, mas sim de... desejos mascarados por períodos exagerados de estudos. Ela adorava, de fato, no entanto, a existência de um motivo diferente se mostrava superior.

    O foco mudou de forma drástica. Uma surpresa para o Sr. Kim, e ao identificar a satisfação no rosto do pai – e o tom emocionado - o sorriso de Sunny aumentou, ao ponto de apertar os olhinhos. Sun-Hee levantou da cadeira e se aproximou do pai, pegando uma de suas mãos, onde iniciou alguns afagos – Nos demos bem, appa, ele é muito atencioso. Concordo que possui diversas e ferozes defesas, mas o senhor mesmo falou que o Jae-Ki não leva uma vida fácil. Ele se ofereceu para me ajudar com o que fosse necessário... – Sunny riu ao lembrar e claro que precisou alterar certas palavras – É um bom garoto – concluiu com a afirmativa do appa – Eu gostei dele... Até disse que sou uma segunda irmã, appa. Achei super fofinho! Se é assim, também vou tratá-lo como um irmão e ajudar no que for preciso. Fique tranquilo, papai... O Jae-Ki está em fase de adaptação, mas tenho certeza que vai conseguir, pois como deve saber, ele tem uma determinação invejável – e teimosia, embora Sunny ainda não possa afirmar com certeza absoluta.  

    Conversaram mais um pouco sobre outras coisas, até Sunny pedir licença e ir para o quarto. Jogou um pijama na cama e o vestiu após um banho demorado, no qual a água quente e pesada aplicava uma massagem na região dos ombros, avermelhando a pele clara devido à alta temperatura. Ainda estava com o estômago cheio por causa do pedaço de torta, por isso não desceu para jantar. Ela preferiu finalmente se concentrar nos exercícios e só faltou a maquete.

    Fechou a apostila às onze horas e apesar de acordar cedinho, Sunny decidiu ligar o computador e vaguear em sites salvos nos favoritos, entrar no e-mail, e etc, antes de ceder ao sono.

    Os últimos dias da semana foram... calmos. Sunny permaneceu perto dos amigos e como prometeu a si mesma, tentava não olhar na direção de Jung Mi – e falhou em vários momentos porque já parecia automático. Ele não tentou novas interações e a bolsista igualmente. No fundo, tinha esperanças... mas a cada nova ignorada do rapaz, elas morriam devagar. E a cabeça avoada não permitiu que percebesse as encaradas furiosas de Hyemin, embora a nojentinha tenha sido alvo de Sunny. Não com olhares de puro ódio, mas... curiosidade e certa raivinha, do tipo que causava um bico aborrecido no cantinho dos lábios.

    E, claro...

    Não esqueceu da conversa que ela e Kim precisavam ter, hum, e era bom que ele também não.

    De resto, tudo seguiu normalmente. No colégio, no Café, em casa... E quanto mais se aproximava do dia do festival, mais animada Sunny ficava. Isso ajudou a esconder o “incômodo” que sentia nos instantes que os olhos buscavam Jung Mi e... não encontravam retribuição.

    Como havia adicionado Stella ao grupinho no WhatsApp, por lá, o quarteto teve como combinar direitinho os detalhes. Sair com as amigas seria divertido... Um programa apenas com senhoritas enquanto os outros lordes se perdiam numa sessão de jogos que Sunny não entendia nadica.


    Capítulo 2 - Página 8 SdMBRVV
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    Mensagem por Natalie Ursa Dom Dez 24, 2017 8:58 pm

    MiSoo ergueu uma das sobrancelhas com o comentário de BoMi sobre o professor de literatura, mas logo se juntou à ela no riso.

    Lá estava a tenista naquela disputa mental, depois da sugestão de BoMi, para decidir se ouviria a razão ou se faria o que queria sem ligar muito para consequências. Nem sabia direito o que queria provar com isso. Que era egoísta?

    Não tinha prestado atenção nas expressões de BoMi, de modo que não poderia ter percebido o sorriso maldoso e talvez tê-lo o interpretado mal.

    Quando recebeu a resposta positiva da amiga foi quase como um impulso dado à ela para botar em prática a sugestão, que mais dava para MiSoo a sensação de ser um ato de maldade.

    As amigas já se ocupavam de outro assunto enquanto a garota tomava a coragem de começar a mensagem impulsiva, mas era interrompida por EunBi, que dizia já estar chegando!

    Comentou sobre o pedido de EunBi com as amigas, que pareciam contentes com um frango com batatas! E tinham comido à pouco, embora MiSoo não houvesse se alimentado muito bem naquela ocasião. A ideia da comida até parecia interessante, mas estava agora nervosa tanto com o assunto anterior, quanto com o que já tinha comido de manhã. Comida já começava a lhe estressar mais ainda. Por que não conseguia se policiar direito. Comer como as outras pessoas. Desde que emagrecera com a dieta, tinha bastante medo de recuperar o peso e por isso tentava se controlar. Aparentemente só conseguia acumular falhas e erros nessa área. Fraca…

    Não queria ter que pensar mais em comida naquele instante e acabou jogando a tarefa do frango às amigas. Felizmente elas sabiam exatamente o que e onde pedir!

    Enquanto Mia e BoMi continuavam a conversar entre elas, MiSoo acabava voltando às dúvidas anteriores.

    Devia ter aproveitado a interrupção que EunBi tinha criado para desistir da ideia da mensagem, mas por pensar na briga que tinha gerado toda a situação, MiSoo foi tomada pela raiva que acumulara nos últimos dois dias e isso foi o suficiente para completar a mensagem - com até mais do que precisava - e enviá-la!

    De onde tinha saído a ideia do smoothie? Ainda estava com a cabeça fixada em comida???

    Ainda bem que arrependimento não costumava causar mortes.

    Nem tinha esperado uma resposta. Tinha jogado o celular para o lado, sobre o sofá, como que o aparelho estivesse prestes à explodir.

    Amigas de MiSoo não estranhavam muito o jeitinho dela, que às vezes atinava de agir feito uma doidinha, mesmo que para pessoas de fora pudesse parecer bizarro, ou maluco como berrar com pessoas em lugares públicos e sair correndo e chorando no instante seguinte.

    Estava tão arrependida que se jogou sobre BoMi sentada aos eu lado, a abraçando e resmungou, com olhos marejados, sobre ter feito o que ela disse, mas que não estava certo. Perguntava por que tinha lhe dado essa ideia e tudo isso com uma vozinha de criança manhosa.

    Poucos minutos depois, o cellas que estava jogado, de tela virada para baixo, sobre o sofá vibrou e MiSoo mordeu o nó do indicador em nervosismo. Ainda tinha medo da resposta. Me de ler que, no fim, seus pensamentos lá do intervalo da aula, estavam certos, afinal.

    De modo hesitante, esticou o braço para reaver o objeto e encarou a tela negra, engolindo em seco antes de encher-se de coragem para acendê-la e ler a mensagem que tinha recebido.

    Gyu-Sik tinha aceitado!

    O comportamento meio dramático dela provavelmente não passava despercebido pelas amigas.

    Em um primeiro momento MiSoo ficou bastante contente, chegando a abrir um largo sorriso para a tela, afinal suas condições tinham sido aceitas sem problema nenhum! Seus pensamentos de mais cedo deveriam estar errados!! Mas instantes depois se deu conta de que nem sabia qual era o horário do cinema, tinha mandado a mensagem por impulso e só deduzira que deveria ser à tarde já que Mia queria ir ao shopping para ficar vigiando. Por um lado sentia um mínimo de alívio, pois existia a chance de não ter atrapalhado nada. Por outro, lá no fundo MiSoo ficava com uma pontinha de inconformação por talvez ter feito isso em vão.

    Havia outro problema.

    Em casa?? MiSoo já não gostava de levar as amigas para lá. Sempre tinha a chance da mãe causar problemas ou reclamar de algo - mesmo que no passado o real problema fossem as intromissões maldosas da irmã mais velha. Seria potencialmente pior levar só o garoto para lá. MiSoo não tinha certeza se a mãe não chiaria com isso ou que talvez nem acreditasse. Precisaria pensar ainda se não existia uma ideia melhor de lugar para resolverem essa tarefa de casa, mas antes que conseguisse ter alguma ideia, EunBi chegava ao apartamento de Mia, roubando a atenção de MiSoo, que acabou guardando o celular e deixando o problema para ser resolvido em um outro momento.

    A tenista sorriu ao ver a amiga ali, mesmo que usando as incômodas muletas. Mesmo tendo usar o par de apoios ainda sim estava bonita como sempre.

    - EunBi-yah! - a chamou com animação, levantando-se para ajudá-la, porém Mia tinha sido mais rápida.

    A garota voltou a sentar-se no sofá e a amiga com o pé imobilizado veio se acomodar ao seu lado, lhe dando um abraço que foi correspondido com animação.

    MiSoo deu uma risadinha com o comentário de Mia, sempre curiosa, embora não soubesse qual a “história de intervalo” de EunBi que ela se referia.

    Com a pergunta de BoMi, o sorriso de MiSoo morreu. Aquele assunto também era algo que queria ouvir e que sabia que BoMi estava esperando por aquela resposta o dia todo. Era a hora de EunBi explicar sua mentira, pelo menos para que pudessem entender a amiga bailarina.

    Mia falava sobre como EunBi se preocupava com o garoto bolsista irritado e BoMi tirava sua conclusão.

    - Aiishhh. Mas ele é tão mal educado. - coçou atrás da da orelha e colocou os pés sobre o sofá outra vez, abraçando as pernas e bufando.

    EunBi finalmente começou a falar e MiSoo ouvia ao que a amiga dizia em silêncio, tentando entender seu motivo para mentir para a vice diretora e acabar quase encrencando BoMi.

    Logo no início da explicação a tenista fez uma careta triste, curvando os lábios e fazendo beicinhos. EunBi tinha se preocupado mais com o garoto mal educado do que com suas amigas. Quando mencionou a mãe começou a entender um pouco melhor. Assim como MiSoo, a bailarina também tinha uma mãe capaz de gerar vários problemas se ouvisse as histórias erradas. De certa forma conseguia entendê-la, porém ainda parte de si continuava triste por terem sido deixadas para lá nessa história. BoMi pode ter se complicado com o loiro quando o dedurou e MiSoo poderia ter sido vítima dele também quando se colocou no meio da situação para pará-lo. Até pessoas de fora, como Won-Bin tinham se complicado por tentar ajudar. EunBi deveria ter encontrado uma solução melhor para sem impasse.

    Quando a bailarina demonstrou uma postura quase de derrota, MiSoo pousou a mão sobre suas costas, tentando lhe dar algum tipo de apoio. A mãe de EunBi lhe dava a impressão de ser pior do que a sua. Se já imaginava que existiam várias coisas que se fizesse, deixariam sua mãe pior do que já era, via a mãe de EunBi alguém ainda pior de se lidar. Não tinha até mesmo tentado se matar? Tinha pena daquela mulher, diferente do que acontecia com sua própria mãe, em quem via apenas o reflexo da falsidade e avareza.

    Mesmo se esforçando para mudar a imagem que tinha da própria mãe, algo sempre dava errado e voltavam ao começo. Com EunBi não deveria ser diferente.

    Ouviu o resto do relato de de sua amiga dizendo que gostava do garoto chamado Jaeki e do tempo que passou com ele. Não sabia o que comentar. Tentaria até ajudar mais uma vez, mesmo não gostando da ideia da amiga gostar do garoto delinquente, mas com o problema da mãe no meio não via como poderia apoiar EunBi… Só não queria vê-la triste como estava agora.

    Se pudesse fazer algo para alegrá-la novamente…

    MiSoo arregalou os olhos com a constatação de BoMi. Ouvindo desse modo, cru e direto era quase como ter finalmente a realização de que as coisas não seriam mais como antes. Teriam que inevitavelmente dividir a amiga… Mesmo que não fosse naquele momento, afinal nem ela estava muito confiante nisso.

    - Não vai mais esquecer de nós, não é? - completou depois que BoMi falou sobre traição, de um jeitinho triste, mas fofinho.

    Pelo menos não era a única a se sentir assim.

    - Tudo bem, EunBi-yah. - segurou suas mãos, tentando, de certo modo lhe consolar e mostrar que estava ali com ela e tirar um pouco do clima pesado que tinha se gerado enquanto suas duas amigas se encaravam - Eu entendo. Nós entendemos. - fitou BoMi com um olhar triste e que buscava pelo apoio dela, esperando que a amiga não lhe desmentisse - Mas por favor, não faça mais isso. Não minta para nós nem esqueça da gente, ou eu vou ficar muuuuuito triste.

    O assunto não se arrastou muito mais do que isso. O frango de EunBi logo chegou e as garotas  aproveitaram a comida enquanto assistiam à algum filme -não tão dramático - na sala de cinema de Mia. MiSoo novamente não tinha comido muita coisa do frango com batata, apenas ingeriu bastante água e um pouquinho da batata, só para não parecer que não queria nada. Ainda se sentia um pouco ansiosa, não conseguia pensar em comida naquela tarde. Nem parecia ela. Às vezes tinha esses períodos em que simplesmente não tinha vontade de comer nada aí em outros momentos parecia que poderia comer três frangos daqueles sozinha.

    Na verdade nem importava muito o que tinha comido naquela tarde ou pela manhã, pois quando chegou em casa, antes de tomar banho, vomitou tudo. Mais uma vez não tinha controle do que comia e acabava tendo de fazer isso. Não se sabia se se sentia melhor ou pior assim, só sabia que não estava muito contente. Queria não ter que botar tudo para fora, mas o medo de engordar novamente lhe atormentava.

    Apenas depois de tomar seu banho e se recompor um pouco mais das aflições do dia, um pouco mais leve por ter vomitado, foi que MiSoo se lembrou que não tinha respondido a mensagem de Gyu-Sik. Precisava sugerir outro lugar para ele lhe ajudar com o dever de literatura. Sua casa lhe soava como o pior dos lugares. Mas onde…?

    Talvez pudessem fazer no jardim do condomínio, assim ainda poderia ficar um pouco ao ar livre. Ajudava a se concentrar nos deveres,

    O maior problema seria provavelmente como MiSoo iria se portar depois de ter tentado estragar os planos dele - mesmo não sabendo se, de fato tinha conseguido. Ficaria com vergonha de encará-lo, mesmo que Gyu-Sik não soubesse. ELA SABIA. No fim ainda não tinha evoluído muito desde antes do garoto pedir desculpas. Não estavam voltando à normalidade, já que MiSoo se sentia errada pelo pedido, que provavelmente outras pessoas nem se importariam muito. Não era algo que ela já tinha feito antes, por isso parecia super grave em sua visão. Mesmo assim tinha o perdoado e não voltaria atrás, portanto tentaria deixar de lado a ideia idiota.

    Só esperava que na hora de resolver o poema de literatura, as coisas já estivessem um pouco melhores. Até lá ia tentar agir normalmente, na medida do possível.

    Era melhor se preocupar com a quinta feita do que com o sábado ou domingo. Sábado teria que lidar com a ópera, que nem sabia direito como iria ser. Não tinha pegado muitos detalhes sobre, mas sabia que teria que vestir algo da mãe e ficar desfilando com um salto super alto enquanto rezava para não cair na frente de todo mundo. Precisava aprender a usar esses sapatos se não quisesse sofrer um acidente com eles. Talvez BoMi pudesse lhe ajudar um pouquinho em outro dia, já que EunBi estava machucada, mesmo assim não acreditava que conseguiria algum progresso em tão pouco tempo…

    MiSoo mandou a mensagem com o novo local para Gyu-Sik e em seguida se voltou ao dever de casa sobre o sistema solar, tentando arranjar uma boa ideia para representá-lo.

    Não teve grandes problemas com os pais nesse dia e acabou comendo um pouquinho mais na janta, mesmo que não fosse muito. A mãe estava de olho e ainda tinha a ideia absurda de que MiSoo precisava entrar num daqueles vestidos um número menor do que ela vestia.

    Depois de conversar um pouco mais com suas amigas pelo celular, MiSoo finalmente sentia-se cansada o suficiente para finalizar o dia. Indo dormir relativamente cedo, para acordar bem cedinho, como costumava fazer. Desta vez o grupo provavelmente voltaria a ir para a escola no mesmo carro e pelo menos essa parte da jornada escolar iria se normalizar.
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    Mensagem por GodHades Seg Dez 25, 2017 2:28 am

    Hayoung poderia estar no topo com facilidade se não fosse suas...atividades extras, digamos assim.


    Dong sabia que ela fazia algo para as amigas, mas nem mesmo ele iria questionar o que a prima faz ou deixar de fazer com suas amizades.

    Só esperava que ela conseguisse se enturmar com algo finalmente... - Sei que pode, por isso é minha prima! - Tentava tecer um elogio com isso, enquanto ambos meneiam o rosto positivamente.

    - Nãoo! Claro que não iria esquecer. - Uma ultima vez afundou a mão dentro da mochila... agora um barulho diferente de embrulho seria escutado por ela... Dong tira o pacote..


    Parecia ser de uma loja de roupas... Hayoung chegou a fazer pirraça batendo o pé no chão do carro e Dong teve de segurar sua risada em razão disso, ela estava com a exata expressão do peixe baiacu de tão infladas as bochechas.

    - Veja, abra... - Entregou a ela o embrulho de cor verde escura com listras verde claras... Hayoung quando visse do que se tratava, acharia um tipo de vestido... de cara a cor do embrulho não condizia com a da roupa... pois era uma embalagem nada chamativa... diferente do tecido daquele tecido, bem vivo.

    A principio ela não entenderia por que Dong daria isso já que ela deve ter tantos... mas quando a jovem puxasse tudo do embrulho, perceberia que era um vestido usado em treinos e partidas de Tenis.

    Ele era vermelho, quase todo vermelho, bem carmesin e marcante e na saia havia o simbolo da personagem WonderWoman em dourado.

    Dong não sabia se ela iria entender a referencia, mas imaginava que a prima sabia que eram a Mulher Maravilha.

    - Espero que goste Hayoun-shi! E sim, eu sei o seu numero, já lhe observei o bastante para perceber essas coisas e... - Ajeitou o óculos discretamente enquanto falava. Revelando seus dons analíticos, de quanto a viu praticar Tenis no clube.

    - Você deve ter um monteeeeee desses! Mas duvido que tenha um da Wounderer Woumaen.

    Ainda arriscou um sotaque Joel Santanes. - Ela é uma amazona guerreira que consegue rebater qualquer coisa que jogam nela! - Com os braceletes, mas não precisava explicar isso a ela agora - Estou certo de que irá impressionar seu instrutor da próxima vez caso goste e a vista!

    Se Kyung sabia os numeros dela então HaN também conheceria visto que ambos são parceiros de "crime". Esperava que a prima gostasse do presente, era simples, mas havia um gesto honesto ali... já que se lembrou da ultima vez daqueles treinos dela quando saiu a natação.

    Agora ele a observaria de lado, torcendo o lábio para o canto na expectativa de uma reação de aprovação dela.
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Ter Dez 26, 2017 12:17 am



    A quarta-feira finalmente chegava ao fim para eles, trazendo consigo várias possibilidades para os próximos dias. O primeiro passo era sempre o mais difícil: fosse para pedir perdão aos amigos; para admitir seus erros depois de decepcionar pessoas importantes; para confiar numa pessoa especial e permitir que pensamentos oprimidos viessem à tona; para encontrar o alívio numa desconhecida que parecia conhecer a alma melhor do que velhos amigos; para seguir em frente após uma decepção amorosa e encontrar no otimismo infantil uma força inexplicável; para encontrar numa amiga, uma visão de si mesma jamais tida antes e descobrir que vermelho podia sim ser tudo o que ela precisava; ou simplesmente para deixar para trás o sonho de verão e focar no que realmente importava naquele momento: família, estudos e amigos.

    No caminho até sua casa, Dong veria a oscilação de Hayoung. Apesar do início triste da conversa, a atitude dele a animou de novo. Muito embora não fosse uma geek como ele e seus amigos, Hayoung conhecia sim a Mulher Maravilha e ficou simplesmente encantada com a roupa de tênis. Prometeu que usaria nos treinos do clube e mandaria a foto para ele ou iria ela mesma se exibir, caso fosse dia de natação. Ela agradeceu muitas e muitas vezes, com todo seu coração.

    Adorava ganhar presentes, ainda mais quando eram assim: inesperados. Sua felicidade foi genuína e prometeu que pensaria num presente à altura, em breve. Ao deixá-lo em casa, pediu para que ele se cuidasse e comesse bem. Tinha uma certa censura ali por conta do alto volume de remédios que ele tomava e podiam fazer mal para seu organismo.

    Agora em casa, Dong tinha muito o que pensar. Sua prima era mesmo especial, mas estava num grupo péssimo. Era só ver o que tinham feito com Stella. Aliás, por que parecia tão fácil conversar e agradar Hayoung, mas sempre tão difícil ser sensível com Stella? Só naquele dia, o beicinho da amiga tinha surgido incontáveis vezes. Nas poucas vezes que ela sorriu, foi enquanto olhava para o celular e trocava mensagens com alguém.

    Fora aquele último olhar que trocaram antes de partirem. Será que a aula de sábado ainda estava de pé? Dong sabia que não iria à Ópera porque os pais fariam uma pequena viagem. Sua casa estava liberada sábado e domingo, sendo no segundo dia que ele usaria para reunir os amigos - antigos e novos - para uma jogatina que prometia.

    Depois que se ajeitasse, ainda tinha que pensar nos exercícios que tinha que fazer e o alistamento no clube de Teatro. Mas, se colocasse na ponta do lápis, sentiria que o dia tinha sido positivo.

    Tão positivo quanto fora para Hyemin.

    Sua manhã tinha sido conturbada, pois teve uma missão difícil de cumprir. Pisar no orgulho sempre era algo doloroso, ainda mais quando precisava se “rebaixar” a alguém que tinha lhe feito tanto mal no passado. Porém, depois daquela breve e enervante conversa, o sol pareceu sorrir de novo. Só não foi mais perfeito porque sua amiga Yerin não pôde acompanhá-la nas compras.

    Felizmente, ela tinha Eun-Na com ela e a atrevida menina tinha se provado bastante paciente e com um gosto bem interessante para moda. Conseguiu encontrar um vestido que unia as duas Hyemin que a menina gostaria de exibir: uma jovem mais madura, mas que não tinha perdido os ares de princesa. Hyemin saiu bem satisfeita daquelas compras, principalmente depois que pôde retribuir o gesto à Nana. Mais gratificante ainda foi ver que o vestido foi super bem aceito pela menina.

    A situação com a tia podia ser contornada, até porque, não havia nenhuma sombra de arrependimento com a peça escolhida: não tinha como ser mais perfeito do que aquilo! E ainda dava para seguir a dica da echarpe que Eun-Na lhe dera.

    Quando chegasse em casa, havia muito o que ser feito, mas Hyemin não pensava nos deveres e sim nos preparativos para sábado!

    Veria seu oppa!!!

    E naquele momento, a conversa com Kim não teve mais espaço em sua mente, muito menos no coração. Melhor assim...Afinal, certas coisas mereciam ficar no passado.

    Passado.

    Alguns sabiam como essa palavra tinha um peso.

    O passado doía muito e saber que nunca mais seria o mesmo, estava acabando, pouco a pouco com Hyun-Hee. Todas aquelas pessoas que conheciam seu “antigo eu” pareciam observar o seu presente como se vissem um animal enjaulado. Mesmo Jong-In parecia sempre pronto para se defender de um possível surto.

    Que nem Hyun-Hee duvidava que fosse acontecer.

    Talvez por isso mesmo, aquela mensagem tosca da Joaninha que nunca conheceu o antigo-Hyun e só conhecia o Tigre sem dentes, pareceu a única bóia que ele conseguiria - ou queria - se agarrar para evitar que afundasse naquele mar de solidão, arrependimentos, mágoas e erros.

    No início, a menina ficou sem reação com o comentário dele. Ela não precisou dizer “não” para que ele mudasse a proposta, mas ela respondeu que “nunca pediu um favor dele, por isso era bom que ele tivesse a certeza de que ela só realizaria os favores que ela quisesse, se ela estivesse disposta”. Afrontosa, como sempre, mas deu brechas para que conversassem.

    Talvez ela só o achasse um cara muito solitário e ela compartilhasse da solidão nesse momento.

    Disse que estava estudando Geografia, que gostava, mas aquele tópico em si não era sua parte favorita. A matéria favorita era História. Almoçou um Yakisoba num carrinho de rua porque o cheiro parecia gostoso e tinha caído muito bem. Não pareceu irônica ao dizer isso. Fez as mesmas perguntas para ele e, sem saber quanto tempo tinha se passado, começaram a se despedir.

    Por algum motivo, gostou do jeito que seu nome soou vindo dele e respondeu no mesmo timbre “Park Hyun-Hee”.

    Depois disso, Hyun sentiu que conseguia respirar, sair daquele mar e retornar para seu barco. O horizonte surgia de novo e encontrou o foco necessário no exercício mental para resolver as pendências escolares.

    Essas mesmas pendências que serviam como um modo de foco, também funcionou como um excelente pretexto para MiSoo.

    Depois que a mensagem foi enviada para seu destinatário, MiSoo se viu presa numa verdadeira confusão mental. Parte de si achou uma tremenda maldade atrapalhar os planos de Gyu enquanto a outra estava realmente tentada a testar a “fidelidade fraternal” do garoto. Porém, quando parou para pensar que, o horário, talvez não o atrapalhasse, um pequeno espaço de seu coração foi tomado por um sentimento de frustração.

    E se, mesmo depois de ficar com ela, ele ainda fosse para o tal cinema com a garota?

    Não saberia dizer, até porque, ela também não entendia porque estava se sentindo assim. Talvez ela não tivesse uma resposta porque não fazia as perguntas certas. Fora que o fato dele ter proposto na casa dela também a deixou um pouco mais ansiosa e a “briga” das amigas não ajudava em nada.

    Contudo, parecia que aquela situação caminhava para um resultado positivo. Eun-Bi contou tudo o que sentia, admitiu seus erros e sentimentos, mas também foi obrigada a fazer promessas. A carinha dela diante da expressão de Misoo foi igualmente triste, mas ela prometeu que nunca mais faria isso e nem se deixaria levar pelo que sentia por Jae-Ki. Bo-Mi não estava muito convencida, mas a verdade era que não deviam jogar fora uma amizade de mais de quase 10 anos por conta de um único erro. Eun-Bi merecia uma segunda chance.

    As meninas conseguiram ver um filme que agradasse à todas - com um final feliz! - e comeram bastante. No fim, estavam todas se amando de novo e ficaram um bom tempo na casa de Mia. Pelo menos até começar a escurecer.

    Bo-Mi chamou o carro e levou MiSoo até a própria casa, visto que moravam no mesmo prédio. Chegar em casa era sempre a parte mais dificil. MiSoo não se sentia confortável e agora sua mãe tinha feito uma exigência louca para que ela coubesse num vestido um manequim melhor. A culpa logo a tomou e ela não pôde conter o vômito.

    Terceira vez, em três dias.

    Até quando esse inferno particular iria durar?

    Depois de chorar muito sozinha, ela conseguiu encontrar forças para ficar quieta, recolhida. Por um milagre, os pais não a perturbaram naquele dia - a mãe ainda parecia aborrecida pela última situação delas. Pelo menos ela conseguiu se concentrar em outras coisas.

    Mas o fim de semana ainda era uma sombra em sua mente.

    O que deveria esperar dele?

    Num estado completamente diferente de MiSoo, Sun-Hee só encontrava alegrias por estar em casa de novo. Sua família era seu porto-seguro - e isso incluía os cães que eram filhos de quatro patas. A conversa com o irmão tinha sido bem produtiva e ajudou a pensar no passeio do fim de semana.

    Seu aniversário já tinha passado, no fim de Março, mas a ida ao festival de cerejeira sempre era o passeio favorito. As possibilidades de fotos eram infinitas e a família Kim tinha mesmo um album com o passar dos anos na árvore favorita. Era linda ver a evolução deles sempre com poses parecidas naquela mesma árvore.

    Tinha sido ideia da tia Yumi, como sempre.

    Fora o pensamento no passeio, Sunny também pôde contar ao pai o que tinha acontecido naquele dia. E, principalmente, quem ela tinha conhecido. O Sr. Kim pareceu muito emocionado e feliz por saber que Jae-Ki e Sunny tinham se dado bem. Ele tinha todos os motivos do mundo para gostar do menino, mas jamais forçaria que a filha seguisse sua opinião. Saber, contudo, que ela tinha gostado, independente de suas impressões, era um alívio.

    Concordava sobre a determinação invejável do menino e agradeceu à Sunny por ter dito aquilo. Saber que a filha estava gostando da escola nova e que seu protegido também parecia se adaptar, deu um gás a mais nele para continuar com o plano de aula. Quantas outras vidas podia mudar também?

    Sunny ia realizar suas tarefas e buscar por descanso enquanto um herói anônimo estava trabalhando pelo futuro.

    Porque nem todos os heróis precisam ser reconhecidos para fazerem a diferença.

    E era isso que Won começava a aprender, mesmo que à um custo alto.

    O caminho até sua casa foi longo e bastante reflexivo. Won fazia questionamentos normais para sua idade e era alguém que queria deixar sua marca no mundo, ainda que não tivesse fama. Infelizmente, os últimos acontecimentos acabaram tapando as coisas boas que tinham acontecido e dava a sensação de que ele era horrível, um zé ninguém.

    Ele podia ser um anônimo para a multidão sim, mas seu nome já estava marcado na vida das pessoas que tinha cruzado nos últimos dias.

    Pelo menos naquelas que importavam de verdade.

    Quando chegou em casa, teve uma recepção um tanto quanto fria, mas o pai estava aliviado por vê-lo bem. Gostou de ouvir que ele ainda tinha um emprego e que tinha ido ao dojo. Não comentou nada sobre ele não comer, porque conseguia compreender a revolta adolescente.

    Já tinha se comunicado com Baek e sabia que a conversa não tinha sido nada gentil.

    Em seu quarto, Won via o espaço vazio deixado pelo pôster de seu filme favorito, parecia com o mesmo vazio que sentia no momento. Foi por conta desse sentimento que ele procurou pelo trabalho de literatura e descobriu que seus dons não estavam apenas nos músculos ou precisão de golpes. Uma caneta podia fazer muito também.

    E um poema surgiu.

    Por mais tosco que ele achasse, tinha sido o seu sentimento colocado para fora. Aquele vazio pareceu encontrar certo alívio e a mente começou a trabalhar ao seu favor e não contra. Won sabia que tinha errado.

    Mas tinha aprendido e tudo o que queria era uma segunda chance.

    Por mais difícil que fosse reconquistar a confiança quebrada, isso não era impossível.

    Jae-Ki também sentia isso. Afinal, ele não ficaria pensando tanto em Eun-Bi se, no fundo, não estivesse disposto a dar uma segunda chance a ela. Mesmo depois de toda a confiança que tinha sido entregue e quebrada, ele sentia aquela verdade. Aquele sentimento que crescia, mesmo contra sua vontade.

    Às vezes era até um pouco difícil estudar porque a mente sempre caía nela. Fosse Min-Ah sorrindo ou Eun-Bi com os olhos marejados, aquelas duas eram a mesma pessoa. Por mais misteriosa e ambígua que fosse, a vida dele não conseguia voltar ao normal depois que ela passou. E isso só pioraria dia após dia enquanto ele não se permitisse perdoar.

    Talvez ele tivesse mesmo muito o que trocar com o amigo Won-Bin. Se Won soubesse o sentimento de Jae, talvez pudesse ter maiores esperanças com a própria situação - se fizesse uma associação, ainda que cada uma tivesse seu peso.

    Jae-Ki acabaria demorando um pouco mais do que o normal com aqueles exercícios. Primeiro porque o volume estava grande e ele estava adiantando coisa para Kang e Won também. Segundo porque ela ficava aparecendo ali, tirando a atenção dele. Quando acabou, já era muito tarde e foi impossível pensar no projeto de biologia.

    Ainda teria que se preocupar com o encontro da gangue no sábado.

    Soo-Ji já estava no décimo soninho quando o irmão chegou, mas ela se acomodou melhor depois de senti-lo ali e não demorou para que os sonhos ficassem melhor. Os olhos pesaram e Jae apagou completamente.

    Capítulo 2 - Página 8 0935d911ab3ff2a7b4ebc36cf9760a51e07008a1_hq





    Após um início bem tumultuado, os últimos dois dias de aula serviram para trazer uma falsa paz. Mesmo o retorno de Taemin não foi motivo para que confusões ocorressem ali. Na verdade, foi até uma surpresa a tranquilidade que o garoto chegou na sala na quinta-feira. Won e Jae-Ki seriam completamente ignorados e até Eun-Bi não atrairia o olhar dele.

    Isso, por si só, já era mais do que suspeito. Mas ninguém podia apontar dedos ou sair acusando só porque o garoto estava quieto.

    Yerin foi outra que entrou no modo “sou da paz” e nem mesmo Eun-Na ou Yewon ficaram atacando os outros. Aparentemente, eles estavam com a bandeira branca erguida, de modo que dava para quase achar que o colégio podia sim ser normal e um lugar civilizado para todos.

    As aulas continuaram intensas e com um grande volume de dever. Os professores mais caricatos já tinham passado, de modo que os últimos que se apresentaram, eram excelentes, mas não revelaram logo de cara suas manias ou modo horrível de avaliar provas. As aulas seriam boas ou ruins, dependendo da afinidade de cada um.

    Hyemin, por exemplo, acabaria sem prestar atenção em nenhuma. Estava com a mente da Ópera e nas compras que faria quinta e sexta. Sim, porque queria aproveitar a companhia de Yerin antes que ela viajasse para Hong Kong na noite de sexta. Já Dong, provavelmente gostaria de todas as aulas porque os professores pareciam mais perfeccionistas e ponderados do que os outros. Além de terem uma boa maneira de dar a aula. Só o conteúdo da matéria que, vez ou outra, ficaria mais difícil.

    MiSoo voltou a ter uma vida quase normal.

    Se ela tinha algum receio da reação de Gyu-Sik, podia ficar mais calma, pois o garoto a tratava como sempre. Diferente do outro dia, cada vez que ela olhasse para ele, ele voltaria o olhar para ela e daria um meio sorriso no canto dos lábios. A fofoca com as amigas continuava em alta porque Eun-Bi não tinha capacidade mental para lidar com muitas horas de aula.

    Bo-Mi disfarçava melhor, pelo menos. E ela vez ou outra, olhava para Won, vendo se estava tudo certo, mas também foi vista falando com Ryu como sempre - era, afinal, um dos amigos de seu irmão gêmeo.

    Sunny sentia o olhar de Hyemin em suas costas, mas também tinha a companhia de seus amigos. Kim confirmou que sábado a buscaria no trabalho para que fossem a algum lugar e pudessem conversar em paz. Os meninos tinham confirmado que a jogatina seria no domingo e a própria Sunny também tinha um compromisso com a amigas. Stella também garantiu que estaria lá e também confirmou com Dong que ele podia ir até sua casa no sábado. Podia almoçar lá e ficar depois.

    A menina ainda estava bicuda pela cena com Hayoung, mas tinha achado que o amigo queria mesmo as aulas de inglês, por isso ensinaria a ele.

    Na quinta e na sexta, ela conseguiu entender bem as matérias, mas também continuava incomodada com aquela distância que crescia entre ela e Jung-Mi. O garoto não dava aberturas e cada vez que ela o via, ele parecia mais distante. Infelizmente, ela sempre virava antes que percebesse que ele também olhava para ela.

    Nos intervalos, ela ficava com as meninas. Sem saber, ela e Chae tinham mais coisas em comum do que imaginavam.

    Isso porque Jung-Mi parecia ter o mesmo comportamento de Hyun-Hee. O garoto problematico passou a ter os intervalos na companhia de seus antigos amigos e, mesmo depois da estranha ligação de quarta-feira, passou a ignorar a presença de Chae. A garota não entendeu isso no início, mas quando percebeu que não era algo sem querer e sim proposital, ela também não fez mais questão de ser vista ou se importar com ele.

    Aquilo a incomodava bastante porque dava uma sensação estranha. Quer dizer que ele só a procurava quando estava sozinho? Tinha vergonha dela ou o que? Idiota, idiota mil vezes! Nunca mais atenderia uma ligação daquele imbecil e tava decidido!

    Outro que experimentava essa sensação de distanciamento era Jae-Ki.

    Eun-Bi estava mantendo firme a promessa que fizera a MiSoo, por isso não ficava olhando para ele ou preocupada em encará-lo. Ela parecia até mais quietinha e centrada - uma falsa impressão que ela prestava atenção na aula, porque acabava desenhando sapatilhas e saias rodadas no caderno. Na sexta-feira, ela já apareceu sem muletas porque dizia conseguir pisar bem.

    Jae também não a veria com Taemin, antes que ficasse nervoso com isso. Pelo menos ele tinha seus amigos e Kang continuou levando bolinhos para ele, pelo menos naquela semana estava garantido.

    Won conseguia se adaptar melhor aquele incômodo gesso e, a ausência de confusões era quase como um refresco que mostrava que ser normal, não era ruim. Ainda trocou algumas saudações com o grupo de MiSoo, até mesmo com Kim, mas os três dragões ainda eram seu grupo oficial. Depois das aulas, o trabalho exibia bastante dele - nem dava tempo de enrolar comendo na escola, tinha que comer lá para dar tempo e Kang o acompanhou nessa.

    Na sexta, foi acordado que ele trabalharia meio expediente de domingo também, agora que buscava por horas extras e não tinha mais treinos mesmo - e também por não ter nenhum compromisso no domingo. Ainda era melhor ficar no café e ver gente do que ficar em casa o dia todo.

    E, assim, a semana chegou ao fim.




    Prestem atenção nos horários de seus personagens. Alguns estão em lugares diferentes, em horários diferentes =)





    CAPÍTULO 2 - PARTE 2


    [WON-BIN]

    06/04/2019 - Sábado
    7:00 A.M.


    Won-Bin estava dando o melhor de si, mas a verdade era que seu gesso atrapalhava um pouco mesmo e Hyosang não queria ficar até tarde no café só para que ele cumprisse com a promessa. A mulher não tinha do que reclamar do serviço dele, mas ela também tinha que pensar em sua saúde física e mental.

    Na sexta-feira, além de saber que trabalharia no sábado e domingo, ele também foi informado que Hyosang iria testar outra pessoa para trabalhar com ele. A chefe o tranquilizou, dizendo que cumpriria com sua parte e o observaria até domingo, se ele se provasse útil, o emprego estava certo - Shin-Hee disse que cobria, então, ele que desse conta desse “prejuízo” - mas ela precisava dar conta de tudo, por isso chamaria a pessoa que tinha dispensado para dar a vaga a Won.

    - Os dois trabalharão juntos.

    Foi tudo o que disse. Num primeiro momento, o garoto podia ficar com raiva por ter uma competição dentro do trabalho, mesmo diante de todos os seus esforços.

    Mas pelo menos tinha o emprego ainda! E Kang estava bem do outro lado do café, trabalhando na loja em frente. Os dois tinham combinado de procurar algum lugar para almoçarem juntos - mesmo que fosse uma batata assada no alumínio que vendia numa das esquinas ali. O importante era que ele não estava sozinho.

    Quando Won chegasse para o trabalho, veria Hyosang e Tae-Gyu terminando de virar as cadeiras antes de abrirem oficialmente a loja. Tinham que passar uma vassoura também para deixar tudo nos conformes. Em sua loja, Kang fazia o mesmo - estava trabalhando umas horas extras naquela manhã, cobrindo as férias do outro funcionário aos fins de semana.

    - 7h em ponto. Ninguém pode negar sua pontualidade, Won-Bin - Tae-Gyu comentou dando um meio sorriso.

    Hyosang continuou dando bico.

    - Enfim, chegou em boa hora. - Continuou para atenuar o climão.

    Logo Won-Bin entenderia, porque da área dos funcionários, pôde ouvir passos. Só tinha escutado o nome da outra pessoa, mas não podia imaginar que fosse uma menina. Muito menos uma menina tão..bonita. Então era assim? Teria que competir com uma GAROTA BONITA?!

    - Esta é Lee Ji-Hyun. - Tae-Gyu apresentou.

    Ji-Hyun o encarou com um sorriso contido e um olhar animado. Tinha longos cabelos castanhos com uma especie de tiara feita de trança, do lado esquerdo do rosto. Tinha uma altura média e um rosto redondo, com bochechas fofinhas. Não era como as modelos de WangJo, mas era, inegavelmente, bonita.



    - Annyeonghaseyo, mannaseo bangabseubnida (Olá, é um prazer conhecê-lo). Eu sou Lee Ji-Hyun e espero que possamos fazer um bom trabalho juntos, Hwang Won-Bin-shi. - Curvou-se e ergueu-se com um meio sorriso no canto dos lábios.



    Tae-Gyu pareceu satisfeito com a educação da menina e Hyosang também não tinha nada para apontar contra a menina também.

    - Muito bem, agora que já se conhecem, Won-Bin pode passar a rotina para Ji-Hyun depois de se trocar. Abrirei as portas em dez minutos.

    Hyosang mandou e saiu dali. Ji-Hyun esperaria pacientemente pelo retorno dele enquanto ajudava a arrumar as últimas mesas e passar um paninho.


    [DONG]

    06/04/2019 - Sábado
    12:00 P.M.


    Dong foi convidado para almoçar na casa de Stella. A garota vivia no distrito de Seongbuk-Gu, ao norte do Rio Han. Nesse distrito ficavam as embaixadas do Canadá, Austrália e China, de modo que era comum a existência de condomínios fechados de herdeiros de diplomatas e afins. O condomínio de Stella tinha uma arquitetura bem ocidental, com uma área comum com pouco verde, mais cinzenta, porém, com espaços grandes dentro das modernas casas.





    A mãe de Dong não o queria andando por aí sozinho, por isso o fez prometer que sairia com o motorista. Apenas o homem e a governanta da casa ficariam de olho nele, pois os pais passariam o fim de semana fora. A mãe sabia que o filho era responsável, mas cautela nunca era demais. Além disso, tinha gostado de saber que ele passaria boa parte do tempo com Stella, pois confiava bastante na família Jun e sabia que ele seria bem recebido.

    Durante o caminho, o fiel escudeiro HaN ficou mandando gracinhas.

    “Você escovou os dentes? Tomou banho com sabonete especial? Sabia que você é o nosso herói? Que diria que um dos mais novos seria o primeiro a ir na casa de uma menina! Não estude, tá? Você não foi lá pra isso e…”




    HaN era impossível porque o enchia de gracinhas, perturbando até não poder mais. Ele nem se lembrava que não era a primeira vez que Dong ia até a casa de Stella.

    Dong viu que estava chegando ao condomínio e a casa de Stella era uma das últimas e mais bonitas que tinha ali. Assim que chegasse na porta, a garagem seria aberta para ele entrar com o carro. O motorista poderia ficar com os outros empregados enquanto esperava por Dong ou podia ser dispensado pelo menino, até a hora que o estudo acabasse.
    Stella abriu a porta, parando na entrada para esperar que ele saísse. Sua mãe também estava ali, apoiando uma mão no ombro da filha e com uma gravidez avançada já. Stella trazia uma expressão contida e usava roupas confortáveis - um short preto e uma blusa xadrez de manga dobrada.



    - Hee-Kyung! Seja bem-vindo!! Como você está? - Foi bastante receptiva com ele, para deixá-lo o mais confortável possível.



    Até tinha se afastado um pouco da filha para recepcioná-lo primeiro. Stella ficaria no mesmo lugar até que encontrasse espaço para cumprimentá-lo - um pouco mais distante do que a mãe, porque não era tão espontânea quanto ela, além de ser bem mais tímida mesmo.

    - Olá, oppa! Fez boa viagem?



    [SUN-HEE]

    06/04/2019 - Sábado
    1 P.M.


    Sábado tinha aquele toque especial para Sunny porque significava que teria um pouco de descanso para fazer o que quisesse, lesse os livros que tivesse vontade ou simplesmente ficasse rolando no tapete com os seus filhos.

    Não era como se não gostasse do trabalho - ele era o melhor do mundo, para uma pessoa como Sunny. Mas agora que tinha que ficava revezando as atividades com Lee-Hi e tinha toda uma rotina extremamente puxada por conta da exigente escola, esse horário de sábado tinha se tornado mais do que especial.

    Kim tinha combinado de buscá-la por volta desse horário mesmo, para que pudessem almoçar fora. Ele descobriu que estava tendo uma feira de livros coreanos e estrangeiros em Guro. Era um bairro de classe média, mas bastante urbano e uma das galerias abriu esse espaço para ser uma espécie de sebo ou troca de livros. Kim achou que ela gostaria de dar uma volta por lá e comer num lugar razoável. Também poderiam sentar para conversar. Apesar de ter evitado as perguntas dela durante a semana, Joo-Hyuk sabia que não podia fugir para sempre.

    Que fosse, então, antes que Sunny explodisse com ele ou ele falasse sem muita paciência.

    Conforme o combinado, ele apareceu ali enquanto ela terminava de trocar de roupa - tirar o uniforme do café para encontrá-lo. Ficou sentado de modo desleixado, mas logo levantou-se quando a pequena se aproximou.Sorriu de modo amistoso e acenou para Lee-Hi enquanto andava com Sunny.



    - Aqui, a passagem. - De ônibus. Esboçou um sorrisinho enquanto entregava. - Tomara que eu ache umas HQs raras por lá. - Comentava, mostrando-se animado com o passeio.

    De metrô teria sido mais rápido, mas eles não estavam com pressa, no fim das contas. No ônibus, Kim dividiria o fone normal com Sunny, fazendo careta para as musicas dela.



    - Ah, pera aí…. - Pegou o próprio celular e colocou umas músicas estrangeiras que saíssem daquela sofreguidão clássica. Colocou uma musica eletrônica e foi mexendo a cabeça. Algo assim. - Sem cara feia! - Resmungou para ela.

    E sem remédios também, porque se ela ousasse mexer na caixinha enquanto estivesse no ônibus, ele impediria. E nem diria nada, só repousaria a mão no pulso dela enquanto o ônibus os levava até Guro. Kim a guiava pelas ruas até a tal galeria, mas antes de irem para a “atração principal”, perguntaria se ela estava com fome para que comessem alguma coisa.

    [JAE-KI]

    06/04/2019 - Sábado
    9 P.M.


    As ordens de Jin-Hoo tinham sido bem claras: todos os cinco membros da gangue deveriam se reunir na Toca a partir das 8:30 da noite. Às 9h, eles partiriam até Jung-Gu para resolverem pendências.

    Durante toda aquela semana, Jae tentou dar o seu melhor na escola, em casa, no trabalho, com os novos amigos. Para sorte dele, a gangue não demandou nenhum trabalho naquela semana, de modo que ele não faltou com nada. E o grupo também conhecia a fama de pão-duro e bem pobre de Jae, então, não mandavam mil mensagens, apenas as necessárias.

    A Toca ficava num bairro um tanto quanto duvidoso de Seul. Ficava no último andar, com acesso para o terraço de um prédio onde garotas que trabalhavam na noite encontravam algum descanso - e às vezes clientes - e garotos que foram expulso de casa, bêbados, viciados e até mesmo traficantes também moravam. A Toca, contudo, não fazia nenhum desses tipo de trabalho. Na verdade, a gangue de Jae não era como as outras, envolvida com tráfico, armas e tudo mais.

    Jin-Hoo tinha uma política bem...diferente. Claro que eles não agiam conforme a lei, eram arruaceiros, baderneiros, mas não traficantes ou drogados. Inclusive, Jin-Hoo sempre deixava isso claro.

    Quando o grupo começou, Jin-Hoo tinha reunido garotos insatisfeitos com o sistema e que se sentiam injustiçados. Havia tanta podridão entre a classe média alta e a rica e, muitas vezes, ninguém fazia nada que Jin-Hoo quis fazer alguma coisa. Por isso montou um grupo onde tudo o que ele exigia era fidelidade e lealdade.

    Os membros, porém, não sabiam muito sobre a vida dele. Ele sustentava aquele imóvel, ajudava os membros da gangue com o que precisavam - no caso de Jae, era com documentos falsos para plano de saúde regular. Emprestava dinheiro quando precisavam - depois cobrava com juros em forma de trabalhos extras. Eles tinham gangues inimigas e mais violentas, mas Jin-Hoo era um monstro sedento por sangue quando entrava em brigas, quase como um frenesi pessoal.

    Jong-Suk já estava por lá quando Jae-Ki chegou. O velho amigo de Jae o cumprimentou com um movimento de braço típico deles. Além deles, também estavam J.R e Joon-Geun. Um pouco antes de Jin-Hoo chegar, Kyung-Suk chegou ao local também. Os caras se cumprimentaram e nem falaram do olho de Jae porque, à essa altura, já estava bom.

    Não houve muito tempo para papo porque Jin-Hoo logo chegou no local, olhando para o grupo. Jae era o mais novo deles, todos os outros tinham de 17 a 19 anos.

    - Vamos a Jung-Gu, não precisam dos bastões dessa vez. - O líder falava com bastante calma e as mãos nos bolsos. Jin-Hoo era um garoto bem alto, o mais alto que Jae ja tinha visto até do que em WangJo e tinha um bom porte físico. Pelas vezes que viram ele brigando, sabiam que ele treinava TKD, pelo menos.

    Passou a mão pelo nariz, fungando enquanto parecia pensar.

    - Não vamos criar problemas hoje. Quero me aliar com o grupo de lá e vou falar com o líder.



    O grupo de Jung-Gu era famoso também no submundo e havia rumores de que o líder chamado N3WO era responsável por uma série de golpes virtuais envolvendo vírus e database de empresas. Claro que eram apenas rumores, mas essas coisas sempre carregam um fundo de verdade. Além disso, eles também tinham uma filosofia semelhante à do grupo de Jin-Hoo.

    - Sejam educados, não arranjem confusão e terminaremos antes das onze horas. Então, estarão dispensados para beber e badernar. Entendido?

    - Sim, Senhor. - Jong Suk bateu continência.

    Os seis sairiam num carro e duas motos. Jin-Hoo dirigia o carro enquanto Jong-Suk e Boon-Jong iriam de moto.

    Rumo a Jung-Gu, onde esta noite, haveria um grande espetáculo reunindo boa parte da elite coreana.


    [NATIONAL THEATER OF KOREA]

    06/01/2019 - Sábado
    8P.M.


    A Grande Estreia do Teatro Nacional da Coreia havia chegado. Apenas a nata da sociedade coreana teve acesso aqueles ingressos e, mesmo entre eles, havia uma divisão social por castas. O Teatro foi todo preparado para recebê-los e criou até mesmo um sistema de camarote para que os privilegiados - por favores ou nomes - tivessem uma visão melhor do espetáculo.



    Capítulo 2 - Página 8 Unique_Venue_national_theater_02

    Naquela noite, eles teriam o privilégio de assistir à Divina Comédia, também conhecia como Dante’s Inferno. Um clássico ocidental, mas que era impossível não ser considerado universal por conta de sua marca forte no estilo literário e toda a trama que envolve o personagem.

    A Ópera começaria às 8:30 P.M, mas os portões já estavam abertos para que as celebridades e pessoas poderosas entrassem e tomassem seu lugar.

    MiSoo não tinha parado de ouvir sobre aquela ópera e simplesmente não aguentava mais. Como ela não seguiu a dieta como deveria, a mãe arranjou uma cinta que iria apertá-la e sufocá-la por cerca de três horas, até o fim da peça. O lado bom daquele dia era que poderia ver sua querida avó, além das amigas. Somente no sábado foi que ela descobriu que sua prima Ji-Eun estava na Coreia para passar alguns dias. Ji-Eun era muito ligada a Min-Ji, mas nunca tinha sido rude ou má com MiSoo.


    (Prima)


    (Primo)

    Na verdade, sempre a tratou com carinho e, nos dias que ela ia até sua casa para ficar com a avó, ela também era bem querida, cuidando de MiSoo e sendo gentil. Ji-Eun estava feliz por ver MiSoo e impressionada com a beleza dela.

    Cobriu a prima de elogios e seguia ao seu lado, pelo menos enquanto não via nenhum outro conhecido - e o mesmo podia ser dito de MiSoo, pois ainda não viu suas amigas. Sabia que Bo-Mi dividiria um camarote com algum politico e que Eun-Bi ficaria no mesmo camarote da família de Taemin. Porém, elas já sabiam que Taemin não iria à Ópera - e era bem estranho todo esse silêncio e falta de maldades do garoto.

    Outra coisa que MiSoo sabia era que ficaria no camarote ao lado dos Han. O que ela não imaginava era que Hyemin também estaria ali, no mesmo ambiente. Os camarotes eram divididos por dois lados. Os dois lados se encontravam numa sala VIP que seria usada durante o intervalo e na entrada, para quem quisesse. Mas, no caso de não saírem de perto dos camarotes, podiam ficar na área comum que havia ali.

    Os camarotes também eram divididos em três andares e, ao todo, somavam 12 espaços privilegiados para até 8 pessoas.

    O Camarote de MiSoo estava bastante cheio e ficava no segundo andar. Além dela, estavam os pais, a avó, o tio e os dois primos. No camarote ao lado dela, estavam Park Hyun-Hee, seu avô e a família de ninguém menos que Eun-Joo, a rainha do segundo ano.

    Acima dela, estavam a família Wang - o patriarca, os dois filhos, o genro e os quatro netos. Era o camarote mais cheio e o mais visado. Ao lado da família Wang, estavam os Seo e o Han. Hyemin e seu pai representavam os Seo enquanto a tia dela e o marido a linhagem pura dos Han. Além deles, estavam a herdeira Han e seus dois filhos: Minhyun e Sunyoung.

    Abaixo de MiSoo estavam Eun-Bi e a família de Taemin.

    Já do outro lado, bem de frente para MiSoo, ficariam os Yoon: os gêmeos, os pais; e Shin-Hee, Myeon e os pais dela. Ao lado deles, ficariam a família de Jong-In e a familia Park dona do Banco Coreano. Acima e abaixo tinham outras pessoas que ela não fazia ideia, mas eram pessoas influentes na política, economia e midia.

    MiSoo podia dar uma volta por meia hora e podia usar o celular enquanto isso.

    [...]

    Sung-Ki estava ansioso por esse momento também. Não era pela Ópera em si, apesar de gostar desse tipo de arte, mas porque não tinha sido de todo sincero com a família assim como sua irmã manteve o segredo. Os Han só estariam com eles porque Sung-Ki convidou a mãe de Minhyun e Sunyoung.

    Gostaria de apresentá-la à sua filha, antes de oficializar qualquer coisa, mas havia grandes chances dele se aliar à ela muito em breve. Dependeria de Hyemin e, talvez, por isso mesmo, ele nada tenha dito sobre a mulher para que ela pudesse tirar as conclusões por si só.

    Sem nenhum tipo de pré-julgamento.

    Quando chegaram, o lugar já estava bem movimentado. Han Sooyoung não tinha ido no mesmo carro que eles, por isso os esperava perto do local combinado, na entrada dos camarotes. Usava um belíssimo vestido azul marinho que parecia realçar sua beleza. Logo de cara, Hyemin a acharia muito parecida com sua filha Sunyoung, vendo bem de quem ela tinha herdado a aparência.
    Sunyoung e Minhyun estavam ao lado ela e foram bastante respeitosos ao verem a família Seo e os Han. Sunyoung tinha escolhido um vestido rosa quase nude e tinha todo o porte e elegância de uma modelo.







    - Que prazer revê-los. Como vão? Hyemin, você está lindíssima! Tão crescida…

    Além de Sunyoung, havia outra pessoa que também parecia um pouco com Sooyoung. Alguem que sempre ficava marcada em seu presente, mesmo sendo parte do passado que ela queria esquecer. Precisaria piscar algumas vezes até ver que a mulher não era ela (passe o mouse na foto). Os olhos diferentes! Ela era muito mais velha!

    Spoiler:

    Não, não, não!!

    - Fico feliz por poder compartilhar do mesmo ambiente que Min-Ah. - Sunyoung falou. - Temos tanto o que conversar! - Aumentou o sorriso.

    - Tenho certeza que sim. Vamos?

    - In-Na disse que está chegando...Vamos porque quando chegarem, poderemos falar com eles. - Chun-Ja falou.

    Ou seja, apenas alguns minutinhos separavam Hyemin de seu amado MiWoo.

    [...]

    Já Hyun-Hee chegaria apenas com seu avô. Fontes confiáveis - Jong-In - o informaram que Jung-Mi não iria até a Ópera, de modo que ele poderia ter um pouco de paz naquela noite. Na verdade, a Ópera era apenas uma pré-festa dele.

    Jong-In disse que estava na área VIP conversando com algumas pessoas, mas logo iria para seu camarote. Estava reunido com algumas pessoas - dentre elas, Jimin, Da Won e Eun-Na, combinando justamente a festa que iriam.

    No mesmo salão, contudo, havia muitas pessoas importantes trocando algumas palavras.

    Dentre eles, o que mais recebia comentários era o dono do Banco Coreano. O homem trocava algumas palavras amigáveis com seus amigos e havia alguém ao lado dele que sempre ganhava atenção dos que vinham falar com ele. Num primeiro momento, qualquer moleque acharia que era a esposa nova fazendo vista, provavelmente uma modelinho com menos de 30 anos que estava prestes a dar o golpe.

    Porém, com uma segunda olhada, aqueles que estudavam em WangJo tinham uma verdadeira surpresa.

    Assim que Hyun-Hee entrou, contudo, a pessoa deu as costas após o pedido do homem para que fosse pegar algo para comer.

    O avô de Hyun-Hee andava com a bengala e esperava que o neto acompanhasse seus passos.

    - Aguente apenas algumas horas e depois você estará livre para aproveitar sua noite, Hyun-Hee. Felizmente, aquele crápula do seu tio não está aqui. Me dê esse gosto, por favor.

    Disse entre os dentes para o neto e então abriu um sorriso indo, diretamente, até o banqueiro.


    (Park Gong-Jin)

    - Oh, Park Gong-Jin!

    - Uwaa, Hong Ji-Woon! Como vai? Quanto tempo!

    - Eu vou muito bem e você? Realmente, muito tempo. Como vão sua esposa e seus filhos?

    - Todos bem, mas não puderam vir. Só vim com minha caçula.

    - Ohh sim…- O avô parecia um tanto quanto confuso porque nem lembrava direito que ele tinha uma filha caçula. - Eu vim com meu neto, Park Hyun-Hee.

    - Você cresceu bastante, hm? Como foi o estudo nos EUA?

    O avô engoliu em seco com aquela pergunta, mas antes que ele conseguisse responder, uma voz veio pela diagonal, falando.

    - Appa, trouxe sua bebida…

    A menina usava um vestido preto e uma echarpe que era presa por uma...joaninha. Os sapatos eram um belo scarpin vermelho, dando altura, postura e sem nenhum resquicio do estilo doido que ela costumava apresentar. Os longos cabelos também pareciam mais perfeitinhos do que nunca, caindo como se fosse uma princesa de uma dinastia. A maquiagem simples realçava o rosto bonito, embora ainda faltava aquele sorriso animado que ela sempre carregava.

    - Chaeyoung, chegou em bom momento. Esses são meu amigo de longa data, Hong Ji-Woon e o neto dele...Park Hyun-Hee.

    Chae arregalou um pouco os olhos e virou-se lentamente para encará-lo, sem conseguir conter a surpresa ou saber exatamente como se portar naquela situação.





    > Só coloquei a ordem dos lugares no turno da MiSoo para me organizar. Qualquer duvida, me avisa. E, não se preocupe, os nomes que precisar reforçar, eu vou colar a imagem =D
    Natalie Ursa
    Tecnocrata
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    Mensagem por Natalie Ursa Ter Dez 26, 2017 4:39 am

    Felizmente as coisas na escola e entre os amigos tinham melhorado bastante e dava quase para acreditar que tudo estava normalizado e que WangJo era uma escola com pessoas normais e legais, isso, é claro, se fingisse que as cobras e pessoas incômodas não ocupassem a mesma sala nem dividissem o mesmo ar que eles. Tudo estava tranquilo e bem e quase suportável em casa também… Isso até a chega de sábado...

    MiSoo já estava cansada dessa ópera antes mesmo de chegar no teatro. Tinha ouvido um sem número de vezes alguém falando sobre isso - principalmente a mãe, nos jantares e praticamente no sábado inteiro!! Isso porque teve que passar bem mais tempo com ela do que gostaria. Nem pôde sair no sábado - exceto para correr - porque tinha horários com cabeleireiros, maquiadores, tinha que provar aquelas roupas que mal serviam nela - já que agora era impossível fugir - e ficar ouvindo a mãe reclamar que não tinha perdido peso suficiente e também sobre os acessórios que ela queria que a filha usasse. Nada daquilo tinha muito a cara de MiSoo, mas pelo menos tinha ali um vestido com um bordado dourado de plantas que se aproximava super vagamente do estilo de MiSoo, já que ela adorava peças de roupas com estampas de flores e natureza. Mesmo assim era algo que poderia ver sua irmã mais velha usando, não ela mesma.

    Depois de uma manhã e tarde complicadas, os Yeun estavam finalmente prontos para a tal ópera e chegavam ao teatro. MiSoo andava em um passo devagar, tímido e inseguro. Tinha medo de tropeçar e dar com o nariz no chão por conta do salto exageradamente alto - ou até mesmo torcer o tornozelo - ou então não conseguir mais respirar e desmaiar, por causa da cinta apertadíssima embaixo do vestido e o próprio vestido um número abaixo do seu - o que, no fim, ia causar o encontro do seu nariz com o chão de qualquer jeito.

    Trajava um vestido curto, feito à mão, colado no corpo e em tom bege perolado, ornado por bordado de folhagens douradas e delicadas que se espalhavam por toda a peça, principalmente na região dos ombros. Tinha um generoso decote que, para o alívio de MiSoo, era coberto por um tecido discreto que imitava a cor da pele. A parte mais peculiar do vestido era a grande e volumosa cauda feita em várias camadas de tule de mesmo tom do vestido, longas o suficiente para arrastarem no chão e incomodar ainda mais a garota na hora de caminhar. Também usava scarpins meia pata combinando, terríveis para caminhar, para o desespero de MiSoo.


    Referência.

    Tinha o cabelo preso em um coque baixo com ornamentos dourados o enfeitando e as unhas foram pintadas em um rosa que apesar de metálico era discreto. Também usava alguns delicados anéis de ouro com pequenos diamantes encrustrados e mais nada de acessórios.




    MiSoo não se sentia ela mesma, mas a sensação começou a mudar um pouco quando ouviu os vários elogios da prima, que só agora tinha descoberto que estava de volta temporariamente à Coréia.

    Gostava da prima. Ela sempre lhe tratara bem quando MiSoo passava um tempo na casa do tio para visitá-los, inclusive à sua avó. Só ficava um pouco ressentida que a garota esteve sempre do lado de MinJi e não fazia nada quando a irmã mais velha resolvia implicar com a caçula… Mas estava tudo bem. Apesar de tudo era uma pessoa legal e estava feliz em revê-la.

    - Uwa!! Komawo! Você também está muito linda, Ji-Eun-Unnie! - enquanto não chamava a propria irmã de unnie, fazia isso com a prima, quando a visitava - Nem sabia que estava em Seul outra vez! - mas olhou em volta para ter certeza que MinJi não tinha resolvido fazer uma desagradável surpresa e reaparecer do nada.

    No camarote deu um apertado abraço em sua Halmoni - o melhor que conseguiu com toda a parafernalha que usava e a impedia de se mover direito - conversou um pouco com ela, matando a saudades, embora planejasse passar um pouco mais de tempo com sua querida vovozinha na manhã do dia seguinte e talvez pudessem almoçar juntas, pelo menos foi o que MiSoo pediu à ela no tempinho que conversaram.

    Também cumprimentou respeitosamente o tio e o primo, embora não gostasse nem um pouco do irmão de Ji-Eun não. Era falso e irritante como MinJi.

    A garota ficou admirando por alguns instantes a beleza e os detalhes do salão em que a ópera seria apresentada em breve. Era muito belo e imponente, com certeza algo digno de todas aquelas pessoas ricas e exibidas. Não chegou a reparar em ninguém conhecido nos outros camarotes, talvez nem houvessem chegado aos seus lugares, pois as famílias Yeun e Kwon estavam  bem adiantados.

    MiSoo e a prima logo saíram do camarote. A garota não estava com vontade de ficar ali, plantada em meio à família e tendo que ouvir a conversa entre o pai e o tio enquanto a ópera não começava, por isso mesmo saiu dali e foi em direção à sala VIP. Mantinha distância da mãe, que conversava com conhecidos e ganhava novos "amigos" em meio à todas aquelas pessoas importantes.

    Queria poder transitar por outros lugares também, mas a situação em que estava era complicada demais para poder fazer o que queria. Na verdade já estava meio que escorada em uma parede, tão logo quanto entrou na sala. Não prestava muita atenção às pessoas do lugar, porque dividia a atenção entre a conversa com a prima e a conversa com as amigas pelo celular. No grupo mandava a mensagem:

    - Yaaa!! Já chegaram? Onde estão? Estou aqui nessa sala cheia de gente… Aquela antes de entrar no camarote. Não consigo me moveeer!! Nem respiraaaar Socooorrooo!!!

    Pelo menos enquanto ocupava a cabeça com conversas da prima e das amigas poderia esquecer o quão desconfortável e insegura estava se sentindo e que teria que ficar nesse estado mais mais de três horas!!! Precisava urgentemente de distrações - ainda mais caso a prima fosse falar com algum conhecido e a deixasse sozinha.
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    Mensagem por Luxi Ter Dez 26, 2017 9:05 am

    O sábado de Hyemin foi bastante movimentado. Ela tinha compromissos marcados no dia inteirinho, com tratamento de pele, manicure, cabeleireiro e até acupuntura para relaxar. Todas as compras que precisavam ser feitas tinham sido nos últimos três dias, com se ela já não tivesse tudo o que precisava dentro do próprio closet.




    À noite, a garota se trocou no salão, em uma área dedicada a noivas, e teve o cabelo e a maquiagem finalizados por profissionais renomados de Gangnam. Do ponto de vista estético, podia-se então dizer que ela estava perfeita.

    Em outra ocasião, estaria bicuda e reclamona ao ser buscada pelo motorista para um evento tão chato, mas parecia até que estava indo rumo a um show de um cantor que ela amava, de tanto que seu sorrisinho aparecia sem necessidade de estímulo.  

    Hyemin até tentou procurar alguma coisa na internet sobre aquela tal de Divina Comédia, para ter assunto com o noivo, mas a verdade é que não tinha entendido era nada e tinha acabado em outra aba assistindo ao Weekly Idol em suas tentativas. Só sabia que era um poema velho sobre religião ou algo assim. Chaaaato.

    No carro, ela queria muito ouvir suas músicas favoritas, mas sabia que isso seria impossível com o pai no mesmo ambiente, então ficava entre o celular e a janela, levando um fonezinho de ouvido delicado para bombar suas canções. Mesmo assim, era muito difícil se concentrar em qualquer coisa. Até no grupo das meninas estava um pouco ausente, isso porque seu coração queria sair pela garganta, de tanta alegria, e as luzes da cidade brilhavam mais como no dia do baile de uma princesa.

    Naquele sábado, ela era a filha mais amorosa, a sobrinha mais solícita, a patroa mais  exigente, mas que esquecia as ordens que tinha dado e se surpreendia com o vestido pendurado. Como amiga, era a mais chata e ansiosa, pois encheu o grupo de fotos, inclusive atualizando suas redes sociais, posando na frente do espelho. Mas a partir do momento em que entrou no carro, sua mente foi para bem longe e só voltou quando chegaram.

    Imaginava a sensação de ir ao hotel da festa de seu casamento, do ensaio que faria ao lado do marido e a recepção das pessoas, isso se fizesse uma festa aos moldes coreanos. Se escolhesse casar-se à moda ocidental, então teria que pesquisar um pouco mais, mas os filmes lhe falavam sobre as madrinhas e outros detalhes. Era mais provável que seguisse essa tendência, já que tudo indicava que era esse o caminho de uma das blogueiras de moda que adorava.
    No caminho, sua resposta para qualquer proposta era “sim”, “por que não?”, “amo”, “com certeza” e as pessoas próximas a ela conheciam bem isso. O Sr. Seo sabia muito bem que era o jeito menos agressivo de apresentar alguém polêmico a sua princesa e ela estava exatamente assim: de extremo bom humor.

    Ao descerem do carro, Seo HyeMin esbanjava o resultado de seus dias de preparado, trajando um longo vestido vermelho com um decote em “v” coberto por um echarpe com outro tom de vermelho, criando assim um look monocromático. Era a noite de usar um maravilhoso Louboutin preto de solado vermelho. Somada às jóias e a bolsa Kate Spade, valia, sozinha, mais do que a renda de uma família inteira.




    Avistou a família que os acompanharia, reconhecendo sua veterana de moda e ficando animada com a ideia de poder ficar amiga de uma garota importante da escola. Aproximou-se, agradável e muito educada, e abriu um sorriso maior quando foi cumprimentada por aquela bela mulher do vestido azul, orgulhosa de ter seu look reconhecido e elogiado logo de cara.

    Começou sorrindo, mas os músculos relaxaram um momento quando ela estava mais perto por conta de um clique mental. Uma onda quente remexeu em seu peito e, sem querer, entreabriu os lábios e perdeu o timing de elogiá-la de volta.

    Ela espiou o pai, mas ninguém parecia achar nada de errado com aquela mulher. Era coisa só de sua cabeça, lógico. Não podia começar a surtar na frente do teatro. Piscou algumas vezes e respirou fundo, voltando com um sorriso menos iluminado, mas igualmente fofo, fazendo reverências e evitando olhar a mulher de novo. Tinha que controlar seus impulsos. Por sorte, pôde concentrar-se em Sunyoung, ainda que aquela imagem ficasse piscando em sua cabeça e ficar perto da outra mulher começasse a ser um pouco incômodo.

    - Muito obrigada. Que honra dividir o espaço com você, sunbae! Estou mesmo muito ansiosa para conversarmos - sorriu empolgada para a garota e depois para a mãe dela, embora não ficasse mais do que cinco segundos olhando para ela.

    Mesmo isso já era o suficiente para se perguntar: como seria se ela estivesse ali? Como seria dividir um salão de cabeleireiro com ela e fazer compras juntas? O sorriso que estava ensaiando ali era bem difícil de manter com esses pensamentos, mas tinha a certeza que a sensação ruim passaria logo. Afinal, In-Na estava chegando e, com ela, seu amado Miwoo a veria crescida e “lindíssima”. Será que acharia isso dela também?

    Estava mais do que na hora de ser vista como a mulher que era, afinal, muito em breve seriam noivos oficiais e ele deveria gostar de expô-la por aí como a linda filha do CEO da HGT. Ao menos, tinha se esforçado em cada cantinho de cutícula para isso.


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    Mensagem por Luxi Ter Dez 26, 2017 10:39 am

    Hyun Hee sempre detestou aquele universo cheio de frescuras clássicas, então iria de jaqueta naquela porcaria se não tivesse acordado com a roupa que ele deveria usar naquele dia. Apesar da gravata borboleta, decidiu aceitar, sua verdadeira festa seria mais tarde.

    Tinha passado o dia de mau humor até descobrir de JongIn que seu irmão não iria na festa. Aquela insegurança estava causando fortes dores de cabeça nele e achava que não conseguiria ficar sem os remédios se tivesse que conviver com ele. É verdade que os sintomas de abstinência ficavam aparecendo, mas ele era teimoso o bastante para achar que estava indo muito bem.

    Em relação a Chaeyoung, ele não sabia o quanto a menina estava furiosa. Em sua mente, estava apenas protegendo-a de seu próprio grupinho de predadores. Não queria que ela virasse assunto como um bife no açougue ali no meio. Não queria que os outros ficassem falando dela, especialmente JongIn, que não tinha escrúpulos.

    Mesmo assim, era com ele que queria se encontrar naquela Ópera, para ter finalmente um pouco de diversão merecida, um tipo de “formatura” de seu novo eu, que já começava a fazer efeito.Ele se sentia assim diante dos olhares dos outros frente a seu novo cabelo, parte de seu processo de desintoxicação. Pelo menos era isso que ele achava. O vermelho-ketchup, como tinha dito a namorada de seu irmão, foi tonalizado para um castanho escuro, próximo ao preto, e agora ele conseguia chamar atenção não pelos motivos errados.

    Era um alívio para o avô que ele estivesse naquela onda baixa e comportada - em termos, já que o mau humor estava dando lugar à melancolia gradativamente. Por isso, quando chegaram à sala VIP, ele olhava um pouco para o chão, não gostando de ter que andar feito um cachorro próximo ao avô, especialmente na possibilidade de encontrar seus amigos. Além disso, queria se livrar logo dele pois trazia a lembrança do que havia feito há poucos dias, na tentativa de esganá-lo e isso ainda o deixava aborrecido e envergonhado. Não tinham conversado a respeito e ele tinha tentado manter alguma distância desde então. Como se ouvisse seus pensamentos, o avô sabia que não podia abusar da “sorte” de ter um neto comportado, então ambos concordavam em fazer pequenas concessões. A dele, era estar livre.

    Meneou positivamente com uma expressão fechada, sem fazer comentários, apesar de que a forma como o avô falava com ele o fazia cerrar um punho, porque sabia que ele tinha razão em achar que ele não era capaz de se controlar, mas odiava ser tratado como tal. Ao erguer o rosto para irem mais adiante, descobriu o tal do dono do Banco Coreano e já estava a fim de fugir daquela conversa, especialmente quando estava no tópico desagradável dos EUA, podia quase ouvir os músculos tensos do avô. Virou o rosto para ignorar aquela interação com alguma classe, mas foi justamente aí que seus olhos foram atraídos por aquela mulher que chegava com a bebida de seu pai.

    Hyun Hee foi arrebatado por alguma coisa que o deixou imóvel por alguns segundos e o fez pegar um pouco de ar antes de voltar à seriedade. Isso era uma tremenda coincidência, hm!? É mesmo, a filha do dono do Banco Coreano! Quem diria que ela podia ser domesticada também e que mudança. Ou melhor, não tinha mudado nada, na verdade, só tinha jogado todos os holofotes em sua cabeça, com o poder de uma joaninha que aparece de surpresa no ambiente. Passado o momento que deixou a mente atordoada, um sorriso começou a coçar em seu rosto. Ele tinha vontade de gargalhar. Teve que dobrar os lábios para não rir. Ela não sabia como agir, estava muito nítido, e sua atitude o atiçou um pouco, fazendo-se sentir rei da situação. Um sorriso agradável abriu em seu rosto para encher seu avô de orgulho, mas ela o tinha visto em situações o suficiente para entender todo o seu ar de sarcasmo maldito.


    - Encantado - e fez uma reverência respeitosa, como um cavalheiro, sorrindo em seguida, para o pai - Com todo o respeito, Park Gong-jin-shi, quem imaginaria que o dono do Banco Coreano não só não guarda sua joia mais bonita em um cofre, mas desfila por aí com ela?  - seus olhos voltaram-se a Chaeyoung e ela reconheceria aquela expressão de quando havia recebido a joia.

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    Mensagem por Gakky Ter Dez 26, 2017 2:55 pm

    O resto da semana se passou tranquilo, mesmo que não tivessem sido muito fáceis para os sentimentos de Jae-ki. Pelo menos conseguiu evitar problemas até o fim de semana e por sorte Taemin o ignorava. Como prometido ajudou os amigos com o dever e continuava sempre preocupado em oferecer ajuda a Won Bin por causa do braço quebrado. Kang cada vez mais ganhava a confiança de Jae-ki ao levar bolinhos todos os dias, isso iria acabar o acostumando mal, pois no metrô já pensava no bolinho que o amigo poderia levar. Contou com os amigos para não deixá-lo dormir durante as aulas, porque fazer os deveres a noite o que deixava com muito sono,nas explicações seus olhos piscavam e quase cochilava se não fosse os amigos.

    O mais difícil era ver Eun-bi, cada vez ela parecia mais distante. Mas isso era o que ele queria, tinham combinado que seriam dois estranhos, pelo menos tentava convencer a si mesmo que era o que desejava, não iria deixar seu coração se iludir mais uma vez por uma mentirosa. Era isso que ela era, não ou sim? Tentava não olhar para ela, mas ás vezes acabava fazendo isso sem perceber, no fundo queria que a bailarina tivesse alguma boa explicação para tudo que aconteceu e que os dias passados com Min-Ah pudessem voltar, queria que fosse possível descobrir que Min-Ah existia e que não era uma patricinha de Wangjo. Porém isso era impossível, o "programa de TV" tinha acabado, o melhor seria esquecer tudo. Só precisava aguentar umas duas semanas, depois disso já se sentiria melhor, como um machucado que demora a ficar bom, pelo menos Jae-ki torcia por isso. A melhor hora da escola era o almoço, não deixou de comer nenhum dia, mesmo se não tivesse a companhia dos amigos, Won Bin estava trabalhando muito. Jae-ki admirava isso e o apoiava como podia.  

    Quando o fim de semana chegou, finalmente pode descansar, deu atenção a irmã, dormiu bastante, mas de noite foi para gangue como havia combinado. Usava uma calça jeans preta rasgada nos joelhos como de costume, tênins preto surrado allstar, uma camisa cinza e uma jaqueta preta por cima. Não esqueceu de passar o lápis nos olhos, teria que economizar porque já estava no fim, seria melhor usar só quando saísse com a gangue. Colocou um gorro preto e levou uma máscara preta no bolso para caso precisasse. Por sorte o olho roxo já tinha se curado. Jae-ki se sentia bem a vontade na Toca, já estava na gangue há mais de um ano. Sorriu ao ver o hyung Jong-Suk, se cumprimentaram do jeito deles, se largou sobre o sofá e ajeitou o gorro, cobrindo melhor as orelhas.

    Capítulo 2 - Página 8 A8c2db3642dace5b97e68b4f56261c46

    - Hyung, e aí?

    Era até bom voltar para um lugar conhecido depois de ter passado a semana enfrentando Wangjo, que era totalmente diferente da realidade que estava acostumado. Apesar dos problemas, gostava dos amigos, eram como uma segunda família. Era verdade que Jae-ki estava começando a cansar dessa rotina por causa suas responsabilidades, mas não queria perder os amigos, tinham passado por muitas coisas juntos e eram parceiros quando as coisas apertavam. "Wangjo... Ainda tenho que contar para eles... Mas o olho ninguém percebeu, não é uma boa envolver eles com aquele isekiya. Melhor deixar quieto, se forem atrás do Taemin posso me meter em problemas". Não deu tempo para conversar com os hyungs, JiHoo chegou e parecia com pressa. Jae-ki ficou satisfeito ao ouvir que não precisariam brigar essa noite, era ótimo porque não podia voltar com o olho roxo de novo. O grupo que Jihoo pretendia se aliar não parecia ser do tipo que causaria muitos problemas, mas e se os rumores fossem verdade? Esperava ao menos não se envolver em nada muito grave. Tudo que Jae-ki não queria era se envolver com roubo e drogas, não se considerava um ladrão.  

    - Ye, Kure - Respondeu Jae-ki.

    No carro Jae-ki aproveitou para usar o Wi-fi roteado dos hyungs e olhar se tinha recebido alguma mensagem. Mandou discretamente uma mensagem para o grupo dos três dragões:

    " Não posso mesmo colar a caricatura no banheiro? ㅠㅠㅠㅠㅠ *choro* Mas como vou me vingar do professor? Acho que a briga com o isekiya loiro deu certo, hein! Seus dedos não se quebraram atoa Won Bin, pode ter certeza. E mostra pra esses saekki ricos do seu trabalho que você vai conseguir essa vaga."

    Depois bloqueou a tela e olhou para janela curtindo a paisagem da noite na cidade, apoiou o braço na janela e sentiu o vento bater no seu rosto,apesar de tudo, curtia a adrenalina de sair de carro com os hyungs e correr riscos. Era uma forma de liberar sua raiva e poder dar o troco em quem achava que estava ganhando. Se fosse filho único com certeza já estaria muito mais envolvido nessas coisas. Porque se fosse só ele, não teria nada a perder. No caminho pensou em contar da escola para os hyung, mas achou melhor não. "Melhor esperar para depois das onze, não vou atrapalhar o JiHoo agora." Então falaria de assuntos menos sérios, seus hyungs eram mais velhos e sabiam de muitas coisas. Várias coisas Jae tinha aprendido com eles, inclusive a maioria dos seus hábitos mau educados. Mesmo sendo um sábado a noite, era incrível como ainda aquela garota ficava na sua cabeça. E como Jae-ki não conseguia ficar tanto tempo calado, acabou perguntando algumas coisas aos amigos, tipo mesmo do nada como costumava a fazer:

    - Dá para saber se uma garota gosta de outro cara? Tipo, se ela diz que não se preocupa com ele, é porque não gosta dele ou porque acha que ele é forte e não precisa se preocupar?

    Jae-ki perguntava de uma forma meio confusa, não sabia se os hyung iriam entender, mas ainda acreditava que poderia receber um bom conselho. Sabia que eles já tiveram namoradas antes e garotas não era um assunto que Jae dominava, ah não ser que fosse sobre sua irmãzinha. Nunca sabia mesmo se estavam lhe dando mole, se tinha falado a coisa certa, geralmente ia mesmo no instinto e impulsividade. No caminho, continuava ainda olhando pela janela, era curioso e gostava de ver como eram os lugares.

    - Hyung, não vai ligar música hoje? Eu queria baixar umas músicas novas, as que tenho já estão me enchendo. Não quero nada que tenha garotas na letra. Esses caras que vamos nos aliar, vão nos ajudar em que? Vão brigar com a gente contra nossos inimigos?

    Capítulo 2 - Página 8 OQyMeP8
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Ailish Ter Dez 26, 2017 3:44 pm

    Apesar dos apesares – dos enormes apesares -, a semana terminou... bem. Não aconteceram novos problemas envolvendo os elitistas do WangJo contra os bolsistas, nem nada do tipo. Toda aquela aura de paz e serenidade não soava verdadeira na opinião de Sun-Hee, que tinha a ligeira impressão que no momento mais oportuno, algo de ruim iria surgir e desequilibrar a súbita harmonia. Mas não aconteceu, para a sincera surpresa da menina. Ela até compartilhou as suspeitas com as amigas, no entanto não fizeram o assunto render porque possuíam coisas mais importantes. A única que estava fora do lugar... ou voltara ao correto... era Jung Mi e a indiferença dele.

    A ficha... caía...

    Sobre as aulas, Sunny não encontrou dificuldade. Afinal, ela sabia muito bem como administrar a própria cabeça e deixá-la em constante movimentação.

    Antes do sábado, os exercícios e trabalhos foram feitos, inclusive a maquete e o poema.

    Literalmente estaria livre no fim de semana após às 13hrs.

    “Livre”... pois tanto no sábado quanto no domingo já tinha certa programação a cumprir. A conversa tão adiada entre ela e Kim ocorreria assim que Sunny finalizasse o expediente. E quando o dia chegou, a garota passou parte da manhã meio avoada e ansiosa, imaginando as possíveis revelações acerca da relação do melhor amigo com a nojentinha chata. Aquela Gremlin de lacinho cor de rosa, humpf. Claro que tentou arrancar algumas informações ao longo da semana, sem obter sucesso... o que motivou ainda mais a mente de Sun-Hee.

    Não expunha as inseguranças para o amigo, mas tinha receio do que viria a descobrir. Quer dizer, não conseguia imaginar um universo em que Joo-Hyuk e Hyemin tiveram qualquer modelo de relacionamento.

    Estava no banheiro dos fundos, terminando de pentear o cabelo, quando Lee Hi apareceu e a avisou que Kim havia chegado. Sunny agradeceu e se apressou um pouco mais. Para não carregar peso, deixou o uniforme separado e o levaria na segunda-feira, pois havia um reserva em casa – ao contrário do escolar, esse não custava seu corpo inteiro.

    Semelhante a Kim, também optou por vestes simples e confortáveis e prendeu os fios lisos numa trança lateral, caída pelo ombro, e devido ao comprimento das madeixas, a ponta batia no nível dos cotovelos.


    Sorriu para ele ao vê-lo completamente descontraído enquanto a esperava.

    - Oi, Kim! Desculpa a demora.

    Despediram-se de Lee Hi e na saída do Café, Kim entregou o bilhete. Do ônibus. Sunny acenou e o guardou no bolso do short jeans.

    - Eu pesquisei e fiquei ainda mais animada com a feira. O pessoal fala que o ponto alto é a variedade de obras, das mais antigas até as recentes. Li muitos comentários positivos. Bem, dessa vez, estou indo sem nada específico, mas com certeza quero aproveitar e aumentar o estoque.

    Sunny SEMPRE dizia isso e acabava voltando com sacolas e mais sacolas.

    Dentro do ônibus, os dois conseguiram sentar juntos e quando Kim pediu para dividir o fone, Sunny mostrou careta, além de hesitar ao entregar um dos lados porque sabia que ele ia reclamar das músicas, embora fossem perfeitas obras de arte – AHHHH, KIM! Como você pode não gostar? – balançava a cabeça, resignada – Existe algo mais bonito do que o som do violino? – comentou, já que nesse momento, tocava uma música da Lindsey Stirling, uma violinista bastante famosa no ocidente e se enquadrava na lista de "favoritos" de Sunny – Não acredito no que... Espera! Kiiiiim! – resmungou por conta da DESFEITA do rapaz. Cruzou os braços e se encolheu de modo mal-humorado, mexendo a boca, mas não emitia ruídos.

    Apenas escancarou os lábios, exagerando no drama quando ele tirou seu fone e empurrou o próprio na orelha de Sunny, onde uma música eletrônica começava a tocar e lhe feria a audição. Ela revirou os olhos e não mudou a pose, porém não pediu para que ele trocasse. Kim tinha crédito, relevaria dessa vez.

    SÓ DESSA VEZ.

    - Ok, DJ, vamos escutar esse “barulho” DESPROVIDO de conteúdo e cultura – disse de maneira implicante, já que a música não era tããão horrível.

    E...

    COM CARA FEIA, para não perder o costume.


    Kim parecia ter a capacidade de ler mentes, ou apenas a conhecia bem o suficiente para adivinhar determinados hábitos. Antes mesmo dela ousar enfiar a mão na bolsa, sem encará-la, o amigo repousou a mão no punho fino, impedindo a ação rotineira. Ela o observou com traços de tristeza...

    Mais do que a família, Kim ficava direto ao lado de Sunny no dia a dia e não era nada surpreendente que tivesse notado... aquilo.

    Abaixou a cabeça, fitando as mãos que se entrelaçaram sobre o colo, caladinha. Uma nova música começou e essa Sun-Hee conhecia, e por tal motivo, a usou de escape, murmurando bem baixinho a melodia. No meio do caminho, ela virou o rosto e encarava o lado de fora pela janela... Caso Kim pensasse que a amiga estava distante dali, ele sentiria o toque dos dedos na manga da camisa, segurando o tecido.

    O momento dissipou-se assim que desceram do transporte.

    Sunny batia palminhas, alegre feito uma criança no maior parque de diversões do mundo. No fim, ela era super fácil de agradar. Diante da oferta, a menina negou... quaseQuer sorvete? Eu pago! Olhaaaa – apontou na direção daqueles carrinhos que costumam ficar em pracinhas e noutros locais públicos – Vem cá! – o puxou, sequer esperando a resposta – Boa tarde, senhor! Nós vamos querer duas casquinhas, uma de chocolate e outra de morango – e evitando que Kim insistisse em pagar, ela já puxava o dinheiro da bolsa e entregava ao moço.

    Com os sorvetes nas mãos, Sun-Hee agradeceu e entregou o de morango a Joo-Hyuk enquanto lambia o de chocolate, piscando os olhinhos de maneira teatral. Tinha até pedacinhos de biscoito, era maravilhooooso.


    - Pronto, Capitão. Continue guiando a tripulação até o pote de ouro!!! Vamos, vaaamos!


    Capítulo 2 - Página 8 SdMBRVV
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    Mensagem por Persephone Qua Dez 27, 2017 2:02 am

    [NATIONAL THEATER OF KOREA]

    06/01/2019 - Sábado
    8P.M.


    Os Yeun chegaram razoavelmente cedo mesmo, apenas para conseguirem se acomodar e circular um pouco enquanto esperavam pela Ópera. Apesar do espetáculo gerar ansiedade em alguns, para outros, o foco era mesmo o evento que estava por trás disso e toda a possibilidade de ampliar o leque social dentro da nata de Seul.

    No teatro, MiSoo e seus pais encontraram a parte materna de sua família. Foi uma surpresa para a menina descobrir que a prima estava ali, mas Ji-Eun não teve muito tempo para visitar mesmo - estava envolvida em conversas e encontros com jovens estilistas coreanos e trocando suas experiências como trainee no exterior. No entanto, assim que viu a prima, deu um belissimo sorriso e a abraçou de modo carinho, elogiando o traje.



    - Você que está maravilhosa, Soo-Yah! Tão crescida… - Disse fazendo um carinho em seu rosto. - Ye, eu voltei na terça à noite e não consegui parar até então. Estava até falando com a halmoni como seria bom se pudéssemos fazer um brunch familiar amanhã, seja na sua casa ou na minha. Halmoni prefere lá em casa…

    Antecipou o comentário, para alívio de MiSoo. A avó também caminhou até ela - usava um elegante conjunto lilás, com uma peça que valorizava sua idade, deixando-a imponente e respeitosa. Pareceu muito feliz por ver a neta, mas depois de abraçá-la, fez uma cara um pouco preocupada. Analisou aquele vestido e franziu um pouco as sobrancelhas.

    - Você está tão magrinha, minha Mimi. - Comentou com certa tristeza. - Uma semana lá em casa e darei um jeito nisso! - Disse daquele jeito bem vó mesmo. Por sinal, adorou a ideia delas almoçarem juntas. - Ji-Eun sugeriu um brunch, mas almoço parece perfeito. Vou adorar. Se quiser dormir lá hoje, tem espaço também!

    Capítulo 2 - Página 8 D3c0bbff8746997b9d205eb6006aa02d

    Ji-Eun concordou, ainda ao lado das duas. A mãe de MiSoo estava ao lado do marido, conversando com o irmão mais velho e o sobrinho. O garoto que já era um homem feito, estava muito bonito também e olhava para a prima com certa curiosidade - não se lembrava de ter uma prima tão bonita quanto Min-Ji, muito menos imaginava que MiSoo fosse crescer tanto em pouco tempo. Verdade que fazia algum tempo que a menina não ficava na casa do tio e nas eventuais reuniões familiares, Ji-Sub não lhe dava a devida atenção.



    Pois agora, quem não parecia disposta a dar atenção a ele, era MiSoo que preferia a companhia de sua avó e prima.

    O homens da família não seguiram imediatamente até a área VIP, ainda colocando a conversa entre si em dia. MiSoo, a avó, a prima e a mãe, seguiram para lá, cada uma com seu propósito. A avó queria identificar velhos conhecidos enquanto a mãe buscava pelas amigas da alta sociedade. Já Ji-Eun, apenas seguia com MiSoo. Sabia que, dificilmente, encontraria alguém de sua época ali, pois suas amigas estavam todas no exterior e ela não tinha um círculo de amizade muito grande em WangJo - só entre estilistas mesmo.

    Mesmo assim, Ji-Eun ficou ao lado da prima, com aquela carinha de anjo que mascarava um pouco sua idade. MiSoo tinha escolhido um canto para ficarem juntas, mas agora seria dificil para a menina não chamar a atenção - ela estava com um vestido que trazia o holofote para si, de certo modo. E a prima sorria, vez ou outra quando percebia que alguns olhares eram dispensados para sua priminha.

    A mensagem de MiSoo foi respondida primeiro por Eun-Bi.

    “Acabei de chegar, mas só posso sair daqui no intervalo. Minha mãe já está me fazendo interagir com a família Do. Aiiiish, já estou odiando cada segundo dessa droga! Cade seu look? Quero ver se está lindona como sempre! =*”


    Já Bo-Mi respondeu pessoalmente.

    Os Yoon tinham chegado à sala há pouco tempo. O pai dos gêmeos já estava falando com algumas pessoas importantes enquanto a mãe se aproximava da mãe de MiSoo. As duas sorriam abertamente uma para outra enquanto trocavam um cumprimento sem amassar os vestidos. Os gêmeos andavam juntos, em ritmos diferentes. O tio deles também estava ali com a noiva e os pais dela - também tinham parado para falar com gente importante.

    Bo-Mi olhava para o celular, mas logo ergueu a cabeça, olhando ao redor e sorriu quando viu MiSoo e a prima. Gyu-Sik andava um pouco distraído e só viu a irmã disparando - um pontinho branco no meio da multidão.



    - MiSoo-yah! - Bo-Mi surgiu com um vestido branco simples até, mas que tinha caído muito bem em sua pele. Contrastava com os cabelos negros que continuavam soltos e iluminavam aquela pele naturalmente branca. Usava joias de ouro branco e pequenas safiras. - Nossa..Você caprichou mesmo!! Está tão…

    - Linda…



    A voz de Gyu-Sik ecoou logo atrás de Bo-Mi, sem que ele tivesse percebido. Bo-Mi arregalou os olhos, saindo da frente e virando-se para que pudesse dar espaço para MiSoo - e lá estava ela entre a prima e a amiga. Ji-Eun ficou um pouco corada e olhou para a prima. Gyu-Sik mal conseguia piscar enquanto ficava encarando aquela MiSoo que mal conhecia.

    Precisou de alguns segundos para conseguir piscar e menear negativamente, como se tivesse falado demais. Mas agora não tinha dito.

    - Está...Muito bem. E… - Pigarreou algumas vezes.

    Bo-Mi abraçava o braço de MiSoo e ia ampliando o sorriso conforme via seu irmão ficando vermelho e sem jeito. Gyu-Sik podia não ser o oppa mais bonito de WangJo - Bo-Mi podia apontar vários defeitos de fabricação naquela cara dele, porque sempre dizia que tinha herdado toda a beleza da família. Mas ele estava muito elegante naquele dia. O terno o deixava mais adulto. Mesmo que eles usassem terno no colégio, era diferente quando colocavam uma peça daquelas, para um evento mais importante.





    Fora que a visão de MiSoo também parecia iluminar ainda mais os olhos dele, a ponto de deixá-lo de boca aberta. Estava prestes a falar alguma coisa, até que outra voz veio por trás dele.

    - Oppa?







    O sorriso de Bo-Mi foi sumindo até um palmo de bico aborrecido surgir nos lábios dela. Gyu-Sik ficou com a respiração travada, mas pouco a pouco começou a se virar e ver quem estava logo atrás dele. Uma menina de cabelo colorido - um degradée do castanho à um rosé nas pontas - usava um vestido com corte moderno, apesar de um tanto quanto rodado, olhava para ele com certa alegria.



    - Que bom vê-lo!

    - Sooyeon-shi… - Reverenciou um pouco travado.

    Ela sorriu e ajeitou o cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha e olhando para as meninas que estavam logo atrás dele. Ficou um pouco apreensiva ao ver a cara de Bo-Mi, mas logo mirou na menina do centro. Achou o vestido lindo e tombou um pouco a cabeça.



    - Não sabia que você viria. - Gyu-Sik comentou.



    - É, foi de última hora. - Respondeu.

    - Hm...Essas são...Yeun MiSoo, minha irmã e...a prima de MiSoo, Kwon Ji-Eun. - Gyu-Sik sabia bastante sobre a família de MiSoo, apesar de parecer. - Essa é...Bae Sooyeon.

    - Muito prazer…

    Enquanto MiSoo era apresentada àquela menina, Hyun-Hee chegava à área VIP ao lado de seu avô. O novo visual dele logo atrairia as atenções, muito embora ele apenas seguisse ao lado do avô com um olhar um pouco distante.

    Em qualquer outro momento, Bo-Mi teria apontado ou indicado para ele, mas agora, só conseguia xingar aquela menina que odiava sem nem ao menos conhecer.

    [...]

    O momento mais esperado dos últimos dias tinha chegado para Hyemin. Infelizmente, parte do que ela tinha imaginado não aconteceu conforme os planos, visto que MiWoo ainda não havia chegado. O impacto ainda podia acontecer, é claro, mas não seria com a chegada dela e sim com a dele.

    Após as apresentações, o grupo seguiu até a cabine. Diferente dos outros, eles optaram por não seguirem até a área VIP. Aparentemente, eles eram importantes demais para isso e já tinham a conversa que desejavam bem ali. O único que pediu para sair e dar uma volta para ver os amigos foi Minhyun. De modo muito polido, ele reverenciou os mais velhos e disse que logo voltaria. A mãe o encarou um pouco séria, mas Sunyoung a acalmou, como se dissesse que estava tudo bem.

    Assim, o camarote foi ocupado pelos seis remanescentes. Tia Chun-Ja se mostrava bem animada com a conversa com Han Sooyoung, as duas riam e pareciam velhas amigas - o que não estava longe da mais pura verdade. O pai de Hyemin, como sempre, parecia bem à vontade com a presença do cunhado.

    Já para Hyemin, restava a presença - não menos marcante - de Sunyoung. A belíssima Capitã de Moda olhava com bastante interesse para a menina. Diferente da vez que se falaram no clube e ela fizera pouco caso, ainda que Hyemin não tivesse notado, agora ela tinha todos os motivos do mundo para desejar conversar com ela.

    Muito mais motivos do que Hyemin poderia imaginar.



    - Esse vestido tem um corte maravilhoso. É exclusivo, não é? - Comentava. - Essa grife só faz uma peça de cada e esse parece ter sido feito para você. Tenho certeza de que seu futuro noivo ficará impressionado.



    Deu uma piscadinha cúmplice para ela. Todos aqueles que faziam parte daquele seleto nicho, sabiam que havia uma aliança em andamento entre os Wang e o Seo e isso envolvia a mão de Hyemin. Na mesma medida, Hyemin sabia - por histórias passadas - que Sunyoung era considerada a rainha perfeita para ninguém mais, ninguem menos que...Myung-Hee, o último Wang que estava no prédio II de WangJo. O mesmo que dera um severo aviso diante da história da tarântula.

    Hyemin o considerava um traidor, atualmente, mas talvez a solução para “seus problemas” estivesse bem ali, em Sunyoung.

    Chun-Ja recebeu uma mensagem de In-Na, avisando que tinham acabado de se acomodar no camarote ao lado. Como os Seo e Han chegaram primeiro, ainda conseguiram se acomodar e trocar algumas palavras enquanto os Wang chegavam. A tia pareceu animada, mas In-Na a tranquilizou e disse que iria até eles primeiro.

    - Eles estão vindo! - Chun-Ja disse animada e logo se levantou.

    Os camarotes não eram apertados, de modo que havia um bom espaço para os fundos dele - as cadeiras confortáveis ficavam concentradas em duas fileiras na frente, obviamente, mas atrás tinha um espaço bom e até mesmo espelhos e uma mesinha toda adornada em madeira nobre.

    Era apenas o tempo de se ajeitarem até que os Wang de In-Na pedissem passagem. A mulher logo entrou ali na companhia do marido e dos dois filhos. O marido de In-Na fazia parte de uma linhagem paralela dos Wang e era 15 anos mais velho do que ela - tinha uma boa aparência para alguém de sua idade, mas era nítido que os filhos herdaram a beleza da mãe. Eles estavam especialmente alinhados e belos naquela noite. In-Na usava um vestido chumbo enquanto sua filha usava um modelo juvenil verde escuro.

    Os quatro fizeram uma generosa reverenciava e foram respondidos da mesma forma por aqueles que estavam na cabine antes que dessem espaço. MiWoo estava atrás dos pais, junto de sua irmã, mas logo que os primeiros passos foram dados, Hyemin poderia vê-lo.

    Vaidoso, como só ele, ele parou por um instante em frente ao espelho e ajeitou o cabelo e o blazer. Todos os movimentos pareciam perfeitos aos olhos de Hyemin -e de qualquer menina, na verdade. Sunyoung até deu um meio sorriso, mas logo fez um biquinho quando viu que nem todos os Wang estavam ali.

    Capítulo 2 - Página 8 66ede6307c8215a9527cd1b25a360d47

    - Caríssimos! Como é bom vê-los! - In-Na iniciou o trato social, cheia de falso carisma.

    - In-Na-shi. O prazer é nosso. - Sung-Ki cumprimentou a antiga conhecida.

    Apesar dos adultos conversarem bem, era o rapaz que vinha logo atrás quem interessava, de verdade. MiWoo passou ao lado dos pais, parando ao lado da mãe. Estava impecável com um terno de corte italiano, fazendo um degradé com o colete acinzentado, mas era a gravata vinho que chamava a atenção.

    Chun-Ja esboçou um sorriso, trocando um olhar com In-Na que tinha o mesmo sorriso cumplice.

    MiWoo respirou fundo e repousou as mãos nos bolsos. Os olhos dele seguiram até Hyemin que se destacava não apenas pela cor do vestido, mas simplesmente por ser quem era. Assim como tinha acontecido no primeiro dia de aula, o oppa a notava e era o suficiente para fazer o coração disparar.

    Apesar de ser extremamente vaidoso, ele tinha certa razão disso. Afinal, ele era um dos rapazes mais bonito da Coreia do Sul.

    Capítulo 2 - Página 8 45de81bbb3afc386513bbea0da8f14ce

    Por questões de protocolo, ele falou primeiro com os mais velhos antes de se aproximar dela. Diante de Hyemin, ele se curvou um pouco e a encarou sorrindo, como se estivesse muito feliz por vê-la. O mundo ao redor tinha sumido e apenas MiWoo importava agora - por isso Hyemin não ouviu quando disseram que o patriarca Wang só chegaria depois, com o outro filho e Myung-Hee, nem que eles se reuniriam depois no intervalo para uma foto oficial entre familias.



    - Parece que nossos encontros serão cada vez mais frequentes. - MiWoo dizia baixo, daquele jeito convidativo e provocante que, provavelmente, fariam meninas como Hyemin corarem. - E parece que a cada encontro, a Senhorita Seo me surpreenderá mais e mais. Está cada vez mais bela....



    [...]

    A chegada do antigo-novo-antigo Hyun-Hee causou certa comoção entre os jovens presentes. Nem todos os alunos da WangJo estavam presentes, mas havia um grande volume de antigos amigos dele - filhos ranking 1 e 2, principalmente. O grupinho de Jong-In tinha até parado o que estava fazendo para acompanhá-lo com o olhar.

    Eun-Na e Jimin o encararam da cabeça aos pés, com verdadeira cobiça no olhar - que nem precisava ser escondida porque Eun-Joo não tinha chegado ainda.

    Jong-In fez uma careta suave, revirando de leve os olhos antes que Hyun o visse. Até porque, apesar de saber que atraía as atenções, Hyun não fazia questão de olhar para ninguém, andando daquele modo humilde e respeitoso ao lado de seu avô. E o avô, por coincidência, o levava justamente até outra linhagem dos Park.

    Park Gong-Jin, o dono do maior Banco Coreano.

    A conversa começou agradável, com aquela típica troca de elogios entre homens poderosos. Porém, não demorou para que o tópico dos EUA viesse à tona. Gong-Jin não podia fazer ideia do quanto aquilo era incômodo, até porque, a maioria dos herdeiros gostava de se gabar por irem estudar fora.

    Felizmente, antes que o clima ficasse pior, Hyun-Hee seria surpreendido por aquela voz oferecendo bebida para o pai. A menina saiu dizendo que procuraria por comida, mas voltou com bebida, pois os canapés seriam servidos no intervalo num micro-coquetel. Ela diria isso ao pai, se não fosse pela presença dele. Óbvio que Chaeyoung não soube como reagir à presença de Hyun-Hee. Não era só por conta da aparência que havia mudado, mas por conta de tudo.

    Os olhos dela captaram aquela expressão de riso dele e, diferente dele, mantinha a cara bem séria. Os lábios dela nunca estiveram tão alinhados quanto naquele momento enquanto o observava como se fosse um completo estranho.



    Com exceção da vez que ela esbarrou nele por conta da mala - e ela jurava não se lembrar disso - ela nunca o tinha encarado assim antes.



    O elogio foi recebido com certa surpresa pelo pai da moça, realmente orgulhoso por desfilar com aquela jóia rara. Já Chaeyoung, só conseguiu esboçar um sorriso educado - e distante - enquanto abaixava a cabeça e o reverenciava, como se fosse uma mocinha da alta sociedade que nunca entrava em contato com menino.

    - É verdade! Tenho muito orgulho dessa jóia… - O pai disse, bastante satisfeito enquanto a abraçava de lado. - Mesmo que seja apenas o primeiro de muitos eventos, não é querida?

    - Sim, appa.

    - Ooh, então temos uma debutante aqui? - O avô pareceu mais aliviado por não tê-la conhecido ou reconhecido antes.

    Para o avô de Hyun, ela deu um sorrisinho mais simpático e meneou positivamente, mostrando que estava feliz por finalmente sair e conhecer aquele mundo de perto.



    - Sim. Agora ela também está estudando na WangJo, como os irmãos dela passaram antes…

    - Ooh, WangJo! Então vocês se conhecem, não é? - O avô perguntou um pouco desconfiado.

    Chae olhou para Hyun e meneou negativamente.

    - Só de vista…Eu acho. O rosto dele não me é estranho, mas não fomos apresentados antes.



    - Araso...Deve ser pelo cabelo. - O avô comentou, olhando para o rosto de Hyun.

    - Era diferente? Então deve ser isso…- Analisava a aparência de Hyun. - O que eu me lembro andava muito com alguns rapazes de minha turma, principalmente Jong-In-oppa, mas é do primeiro ano.



    - É ele mesmo. - O avô respondeu por Hyun. - Bom, pelo menos se conhecem agora. E Jong-In é um velho amigo de Hyun-Hee. São amigos desde o berço, praticamente.

    - Parecem próximos mesmo… - Chae olhou para o avô de novo.

    - Jong-In...É o filho dos Min?

    - Uhum… - Chae disse.

    - Parece que vamos dividir o camarote com eles hoje.

    Chae olhou para o pai um pouco surpresa, mas não achou que fosse algo ruim. Ajeitou sua echarpe e juntou as mãos na frente do corpo.

    - Nós ficaremos com os Moon. Você também deve conhecer um deles, a Eun-Joonie.

    Ao ouvir o nome de Moon Eun-Joo, a expressão de Chaeyoung travou e ela olhou para Hyun-Hee com a certeza de que ele já sabia disso. A menina concordou, forçando um sorriso, mas não disse mais nada, apenas ficando ao lado do pai. Queria muito ir embora e ficar quieta, mas além de não ter visto Hye-Won - a filha do diretor - ainda, ela não achou educado deixar seu pai sozinho.

    Por isso, ela ficou ali, travada no mesmo lugar e deixando a raiva acumular. Mal conseguia olhar na direção de Hyun-Hee, preferindo olhar ao redor enquanto o pai e o avô dele conversavam. Apenas dois minutos tinham se passado - mas para ela foi uma verdadeira eternidade. Felizmente, ela conseguiu reunir coragem o suficiente e tocou no braço do pai.

    - Appa, eu vou pegar uma bebida para mim, tá? Ah, os canapés serão servidos depois.

    - Ah? Ah, tudo bem…

    Chae reverenciou Hyun e o avô e logo deu as costas para sair dali.


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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Qua Dez 27, 2017 8:18 am

    Conforme tinha previsto, o mal estar que teve ao olhar a mãe de Sunyoung passou e ela estava completamente focada em outros assuntos. Hyemin estava extremamente ansiosa, de modo que nem conseguia pensar em EunNa o bastante para se preocupar em dar um “oi”, e sua cabeça ficava virando para os lados, procurando seu oppa em cada criatura de terno. É claro que ele não estaria ali no meio, mas não custava procurar. Seu coração batia forte demais para que ela simplesmente ignorasse e conseguisse ficar quietinha até o camarote. Achou esquisito o comportamento de Han Minhyun, pois, para ela, não fazia sentido sair de perto da família para procurar alguém, talvez pela maneira como tinha sido educada e acostumada a se portar nesses eventos, ou simplesmente o seu medo de se perder no meio daquele mundo de gente.

    De qualquer forma, não era aquele menino que a interessava, mas, por enquanto, a capitã de Moda, que estava ao lado dela e fazendo-a sentir-se feliz e importante. Por mais que fosse a filha de uma das maiores chaebols coreanas, sua noção de auto-importância se dava na aprovação dos colegas, no microuniverso que era a escola. E, ali, ela era sua importante veterana. Enquanto os adultos conversavam seus assuntos chatos (e ela ficava bem feliz de ser Sunyoung sua companhia, não a enteada metida a besta da tia), ela tinha com quem conversar. Tinha acabado de desistir de olhar para baixo, na tentativa infantil de encontrar o noivo perambulando, e sentado em seu lugar, pousando a bolsinha de mão no colo, quando teve a atenção atraída.

    - Ah, você notou? - seus olhos brilharam, orgulhosa, enchendo-se de alegria. - Você acha meeesmo que ele vai gostar? - agora ela praticamente implorava por uma confirmação, demonstrando a enorme insegurança de uma menina de 16 anos que tentava agir como uma mulher adulta. - Ah, que bom que você falou isso, unnie. Para falar a verdade, eu estou muito nervosa. - suspirou aliviada e choramingou, virando-se para a menina. - Me desculpa não ter comentado antes, mas você está lindíssima. Tenho certeza que o Myung-Hee oppa - e ela quase fez uma careta, mas em vez disso, fez uma pausa. - vai ficar impressionado. Na verdade, você fica maravilhosa até de uniforme, é como uma princesa! Mas acho que já lhe disse isso - sorriu sincera. Nós poderíamos ser como cunhadas, já pensou que incrível seria?

    Colocou as mãos no rosto, sonhadora. Já queria repetir eventos como esse ao lado dos respectivos maridos. Conseguia imaginar Wang MiWoo e Wang Myung-hee chegando juntos, enquanto ela e Sunyoung os aguardavam e conversavam sobre trivialidades, como casa, filhos e hábitos do marido. Seria demais poder ter uma amiga assim ao se casar. Ela com certeza a entenderia muito e poderia lhe dar conselhos de moda para ficar sempre linda para seu amor. É claro que Wang Myung-Hee estava com um pezinho em sua lista negra, mas ela acreditava que o casamento com a pessoa certa e a idade o fariam amadurecer, ter noção de sua responsabilidade para com a família, e se tornar um homem decente, da sociedade, como MiWoo.

    Enquanto sonhava com as possibilidades, deu um pequeno pulinho na cadeira, com o susto do anúncio da tia. Trocou um olhar ansioso e confidente com Han Sunyoung, silenciosamente  desejando-lhe sorte e só não mordeu o lábio para não atrapalhar o batom. Respirou fundo no ritmo de levantar-se. Sentia que o mundo começava a parar. Ajeitou a echarpe olhando no espelho, conferindo que ainda estava parecendo-se como uma jovem bonita, embora as mãos começassem a gelar e tremer, por isso ela as levou para se encontrarem na bolsinha-carteira, apertando os detalhes brilhantes nervosamente e descarregando toda sua tensão ali.

    In-Na surgiu como o próprio sol, irradiando naquele camarote, ofuscando o marido. Hyemin se atrasou apenas um segundo para se curvar, abobalhada por aquela presença, que era um prelúdio para o que seu coração realmente queria. Quando ergueu o rosto, ali estava o homem mais lindo do planeta, e ela não conseguiu segurar um suspiro apaixonado, hipnotizada pelo movimento de sua mão no cabelo. Como gostaria de poder tocar aqueles fiozinhos! Seu rosto o seguia, encantada por cada movimento dele, até que notou o acessório mais importante da noite.

    A gravata. Vermelha. Como seu vestido.

    O queixo da garota caiu e os olhos se encheram de emoção. Queria gritar e abraçar alguém, agradecendo pelo DESTINO por mostrar a ela aquele sinal. Não poderia estar mais feliz de ver que se pareciam como um casal de verdade. Combinando, em sintonia. Estava tão perto do noivado e agora ela sentia como se fossem um par verdadeiro. Seu namorado, seu noivo! Ele era tão esteticamente perfeito, em cada milímetro, cada cantinho daquele tecido nobre maravilhoso, daquela gravata vinho maravilhosa. AH, que bom que ouviu EunNa e resolveu vestir aquela cor! Queria abraçá-la e agradecê-la com um presente caríssimo, beijar as mãos de sua guru de moda, que com certeza a ajudaria das próximas vezes.

    Mais do que o coração disparado, ela sentia o corpo todo mole e uma das mãos caiu para o lado do corpo, segurando a bolsa, fazendo apenas um esforço mínimo para não passar vergonha de ser estabanada.  Fechou a boca, sentindo os batimentos cardíacos acompanharem cada passo dele. Seus olhinhos não sabiam direito para que parte dele deveria se focar, pois ia da roupa, à gravata vinho, até os olhos, o cabelo, o nariz, as orelhas, o pescoço… até que ele falou com ela. A menina fez uma reverência tímida, esforçando-se para não enfiar o nariz no chão de vergonha, mas não a ponto de ser sem educação, apenas fofa. Colocou para trás da orelha uma mecha rebelde que ousou ir para frente do rosto no movimento e ergueu o rosto respirando fundo e olhando em seu rosto incrível, corada e entregue. Era impossível ser uma mulher confiante e sexy diante daquele homem.

    Cada sílaba dele ecoava em sua mente e ela se esforçava muito para repeti-las mentalmente para tentar prestar atenção em seu significado, não apenas na voz sedutora e na carinha fofa, mas linda, mas fofa, mas linda, até que ouviu a palavra que mais queria naquela noite.

    BELA
    BELA
    BELA
    BELA
    MAIS BELA
    BELA

    ELE A CHAMOU DE BELA.

    Hyemin podia ouvir os sinos tocando e os anjinhos voando em volta deles. Só existia MiWoo naquele mundo todo e ela era sua princesa. Podia rever os sonhos de infância nos quais descia por uma escada de castelo segurando seu braço. Ah, como queria poder tocar em qualquer partezinha daquele homem e dizer de verdade o que estava pensando!!!  

    Seu rosto demonstrou toda sua surpresa ao receber aquele elogio e demorou alguns segundos para que reagisse, além de observá-lo admirada. As emoções fluíam dentro dela e ela queria declarar-se ali mesmo. Em vez disso, a voz saiu como um suspiro.

    - …Oppa - o honorífico escapou de seus lábios de forma carinhosa, suave e carregada das emoções que ela sentia naquele momento. - Muito obrigada... Você é muito gentil…  - Foi tudo o que conseguiu dizer no primeiro momento, quase derretendo ali mesmo, enquanto outros tipos de respostas surgiam em sua cabeça.

    Eu espero que possamos nos ver mais. Eu estou ansiosa para o casamento. Por favor, fique comigo no camarote. Estou tão feliz em te ver. Você está tão lindo. Eu sou muito feliz de ser sua noiva. Vamos sair juntos, por favor. Será que eu posso ser sua namorada? Eu te amo tanto, oppa, desde pequena. Eu pareço uma mulher agora? Eu te surpreendi assim? Por favor, me ame de volta…




    Cruzou um braço na frente do outro e sorriu, envergonhada, fazendo covinhas aparecerem em suas bochechas. De repente, um daqueles pensamentos incontroláveis e fortes escapou.

    - Eu… estou muito feliz em vê-lo…  - falou mais baixo, para que só ele ouvisse, com vergonha de seu atrevimento e sentindo-se tonta pela fala, abaixando brevemente o rosto, com aquele sorrisinho tímido e apertou o braço com a mão livre.

    Tinha tão pouco tempo de ficar com ele. Era tão difícil poder conversar… Além do mais, ele tinha dado abertura, dizendo que ela o surpreendia. Aquela pequena frase não era nem uma pontinha de todos os sentimentos apaixonados que borbulhavam dentro dela e parte dela não estava arrependida, a outra, a achava muito juvenil e tonta por isso. Mesmo assim, era seu noivo, não era? Podia amá-lo, não podia? Com vergonha ou não, seu sorriso de covinha não deixou seu rosto, que ela ergueu para admirá-lo timidamente e finalmente sentiu um pouco de orgulho de si mesma por ter dito aquilo.  Talvez estivesse crescendo.


    Capítulo 2 - Página 8 K70sAbf
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Qua Dez 27, 2017 11:33 am

    O sorriso de Hyun Hee muito tinha a ver com aquela expressão nunca vista. Era engraçado descobrir uma nova face dela, em um ambiente como aquele, ao lado do pai. Por outro lado, sentia os ares belicosos da menina, só não entendia por que, atribuindo a sua provocação de brincadeira. A joaninha não gostava de ser atiçada, mas era por isso mesmo que ele adorava testá-la.

    Aquela reação calada, sem respostas ácidas era uma surpresa para seu perfil, mas também era um pequeno triunfo, já que provava que na frente do pai ela teria que agir comportada como uma dama, diferente da fera louca - muito interessante - dos dias da escola. Era um pouco como ele também, mas ele já tinha o atestado de louco e intercambista para agir um pouco fora da curva.

    Seu orgulho mexeu um pouco quando notou que era só com ele que a menina estava se vestindo de muda. Apertou de leve os olhos quando ela respondeu que não o conhecia, mas um pequeno sorriso surgiu. Estava gostando de fazer parte daquele jogo.  Sorriu, simpático, com o comentário do avô sobre seu cabelo. Como aquele velho gostava de lembrá-lo dessas coisas! Inclinou um pouco o rosto para frente, permitindo que ela analisasse seu rosto, fingindo que tentava reconhecê-la, enquanto trocavam olhares.

    - É mesmo? Estão no mesmo camarote? - Queria queimá-la com aquelas palavras, mais especificamente JongIn. Era uma coincidência do destino terrível e ele queria arrancá-la de lá. - Está entre amigos, então. No intervalo eu devo passar lá para visitá-los - Ele não entendeu por que, mas o comentário sobre Eunjoo o fez respirar fundo e sorrir para a garota. - Isso é, se Joonie não estiver muito demandante. - riu um pouco, mas sua felicidade por soltar aquela farpa sumiu assim que ela virou as costas. Como assim ela estava indo embora?

    - Com licença - assentiu aos dois homens e saiu apressado atrás da garota, perseguindo-a até sumirem da vista dos outros dois, quando agarrou seu pulso, virando-a para ele. -Ei. Não vai me dar oi? Por que está fugindo? - seu orgulho tinha sido um pouco ferido, mesmo que não fizesse muito sentido sua frase, ele sentiu o ímpeto de andar atrás dela. Hyun a soltou e a mediu dos pés à cabeça. Era muito difícil não olhá-la tão bonita. Pousou o olhar no echarpe e seu humor flutuou de novo, atraído pela joia que ele tinha presenteado.  - Ficou muito bonita em você. - falou de repente, com a voz mais suave.

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    Mensagem por Natalie Ursa Qua Dez 27, 2017 1:15 pm

    MiSoo retribuiu o abraço da prima.

    - Eu estava pensando em passar um pouco de tempo com a halmoni no domingo, almoçarmos juntas, mas um brunch na sua casa parece também uma boa ideia, ainda mais que você estará junto! - preferia que os pais não estivessem também, mas se já estavam comentando sobre brunch talvez não houvesse muita alternativa afinal.

    A avó chegou até as duas e após o apertado abraço a senhora comentou sobre o peso da neta.

    - Aish! Mas Halmoni! Sua comida é maravilhosa, mas assim todo o esfooorço de perder peso vai ser em vão! - falou de modo dramático, mas em seguida abriu um grande sorriso nos lábios e segurou carinhosamente as mãos da avó, lhe consolando - Não se preocupe, eu estou bem! - dizia para alegrá-la - Brunch, almoço. Qualquer um está bom para mim. Ah! - exclamou com animação - E acho que vou aceitar dormir lá no tio hoje… Hum.. Se meus pais permitirem. - nunca sabia quando a mãe iria implicar com ela ir dormir na casa de alguém, mesmo que fosse a própria avó - Eu estava com muuuitas saudades!

    Depois de falar com a avó cumprimentou o tio ainda de modo mais animado e em seguida o primo, com o qual não gastou muito tempo, afinal ele costumava fazer o mesmo quando MiSoo ia visitá-los.

    As mulheres da família não demoraram muito para trocar o camarote pela área VIP em comum com outras famílias. A avó e a mãe logo foram atrás de seus respectivos conhecidos e amigos, deixando as duas mais jovens um pouco de lado. A companhia da prima era boa, portanto MiSoo nem reclamaria, mas a insegurança que a roupa elaborada lhe dava estava deixando-a um pouco mais quietinha do que o normal, parada em um canto e um pouco receosa de encontrar pessoas conhecidas ali em volta. Por isso, em um primeiro momento, só voltou a atenção para o celular, depois de trocar umas palavras com Ji-Eun.

    Enquanto a prima notava os olhares sobre a garota, MiSoo não tinha ali a atenção necessária no ambiente cheio à sua volta para percebê-los. Apesar dos elogios que recebera da prima e avó, elas eram família, portanto imaginava que seria normal lh elogiarem, por isso ainda tinha parte de si que duvidava um pouco que toda aquela “fantasia” que vestia lhe deixava realmente bonita ou um tanto caricata.

    Uma mensagem de EunBi não demorou muito para aparecer no aparelho de MiSoo. Ela apressadamente a abriu, ansiosa pela companhia das amigas para se distrair um pouco mais, afinal uma conversa em grupo seria mais animada, mas acabou murchando um pouquinho quando leu o texto em que a amiga dizia que não poderia sair de onde estava.

    Ela estava com a família Do? Será que Taemin estava lá também? Pobre EunBi… Queria poder ir até lá para ampará-la um pouco e a proteger do loiro, caso o garoto estivesse presente, mas até conseguir se locomover até o camarote dela, na velocidade que o salto alto e a cauda do vestido lhe faziam andar, provavelmente a ópera já teria começado e a mãe viria lhe caçar por ter sumido.

    EunBi queria ver o look de MiSoo, que tinha sorrido para a tela com o elogio que tinha recebido da bailarina. A garota resolveu tirar uma selca ali mesmo para mostrar como estava à amiga, ergueu o celular e fez uma pose, pedindo para a prima lhe acompanhar, mas antes de tirar a foto ouviu a voz de BoMi lhe chamando ali perto e abaixou o aparelho.

    - BoMi-yahhh!! - falou meio alto, esquecendo-se de onde estava, mais uma vez.

    Ameaçou dar um pulinho de animação com a aproximação da amiga, mas ficou com receio por causa do salto e parou o movimento antes de tirar os pés do chão, apenas abrindo os braços para a garota com um animado sorriso.

    MiSoo tinha gostado bastante do vestido da amiga, apesar de simples. Provavelmente se sentiria melhor naquela roupa do que a que usava agora. Não tinha aquela coisa arrastando no chão nem era quase selado à vácuo - ou pelo menos era como MiSoo via o vestido.

    Ao ouvir de BoMi a exclamação de que tinha caprichado no visual, MiSoo alargou o sorriso, mas pousou as mãos sobre o rosto, levemente corada com o olhar de aprovação da amiga. Gostava de receber os elogios mesmo que não houvesse sido ela a responsável por estar daquele jeito. Talvez o vestido não estivesse tão ruim assim, afinal?



    A garota continuou o comentário sobre a aparência de MiSoo, mas a frase foi completada por Gyu-Sik, que surgia repentinamente logo atrás da irmã.

    Por uns instantes o rosto de MiSoo congelou em uma expressão boquiaberta. Sem saber se tinha escutado certo ou confundido o que ouvia, já que tinham várias conversas paralelas ecoando pelo salão.



    Não… Tinha certeza de que tinha ouvido um elogio com a voz de Gyu-Sik e o clima estranho que se seguiu nos instantes seguintes pareceu comprovar isso. O rosto agora tinha ficado mais corado quando BoMi retirou-se da frente e MiSoo o encarou diretamente, em meio ao silêncio constrangedor.

    Tinha sido chamada de linda por um garoto! E um que tinha lhe chamado de ogra antes... Um garoto bem indeciso?

    MiSoo não sabia como reagir. Era mais uma situação bem inédita. Não era uma piada, não é? Depois de ter sido chamada de ogra por Gy-Sik tinha uma pontinha de dúvida sobre aquele comentário. Mesmo assim deveria responder, não é? Pelo menos para quebrar o repentino silêncio. Mas como deveria fazer isso?   Provavelmente deveria responder como às outras pessoas...

    O rosto finalmente descongelou e MiSoo tentou sorrir do melhor jeito que pôde, mesmo que um sorriso tímido. Não tinha a mínima ideia do que fazer ou o que pensar, mas a verdade é que tinha gostado bastante do elogio - isso se fosse mesmo sincero - por isso o sorriso tinha surgido naturalmente.



    Gyu-Sik resolveu continuar a falar, mas MiSoo abriu a boca instantes depois para responder, mal tendo tempo de compreender as palavras seguintes dele.

    - Uwa! Komawooo!! Gyu-Sik-ah! - não costumava chama-lo assim - e nem a nenhum outro garoto, pois sentia necessidade de ser mais formal com eles - mas dessa vez tinha saído sem querer mesmo.


    Mwo? - ergueu uma das sobrancelhas com a frase interrompida dele, que parecia até ter se engasgado nas próprias palavras e ficava com o rosto vermelho por isso - Você está bem? - perguntou preocupada, enquanto BoMi vinha lhe agarrar o braço, lhe roubando um pouco a atenção que estava sobre o garoto.

    Mas aquele olhar continuava sobre ela e nem se parecia muito com alguma brincadeira boba de encarar. Era diferente. Sentia-se cada vez mais tímida e ansiosa sob o olhar dele. Curvou os lábios em um tímido sorrisinho e baixou os olhos em direção ao chão, sem saber o que fazer e sem mais coragem de encará-lo de volta. Tinha vontade de se esconder atrás da amiga e da prima, tamanha era a vergonha agora.

    Não o viu fazer a menção de dizer algo, pois ainda tinha os olhos sobre o chão, mas ouviu uma garota falar chamar alguém próximo à eles. Não reconhecia ela, mas estava olhando na direção deles. Buscou por BoMi, talvez ela soubesse quem era, mas percebeu a expressão fechada e aborrecida da amiga. Ao voltar a atenção para a garota desconhecida, percebeu que ela fitava Gyu-Sik e tinha falado com ele.

    Nem sempre guardava nomes com facilidade, mas MiSoo reconheceu o nome pelo qual o garoto chamara a estranha. Não era a namorada dele? Aquela que iria no cinema com Gyu-Sik, mas MiSoo tentou - ou conseguiu - estragar os planos. Ainda tinha muita vergonha do que tinha feito. E agora sentia-se ainda mais constrangida com a garota estando à sua frente… Os dois à sua frente.

    Se já foram colegas no passado nem tinha a reconhecido ainda, mas tinha a achado bonita e seu vestido também era belo e elegante, outro que certamente era mais fácil do que usar do que o seu.

    Percebeu o olhar da garota sobre si e sem saber o que fazer, esboçou um quase sorriso no canto dos lábios, votando-se em seguida para BoMi, fugindo dos olhos da moça.

    - BoMi-yah…? - chamou-a baixinho em um tom de inquisição, quase como se estivesse tentando a questionar sobre a repentina expressão de incômodo, mas com um pouco de receio de fazê-lo em frente à Sooyeon.

    Gyu-Sik apresentou as meninas à garota acabara de chegar e MiSoo se voltou aos dois para dar um tímido aceno, tentando sorrir para ela, mas ainda se sentindo constrangida, fosse pela memória do encontro no cinema que poderia ter estragado ou só da presença ali da garota que tinha lhe deixado irritada no meio dessa semana.



    - Oi. - e só conseguiu dizer isso antes de voltar para BoMi e a prima.

    - Ahn… Ah! Aish… A EunBi… - deu um tapinha sobre a testa - Não vai poder vir aqui agora. - explicou para BoMi, tentando, o melhor que pôde, se recuperar do estado nervoso/ansioso, tímido e retraído em que tinha entrado desde que fora elogiada pelo irmão gêmeo da amiga.

    Deveria estar parecendo tão idiota agora… Quase se encolhendo num canto, morrendo de vergonha e tendo desejado não ter vindo nessa ópera - agora mais do que antes. Não estava com muita vontade de conhecer essa menina. Tinha ciúmes de seus amigos, mas também não queria agir feito uma pessoa estúpida sem perceber com quem nem conhecia.

    - EunBi queria ver como eu estou… - continuou timidamente - Eu e a prima íamos tirar uma selca quando vocês apareceram. Vamos tirar uma foto para ela? - apontou para o celular que ainda estava segurando e acabou olhando para Gyu-Sik, parecendo que tinha o convidado-o para a foto também, quando na verdade nem tinha pensado direito nisso, ainda estava com vergonha do elogio que recebera dele.
    Capítulo 2 - Página 8 TAcYbQP
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Qua Dez 27, 2017 4:21 pm

    [SUN-HEE]

    Kim meneou negativamente quando a amiga pediu desculpas pelo atraso - ele mal tinha acabado de chegar e estava rindo dos comentários do pessoal do café. Não havia nenhum problema com aquela espera, até porque eles não tinham pressa para que aquele dia acabasse. Logo ele levantou-se, revelando a grande diferença de altura que tinha ali e entregou a passagem de ônibus para ela.

    Despediram-se do pessoal e começaram a andar lado a lado.

    Uma caminhada bem tranquila, apesar de animada de dois amigos que sempre tinham muito o que dizer. O garoto carregava um olhar divertido e riu do comentário dela.

    - Renovar o estoque inteiro, você quer dizer, né? Tem sacolas extras na sua bolsa? - Perguntou na mais pura implicância, mas logo tombou um pouco, batendo de leve o ombro no dela.

    Dentro do ônibus, eles começaram uma briga “saudável” a respeito de música. O garoto revirou os olhos com a forma apaixonada que ela ficava defendendo seus argumentos.

    - Claro que tem...Video Games Live. - Disse como se fosse óbvio. - Mas lá, eles sabem usar os instrumentos do modo correto. Eu não to dizendo que música clássica não é legal, mas...você só tem 16 anos, custa ouvir o que nós ouvimos? Não, né, sua velha?!

    Já se encolheu de possíveis tapas ou beliscões.

    - Fora que você já ouviu um violino ou flauta mal tocadas? Pelo amor dos céus. Eu vou mostrar!! Não, não, eu vou mostrar e você vai ter que ouvir até o fim!! - Disse já rindo e parou com a própria música, começando a procurar o vídeo na internet.

    Obvio que era uma paródia, um palhaço ocidental destruindo uma música bonita. Mas Kim só queria irritá-la mesmo - talvez para esconder a ansiedade, nervosismo e própria irritação por saber exatamente quais seriam as perguntas dela. Enquanto Sunny fosse os alvos de suas provocações, ele sairia intacto daquela história. Por isso, a obrigou a ver o vídeo até o fim.



    Conforme o palmo de bico dela se formava, os olhinhos dele já brilhavam com as lágriminhas da risada contida. Até que não aguentou e riu, secando as lágrimas. A cara dela só ajudava ainda mais nas risadas e implicâncias dele.



    - Miane… - Tentou dizer, mas logo riu de novo. -Deixa botar minha música.



    As músicas eletrônicas continuaram, para total desespero de Sunny. A grande verdade era que Kim nem curtia tanto assim, era só porque nos jogos que costumava jogar, era essa a trilha sonora que ele tinha - principalmente nos rages que dava em LoL e afins. Tinha algumas de K-Pop que ele imitava a dança com os braços e fazia um aegyo idiota, vez ou outra.



    Toda essa palhaçada tinha ajudado a distrair Sunny dos remédios - Kim até mesmo segurou no pulso dela, impedindo que ela se agarrasse a esse recurso. Foi aí que ele colocou uma música mais calma para parar de irritá-la. Não queria que ela ficasse nervosa à ponto de necessitar daquelas drogas.

    Pouco a pouco, as coisas foram ficando calmas - calmas até demais. Kim olhou de banda, vendo Sunny com a cabeça encostada na janela e soltou um suspiro, deixando os ombros caírem. Sentiu a mão dela no tecido de sua camisa e pensou como as coisas poderiam ser mais fáceis se as coisas fossem diferentes.

    Sem passados.

    Sem WangJo.

    Sem presentes ou passados no presente.

    Fechou os olhos, curtindo a viagem também até o destino final. Os dois desceram já estalando tudo, mas disfarçando o peso da idade. O garoto ajeitou os óculos de grau e armação preta. Sunny fez uma pergunta e ele nem teve tempo de pensar na resposta porque ela logo o puxou para lá.

    Antes que ele pudesse se oferecer para pagar, ela ja foi jogando o dinheiro no moço do carrinho e catou o de chocolate.

    - Assim, por um milésimo de segundo, eu JURAVA que você ia me dar o de chocolate. Então, eu me lembrei que você é você e vi como sou retardado. - Disse ao pegar o sorvete de morango que estava enfeitado, como uma flor.



    Aparentemente, o dono do carrinho também achou isso, mas Kim só deu um sorriso meio sem jeito e começou a andar ao lado dela.

    - Vamos, vamos, maruja! - Disse enquanto usava a colher para tirar as pétalas de morango da cor. - Então, vamos dar uma volta e ver se é bom como dizem. Depois a gente come alguma coisa e volta para pechinchar.

    Deu uma risadinha divertida.


    (Referência da Norte-Americana)


    Eles passavam com seus respectivos sorvetes, observando os stands que tinham ali - o primeiro andar inteiro da galeria estava dominado por isso. E cada lugar tentava atrair o publico ao seu modo. À primeira vista, Kim não viu nada de HQ, mas Sunny já podia se empolgar com os classicos em sebos ou os novos mesmo - tinha o dois tipos, para todos os bolsos.

    Os dois também podiam pausar para tirar fotos em painéis grandes ou colocar a cabecinha no corpo do boneco. Kim puxava Sunny para essas palhaçadas, só no caso dela ter vergonha.

    Depois de uma volta inteira e sem comprar, iniciais, ele procurou um banco para sentar. Respirou fundo e falou.



    - Então...Vamos comer alguma coisa? Salgado, Sunny...Açucar não!

    Já eram por volta das 2:30h quando eles começaram a pensar no almoço.

    [JAE-KI]

    06/04/2019 - Sábado
    9:40 P.M.


    Jae-Ki estava no carro de Jin-Hoo e tinha a companhia de Kyung-Suk e Joon-Geun. Jin-Hoo era um cara bem sério e tinha um olhar que às vezes assustava por conta da intensidade que era capaz de encarar as pessoas. Joon-Geun era alguns meses mais velho do que Jae - nascera em Janeiro - e tinha um visual tão ou mais desleixado que Jae.



    O cabelo dele era completamente desgrenhado e não via uma escova há algum tempo - dava para ver alguns nós. As roupas dele também eram bem jogadas, surradas e rasgadas. Não era apenas uma questão de estilo, era porque tinha uma vida miserável também e pouco se importava com a própria aparência. As pessoas só não deviam se meter com ele e o único lugar que ele se sentia confortável de verdade era no meio de sua gangue.

    Já Kyung-Suk era um ano mais velho e conseguia se cuidar melhor do que os mais novos. Tinha cabelos compridos que usualmente colocava um gel para penteados extravagantes ou simplesmente amarrava num rabo de cavalo - foi esse que adotou para aquele dia.



    Enquanto olhava pela janela, ele veria as Jong-Suk e JR disputando corrida na moto.

    A vista do Rio Han à noite era realmente bonita e, talvez, inspirado por aquela imagem, ele começou a fazer perguntas sobre garotas. A pergunta cortou um pouco a música do carro e Jae recebeu os olhares dos presentes - Jin-Hoo o encarava pelo retrovisor do carro.







    O olhar de desconfiança de Joon-Geun logo virou um sorriso sacana e ele deu uma cotovelada em Jae, na pura implicância bruta.

    - Não sei, mas acho que dá para saber que o nosso maknae está prestando atenção nas garotas, finalmente. - Disse de um jeito brincalhão. - Ela deve ser bem bonita para que você tenha parado para pensar nisso.

    Kyung-Suk deu uma risada do banco da frente e virou-se um pouco para encará-lo melhor.

    - Sacudiu tanto com a cabeça dele que até a pergunta ficou confusa. Deixa ver se entendi… - Levou a mão até a cabeça e repetiu a pergunta para si, como se fosse um problema de matemática. - Ah...Depende.

    - Nossa, que grande ajuda! - Joon-Geun cruzou os braços, meneando negativamente.

    - Mas depende mesmo. Depende do contexto, depende do tom que usou. Ela pode não se importar mesmo com o cara ou ela só está fazendo charme.

    Jin-Hoo não opinava, apenas ouvindo toda aquela conversa e prestando atenção no trânsito.

    - O que acha, hyung? - Kyung-Suk falou.

    Jin-Hoo olhou para o garoto ao seu lado e depois encarou Jae pelo retrovisor.

    - Primeiro é melhor saber se o Jae-Ki é esse cara que ela “não se preocupa” ou não. Ela estava falando de você ou de outro?

    Os outros dois também fizeram uma expressão pensativa, mas acharam graça do comentário sobre a música. Achavam que, independente da música que colocasse, Jae era um caso quase perdido. Kyung-Suk começou a ver a playlist que tinham disponíveis e pararia quando Jae pedisse.

    Quanto às outras perguntas, Jin-Hoo pôde responder.

    - Permissão para entrar em Jung-Gu e resolver problemas meus que podem ser de vocês também. Além de uma ajuda que apenas N3WO pode me dar. O pessoal de Jung-Gu tem sua fama e eu não quero uma briga por território, por isso vou agir na diplomacia. Não são como nossos problemas próximos. Por isso quero que se comportem.

    - Você já viu o N3WO, hyung? Sabe que é um hacker, né?

    - Não, nunca o vi pessoalmente, só conheço o apelido, mas talvez eu o veja hoje. E sei o que eles são. - Disse com tranquilidade.



    Olhou para Jae, vendo se tinha respondido o necessário e continuou dirigindo. Deixaria que os meninos ficassem com os próprios pensamentos a respeito do assunto enquanto dirigia. A música agora estava ao encargo deles, mas não demorou muito para que o Distrito de Jung-Gu crescesse diante deles.







    A noite já estava alta, mas as ruas ainda movimentadas. Jin-Hoo estacionou o carro próximo a um caminho turistico que possuía um rio-córrego entre as duas extremidades. As motos também pararam e Song-Ku bagunçou o proprio cabelo depois de tirar o capacete. Um vento um pouco mais fresco, típico da transição da primavera para o verão justificavam as roupas sobrepostas que eles usavam.

    Jin-Hoo olhou ao redor e começou a descer pela lateral até chegar no caminho para o córrego. Os seis ficaram parados em frente a um caminho que dava para o outro lado - estava um pouco mal iluminado ali e, por isso mesmo, foi que a luz de um isqueiro sendo acendido e apagado do outro lado, chamou a atenção. Havia um garoto de porte médio e cabelos desgrenhados do outro lado. Ele acendeu e apagou o isqueiro algumas vezes e tombou a cabeça para o lado.



    Era um convite.

    Os meninos se encararam e Jin-Hoo só respirou fundo e atravessou o caminho improvisado - e pouco -seguro até o outro lado. Conforme se aproximavam, podiam ouvir algumas risadas femininas aqui e ali. A iluminação precária só foi um problema no início, porque assim que atravessaram, viram o grupinho ao qual o garoto de cabelo azul se juntou.

    Havia mais três meninos e duas meninas ali.



    Todos tinham cabelos com cores diferentes, fosse maquiagem ou tinta mesmo. E usavam roupas mais urbanas e menos surradas do que eles.

    - Quem são vocês? - O garoto mais alto e com o olhar predatório como o de Jin-Hoo perguntou. Sua voz era bem grave e ele parecia um tanto quanto assustador.

    - Depende de quem pergunta. - Jin-Hoo respondeu sem hesitar e colocou as mãos nos bolsos.



    O garoto deu um meio sorriso, mostrando um dos dentes metálicos.

    - Araso…Então talvez não encontre o que procura.

    - N3WO me deu permissão para vir até aqui.

    - Jin-Hoo… - A mulher soltou fumaça pela boca depois de tragar o cigarro. - Não mentem quanto a sua aparência. Veio ter uma conversa amigável e trouxe todo seu grupo?

    - Ye. É importante que participem. Você é o N3WO?

    - Ani. Eu apenas respondo por ele. Mas antes...me responda algo, realmente quer ter esta conversa na frente de seu grupo?

    O olhar dela trouxe uma dúvida para Jin-Hoo. O líder franziu as sobrancelhas, trincando os dentes e isso trouxe um sorriso divertido para ela. Logo ela fez um sinal com a cabeça, indicando um lugar mais afastado para que fossem conversar.

    Capítulo 2 - Página 8 Original

    - As crianças não mordem. - Disse de modo divertido antes dela e do homem alto de voz bonita darem as costas e caminharem até onde Jin-Hoo deveria conversar com eles.

    Capítulo 2 - Página 8 41bf00bc1142a98d005942a737511afe5d101209_hq





    Jin-Hoo olhou para os meninos e foi tudo antes de ir atrás dos dois. Não precisava dizer que precisariam se comportar. Mas a postura daquele grupo era um pouco incômoda porque todos pareciam saber demais e eles de menos. O menino do isqueiro voltou a brincar com ele, abrindo e fechando várias vezes.
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Gakky Qua Dez 27, 2017 6:23 pm

    Jae-ki não tinha pensado antes de fazer aquela pergunta sobre garotas, talvez devesse ter pensado. Logo recebeu a cotovelada de Joon-Geun, nem era tão mais velho assim e já se achava. Jae empurrou o amigo despenteado para o lado como resposta a cotovela e disse:

    - Ya! É só uma coisa que pensei... Eu penso em garotas sim! Só não quero que peguem meu dinheiro...

    Kyung-Suk virou para trás rindo, tentou responder a pergunta de Jae, mas como Joon-Geun falou em seguida, não tinha ajudado em nada. Jae-ki já se arrependia de ter falado isso, agora seria zoado eternamente. "Bonita? Aishh... Pior que ela é muito bonita... O que tô pensando? Jiral! Esse assunto já devia ter morrido pra mim!" Mesmo constrangido, prestou atenção ao que os hyungs diziam, no fundo tinha aquela esperança de entender alguma coisa sobre Eun-bi, queria saber se ela gostava do Taemin ou não. Na verdade nem sabia porque queria entender, tinha que deixar aqueles dois se ferrarem juntos. Não era isso que ela queria quando defendeu o cretino loiro?

    Mas Kyun perguntou logo para Jihoo, aos olhos de Jae-ki, o líder era o mais inteligente ali e talvez pudesse dar uma resposta sensata, mas o que veio foi uma pergunta. Todos ficaram meio pensativos, Jae queria realmente saber uma resposta pra sua pergunta, mas já estava envergonhado e como era orgulhoso, jamais admitiria que estava gostando de alguém, por isso respondeu um pouco nervoso:

    Capítulo 2 - Página 8 JxLnwUO

    - Não tô falando que isso aconteceu, eu só tava pensando!  - Parou uns segundos em silêncio e pensativo acabou falando mais - E se fosse uma coisa que ela disse para mim como se tivesse com raiva, uma coisa que falou do iseki... do outro!?

    Jae-ki percebeu que cada vez mais se enrolava e cavava sua própria cova, iria acabar sendo zoado eternamente assim. Tentou mudar de assunto pedindo por uma música, percebeu que seus hyungs estavam com aquele olhar de julgador, então cruzou os braços e disse invocado:

    - Eu já disse, eu não me mato de trabalhar para elas tirarem o que eu não tenho. Não sou um asshole... É só que.... Aigo, eu só pensei em umas coisas, eu devo tá sei lá, com sono...


    Kyung começava a passar a playlist, mas a maioria parecia falar de garotas.

    - Passa... Passa... Passa...  Aishh, esses caras não tem mais criatividade? Essa... Espera...



    Até que parou em uma do DPRL Live, também era sobre garotas, mas dessa vez a letra o interessava, o lembrava de Eun-bi. Jae-ki ficou tão distraído com a letra que nem falou passa dessa vez, mesmo que fosse romântica. Olhou pela janela totalmente fora da realidade imaginando como seria bom se pudesse desenhar o mundo que queria. Seus Hyungs não sabiam, mesmo que estivesse apaixonado, não podia tentar "investir" nela como provavelmente falariam, porque Eun-bi era estranha e difícil de entender, era uma mentirosa ou o que? Além disso, era muito rica, totalmente diferente. A pergunta agora na mente de Jae-ki era, se a bailarina não tivesse sido falsa, ainda assim, seria possível algo entre eles? Mas não era o momento para pensar nisso, Jae-ki repreendeu a si mesmo e fez aquelas perguntas sobre a aliança para Jihoo.

    Pelo que os hyungs falavam, talvez o N3WO era mesmo um hacker. Mas isso não era um crime muito grave? Pensava Jae-ki, porém o líder não disse com clareza o que eram, mas disse que sabia sobre eles. Como um bom cão da matilha, Jae-ki confiaria no seu líder, ao menos tinha sido assim durante mais de um ano e havia dado certo, então porque duvidar agora? Viu o olhar de Jihoo pelo retrovisor a balançou a cabeça para dizer que tinha entendido. Quando estacionaram, Jae-ki foi atrás dos hyungs como costumava fazer, era o mais novo e nunca falava quando tinham que interagir com outras gangues. Ficou observando e olhando para os Hyung conforme via aquela interação, dando apoio com seu olhar marrento de gangue.

    Capítulo 2 - Página 8 5xhFNTf

    Observou os membros da outra gangue, os que apareceram, e viu que eles eram mais bem arrumados, tinham cabelos coloridos e eram mais estilosos. Provavelmente tinham melhores condições financeiras. Jae-ki não gostou disso, porque já estava cansado de Wangjo, não que esses caras fossem os mauricinhos da escola, mas só o fato de o lembrar, já o deixava estressado. Odiava parecer que estavam sendo inferiorizados e esses caras pareciam mesmo se achar. Ele prestou atenção na conversa do líder com eles, mas não estava gostando da marra dos outros. As coisa ficaram mais estranhas quando a mulher de cabelo verde o questionou sobre levar o grupo junto. JiHoo não falou nada, só olhou para eles e seguiu com aqueles dois. O garoto do isqueiro estava começando a ficar irritante para Jae-ki. "Como assim não podemos ver o que vão conversar? Por que JiHoo teria segredos sobre isso com a gente?"

    Jae-ki olhou para os hyungs ali meio que para tentar entender o que estavam pesando, mas é claro que não daria uma de louco, JiHoo tinha deixado claro com aquele olhar que era pra eles ficarem ali de boa. Então Jae ficaria, mas se aproximou de trás do seu amigo, Jong-Suk, e perguntou baixo perto do ouvido dele:

    - Hyung, não entendi, por que não podemos ir?

    Capítulo 2 - Página 8 OQyMeP8
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Sky Qua Dez 27, 2017 6:39 pm

    Até mesmo nos combates mais intensos há pequenos momentos de pausa. Instantes de paz onde o lutador poderia respirar, ouvir os conselhos de seu treinador e se concentrar para continuar sua luta.

    O restante da semana pareceu uma grande pausa para Won.

    Estava receoso que com o retorno de Taemin os conflitos entre ele, Jae-ki e Won continuassem. Mas surpreendentemente ele ignorava os dragões e Eun-Bi.
    Teria desistido? Ou estava escondendo algo? Até mesmo as meninas "do mal" estavam quietas. Parecia uma escola normal.

    Won permaneceu atento a tudo e a sala, mas os dias se passaram rapidamente com normalidade. Professores muito bons mas não tão bizarros como os anteriores.
    Até o gesso começava a incomodar menos conforme se acostumava com ele. Imaginava como ficaria a mobilidade do braço depois de tirar o gesso, mesmo com tanto tempo pela frente que ainda tinha com ele. Não ia deixar aquela situação acabar com seu condicionamento físico, então aproveitava o tempo livre em casa para fazer pequenos exercícios manter a forma.

    Um dos pontos mais positivos nessa semana com certeza tinha sido a amizade forjada diante das dificuldades em serem bolsistas: os dragões eram inseparáveis.

    Cumprimentava seus amigos de outros grupos como Kim e Misoo, mas sem perceber tentava evitar Bo-Mi um pouco...não por medo, como no primeiro dia de aula, mas o ciúmes que sentira aquele dia deixava um gosto meio amargo na boca.
    Não queria se sentir assim, muito menos começar a vê-la com maus olhos por conta do que só ele sentia e percebia, então por instinto se concentrou nas aulas e nos amigos Jae-ki e Kang.

    Funcionou, pelo menos até o fim da semana. Não teria muito tempo para pensar em muitas outras coisas enquanto estivesse trabalhando no café: estava dando seu melhor ali, mesmo que não fosse o suficiente, mas não reclamava ou fazia corpo-mole.
    Aos poucos, a situação parecia que ia melhorar. Quem sabe seus erros poderiam ser revertidos com seu esforço?

    Sentimento que durou pouco. Não achava ruim trabalhar no sábado e no domingo, mas a notícia de que outra pessoa viria trabalhar lhe gelou a espinha.
    Hyosang o tranquilizava afirmando que se provasse seu valor até domingo, manteria o emprego.
    Mas Won estava desconfiado mesmo assim: se iriam já testar um novo funcionário era porque não confiava que Won iria atender a demanda do café e isso era um sinal de que aquele emprego estava em risco.

    "E essa semana estava começando a ir tão bem" ficou preocupado, se tivesse de competir com alguém que entendesse mais de café do que ele...

    Pelo menos não se sentia completamente sozinho ali. Seu amigo Kang estava a poucos passos do café, poderiam almoçar juntos, chorar cada um sobre seu emprego e rir um pouco antes de retornar.

    -Bom trabalho hoje, K-dragon! - se despediu do amigo antes de entrar no café. Estava no horário, pontual.

    Tae-Gyu escreveu:- 7h em ponto. Ninguém pode negar sua pontualidade, Won-Bin - Tae-Gyu comentou dando um meio sorriso.

    Sorriu e fez uma mesura para cumprimentar os dois ali. Se os braços estavam em 50%, as pernas pra chegar rápido estavam em 100%.
    Mas Hyosang mantinha a carranca. Se ela já era séria antes de pisar na bola...

    "Os passos. Meu Deus, é o outro funcionário! Ok Won-bin, não pire, faça uma cara séria e ameaçadora. Mostre quem manda aqui! Não é porque ele vai ter os dois braços que...o que?"

    Seu rival do café era uma garota. Pra piorar tudo uma garota bonita.

    Tilt mental por uns milésimos de segundo.

    "AH! EU TO PERDIDO! É uma garota, os caras vão dar gorjetas pra ela, vão favorecer ela, meu Deus. Eu to perdido!" controlou a si mesmo para não parecer com o rosto desesperado, torcia para convencer com uma expressão de seriedade.

    "Lee Ji-Hyun. O nome da minha rival, minha inimiga mortal do café...mas até que ela é bem bonita...digo, não! Isso é ruim! Ela vai tomar meu emprego

    - Annyeonghaseyo, mannaseo bangabseubnida (Olá, é um prazer conhecê-lo). Eu sou Lee Ji-Hyun e espero que possamos fazer um bom trabalho juntos, Hwang Won-Bin-shi. - Curvou-se e ergueu-se com um meio sorriso no canto dos lábios.

    Olá, prazer conhecê-la também - respondeu com igual formalidade. Não sabia como reagir ali, ainda teria de ensinar as tarefas para ela. Sentia o emprego ameaçado ainda mas...até que não era uma adição ruim a sua rotina de trabalho.

    Acenou positivamente para Hyosang e foi trocar a roupa.

    "Ok Won. Você precisa parecer responsável, um líder, uma boa impressão vale tudo!" - pensava na volta.

    -Ji-Hyun, errr, eu vou te explicar mais ou menos como é o dia a dia... - daria um resumo geral, no seu jeito desengonçado de falar quando estava tímido, mas não iria prejudicar a garota dando uma informação errada ou faltar alguma importante.

    Passaria o dia dividido com suas tarefas e ajudando a garota a entender o serviço e caso ela não soubesse fazer algo.
    Metade do tempo pensava em como devia odiar ela porque ela com certeza encantaria os clientes e era o fim do seu emprego...mas a outra metade olhava pra ela como se tivesse perdido algo no rosto dela, sem que ela notasse.

    "Como eu sou idiota. Eu não devia ter facilitado tanto. Quero ver o que o Kang vai achar, provavelmente vai dizer algo como 'Ih cara, já era hein'"

    Continuou o serviço, esperando que pelo menos seus amigos estivessem tendo um fim de semana mais normal que o dele.

    Capítulo 2 - Página 8 JCPjtiU
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Ailish Qui Dez 28, 2017 12:11 am

    Os momentos no ônibus tomaram dois extremos completamente distintos. Ao mesmo tempo em que os amigos se divertiram e implicaram um com o outro graças aos gostos musicais divergentes, também experimentaram uma melancolia compartilhada, mas raramente dita, como se fosse “assunto proibido”, e de certo modo... era mesmo.

    Quando Kim usava dos argumentos habituais para rebater as músicas clássicas de Sunny, a menina apenas revirava os olhos e ficava fazendo mimimi com os lábios mudos, pois aquela não tratava-se da primeira vez que eles tinham aquela conversa, e óbvio que não seria a última. Subitamente, Kim sentia a NECESSIDADE de mostrar um vídeo e Sunny, embora não soubesse qual, expunha uma cara de paisagem para os risinhos precoces do amigo, pensando...

    “Lá vem...”

    O bico brotou na primeira arranhada da flauta e enquanto Kim já não se aguentava de tanto prender o riso explícito, Sunny o fitava de maneira assustadoramente neutra, não achando a MENOR graça naquela BLASFÊMIA, o que alimentava ainda mais a diversão do orelhudo. Foi desse jeito ao longo de toda a música.

    MÚSICA???

    HÁ.HÁ. HÁ.

    A cara de bunda armou-se instantaneamente.


    Capítulo 2 - Página 8 1440ffda691c972c


    Sem suportar mais, o rapaz começou a gargalhar e aquele foi o gatilho que impulsionou as seguintes atitudes dela: para a sorte de Joo-Hyuk, Sun-Hee tinha unhas curtas, apesar de bem cuidadas, pois aplicou uma sessão de beliscões no braço do amigo, mas sem machucar de verdade, embora doesse um cadinho.

    - NAAAAAHHHHHH, VOCÊ É TÃO BESTAAAAAAA!!!!!!!!!!!!! – decidindo apelar para a verdadeira maldade, ela capturou uma das orelhas e a torceu de levinho – Bobo! Bobo! Booooobo!!! Você me paga, Kim Joo-Hyuk!

    Depois disso, ela cruzou os braços e sustentou o beicinho emburrado, mas no fim, o garoto sabia que Sunny não estava brava.

    Tanto que um sorrisinho discreto se alojou no canto da boca assim que ela encarou a janela.

    A sessão eletrônica reiniciava.

    Independente das caretas e de alguns resmungos, não pediu para que ele trocasse. Resistiu bravamente! Até porque acabou entrando na brincadeira em diversos instantes. Imitava-o na dancinha, o que atraiu alguns olhares curiosos dos outros passageiros. Dois jovens alegres e brincalhões, curtindo o sábado livre.

    O que uma bonita capa não esconde, né?

    Se as pessoas soubessem o que há naqueles sorrisos...

    Nas palhaçadas...

    Nos corações...

    Sunny riu alto das expressões de Kim, precisando cobrir a boca para abafar o som suave e contagiante.

    De repente...

    O cenário alterava-se.

    O toque de Kim no punho, impedindo-a de apelar para a pílula provocou um estranho aperto no âmago de Sun-Hee. Queria se desculpar... Mas seria a mesma coisa que tornar o problema em algo real. E ela não desejava isso... Enquanto os fantasmas e as dores estivessem apenas com ela, tudo ficaria bem.

    Estava bem.

    Até o mundo desabar por causa de...

    Comprimidos?

    [...]

    Apesar do sorvete ter sido lindamente enfeitado com pétalas rosinhas e comestíveis, o vício gritou nos ouvidos de Sunny e ela entregou o de morango ao amigo, confundindo o senhor do carrinho. Era uma cena super fofinha, né? Sunny exibiu uma feiçãozinha meiga e angelical.

    Truque sujo para uma coisinha tão pequena.

    - Okaaaaaay.

    Caminhavam lado a lado, observando a movimentação, o ambiente, as pessoas... Sunny sorria de maneira constante e apontava para alguns stands, revelando interesse nos títulos, porém ainda sem comprar nada. Queria dar uma boa olhada no lugar antes de se decidir. Aparentemente, estava com mais sorte que o amigo, mas o ajudou na busca de HQ’s e apontaria caso visse algo do tipo. Então, implicante como de costume, ele a empurrava na direção dos painéis e, de propósito, pegava as cabeças mais baixas, forçando-a a ficar na ponta dos pés e sair com umas caras escrotas nos bonecos.

    E ela se vingava atingindo o egooooo.

    - Suas orelhas não cabem nesse buraco, Kim, desiste!!! Alá... Só deu uma! Saaaai! Sai daí!!! Tá estragando a foto!

    Enfiiiiiiiiim...

    Encontraram um banco para descansarem as pernas.

    - Chato! – mostrou a língua – Hmmm, vou querer um Kimbap com queijo!

    Enquanto Kim ia pegar os lanches, Sunny ficou encarando o vai e vem de pessoas, meio aérea, pois a mente já entrava num terreno mais... delicado. Ela suspirou baixinho e apoiou o queixo nas mãos, incerta de como iniciar o assunto ou se deveria esperá-lo se sentir confortável para tal.

    Logo, o cheiro dos petiscos atiçaram o estômago de Sunny.

    - Que garoto bonzinho – deu tapinhas na testa dele antes de pegar o seu – Obrigada!

    Um silêncio ganhou espaço entre os dois conforme comiam. Sunny mordiscava ali e depois aqui...

    - Sobrevivemos a nossa primeira semana no WangJo. Isso merece um brinde... – pegou a latinha de soda e a levantou – Ao começo de um ano letivo inteiro!

    Sorriria para ele.

    O sorriso de sempre.

    Após o breve gole no refrigerante, ela respirou fundo.

    - Você não é obrigado a me contar nada, mesmo que eu queira muito saber o que aconteceu entre você e a... Hyemin – a careta era automática já – Não é curiosidade, mas... fiquei preocupada, Kim, sinceramente, porque vejo o quanto esta menina te afeta. E pior do que só mexer... Ela parece... magoá-lo...

    Sunny encolheu os ombros.

    - No dia do ataque, eu... eu notei a forma que você a olhou, mas... – voltou a fitá-lo, bastante séria – também percebi a maneira que ela o encarou, Joo-Hyuk.

    Lentamente colocou a latinha no meio de ambos.

    - Por quê?
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por GodHades Qui Dez 28, 2017 4:46 am

    Depois de se resolver com sua querida prima, Dong passou os dias estudando e jogando, como costuma fazer. Estava mais leve com uma ligeira sensação de "missão cumprida" agora que Hayong havia apreciado e muito o presente. Stella e sua prima... pessoas bem distintas. Jun se mostrava mais difícil de tirar um sorriso genuíno e pela experiencia de Dong com mensagens de celular, aquele sorriso que a garota mostrou repetidas vezes queria dizer só uma coisa: garoto flertante.

    Sim, algumas garotas dão um sorrisinho de canto bem distinto quando estão lendo algo sobre o possivel "crush".

    A questão era o quanto isso realmente incomodava Hee-Kyung.

    Não havia razões para se incomodar...

    Havia?

    Dentre tais estudos... aquela conversa sobre línguas estrangeiras perpetuava em sua cabeça... e rapidamente os dias passam, chegando Sabado.

    Ele não poderia ir a Ópera mesmo este sendo um evento que certamente gostaria de participar...

    Dong não gostava muito quando seus pais se ausentavam, por mais que muitos garotos da sua idade gostassem de ter um casarão daqueles para fazer o que quisesse num fim de semana.

    Sabado, um dia da semana que muitos usam para descansar... mas não este geek Kyung.

    Os raios de sol da janela sem a cortina atingem seu rosto como um soco, fazendo o despertar bem antes do despertador começar seu alvoroço. Ao separar sua roupa, uma camisa azul clara e por cima uma blusa de mangas longas, cinza com zíper na frente e uma calça jeans azul marinho. Dong saiu de sua residencia e o destino seria o belo distrito de Seongbuk-Gu, que mais parecia mesclar as culturas das embaixadas que lá haviam, algo que certamente faria o rapaz exigente com simetrias e perfeccionismo se sentir muito bem, dadas as estruturas dos locais que ele passava.

    Usualmente iria sem o motorista, pegando caronas ou por outro meio, mas dessa vez sua mãe havia sido mais incisiva e o rapaz não pode se esquivar dessa vez do "chofer".
    Dong e ele seguiram quietos pelo caminho, um de olho no celular e o outro de olho na estrada. Aparentemente eles não tinha uma amizade ou confiança, pelo menos não que expressassem.

    Qual era o nome do motorista mesmo? Kyung não se lembraria da ultima vez que escutou isso.

    "O que ele quer dizer com não estude? Esta louco este Ha Neul???" - Pensou enquanto respondia a cada gracinha dada, a maioria com cortadas e passa foras engraçados.

    - Estou indo lá para aprender minhas intenções são nobres! E não é a primeira vez que vou lá, aishh... - Respondeu isso na mensagem.

    Se a mão do cascudo pudesse passar a tela do celular Dong faria ela chegar até a cabeça do amigo. E se HaN estava o aborrecendo com isso certamente era um fato que chegaria aos ouvidos dos outros, em questão de segundos.

    Mesmo dizendo isso suas mãos suavam um pouco, por que isso? Estava nervoso então? É... era a casa de uma garota afinal. Não era algo que um modesto Kyung fizesse com frequência.

    Estudar apenas, era a pauta. Mas ainda assim... era uma linda garota.


    Capítulo 2 - Página 8 HepT8Gr

    "Espera ai como ele sabe que eu usei sabonete especial??!" Olhou para os cantos do carro, para as portas e estofado para ver se haviam alguma câmera.

    Nesse momento o motorista avisa que eles estavam chegando, isso que o garoto já estava atento, olhando ele passar pelos portões. Enquanto estacionava na garagem era a hora de dizer o que faria. - Você está dispensado meu amigo, sei que não queria vir aqui no Sabado, mas sabe como minha mãe é!! - Dizia isso mesmo o homem sendo muito bem pago, por sinal.. mas imaginava que ele tinha família e filhos para ver, amigos, não precisava ficar de baba ou esperando Dong, até por que ele sabia ir para casa sozinho.

    Quando saiu do carro foi até a entrada onde foi recebido pelas proprietárias na porta, usualmente ajeitaria os cabelos um pouco mais antes de ter saído do carro, mas pelo espelho retrovisor viu que o visual estava apresentável. Havia dois detalhes a mais nele, em sua cabeça tinha um bonezinho azul com o logo 'TGS' em branco,
    a marca da companhia dele, e claro num dos ombros a sua mochila cinza escura customizada contendo alguns materiais, caso precise.


    Capítulo 2 - Página 8 TIxhADC

    - Senhora Jun, obrigado por me receber!! Espero não incomoda-la no final de semana... - Curvou de leve o rosto abrindo largo e honesto sorriso. - A quanto tempo, eu estou muito bem, e a senh... - Enquanto falava os olhos começaram a descer para a barriga saliente.

    "Uwwo ela esta gravida? Stella vai ter irmãozinhos?! Ahhh..." As duas veriam os olhinhos castanhos se arregalando por trás das lentes do óculos, como se fosse uma surpresa para Dong, mas não parecia saber o que dizer sobre isso já que raramente ficava na presença de uma gravida, essa seria praticamente sua primeira vez.

    "Minha nossa, a mãe dela é muito linda, da para entender por que a Stella é bonita desse jeito... genética boa." - Outra vez pensamentos, seus olhos brilham, parecendo encantado por elas. Podia se dizer que era uma beleza intimidante a da senhora Jun, e ela ainda toma a dianteira mostrando presença e quem era a fêmea alpha daquela morada.

    Dong se sentia sim, confortável, mas a beleza dela o oprimia!! Ele tossiu de leve, se recompondo.


    Capítulo 2 - Página 8 UY95y7x

    - Stella-shi! Digamos que foi meio silenciosa o motorista e eu ainda estamos tentando reatar nossos laços, uma hora quebramos o gelo.


    Capítulo 2 - Página 8 YK6Mm1n

    Disse num tom de brincadeira. - Mas o seu condomínio é muito legal! Consegui memorizar com sucesso o trajeto, poderei vir mais vezes caso seja convidado he-he. - Kyung estava praticamente se convidando, restava saber a reação das belas moças diante disso, ele ainda estava próximo a mãe de Stella, mostrando-se interessado na protuberância em sua barriga. Seu jeito era simpático e um pouco polido, agindo como uma visita agradável deveria ser. Queria ter trazido um presente ou algo para a dona da casa, mas achou que talvez fosse bajulação demais.


    No mais, com aquele boné Dong estava mais parecendo um dos funcionários, nem parecia que ele era herdeiro, especialmente por seu comportamento.





    Capítulo 2 - Página 8 WRQNRBx






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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Qui Dez 28, 2017 11:37 am

    [NATIONAL THEATER OF KOREA]

    06/01/2019 - Sábado
    8:15 P.M.


    Sunyoung garantiu à Hyemin que ela estava lindíssima - e, nesse caso, não era mera bajulação. A cor do vestido saía totalmente do que era esperado para alguém com o temperamento e gosto doce de Hyemin, mas ao invés de ser um choque negativo, foi uma grata surpresa. O tom do vermelho contrastava sobre a pele branca e imaculada da menina e a guiava para um caminho da maturidade, sem perder aquele ar encantador que ela tinha.

    Numa comparação simples, Hyemin podia se considerar a Branca de Neve - muito embora estivesse mais para Chapeuzinho Vermelho, prestes a entrar no caminho do Lobo Mau.

    Quanto ao comentário sobre Myung-Hee, o sorriso de Sunyoung falhou um pouco. Por um instante, a expressão dela se pareceria muito com a Eun-Joo depois de se decepcionar com Hyun-Hee. A diferença, era que a veterana do 3º ano tinha uma postura mais firme e um olhar mais determinado - não se rebaixava do mesmo modo que Joonie. Mas a frustração era bastante próxima.

    - Seria incrível mesmo. - Disse, finalmente e sorriu para ela com aqueles lábios bem preenchidos e perfeitamente pintados. - O vislumbre do futuro é simplesmente perfeito. Tantas coisas que poderíamos fazer, não é mesmo? Quem sabe até a própria grife em parceria?

    Muitos, muitos sonhos.

    Sunyoung não sabia que seus comentários alimentavam a mente sonhadora e extremamente lúdica de Hyemin. Até porque, as pessoas sabiam que ela era fofa e ingênua, mas não imaginavam o quão ingênua ela conseguia ser.

    Os pensamentos da menina foram interrompidos com o anúncio da chegada da família Wang. O mundo inteiro parou para aquele momento e, vez ou outra, a garota até parecia esquecer como se respirava. Mas verdade fosse dita, Wang MiWoo era uma visão que facilmente conseguiria tirar o ar de uma mulher, ainda mais para aquela que tinha grandes chances de ser sua esposa.

    Uma sorte imensa, não é?

    Hyemin se sentia a mais afortunada do mundo, pois dentro daquele camarote. Não, dentro daquele Teatro cheio de belas moças herdeiras trajando os mais variados estilos e modelos de vestido, era ela quem tinha atenção do homem mais importante do lugar. Pelo menos era assim que a mente dela se guiava.



    Com os olhos fixos nela - apesar da educação de ter cumprimentado todos os outros presentes - MiWoo começou a se aproximar. Os passos faziam um dueto com as batidas do coração dela. O engraçado era que, apesar do peito dela estar acelerado, ele parecia vir em câmera lenta, como num de seus devaneios. Só que dessa vez, não era um sonho! Era bem real!

    Porque em seus sonhos, ela não tinha noção da potência daquele perfume e a presença dele era muito mais marcante, fazendo o MiWoo dos sonhos uma mera caricatura da realidade.

    A surpresa em seu rosto foi um verdadeiro deleite para o homem que esboçou um sorriso no canto dos lábios ao ver que seus galanteios tinham surtido efeito. Hyemin quase suspirava ao chamá-lo de “oppa” e perdia completamente a noção de onde estava - felizmente, os adultos e até mesmo Sunyoung estavam muito ocupados para prestarem atenção nisso - ou só fingiam que não.



    - É apenas a verdade que eu vejo. Você sempre consegue me surpreender, Senhorita Seo.

    Tombou um pouco a cabeça para o lado, analisando a expressão dela. Quando as covinhas surgiram, ele lembrou-se do quão novinha ela era. Isso remetia à sua época do colégio quando conheceu meninas como ela. Muitos pensamentos percorreram por sua mente, mas nenhum era sonhador como o dela.

    MiWoo lembrava-se da própria fase e como tinha gostado daquela época. Hyemin era como um refresco de juventude - apesar dele não ser velho e estar bem longe disso.



    Quem visse de fora, contudo, não tinha nem como imaginar os tipos de pensamentos que os dois tinham. Na verdade, quem olhasse aquela pintura, podia apostar que o casal parecia se dar bem...Quem sabe até se gostarem de verdade.

    Curvou um pouco a cabeça para a frente, como se assim fosse mais fácil ouvir o que ela tinha a dizer e sorriu de novo.

    - Eu também estou feliz em vê-la, Senhorita Seo. - Respondeu igualmente baixinho. - Espero que possamos conversar melhor no intervalo da Ópera. Tomamos um suco, talvez?



    Porque ela não podia beber e ele foi “querido o suficiente” para notar esse detalhe. Deu uma piscadinha gentil e então a mãe dele soou um pouco mais alta.

    - Viemos só para cumprimentá-los, mas já estamos indo para nosso camarote. Desculpe pela intromissão.

    - Que isso, In-Na-shi? Vocês são sempre bem-vindos. - Chun-Ja disse. A mesma pessoa que tinha odiado a proposta de In-Na agora se aliava à mulher para enchê-la de elogios e confiança.

    - Vocês são muito gentis. Vamos nos juntar mais tarde para as fotos, sim? Bom, agora precisamos ir, meu pai está à caminho. Vamos?

    MiWoo meneou positivamente, mas antes deu uma última encarada em Hyemin. Lançou um olhar carinhoso para ela, mas logo se afastou, partindo com todo o respeito e sem nenhum toque indiscreto ou ousado na menina. As mãos dele ficaram bem longe dela em total formalidade.

    Mas quem disse que ele precisava disso para alcançá-la? Bastou alguns olhares e palavras para tal.

    Logo eles começaram a se retirar do camarote e deixar os Han e os Seo à vontade de novo.

    [...]

    Chaeyoung apenas deu um brevíssimo sorriso no canto dos lábios, achando uma graça irônica daquele comentário de Hyun sobre ir até o camarote dela para falar com Jong-In. Diferente do que Hyun pensava, a garota não tinha visto o ato dele como proteção ou coisa do tipo.

    Na mente dela, ele tinha apenas ignorado a presença dela, fosse por vergonha ou algum motivo semelhante.



    Meneou positivamente - só duas leves mexidas - quando ouviu sobre “Joonie” e a joaninha de seu peito ficou mais pesada do que o normal. O sorriso se foi assim como a paciência dela. Pediu licença a ao pai, reverenciou o avô de Hyun e o próprio antes de dar as costas e partir.

    No caminho, pegou uma taça com suco rosado, mas logo continuou passando. Atravessou boa parte do salão, se misturando às pessoas e, provavelmente, sendo vista pelos conhecidos do 2º ano. O ultimo grupo pelo qual ela passou, foi um que tirava foto: um garoto que tirava foto de três meninas com o celular - nem teve tempo de olhar de relance porque estava com o foco na porta.

    Mal tinha atravessado a porta e foi surpreendida com aquele toque.

    - !!!



    Levou um susto porque estava se concentrando demais naquela tarefa de sair do salão e não imaginava que tinha deixado algo para trás. O suco caiu um pouco da taça, manchando o carpete do chão. Levou a propria mão que segurava a taça até os lábios enquanto ainda era segurada pelo braço.

    Franziu as sobrancelhas, olhando para Hyun e quando estava prestes a fazer forças para se soltar, ele mesmo fez esse valor. Chae umedeceu os lábios, ajeitando-se e o mediu com os olhos também.

    - Por que eu deveria dar “Oi” para você? - Perguntou num tom cortante. - Não viu seus amigos por aí? Eles estão bem lá dentro. Você não precisa falar comigo porque não estará sozinho.

    Deu um sorriso forçado e triste. Até que engoliu em seco, olhando para o próprio broche prendendo sua echarpe. Estava sim muito bonita nela, porque combinava com ela. Mas agora quando olhava para ele, não sabia porque o estava usando. Talvez, no fundo, tivesse usado apenas para atraí-lo.

    E o que?

    Sentiu-se ridícula por isso.

    - Eu não acho. - Disse, de repente. - Na verdade, foi bom você ter me lembrado. Eu trouxe para devolver… - Com a mão livre, retirou o broche e colocou no bolso do blazer dele. - Dê para sua demandante Joonie antes que ela me ataque e rasgue meu vestido.



    Praticamente rosnou e virou a cara, olhando para o caminho que pretendia fazer e se livrar dele.

    [...]

    MiSoo não foi a única a ser surpreendida com aquele comentário de Gyu-Sik, mas era a única que importava aos olhos dele naquele momento. O garoto também ficou constrangido depois de perceber que deixou o pensamento sair alto. Bo-Mi e Ji-Eun foram incapazes de fazer qualquer ruído que fosse, apesar de acompanharem atentamente aquela cena.

    Gyu-Sik ficou sem saber como reagir muito menos quando viu aquele sorriso de MiSoo. Sua expressão ficou um pouco mais tensa e as bochechas brancas logo começaram a ganhar uma coloração vermelha. Levou a mão fechada até os lábios, tossindo um pouco para disfarçar e tentar reformular sua frase. Não adiantava mais dizer que era mentira, até porque seria impossível conseguir dizer algo além de “linda”, “você está lindissima, MiSoo”, “você sempre foi linda…?”



    Aish.

    Pigarreou e começou a falar de novo, mas ela logo abaixou a cabeça e não viu a última tentativa interrompida dele.

    Aquela cena estava muito fofinha para os olhos de Bo-Mi e Ji-Eun, mas ela, infelizmente, foi interrompida por conta da chegada de alguém jamais esperado. Até mesmo Gyu-Sik ficou sem saber o que dizer ou fazer diante da chegada dela. Nem sabia que ela ia!

    Sooyeon foi simpática mesmo percebendo o silêncio constrangedor que se seguiu ali.

    - Uwa, nós estudamos juntas há dois anos. - Comentou, sorrindo para elas. O “muito prazer” tinha sido para a prima de MiSoo.



    - Sim, eu me lembro, hehe. - Bo-Mi fez uma caretinha com o nariz, mas não sorria mais e continuava agarrada à MiSoo.



    - Vocês mudaram bastante. Estão muito bem!



    O olhar dela focou-se em MiSoo - e para alguém acostumado a sempre sofrer com olhares perversos, era um pouco dificil saber se era um olhar genuinamente bondoso ou mascarado de crítica. A insegurança começaria a bater de novo e, quando olhasse para Gyu-Sik, veria que ele estava um pouco mais sério e com as sobrancelhas franzidas, sem conseguir encarar o trio dela.

    Houve um silêncio desconfortável entre os amigos e Sooyeon virou-se para Gyu de novo, mas MiSoo falou de Eun-Bi.

    - Ah, que pena… - Bo-Mi respondeu meio que no automatico porque queria muito esganar a menina na frente. Mas ao ver as tentativas da amiga, forçou um sorriso e meneou positivamente. - Vamos sim! Ótima ideia.

    Antes que ela mandasse Sooyeon tirar a foto do grupo deles, Gyu-Sik virou-se.

    - Eu bato a foto… - Estendeu a mão para pegar o celular.

    - Não, Oppa...pede pra ela tirar.

    - Não gosto de fotos, não sou fotogênico. - Resmungou meio aborrecido e pegou o celular de MiSoo.

    Ji-Eun deu um suspiro e ajeitou o cabelo e o vestido de MiSoo, deixando-a bem no meio. Sooyeon nem se atreveu a se meter na foto. Talvez o incômodo dela só fosse aumentando, porque do ângulo em que estava, ela veria Gyu-Sik de frente para ela, com a câmera do celular virada. Sooyeon estava ao lado dele, vendo a foto e dando um sorriso gentil, como se aprovasse a imagem.



    Gyu-Sik piscou uma vez para a tela e voltou o olhar para MiSoo por alguns segundos antes de olhar para o celular de novo.

    Bo-Mi estava ao lado dela e forçou um sorriso, mas assim como Ji-Eun, tentava exibir MiSoo.

    Já a visão de Gyu-Sik era de MiSoo no centro - ele estava ignorando a prima dela a própria irmã, mas não as excluía da foto. Via o rostinho de MiSoo através da câmera, mas ele sempre parecia melhor pessoalmente, por isso a encarou. Engoliu em seco e bateu umas quatro fotos - três sem flash, uma com flash.

    Bo-Mi gritou na do flash.

    - PRAGA! - Bateu o pé no chão, mas logo tapou a boca.- Eu já sou BRANCA! Estou de BRANCO! VOCÊ QUER QUE EU SUMA DA FOTO?!



    - Aishh...Para de reclamar e vê a foto. Mas foi culpa sua, teve uma que você não tava olhando pra câmera.

    Ji-Eun e Sooyeon acabaram rindo da cena.

    - Porque eu me distraí… - Comentou.

    - Com o que?

    - Com o espirito que passou atrás de você.

    Sooyeon arregalou os olhos e Gyu fez uma cara de “que?”



    - Menina, você viu? - Olhou para MiSoo - Acho que o “ketchup” virou “principe” de novo. Ele estava correndo para lá atrás de uma garota. Babado…

    Gyu não entendia nada do que elas diziam, só revirando os olhos. Sooyeon aproveitou esse momento que Bo-Mi distraía MiSoo e virou-se para falar com o garoto.

    Luxi
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    Capítulo 2 - Página 8 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Qui Dez 28, 2017 4:26 pm

    Ter uma grife em parceria com Han Sunyoung seria um devaneio constante durante as aulas nos dias da semana seguinte, principalmente os encontros familiares. A garota não entendia perfeitamente que talvez Wang Myung-Hee estivesse tão interessado na menina quanto Park Hyun Hee estava em Eunjoo, mas acima de tudo apreciava muito o apoio da garota, que fazia sentir-se mais segura, como uma unnie inspiradora deveria fazer.

    A chegada de MiWoo mudou tudo e ela sonhava acordada, nesse caso quase literalmente, pois tudo que o rapaz fazia estava condizente e até superava os seus sonhos mais loucos, principalmente porque as sensações da realidade eram inebriantes. Tinha até vergonha da imagem de príncipe que tinha criado dele, pois seu noivo era muito mais homem, sexy, confiante e magnético do que qualquer principezinho bobo que ela tinha imaginado.

    Ele dizia novamente que ela o surpreendia, e a garota começava a pensar que talvez tivesse o mesmo efeito nele. Claro, não era tão tonta de imaginar que ela inspirava metade das sensações que causava nela, mas talvez isso significasse que ela estava muito mais bonita do que se esperaria da última vez que se encontraram, que tinha sido de uniforme, rosa e bobona. Talvez ele começasse a pensar nela como uma noiva mesmo e sentir que os dois tinham uma conexão. Lentamente poderia começar a se apaixonar por ela, talvez agora mesmo estivesse sentindo carinho por ela. Talvez estivesse feliz, de certa forma, pela escolha que seus pais fizeram de uni-lo aos Seo, e não qualquer outra família.

    Era difícil respirar direito quando ele falava, mas o pior mesmo foi quando ele curvou a cabeça. Era como se ele tivesse um fio imaginário que controlava seu rosto como o de uma marionete. Os olhos da menina brilharam ainda mais e ela instintivamente ergueu um pouco o rosto, prendendo na respiração aquele perfume incrivelmente marcante que a fazia ter certeza de que poderia desmaiar a qualquer momento e descobrir que esteve sonhando esse tempo todo.

    Tinha dificuldade em saber para que parte do rosto dele  olhar, percorrendo por vários cantinhos. Por mais que estivessem apenas alguns centímetros mais próximos, aquela imagem ficaria gravada em sua mente para fantasiar sobre muito mais momentos juntos. Sua voz saiu baixa, só para ela, como uma confidência, um papo de casal de verdade. Agora ela também sabia como era a voz dele quando falava baixinho e sua mente insana já fazia declarações com ela. Suspirou lentamente, expirando aquele ar trêmulo de nervosismo. Ele estava feliz em vê-la também!! Ah, como não se arrependia de ter falado aquilo!!! Ser um pouco mais corajosa e “mulher” só estava dando bons frutos!

    “Senhorita Seo” soava tão bem em seus ouvidos que ela queria gravar no celular e colocar de despertador. “Bom dia, senhorita Seo, está na hora da sua aula” “Senhorita Seo, como você está linda. Você sempre me surpreende, mesmo agora que estamos casados” “Senhorita Seo, saranghae. “ “Senhorita Seo, há quanto tempo não te chamo assim, Minah?” “Senhorita Seo, preparei café para nós… “ Agora a imagem daquele homem curvando o rosto mais próximo para lhe dar um beijo no rosto a fez abaixar a cabeça, abobalhada e acordou do devaneio. Deu mais um sorriso tímido de covinhas juvenis, muito feliz com a forma gentil que ele tinha respondido à sua falta de confiança. Conforme ele lhe demonstrava gentileza, ela começava a se soltar um pouco em pequenos gestos e achar que não precisava posar como uma mulher tão adulta assim, embora ainda quisesse continuar se esforçando para tal, o corpo naturalmente ia ficando menos tenso.

    Afinal, por que se preocupar tanto? Ele até lembrava-se que ela não podia beber e não parecia se importar com isso! Wang MiWoo era incrivelmente gentil e estava fazendo com que ela começasse a se sentir confortável. Achava que, talvez por ser mais velho, soubesse muito bem que tudo era muito novo para ela e ele deveria conduzi-la naqueles pequenos encontros. Talvez seu oppa fosse amável a esse ponto, então ela poderia confiar nele e permitir que ele conduzisse as situações que a deixavam tão apavorada, ainda que ansiosa. Pensar nisso a fez sentir-se mais tranquila e muito feliz. Seu noivo era muito carinhoso.  A mão soltou o braço, relaxando um pouco mais e então ergueu o rosto.

    - Eu.. claro… claro! - Não precisava ter medo… eram noivos afinal. Ele sabia disso. Não era como se estivesse se declarando para um estranho. Já era certo que ficariam juntos.  Conseguiu encontrar seus olhos, obviamente encantada, mas dessa vez soou um pouco mais natural e animada.   - Seria ótimo! Como quiser, oppa - sorriu, esperançosa e dessa vez não teve medo de chamá-lo assim, apenas orgulho de si mesma e felicidade por ser tão bem tratada.

    Com a piscadinha, inclinou um pouquinho o rosto para  o lado, dando um sorriso bobo até seus olhos virarem dois risquinhos (^^), que sumiram quando a sogra falou mais alto. O cenário onde não havia mais nenhuma pessoa naquele lugar sumiu e ela se deu conta de onde estava, com quem estava e por quê. Seu rostinho murchou um pouco, queria ficar mais tempo com o oppa agora que estavam se dando bem! Fotos? Que fotos? Fotos com o oppa? Queria. MiWoo lançou um último olhar para ela, recuperando automaticamente sua expressão apaixonada. Ele tinha sido adorável de despedir-se dela!!! Ela ficou com o rosto inclinado para o lado e aquele sorrisinho bobo eterno olhando para a entrada até muito depois que eles tinham ido embora.


    (de novo!)

    A menina só acordou quando alguém falou com ela, e então voltou para seu lugar, ainda não recuperada. Abriu a bolsa para sacar seu telefone e escreveu no grupo de amigas.

    “Hoje é o dia mais feliz da minha vida.
    Que fique registrado isso.
    Eu amo muito muito muito muito meu oppa
    Ele é tão gentil
    Amoroso
    Querido
    Meninaaaaaaas, ele foi tão lindo comigoooo
    Eu acho que vou desmaiar. Estou tão nervosa até agora que me da vontade de chorar.
    NANA muito obrigada
    O vestido deu tão certo.
    Ele disse que se surpreendeu comigo
    Eu estou tão feliz
    Tão feliz!!!
    Eu to mais feliz do que quando soube do Frozen 2.
    Aaaaiii meninasssssss
    Eu podia morar aqui e ouvi-lo falando “Senhorita Seo” o resto da vida.
    Eu sou a pessoa mais feliz do mundoooooooooo”


    Ela mandou dezenas de emoji de unicórnios, então fechou a tela após algumas respostas, finalmente recuperando-se de seu sonho. Olhou Sunyoung e soltou um suspiro.

    - Unnie…  existe alguém mais sortudo do que eu nesse país?   - encostou o rosto da cadeira, com um sorriso bobo e olhou para o lado, em direção ao camarote dos Wang, só desviando quando eles chegassem, então fingiria que não estava obsessivamente querendo olhar naquela direção.

    Até que aquela ópera não seria tão horrorosa assim.


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