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    Capítulo 2

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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Qui Dez 28, 2017 4:43 pm

    [WON-BIN]

    06/04/2019 - Sábado
    7:00 A.M - 11:45 A.M. - 1 P.M.


    A ordem de Hyosang podia ser considerada quase cruel. Sim, a mulher já tinha percebido que Won-Bin andava pisando em ovos e bastante tenso com sua situação no café, como se a qualquer momento ela fosse surgir o mandando embora. Ordenar que ele ajudasse e ensinasse a provável rival dele era quase que uma vingança pessoal.

    Claro que ela não fazia parecer dessa forma, pois todos ali tinham que visar pelo lado profissional, certo? Mas Tae-Gyu a encarou de banda, reconhecendo naquelas piscadinhas angelicais o verdadeiro capeta que habitava aquele espírito.

    Saiu do salão, permitindo que os dois jovens ficassem ali sob supervisão de Taegyu.

    Lee Ji-Hyun sorriu diante da apresentação dele e o reverenciou de novo, fazendo um “fighting” com os punhos fechados logo em seguida.

    - Prometo que vou aprender tudo! - Disse bastante animada e, para desespero de Won, aproximou-se dele.



    Os olhinhos puxados estavam bastante atentos a todas as instruções dele. Levou o dedo até a boca, às vezes, ponderando sobre algumas dicas, mas, de modo geral, ela meneava positivamente. Era uma menina bondosa e cheia de energia. Podia passar a impressão que era ingênua, mas pelo modo que atendeu os clientes, mostrou que tinha muito jogo de cintura sim.

    Às vezes as pessoas se enganavam com expressões doces.

    Enfim, a manhã foi bem agitada, com uma grande transição de clientes pelo salão. Não tiveram muito tempo de conversarem ou se conhecerem melhor, mas nas vezes em que Won-Bin a encarou, podia ver uma pessoa eficiente ali. Quais histórias será que ela carregava? Será que ela roubaria seu emprego mesmo? Ela era tão bonitinha e carismática...Sabia falar com as pessoas. E parecia forte também, porque equilibrou bandejas pesadas até. E, mesmo assim, não tirava o sorriso.

    Era quase hipnotizante encará-la tanto.

    Quando deu 11:45 A.M, Hyosang pediu para que a menina passasse um pano pelo salão, aproveitando que o ritmo tinha diminuído, porque no almoço, o fluxo aumentaria de novo. Enquanto isso, Won passaria pano nas mesas.

    A menina estava terminando de passar o pano quando a porta foi aberta e duas elegantes mulheres entraram. Pareciam bem apressadas e se vestiam de modo glamouroso - uma era mais séria e usava tons mais sóbrios, a outra parecia um pouco mais estilosa e extravagante. A mais séria lembrava alguém que ele não conseguiu associar de início, pelo menos não com os óculos escuros que ela usava.


    (Estilosa)


    (Séria)


    Elas entraram sem nem olharem para eles, seguindo direto até o balcão. Tae-Gyu sorriu para elas, pois as conhecia e elas pediram o de sempre.

    - Um chá verde.

    - Um suco de frutas vermelhas.

    Tae-Gyu foi servir.

    - Então, essa correria toda, isso é tudo o que eu vou conseguir comer até a hora do evento. - A mais vaidosa falou.

    - Imagino que sim. Ainda tenho que preparar algumas coisas para amanhã. - A mais séria falou. - Esses encontros que meu marido faz, às vezes me tiram do sério, viu? Enfim. Obrigada, Tae-Gyu. - Pegaram as bebidas e se viraram para irem embora.

    - E que horas vocês vão chegar?

    - Não sei, depende do meu cunhado também. Agora são melhores amigos, né? Tsss

    Os saltos finos e sujos pisaram por onde ainda estava um pouco molhado e foi machando tudo. Mas elas nem ao menos falaram nada, nem olharam para a menina. Inclusive, a mais séria que usava óculos, abaixou os óculos, vendo o chão sujo e meneou negativamente, como se fosse culpa da garota não ter limpado direito e não dela, por ter pisado.

    Lee Ji-Hyun ficou um pouco confusa, mas as mulheres saindo reclamando justamente dela enquanto seguiam rumo aos seus compromissos. A menina franziu um pouco as sobrancelhas, mas engoliu aquilo e voltou a se preocupar com o chão.



    Talvez ela ainda não estivesse acostumada às pessoas que viviam ali. Won-Bin ainda não tinha visto aquelas duas mulheres, mas já vivenciara o suficiente para saber como eles podiam ser irritantes quando queriam pisar em alguém. Podia tentar confortá-la ou falar algo legal ou simplesmente terminar de limpar as mesas. O almoço dele seria às 1 P.M, horário que tinha combinado com Kang.

    O amigo o esperaria na “pracinha central” do condomínio para que saíssem dali juntos.


    [DONG]

    06/04/2019 - Sábado
    12:00 P.M.
    Dong não iria à Ópera porque os pais estariam ausentes naquele fim de semana e a mãe não o queria sozinho na presença dos tios. Logo ele também descobriria que Hayoung não iria, somente os pais dela. E a menina bem que andava falando da Ópera toda animada, apenas para ser impedida de ir.

    A mãe dele queria evitar certos constrangimentos para o filho, mas prometeu que o levaria à Broadway, num fim de semana desses para que ele assistir ao espetáculo que quisesse. Essa era a forma dela de tentar amenizar esse “mal” que havia feito.

    De todo modo, o sábado dele não estava nem um pouco perdido. Afinal, tinha combinado de passar boa parte do dia - no caso, a tarde - na casa de Stella. O menino sempre seria bem-vindo à residência Jun, pois os pais já eram amigos e era ótimo ver que os filhos também seguiam essa mesma amizade, sem que precisassem forçar nada.

    Não seria a primeira visita dele, mas seria a primeira vez que iria sem seus pais. Então, a sensação podia ser um pouco diferente.

    O motorista era conhecido como Sr. Chan. Dong demorava a decorar o nome dele porque sempre estava dispensando o homem de seus serviços exclusivos, então, ainda tinham um longo trajeto para construírem. Mas o Sr. Chan sempre era muito solícito, educado e atendia às demandas de seu patrãozinho -a quem, mesmo sem intimidade, possuía grande consideração.

    No grupo do aplicativo, Dong sofreria com os mil memes que HaN mandaria para ele a respeito de relacionamentos. Era uma cantada pior do que a outra e o amigo falava coisas como “vai treinando”, “leva bala!”. Ignorou completamente o comentário dele sobre chegar lá apenas para estudar e o perturbaria muito mais no domingo, provavelmente.

    Quando chegaram até a Residência Jun, o Sr. Chan abriu a porta para Dong e ouviu as ordens dele. Reverenciou e disse.

    - Com todo o respeito, Patrãozinho, eu agradeço por sua consideração, mas vossa mãe me deu ordens expressas para que ficasse à vossa disposição. Eu ficarei bem. Não hesite em me chamar.

    Reverenciou uma vez mais e seguiu até a sala dos criados - ele já conhecia algumas pessoas dali pelas vezes que levou a família Dong até lá ou o contrário também, as vezes que a família Jun os visitou e ele conversou com o motorista. Tinham combinado um carteado, inclusive.

    Já Dong, logo seria recepcionado pelas duas mulheres da casa - o pai estava em plantão na Promotoria.

    Ellen Jun abriu ainda mais o sorriso com a forma que ele chegou e meneou negativamente.

    - Ah, querido! Não é nenhum incômodo receber uma visita tão especial! Sinta-se à vontade aqui, viu? - Dava espaço para que ele se aproximasse e riu da cara dele. - Estamos bem! Cresceu bastante desde o mês passado, né? Já são sete meses, Stella vai ganhar um irmãzinho.



    Stella deu um sorrisinho com o comentário. Estava feliz, mas não podia dizer que estava super animada com aquilo. A menina quebrou um pouco o silêncio pelo modo que Dong ficava admirando sua mãe e perguntou como tinha sido a viagem. As duas deram uma risada.

    - Normal, não é? Você faz parecer que não gosta da companhia dele, já pensou nisso? - Fez uma cara de “reflitão”.

    - Que absurdo, Stella! O Dong não gostar de alguém? Tsss…

    O comentário sobre o condomínio trouxe outro sorriso.

    - Ah, mas com certeza!- Ellen falou e apoiou as mãos nos ombros dele. - Agora entre! Você está com fome? Quer almoçar já?

    - É bom que esteja com fome...Mamãe preparou um banquete só para você.



    - Sim, pedi para que fizessem Kimchi porque sei que você gosta, mas também tem bulgogi e uma comida canadense, mas não sei se você vai gostar. Poutine, conhece?

    Pela cara que ele faria, Stella já daria uma risada.

    - Ah, esse fui eu que fiz mesmo porque...tem gosto de casa. É batata frita e coalhada de queijo cheddar, mas eu também boto carne. Se quiser provar, tem o suficiente para um batalhão.

    Stella concordava enquanto eles entravam em casa. A casa de Stella era bem grande e tinha tons claros e brancos, numa mistura minimalista e ocidental também. Seria um frescor aos olhos do menino tão perfeccionista, mas não deixava de ser um ambiente acolhedor.



    - É, se você estiver com fome, podemos ir agora e depois vamos lá para a outra sala estudar. - Stella falou. - Isso se aguentar ficar acordado e não apagar. - Disse brincando.



    Quando passou por uma mesinha, ela pegou o celular dela, vendo se tinha alguma novidade, mas não se demorou ou sorriu para o celular.

    [SUN-HEE]

    06/04/2019 - Sábado
    2:30 P.M.


    Kim e Sunny tiveram um bom momento até ali. Mesmo que o os dois tenham feito palhaçadas e muitas implicâncias no ônibus, puderam aproveitar bastante o caminho com risadas que davam inveja a casais. Lá na galeria, eles também se divertiam bastante, principalmente com as fotos.

    Enquanto Sunny falava das orelhas de Kim, Kim zoava a altura dela. Dizia, dentre outras coisas que…

    - Posso fazer plastica na orelha, mas como você vai botar implante pra crescer? Vai, eu te dou pezinho para tirar foto.

    E já se encolhia para fugir dos tapas ou beliscões. Aquilo doía! Sunny era um monstro em miniatura!

    Brincadeiras à parte, os dois conseguiram sossegar um pouco e foram comer. Enquanto ele se levantava para comprar a comida deles, ele olhou com uma cara feia ao ouvir que teria queijo no Kimpab dela. Que tipo de insanidade era essa?! Porém, ele logo viu que o sorvete estava tendo retorno ali, porque olha quem ia pagar o almoço: ELE!

    - Sacana…

    Disse entre os dentes enquanto pedia tudo. Seu prato foi um espetinho coreano - feito de soja e frango, com especiarias - e um molho gochujang bem picante para acompanhar. Voltou com a comida e as bebidas, sentando-se de frente para ela na mesinha redonda.

    - Sou uma ótima influência. - Disse de modo orgulhoso enquanto via os cinco espetinhos só dele. Pegou o primeiro e começou a colocar um pouco de sal no corpo e acalmar o estômago faminto.

    Mastigava de um jeito bonitinho e mexia as sobrancelhas antes de ajeitar os óculos dele. Só engasgou quando ela falou de WangJo. Nesse momento, fez uma careta, mas merecia um brinde mesmo. Pegou o leite de banana dele para cortar a picância de pimenta do molho e brindou com ela.

    - Primeira semana e já me sinto morto. O ritmo deles é insano, não é? Imagina semana que vem com os clubes. - Suspirou, meio cansado só de pensar.

    Meneou negativamente e voltou a atenção para seus espetinhos, sem se deixar enganar por aquele sorrisinho que ela carregava. Parou com o espetinho à caminho da boca, mas seu estômago embrulhou de repente e ele colocou no prato de novo. Pegou um guardanapo, limpando a boca e ponderando.



    Achava graça como ela agia: “você não é obrigado a me falar, mas...POR QUE?!”.

    Kim revirou um pouco os olhos e deu uma risadinha meio cínica com o próprio pensamento.



    - Eu não sou obrigado a contar, mas você não vai parar até que eu diga, não é? - Ele ficava mais incisivo quando era cutucado com vara curta. Kim podia ter aquela cara de bonzinho, legal, mas não gostava de ser provocado e Sunny tinha cutucado em feridas que não cicatrizavam. - Tudo bem. Mas você vai ter que me dizer algumas coisas também…

    Pegou o leite dele, dando um gole e a encarou seriamente.



    - Por que o principe te afeta tanto também? Fiquei sinceramente preocupado com a forma que você finge não olhar para ele… - Usou quase o mesmo discurso que ela. - E também achei bem curioso como, no dia do ataque, ele se preocupou em oferecer o carro dele para você e depois não falou mais nada…

    Passou a mão no queixo.

    - Oh sim, porque talvez, no dia seguinte, eu o tenha visto de papinho justamente com a Hyemin e ele ficou bicudo porque você me abraçou. Você se apaixonou por um galanteador, Sunny? Dentre todos os homens desse mundão enorme, você teve que escolher logo o conquistador?

    Falou meio irritadinho, com ciúmes….mas de quem, afinal? Até porque depois teve a história de que Jung-Mi era namorado de MiSoo.

    - Se você me explicar o que acontece aí, eu explico o que acontece aqui. Que tal? - Quase um desafio porque Sunny também não gostava de se abrir assim.

    [JAE-KI]

    06/04/2019 - Sábado
    9:50 P.M.


    Talvez fosse um pouco estranho para Jae se ver em algo mais diplomático e não briguento. Ji-Hoo tinha garantido que não estavam ali para brigar e sim conversarem, para trocarem favores. Quem sabe aquela aliança não se tornasse permanente e eles juntassem os dois grupos? O líder tinha algumas ideias porque sempre acabava pensando alguns passos à frente.

    Mas nem tudo era compartilhado com os meninos.

    Parte porque não queria colocá-los em perigos - no caso de dar merda, arrebentar só para o lado dele e não daqueles garotos - e em partes porque havia muito dele que não foi dito. Obvio que os meninos já tinham se questionado algumas vezes, mas Ji-Hoo nunca deu brecha para que duvidassem de suas intenções.

    Jong-Ku ajeitou sua toca enquanto via o líder se retirando com aqueles dois. Franziu um pouco as sobrancelhas, mas olhou para Jae diante da pergunta.

    - O Ji-Hoo nunca conta tudo pra gente, né? Deve ser algo que é melhor a gente não saber.

    Respondeu meio baixo, mas o garoto de cabelo azul que trazia um isqueiro, deu uma risada meio “heh…” num tom de deboche. Dos quatro que estavam ali, ele e a menina de cabelo branco eram os mais mal-encarados - o outro menino de traços femininos e o ruivinho pareciam só calados demais. Mas o de cabelo azul era, sem dúvidas, a pólvora - ou o fogo - dali.

    - Que pergunta tola… - Acendeu e fechou o isqueiro, curtindo o som do peso do metal.



    - Kai... - O ruivinho falou. Tinha uma voz grossa para alguém tão magrelo - Não começa.



    - Começar o que? Noona disse que não mordíamos, não que não falávamos… - Sorriu ainda com a cara de maluquinho.



    O ruivinho revirou os olhos.

    O outro menino loiro e de traços femininos, começou a mexer no bolso de sua jaqueta e retirou um pacote de pepero slim de lá. Olhou para o grupo adversário e ofereceu.

    - Querem? - Perguntou de boa enquanto pegava um palitinho e comia ele mesmo.



    - Quantos pegou dessa vez, hein Dan? - Kai perguntou, olhando meio incrédulo para aquela cara de tranquilidade do outro.



    - Uns 10… - Dan respondeu com um palitinho na boca. - Só precisei fazer uma cara de inocente e pegar os de trás. Claro que vou ficar umas 2 semanas sem pisar lá, mas...Vão querer ou não?



    A garota pegou um palitinho e Kai repetiu o gesto. De início, nenhum dos meninos de Ji-Hoo se mexiam. Então, novamente, Kai de cabelo azul riu deles.

    - Que desfeita. Vocês são sempre caladões assim ou só estão com medo?



    Jong-Ku já botou a mão no ombro de Jae enquanto JR segurava Joon-Geun. Os mais novos sempre eram os mais esquentados mesmo. O menino ruivo também não pegou o pepeto furtado, mantendo os braços cruzados e encarando o grupo meio emburradinho, mas nada hostil ou provocante. Só estava ali esperando o fim da conversa mesmo.
    Luxi
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Qui Dez 28, 2017 5:52 pm

    Hyun Hee não entendia aquela atitude da garota. Não achava, de verdade, que tinha sido ele o causador daquela fúria, achando que era sua personalidade ser estressadinha, já que a conhecia há muito pouco tempo, podendo no máximo associar aquilo com sua brincadeirinha de não conhecê-la na frente do avô e sua tentativa de jogar uma cantada mais rebuscada.

    Não estava em seus planos que ela deixasse a conversa daquele jeito, então saiu atrás dela feito um furacão, ignorando até mesmo o fato de que fazer isso atraía atenção de outras pessoas. Impulsivo, mal viu ou pensou na taça na mão dela e tudo que fez foi dar um passo para trás, esquivando do líquido que caía no tapete, enquanto a mão segurava firme o pulso dela.

    - O quê? Do que você está falando? - franziu a testa. - Sim eles estão lá, e daí? - estava genuinamente confuso, apenas recebendo aquelas palavras como cortadas gratuitas. Alguma coisa apitava o “perigo” daquela discussão, mas ele simplesmente não conseguia entender por que ela estava tão brava e o que ele tinha feito naquele instante de chegar na Ópera e ir atrás dela. Nem tinha falado com seus amigos hoje!

    Quando sua voz suavizou por causa do elogio, de repente a menina lhe bombardeava com aquele tom indignado. Nada daquilo era levado muito a sério até que ela tirou a joaninha de sua roupa.

    - Oi? Me devolver?


    Agora sim aquela conversa tinha chegado em um ponto que ele não podia esperar. Por que diabos ela estava devolvendo o broche depois de ter ficado tão feliz em recebê-lo? Não tinha gostado do elogio? Tinha sido grosseiro? Mas nem tinha soltado uma cantada chula! Isso era extremamente injusto e quando sentiu o broche cair em seu bolso, foi como acender uma pólvora.

    - Que porra é essa?   - quase cuspiu em fúria, franzindo a testa mais.

    Naquele momento em que a ex foi mencionada, ele entendeu um pouco, só um pouco, do que a menina sentia. Reconheceu que ela estava com ciúmes por causa de sua provocação em relação à ex namorada, mas precisava agir daquele jeito? Achava extremamente desproporcional aquele tratamento quando estava efetivamente tentando agradá-la em vários momentos e agora só estava brincando de uma maneira que ela até estava acostumada! Ela já tinha até respondido com bom humor e sarcasmo das últimas vezes, então por que agora…?

    Quando ela tentou lhe dar as costas mais uma vez, a bomba mental explodiu, então ele avançou e a puxou para perto bruscamente, quase encostando o corpo no dela.

    -  Vamos parar com a palhaçada? Eu comprei essa merda pra você. E você tinha ficado feliz. Agora tá me devolvendo por quê? Por causa de uma brincadeira? Você viu o que eu fiz com ela. A escola inteira sabe que essa garota não quer me ver pintado de ouro… por que você levou isso a sério?Aliás… por que isso te incomoda tanto? -  inclinou o rosto para o lado, apertando os olhos. - Por acaso nós temos um relacionamento? Por acaso eu sou alguma coisa sua? - rosnou para ela, cheio de raiva. Algo dentro dele gritava que aquilo era a coisa errada de se dizer, mas ele simplesmente não aceitava a menina agindo daquele jeito, quando, na mente dele, ele estava fazendo de tudo para protegê-la e a tinha no pódio de sua atenção   - Não é como se eu gostasse de você. Então não fique agindo tão cheia de si. - bufou, virando o rosto bruscamente, falando aquilo por falar, sem conseguir olhá-la no rosto naquele momento, então de repente a encarou de novo, meteu a mão no blazer e forçou a joaninha na mão que ele segurava. - Aisshhh. Quer saber? Eu queria te visitar no intervalo. Mas agora esquece. E se você não quer mais o meu presente, então vai lá e joga fora você mesma! É seu. - ele soltou a mão dela bruscamente, irritado, incapaz de controlar a si mesmo, e tinha a intenção de virar o corpo e sair balançando a cabeça, em seus pequenos espasmos de ódio até a sala VIP.

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    Natalie Ursa
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Natalie Ursa Qui Dez 28, 2017 6:08 pm

    Quando a garota de cabelo em degradê aproximou-se do grupo e começou a falar a atmosfera que havia se instaurado antes parecia se modificar, embora ainda houvesse bastante constrangimento no ar, principalmente quando MiSoo se sentia culpada por algo que nem sabia se realmente tinha feito.

    A garota mencionou que tinham estudado juntas e BoMi concordou, mas MiSoo olhou confusa para a amiga, sem sem recordar direito de Sooyeon. Fez uma careta enquanto tentava puxar da memória a garota, passando mentalmente quem já tinha estudado com eles, mas saído da escola.



    Finalmente o rosto e o nome da estranha começaram a fazer sentido na cabecinha ainda meio confusa de MiSoo.

    - Aish! Me lembrei. É verdade! - bateu a palma da mão de leve contra a tela do celular com a constatação e sorriu para BoMi, que continuava lhe segurando, no entanto, ao ver a expressão descontente da amiga, o próprio sorriso acabou morrendo também.

    Sooyeon comentava como tinham mudado e MiSoo se recordou que naquela época ainda estava acima do peso e seu cabelo não tinha a mesma a cor, deveria mesmo estar diferente para alguém que tinha lhe visto uns dois anos atrás. Porém, quando a ex-colega lançou aquele olhar diretamente para MiSoo, a garota começou a sentir-se insegura sem saber se estava sendo maldosamente julgada por Sooyeon ou se ela realmente falava a verdade sobre estarem muito bem. Era a roupa! MiSoo tinha quase deixado de se sentir tão desconfortável depois dos importantes elogios que recebeu, entretanto, bastou um olhar diferente de uma pessoa que já estava lhe deixando meio constrangida para lhe levantar todas as suspeitas e inseguranças de antes.

    Subconscientemente buscou uma reafirmação do elogio de Gyu-Sik, ao voltar o olhar para ele, mas o garoto estava sério e parecia ter a atenção em outro lugar.

    E logo vinha o silêncio constrangedor…

    Para acabar com o clima, resolveu mencionar sobre a mensagem de EUnBi e a foto que estava para tirar quando os gêmeos chegaram. Sugeriu que tirassem agora e BoMi sorriu e concordou, mas  gesto não chegou a convencer MiSoo de que seu humor tinha voltado ao normal.

    Gyu-Sik se oferece para tirar a foto, mas a irmã nega, querendo que Sooyeon tirasse. Gyu insistiu e MiSoo acabou estendendo a mão com o celular para ele, mesmo que um pouco hesitante por causa do protesto de BoMi.

    - Ah! Komawo, unnie! - agradeceu à prima quando ela lhe ajudou a ajeitar o vestido e o cabelo para a foto, embora tenha achado meio esquisito ter sido posicionada em um local específico.

    Agora nem sabia que pose fazer. Achava que provavelmente não deveria fazer alguma que usaria em uma foto normal, com suas próprias roupas no corpo, porém estavam em um evento formal… Deveria ficar séria? Imitar a mãe ou a irmã? Não! Era uma foto para EunBi! Tinha que parecer, pelo menos um pouco, consigo mesma, já que a roupa não tinha muito a ver. Sem corações, V’s ou bicos, mas também sem ser pose de modelo de capa de revista.

    Sorriu e fez uma pose tentando ser meio fofinha, com as mãos espalmadas próximas ao rosto, enquanto tinha a amiga de um lado e a prima do outro, bem próximas dela, mas tinham ficado um passo para trás dela e não deixaram MiSoo se juntar às duas mais atrás. A garota chegou a fazer uma careta para as duas, mas deu de ombros e voltou à pose. Deveria ser porque era como MiSoo estava que EunBi queria saber???



    Estava distraída demais se posicionando direito para a foto para prestar alguma atenção no que Sooyeon fazia, ou em quem passava próximo deles.

    As fotos estavam demorando um pouco e MiSoo já começava a se sentir constrangida de novo com o olhar do fotógrafo, lembrando-se do elogio que recebera dele enquanto o encarava esperando pela conclusão da tarefa.

    Isso até o flash ser acionado e BoMi gritar ao seu lado. MiSoo levou um susto, saindo daquele modo nervoso e envergonhado e quase se jogando para o lado. O sapato alto lhe deu a sensação de que estava perdendo o equilíbrio e por isso se segurou no ombro da prima, tentando reafirmar os pés sobre aqueles saltos enormes e respirando fundo - pelo menos um pouco mais profundo do que a respiração normal, com a cinta pressionando sua caixa toráxica - para se recuperar do susto enquanto a amiga discutia com seu irmão.



    Primeiro MiSoo arregalou os olhos para BoMi, mas entendia a amiga. As três ali provavelmente ficariam meio esquisitas com flash, já que eram branquinhas também. Tinha que concordar com a prima e a outra garota, a cena era engraçada e por isso acabou rindo com as duas.

    - Mian, unnie. - se desculpou baixinho para a prima, em meio aos risos, por ter se apoiado sobre ela.

    Ouviu BoMi falar sobre um espírito e voltou a atenção à conversa novamente.

    - Um espírito!? - exclamou meio alto, um tanto alarmada.




    A amiga mencionou o Ketchup e príncipe, deixando MiSoo mais confusa ainda.

    - Mwo? O Ketchup aqui??  Eu não viii! - esticou o pescoço e ficou olhando em volta - Não vi ninguém de cabelo vermelho passando! Correndo atrás de uma menina!?? Aish! Será que estava atormentando ela??? - era uma garota curiosa e sempre ouvia com interesse às fofocas de BoMi, tanto que já tinha até esquecido que estavam tirando uma foto e agora se focava na conversa com a amiga.

    - Você disse príncipe?? - inquiriu com confusão - Ele é meio assustador para um príncipe…

    Agora fofocavam as duas, deixando os outros três meio de lado.
    Capítulo 2 - Página 9 TAcYbQP
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    Mensagem por Gakky Qui Dez 28, 2017 11:00 pm

    Jae-ki não estava gostando muito da situação, primeiro porque esse grupo não queria deixar eles participarem da conversa, segundo porque estavam se achando, ao menos era o que parecia. Jae não pensava muito antes de falar, por isso fez a pergunta ao seu amigo Jong-Suk. Ouviu a resposta e concordou com um aceno da cabeça. Era curioso e essas coisas o que deixavam impaciente. Porém a risada de Kai, o garoto de cabelo azul, chamou sua atenção. Pior foi o comentário que veio em seguida. "Mwo? O que esse Asshole disse?! Aigoo..."  

    Capítulo 2 - Página 9 2sXVu8J

    Jae-ki já queria responder, por sorte o ruivo se intrometou, isso fez ele se lembrar das palavras de JiHoo sobre ser educado e não queria ser o que estragou a aliança entre eles. Além disso, não podia brigar, tinha que evitar levar socos de qualquer forma. Mas isso não impedia Jae de achar o tal Kai irritante. Ao menos tinha alguém sensato nessa gangue, o ruivo parecia ter cabeça mais fria.

    Quando o garoto loiro abriu o pacote de pepero, os olhos de Jae-ki ficaram observando a cena, embora nem se dava conta que fazia isso. Era comum que ficasse de olho na comida dos outros. A pergunta do garoto o pegou de surpresa, ele tava falando sério? Tava sendo legal? Então Kai começou a trocar palavras com ele, o lanche era roubado. Jae-ki arregalou os olhos surpreso, não pelo roubo, já esperava essas coisas entre gangues, mas sim por causa da quantidade que ele tinha roubado. Mesmo assim queria aceitar e pegar o pepero. "Não fui eu que roubei e não comer não vai mudar isso, então acho que não tem nada demais em aceitar..." Só que os hyungs ficaram parados e não estavam pegando. "Por que eles não aceitaram? Será que JiHoo ficaria chateado se eu comesse um? Será que comer seria como roubar também? "

    Talvez fosse melhor esperar para ver se um dos hyung ia pegar primeiro. Mas o que o irritou de novo foi o próximo comentário de Kai. Mas que garoto implicante! Jae-ki chegou a respirar fundo já sentindo aquela raiva começar a crescer no peito. "Medo?! Eu com medo?! " Mas antes que pudesse responder sentiu a mão em seu ombro, era de Jong-suk o lembrando que era pra ficar de boa. Não era um dia pra brigar, mas por que isso de repente parecia tão difícil? A mão de Jong-Suk controlou seu corpo, mas não sua fala. JiHoo havia pedido pra serem educados, não calados...

    - Por que teríamos medo? Estamos de boa, não é? - Respondeu Jae-ki no impulso, mas sério e não agressivo - É que somos mais de agir do que de falar.

    Capítulo 2 - Página 9 T6KGCrf

    Quando viu, Jae-ki já tinha respondido e não sabia se era bom ou ruim. Não devia ter feito isso, porque não aguentava provocações sem responder, mas achava que tinha sido o mais educado possível, conseguiu falar sem parecer agressivo. E o garoto de cabelo azul tinha zombado dele, estava começando a ficar pessoal. Apesar disso, Jae-ki ainda queria aquele pepero, mas pelo visto seria melhor não comer. Do jeito que esse Kai era, poderia fazer outro comentário sem graça. "Aishiii, cade o JiHoo? Estou ficando ocioso, isso não é bom... Não demora JiHoo..." Jae-ki preferia pichar muros, arranhar carros, mas conversar? Isso era difícil, além disso, ver os hyung calados estava lhe dando aflição. Não queria mesmo arrumar nenhuma briga, mas ver aquele cara subestimando eles estava lhe dando raiva.

    Capítulo 2 - Página 9 OQyMeP8
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Sky Qui Dez 28, 2017 11:38 pm

    A garota ouvia as instruções atentamente, e para desespero e confusão de Won a garota não parecia mal intencionada: seria mais fácil competir se ela se mostrasse alguma característica ruim.

    "Ela tá perto...ela tá muito perto..." estava meio sem graça mas se concentrava em explicar o trabalho e não em como ela parecia muito bonita quando colocava o dedo sobre a boca...

    Levaria um bom tempo até que Won pudesse retornar ao tatame, mas aquela situação era como um combate também:
    Realizar as tarefas com um braço só já era difícil e com a pressão de estar competindo por uma vaga levava Won a um nível de estresse muito grande.

    Ter uma segunda pessoa ajudando tornava o ritmo mais fácil, mas se ela estava indo bem significava que o emprego ficava cada vez mais em risco.
    A sorte estava no fato de que não ia conseguir dar conta de todo aquele movimento se estivesse sozinho, então ter duas pessoas como funcionário não era ruim...talvez fosse até necessário.

    "Won e seu otimismo. A chefe não vai querer dois funcionários se pode ter um inteiro..." pensava enquanto atendia e se concentrava nas suas tarefas.
    Ou pelo menos tentava se concentrar só nas tarefas.

    Era uma garota diferente das supermodelos da Wangjo: quem seria ela? Como será que ela veio parar aqui, pra essa vaga, nesse café, nesse condomínio em específico?
    Sem perceber Won estava mais curioso que receoso em muitos momentos, mas a agitação do trabalho não lhe permitiram descobrir nada.

    O tempo voou e já estavam próximos do meio-dia. Mais duas clientes, do tipo gran finas que Won já aprendera a reconhecer, eram atendidas por Tae-Gyu.

    "Ei! Elas estão passando bem onde a Ji-Hyun passou o esfregão!?" percebeu mas era tarde, já tinham sujado tudo.
    Pior ainda, uma delas esnobava e tratava Ji-Hyun como se fosse só uma escrava e não uma pessoa...

    Won passava o pano nas mesas, mas nem percebeu que tinha parado enquanto via a cena e pressionava o punho livre com força.
    Tinha se acostumado a ignorar aquele tipo de tratamento de alguns clientes mas ver ela tendo seu primeiro choque de cultura logo no primeiro dia antes do almoço lhe revoltou.

    Andou até o lado de Ji-Hyun e se agachou, com o pano que tinha passou num pedaço do chão sujo.

    -Num outro dia um cliente me deu um sermão por que eu pronunciei Macchiato errado - comentou sem olhar pra ela, mas para o chão, num volume de voz que só ela ouviria - Devo pronunciar errado ainda mas eu percebi que às vezes a gente só pode sorrir e dizer "tudo bem senhor" e continuar trabalhando - olhou para ela e sorriu.
    Era sua maneira de dizer que estava tudo bem, o problema não era ela, e sim quem não tinha a humildade para tratar as pessoas igualmente.

    Se levantou depois de ajudar ela com o chão.
    -Se for almoçar aqui perto tem uma loja de conveniência que tem um lamen muito bom, eu aprovo - desviou o assunto e voltou as tarefas antes de seu horário de almoço.

    "Ok...o que aconteceu aqui? Ah, é, eu fiz de novo" seu instinto de ajudar as pessoas tinha falado mais alto novamente.

    Mas por que parecia diferente dessa vez?

    Quando a hora finalmente chegasse estaria morrendo de fome. Procurou pelo amigo na praça central do condomínio.
    -Yo Kang! Agitado hoje também? - cumprimentou o amigo, depois contaria sobre o dia que já tinha começado meio anormal.
    Não conseguia tirar da cabeça a cena que havia visto poucos instantes atrás, será que tinha feito certo em ajudar a garota? Será que ela queria aquele "apoio"?

    Capítulo 2 - Página 9 JCPjtiU
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Ailish Qui Dez 28, 2017 11:40 pm

    Os olhinhos brilhavam e ela sorria de orelha a orelha enquanto Kim ia atrás da comida, depois de demonstrar estranheza diante do pedido peculiar. Queijo e peixe não tratava-se da mistura mais atraente, porém o amigo tinha essa mania de resmungar sem dar uma chance sequer. No entanto, a verdade era que Sunny carrega um buraco negro no estômago, apesar das variações constantes no apetite. Claro que preferia doces, porém o coração – e barriga! – tinha espaço o suficiente para caber todo mundo, né? Tanto que mostrou um beicinho para o quinteto de espetos que Joo-Hyuk escolheu, pois pareciam tão gostosos... Humpf. Ele sempre escolhia os melhores lanches e a deixava com inveja ou peso na consciência por não ter pedido algo igual. Ficou intercalando olhares para o seu Kimbap já quase na metade e os espetinhos dele.

    - Nem me fale... Estou bastante ansiosa, mas só de imaginar o volume de atividades... – com a mão limpa, apertou as têmporas e suspirou – Só um milagre para nos ajudar.

    Trabalho...

    Aulas...

    Clubes...

    Meninas do WangJo...


    A lista aumentava.

    Porém, Sunny não queria falar disso.

    Foi apenas uma introdução para puxar o verdadeiro assunto e a maneira direta pegou Kim no pulo, embora ele já esperasse que aquilo estava predisposto a acontecer, cedo ou tarde. Assim como o amigo, também deixou o petisco de lado e puxou os guardanapos, começando a limpar os dedos de forma distraída. Na mesma hora... o semblante do garoto mudou.

    Puf.

    Feito mágica.


    Sunny até endireitou a postura, como quem se prepara para uma guerra.

    Afinal, conhece perfeitamente o gênio de Joo-Hyuk, e obviamente que ele também sabe como a amiga funciona.

    - É, não vou.

    Respondeu com simplicidade.

    Quando ele começou as insinuações, as pálpebras se apertaram de um jeitinho arisco, não entendendo aonde o orelhudo queria chegar. Uma retrospectiva de segundos passava em sua mente e não conseguia pensar no que teria deixado escapar do conhecimento de Kim, mas ele fez questão de expor... e bastou mencionar “príncipe” para que Sunny captasse a mensagem e arregalasse os olhos como primeira resposta. À medida que a questão era detalhadamente desenvolvida, Sunny entreabriu os lábios, mas o fôlego preso nos pulmões impedia qualquer tipo de verbalização por parte da menina. De repente, e para o próprio desespero, um estranho calor subiu pelo pescoço e tingiu a área de carmesim junto das bochechas. Então... no momento que ele citou Hyemin e o suposto papinho dos dois, o coração estreitou-se como aconteceu no dia que o viu tão relaxado ao lado de MiSoo. Não duvidava do que Kim lhe contava, independente da maneira “bruta” e sem vírgulas.

    E o amigo não tinha ideia...


    Ouviu tudo, calada.

    E assim ficou durante um tempo, absorvendo o discurso irritado.

    Se Sunny cutucou uma ferida antiga, Kim acabou de pisar numa bastante recente.

    - Por acaso... está falando de... Park Jung Mi?

    Sim, ele estava, mas Sun-Hee tentou ganhar alguns instantes de raciocínio.

    - Ok. Posso começar. Pelo visto, precisa de um incentivo, certo?

    Ela balançou os ombros.

    - Eu o conheci nas férias porque ele frequentou o Café durante esse período. Mas nós trocamos pouquíssimas palavras, e o Jung Mi foi gentil... Só que teve um detalhe... – Sunny arqueou a sobrancelha esquerda – Por algum motivo que não me interessa, ele mentiu o nome. O que você viu não foi uma PAIXONITE, e sim SURPRESA. Talvez, decepção.

    Uma enorme decepção.



    - Jamais pensei que que iria encontrá-lo no WangJo e descobrir tudo daquela maneira. Sobre o carro... – ela já falava por meio dos dentes trincados – Ele disse que teria feito por qualquer uma. Com certeza ficou com pena do meu estado deplorável e provavelmente aproveitou a situação para se redimir da mentira, não que ele tenha obrigações comigo.

    Dessa vez, a carinha brava, por um breve instante, assumiu traços... tristes.

    - Eu e o Jung não temos nada, Kim. Então, esqueça. Note as besteiras que está dizendo... Por que o Jung Mi ficaria aborrecido? Hein? O que há de tão errado num abraço entre amigos? Você fantasiou isso porque sentiu ciúmes da Hyemin! Aao contrário das suas insinuações, as minhas têm fundamento! Ou não? Vai negar?

    Realmente acreditava no que contava para ele.

    Jung se fez ser entendido na ocasião, e desde o episódio, a evitava.

    Será que mais alguém percebeu?

    Os olhares...?

    Era tão automático...

    Devem pensar que é uma boba.

    Como Kim bem colocou ali, Jung é o príncipe.

    E Sunny...

    Apenas uma plebeia.

    Sem ânimo, pegou a latinha, mas não chegou a levá-la aos lábios. Na verdade, só tinha vontade de segurar alguma coisa, de manter as mãos ocupadas, ou apertaria a garganta de Kim.

    Sunny falou, falou, falou...

    Mas, no fim, não disse absolutamente nada.

    - Satisfeito?
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Sex Dez 29, 2017 11:56 pm

    [WON-BIN]

    06/04/2019 - Sábado
    1 P.M.


    Ji-Hyun ainda olhava na direção da porta fazendo um biquinho confuso quando percebeu que Won-Bin tinha se abaixado próximo a ela. Arregalou um pouco os olhos e virou-se para ele, vendo que ele limpava o que era obrigação dela.

    - Ani, Won-Bin! Está tudo bem! Eu limpo! - Tentou afastá-lo do chão para que ele pudesse voltar para as mesas.

    Parte porque ela queria se provar e partes porque achava que ele não precisava mesmo se preocupar com aquilo. Porém, ela parou de falar quando ouviu a história dele. Apesar dele olhar para o chão e parecer muito focado em limpá-lo, Ji-Hyun sabia que ele estava falando com ela. A menina mordeu o lábio internamente e fechou mais a mão ao redor do cabo do esfregão, como se estivesse tentando se conter.

    - Isso é errado. - Comentou. - Não estamos fazendo nenhum favor a eles, sabe? Eu já trabalhei em comércio, mas é a primeira vez num bairro como esse. Por isso achei um pouco estranho...Mas tudo bem. Vai dar tudo certo.

    A cara de irritação se desfez e ela deu outro sorriso otimista. A cabeça estava um pouco tombada e ela logo abriu os olhos de novo, olhando na direção da porta, vendo a loja de conveniência que ficava bem do outro lado.

    - Ah...Aquela ali? - Apontou com uma carinha amigável. - Vou passar lá depois, então. Obrigada pela dica…

    E ficou por isso mesmo, ainda que parecesse que faltou algo a acrescentar.

    Ji-Hyun era uma pessoa agradável de lidar porque ela era gentil e educada, mas não falava pelos cotovelos ou de modo inconveniente. Também era uma pessoa de gostos simples, então, qualquer assunto que surgisse fosse com Won-Bin, Hyosang ou Tae-Gyu eram assuntos que o garoto conseguia mensurar.

    Nada de grifes ou comidas chiques ou programas caros.

    O horário do almoço finalmente chegou. Ji-Hyun tinha saído primeiro porque tinha acabado antes e, como tinha dito, realmente foi averiguar a loja da frente, só porque ficou insegura de sair. Kang estava sentado no banco da praça central, se abanando um pouco. Usava uma calça jeans e uma blusa azul petróleo de manga curta.

    - Yo, Batbin! - Kang levantou-se e o cumprimentou com a mão boa. - Foi normal, acho, o de sempre. E você?

    Não estava atendendo quando Ji-Hyun entrou na loja, mas agora, ela saía de lá com o potinho de rámen quente e um suco de caixinha. A menina sentou-se numa das mesas da entrada, ficando debaixo do guarda-sol - não estava um calor irritante e tinha a vantagem de fazer sombra. Usava fones de ouvido, pois não tinha ninguém para conversar e começou a comer seu ramen com queijo. Usava uma blusa branca de manga curta tendo uma blusa de manga fina sobrepondo e calça comprida.

    Kang olhou para ela e respirou fundo.

    - Por que eu sou tão azarado, hein? Os meus clientes nem de perto foram fofinhos assim, daí basta eu sair e me acontece isso.

    O garoto revirou os olhos, sem imaginar quem era aquela menina.

    - Onde você quer comer? - Perguntou enquanto pegava o celular para ver se tinha alguma mensagem para ele.

    [SUN-HEE]

    06/04/2019 - Sábado
    2:30 P.M.


    Sunny podia tentar disfarçar o quanto quisesse, mas Kim já a conhecia há tempo o suficiente para saber quando a amiga estava disfarçando ou negando algo óbvio. A forma como a expressão dela foi mudando diante do “ataque” dele apenas fez com que ele desse um meio sorriso no canto da boca e meneasse negativamente.

    - Por um acaso, estou falando dele sim. - Respondeu e deixou os pulsos apoiados na mesa. - E, por um acaso, você fala o nome dele de modo bem enfático, não é?

    Fez um “tsss” com a boca e continuou a encará-la.

    - Dê o incentivo. Minha resposta será tão sincera quanto a sua.

    Deu uma piscadinha para a amiga, num desafio bem jogado e cruzou os braços, esperando para ouvir o discurso dela. Conforme ela falava, ele apenas concordava, analisando o jeito dela falar e o quanto aquilo parecia afetá-la.

    - Ah sim, decepção… - Fez um bico no canto dos lábios.

    Quanto ao carro, ficou quieto. Via como aqueles termos parecia deixar o semblante de Sunny triste e não quis tripudiar da amiga. Deixou os ombros caírem um pouco e massageou um pouco a têmpora. Mas quando ela o atacou de novo, falando dos ciumes, ele ficou ereto e a encarou pronto para disparar suas armas também.

    - Digo o que vi. Se você diz que não tem nada, eu acredito. Mas ele ficou com raiva sim. Sunny, apesar de nós dois sabermos que não existe a menor possibilidade de sermos algo além de amigos, quantos amigos você vê se abraçando por aí?

    Arqueou uma das sobrancelhas.

    - Ele concluiu o óbvio, o mesmo que você concluiria se o visse abraçando a Hyemin ou qualquer menina da sala. Namorados. - Foi bem direto. - Não que eu esteja rejeitando seus abraços, podemos continuar porque somos irmãos. Mas...Ele ficou com raiva sim. Até porque, eu correspondi e fiz questão que ele visse bem que eu vi que ele viu.

    Disse um pouco mais rápido enquanto entregava um dos seus espetinhos para Sunny. Comida poderia ser usada para acalma-la, caso ela ficasse brava com o fim de sua frase. Agora ele precisava ser tão sincero quanto ela, né?

    Profundo como uma poça d’água.

    Fácil.

    - Conheci a Hyemin nas férias… - Começou. - Quando eu tinha 7 anos. Minha mãe trabalha na empresa do pai dela, atualmente, é o braço direito dele. Mas, naquela época, era só uma gerente. Ela ia lá aos fins de semana e me enchia o saco. Nós paramos de nos falar quando minha mãe foi transferida pro Japão. E não nos vemos desde então. Ela também é uma decepção, porque, assim como o seu Jung Mi, ela também virou uma pessoa completamente diferente.

    Foi bastante preciso em sua história, sem dar muita importância para ela.

    - Porque ela se tornou uma pessoa detestável, mas era legal quando pequena. É isso. E eu tenho que tratá-la bem porque o emprego da minha mãe depende disso.

    [NATIONAL THEATER OF KOREA]

    06/01/2019 - Sábado
    8:15 P.M.


    Chaeyoung também não entendia aquela postura de Hyun-Hee. Na verdade, entendia muito bem sim: achava que o garoto fosse mais um herdeirinho mimado e egocêntrico, como outros que ela já estava anotando de sua sala. Na escola, não podia nem cumprimentá-la ou dar um “oi” porque ela era esquisita mesmo -e daí?! não ia mudar por ninguém e não se incomodava com seu estilo - mas ali, agora vestida daquele jeito e formalmente apresentada como a filha de um homem rico, ele não tinha problemas em falar com ela.

    Falso.

    Se não fosse pelas pessoas legais que tinha conhecido - como Sunny, Lee-Hi, a filha do diretor, Kim e os meninos inteligentes do primeiro ano - ela já estaria mais do que arrependida de ter pedido tanto para frequentar uma escola regular! Estudar em casa era mil vezes melhor quando comparado com as pessoas que tinha que lidar em WangJo.

    O pior era que ele se fazia de desentendido! E isso só a aborrecia ainda mais. Hyun-Hee pareceu magoado quando ouviu que receberia o presente de volta e ela disse.

    - Sim, devolver.

    Respondeu enquanto tirava o broche e enfiava de qualquer jeito no bolso dele. No instante em que ela colocou a peça no bolso dele, o fogo subiu - e ele nem precisou ter o cabelo vermelho para isso. Hyun-Hee ficou furioso, mas Chae não estava muito disposta a ficar para ouvir isso.

    Os dois tinham entrado num dos corredores que davam acessos aos elevadores para os camarotes do 1ºe 3º andar - pois estavam no segundo, naquela área em comum. De onde estavam, podiam ver o grupinho de MiSoo e um menino estava meio de costas para eles. Não era o suficiente para que ouvissem a conversa do grupo - até porque estavam mais preocupados com o que acontecia ali.

    Chae deu as costas para ir embora, mas foi segurada de modo brusco - diferente da vez anterior. Sua taça balançou de novo, de modo que agora ela só tinha 2 dedos de suco para tomar e nem tinha conseguido dar um gole ainda. Olhou irritada para ele, mas lá estava Hyun agarrando seu braço e a pegando meio de lado - porque foi assim que ele quase colou os dois de novo. Olhava bem de perto para enquanto Hyun cuspia aquelas palavras.

    - Palhaçada?! Palhaçada é o que você faz! - Ela respondia ao mesmo tempo, sem ter muito o que pensar e colocando mais gasolina naquela discussão. - Fiquei feliz porque eu achei o presente legal, mas nãoestoumaisdispostaaternadaseumuitomenoscumprirpromessas! (não estou mais disposta a ter nada seu, muito menos cumprir promessas) - Falava rápido para conseguir retrucar tudo. - Não é a sua ex que me incomoda, é VOCÊ!

    Mas ela travou um pouco quando ouviu aqueles questionamentos mais cruéis. Hesitou por um instante, mas logo deu um sorriso debochado e arqueou uma das sobrancelhas, de forma atrevida.

    - Sim. Eu pensei que talvez você fosse meu amigo, mas você é incapaz disso. E você é quem precisa sair do pedestal. Não é como se você fizesse meu estilo. - Virou o rosto também, tentando puxar o braço, mas ele guardou aquele grand finale.

    Foi forçada a aceitar o broche de volta, mesmo contra sua vontade e olhou para a peça ouvindo a sugestão final dele. Hyun deu as costas enquanto ela segurava a peça e, no impulso, ela disse.

    - Não preciso da sua visita. - Fechou a mão e realmente tacou o broche no “lixo”, no caso, era para tacar longe.

    Sua intenção era tacar nele, mas como fez isso com a mão esquerda - e ela era destra - acabou dando tudo errado. A peça passou com velocidade pelo rosto dele e ele logo veria que iria na direção do garoto que estava de costas para o corredor. Chae já arregalou os olhos e antes de ver o resultado final, virou as costas e saiu correndo para o elevador.

    A joaninha bateu com força no ombro de Gyu-Sik. Se ele não estivesse ali, bateria em Sooyeon ou, pior, em MiSoo. O garoto fez uma cara de dor porque a peça era pesadinha e voou a uma certa velocidade até se chocar nele.

    - Ya!! - Levou a mão ao ombro, onde tinha doído e olhou para trás, vendo Hyun-Hee no corredor e uma garota correndo.

    Abaixou o olhar, vendo algo brilhando no chão.

    [...]

    Apesar do clima estranho que se instaurou pela chegada de Sooyeon, o grupo reencontrou o seu tom. Bo-Mi e Gyu-Sik eram divertidos de se observar. O pequeno escândalo dela em relação ao flash tinha feito MiSoo tomar um grande susto e se apoiar na prima. Ji-Eun conseguiu ampará-la, mas logo as risadas começaram.

    Depois de toda aquela besteira, Bo-Mi falava do famoso Ketchup. Ji-Eun não entendia aqueles apelidos e até olhava na direção do corredor, mas do ângulo em que estavam, Gyu tapava um pouco a vista.

    - Aí é que está - Bo-Mi estalou os dedos indicador e polegar e apontou para MiSoo - Não estava vermelho-fogo! Pintou o cabelo, certeza! Estava...um oppa de verdade. - Escondeu os lábios.

    - Hunf. - Gyu-Sik olhou de banda para a irmã. - Toma, MiSoo. - Entregou o celular para ela, tomando cuidado para não tocá-la.

    Sooyeon tomou a frente, ficando entre Gyu e MiSoo para começar a conversar com ele. MiSoo podia prestar atenção na conversa, caso apurasse os ouvidos. Bo-Mi já estava mais interessada na foto e no Ketchup, já queria saber qual seria a fofoca que iriam receber. Ji-Eun se retirou um pouco para buscar uma bebida e se ofereceu para trazer algo. Bo-Mi agradeceu, mas recusou.

    Já Sooyeon, falava sobre o domingo.

    - Sim, eu já entendi que estará ocupado. Mas podemos ir na última sessão, se você quiser.

    - Não sei qual é o horário, mas prefiro não arriscar. Acabei acumulando muito trabalho.

    - Araso…- Disse um pouco desanimada.

    - Mas se quiser muito ver esse filme, posso acompanhá-la durante a semana, depois do curso, o que acha?

    Sooyeon sorriu para ele, levando as mãos às bochechas. Gyu-Sik a encarou de modo normal, mas logo olhou na direção de MiSoo. Não sabia para onde ela estava olhando, mas já era dificil não encará-la nos dias normais, com ela daquele jeito, ficava mais dificil ainda. Foi então que ele sentiu uma “pedrada” em seu ombro.

    - Aai…! - Levou a mão no ombro, fazendo uma cara de dor. - Ya!! - Tocou-se que fora atingido por um arremesso.

    - Oppa?! - Sooyeon falou um pouco preocupada.

    Ao olhar para trás, viu Hyun-Hee no corredor com uma cara de poucos amigos e uma menina correndo na direção contrária. Gyu-Sik franziu as sobrancelhas, achando que ele tinha tacado o objeto nele. Já tinha ouvido que ele tacava garrafas em garotas mesmo, mas pedras?

    Pera aí, pedra?

    Olhou para o chão e viu algo brilhando. Abaixou-se e pegou o pesado broche. Bo-Mi foi para perto dele.

    - O que houve?! Você se machucou?

    - Isso bateu no meu ombro.

    - Um broche? Como assim…?

    Bo-Mi olhou na direção do corredor também e deu meio passo para trás quando viu quem tinha tacado o objeto em seu irmão. Mas logo voltou o passo e colocou as mãos na cintura, visivelmente irritada e esperando por uma explicação.

    Não muito longe dali, Eun-Na estava digitando que nem uma doida no celular, provavelmente falando com suas amigas. Ali ela estava apenas acompanhada de Jimin - a irmã do meio de Taemin. Jong-In - o conquistador amigo de Hyun-Hee - e Da Won estavam circulando de novo. Eun-Na parou por um instante, olhando para eles e fazendo um “o” com a boca, voltando a digitar.

    [...]

    O camarote de Hyemin foi perdendo aquele ar de sonho depois que os Wang se retiraram. MiWoo tinha sido mais perfeito do que suas maiores fantasias - ela até tinha um pouco de vergonha do modo que o via antes daquele momento que tiveram. Além de ter um ar confiante, majestoso e sexy, ele ainda conseguia ser gentil e se preocupar em convidá-la para um suco no intervalo.

    Não tinha como ser mais perfeito.

    Agora as pessoas pareciam voltar. Alguns até encaravam Hyemin - o pai a olhava de modo curioso, como se estivesse balanceando as expressões dela e ponderando sobre coisas que ela nem fazia ideia. Já a mãe de Sunyoung tinha um sorriso cúmplice que ficava trocando com Chun-Ja.

    Como não tinha condições de falar com os adultos, Hyemin logo pegou o celular e começou a falar com suas amigas. Não demorou para que as respostas viessem.

    Hayoung: Fico feliz, Min-Ah! Queria muito estar aí, mas não pude. Espero que você tenha mais momentos mágicos para contar pra gente depois.

    Eun-Na: Aeee!! Finalmente deu sinal de vida! Então é assim que vai ser quando você casar? =(( Pensei que fosse vir na sala vip para a gente conversaar TT.TT quero exibir o vestido que escolhi pra você e te mostrar como fiquei. Aliás, cade tu, Yewon?

    Yewon: Fiquei sem saco de ir. Meus pais foram com os pais da Hayoung e os Bae.

    Hayoung: =((

    Eun-Na: Bae? Os falidos?

    Yewon: É, a filha deles estudava com a gente. E foi uma “crise”, estão enriquecendo de novo e meus pais têm interesse =p a Sooyeon deve até estar aí na Ópera.

    Eun-Na: Farei uma breve averiguação. - e ficou em silencio por alguns instantes.

    Hayoung: Mas por que você não foi, Yewon?

    Yewon: Soube que o oppa (Jung-Mi) não ia. E eu não gosto de comédia.

    Hayoung: comédia…?

    Yewon: É, não é comédia divina? Algo assim...sei lá, não quis ir.

    Hayoung:

    Eun-Na: MENINAS, VI SIM, OMGOMGOGMGOGM! ELA TA LINDA! MAS OLHA A MISOOO D: EU TO CHOCADA COM A EX-OBESINHAAA!! TÁ VESTIDA À VÁCUO, SOCORRO.

    Mandou fotos. Fotos. Fotos.

    Fotos do grupo. Fotos de MiSoo. Fotos de BoMi. Fotos de Sooyeon. Fotos de Gyu-Sik pegando um broche. Foto do que aconteceria ali.

    Yewon: PARA DE LOTAR MEU CELULAR!

    Hayoung: MiSoo está lindissima, gente =O

    Eun-Na: Estão perdendo. Cade você, Hyemiin?!?! Você vem no intervalo, né? Por favor…=(((

    Hyemin podia até acompanhar parte da conversa, mas estava muito mais interessada em seu próprio mundinho. Ao olhar para Sunyoung ao seu lado, após a pergunta, veria um sorriso gentil nos lábios da unnie.

    - Não existe! Ele foi um gentleman. Você é mesmo muito sortuda, Min-Ah! Pena que foi por pouco tempo. Felizmente teremos o intervalo.

    [JAE-KI]

    06/04/2019 - Sábado
    9:50 P.M.


    Kai era um garoto bem abusado, isso estava mais do que claro. Os amigos de Jae-Ki eram mais reservados e tinham aquela cara fechada/desconfiada porque eles tinham quase que o mesmo histórico de problemas e marginalização social - no sentido de ficar à margem da sociedade. Por isso eram mais quietos ainda mais quando viam pessoas de fora.

    Mas o garoto de cabelo azul não. Ele era implicante mesmo e tinha um olhar que parecia ter duas versões: sério ou debochado. Porque o sorrisinho torto dele instigava os outros a partirem para a violência. A resposta de Jae-Ki atraiu a atenção dele.

    - Sim, por que teriam? - Pegou um pepero para si mesmo. - Tô vendo como estão agindo…

    Disse fazendo pouco caso. O garoto loiro, revirou os olhos e se aproximou mesmo assim com o pacote à frente.

    - O Kai gostar de fazer as coisas parecerem pior do que são. - Disse de modo simples. - Peguem, se quiserem. Não serão presos por isso, nem tá vencido ou cuspido. - Respondeu meio bicudo.

    Dessa vez, Kyung-Suk - o menino de rabo de cavalo que tinha ido com eles no carro - deu um passo à frente e pegou. Dan, o menino loiro, meneou positivamente e esperou pelos outros. JR também pegou um, mas os outros dispensaram.

    - Viu? Está ótimo. - Dan deu de ombros.

    - Não mordemos. - Kai disse de modo irônico e puxou um maço de cigarro do bolso.

    - Então, como vocês se chamam? - O loirinho perguntou. - Eu me chamo Dan, esse é o Kai. - Olhou para os outros porque não queria ser porta-voz de ninguém.

    - Jessi. - a garota respondeu.

    - Rey - O menino ruivo de voz grossa falou.

    - Jong-Suk. - O hyung favorito de Jae respondeu. E foi seguido por todos os outros garotos.

    Quanto mais passavam o tempo ali, mais eles viam que não tinha problema em trocar uma ideia com aqueles caras. Dan parecia bem tranquilo enquanto Rey e Jess eram mais reservados. Kai gostava de provocar, mas agora estava mais distraído com o cigarro dele - não era droga, só um cigarro comum mesmo.

    - Achei curiosa essa visita, sabe? - Dan falou. - A May e o Jazz pareceram animados.

    - Também achamos curioso. - Jong-Suk falou. - Mas o que Ji-Hoo faz, é bem feito.

    - Araso...Um líder, né? Concordo. - Dan meneou positivamente e olhou para Jae-Ki. Dan também usava lápis de olho preto e deu um meio sorriso. - Você é o mais novo? - Perguntou. - Eu sou.

    Kai já estava revirando os olhos com toda aquela simpatia de Dan. O mais novinho do grupo era muito falante depois que abria a boca. Dava dor de cabeça no cabelo azul.


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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Gakky Sáb Dez 30, 2017 12:43 am

    Talvez Jae-ki tivesse sido precipitado em responder Kai, mas ao menos não havia saído do sério. A resposta dele fez Jae soltar um suspiro entre os dentes. Mas não planejava criar caso por isso. Será que tinham que fazer mesmo aliança com eles? Já se questionava quando o loiro se aproximou e começou a falar, oferecia de novo o pepero. Parecia convincente e Jae percebeu que Kyung e JR tinham aceitado, então se sentiu tentado e pegou também um palitinho do pacote. Era na verdade o que queria ter feito desde cedo, mas seus hyungs estavam certos em desconfiar, eram desconhecidos. O pepero estava bom mesmo, notou Jae-ki. Só pelo lanche não ficou com mais raiva de Kai pelo próximo comentário. Esse tipo de gente normalmente o irritava, porque não gostava que duvidassem de sua coragem, mexia com seu ego masculino. Talvez ele fosse muito novo e imaturo ainda para saber ignorar provocações assim, por isso arrumava tanta briga. Mas estava tentando parar com isso em Wangjo.

    Enquanto mastigava, Dan apresentava a si mesmo e ao colega Kai. Logo os outros membros daquela gangue falaram seus nomes também. Jae-ki olhou para os hyungs, mas nem precisou se questionar se deveria falar seu nome, porque o hyung Jong-Suk respondeu primeiro. Vendo que não havia problemas nisso, também disse seu nome.

    - Jae-ki.

    Agora as coisas pareciam menos tensas entre eles. Dan parecia ser o mais de boas dali, embora fosse o que roubou. Mas Jae-ki não estava ali para julgar, só não queria entrar no meio para não ter problemas. Se tivesse ficha criminal perderia a vaga em Wangjo. Mas estava acostumado a ver esse tipo de coisa e não admitia, mas já teve vezes que pensou em roubar, só que ainda havia muita moral em seu coração, não queria ser tornar um ladrão. Entretanto, se fosse realmente preciso, não hesitaria se não tivesse escolha. Mas por enquanto a vida estava lhe sendo "sortuda" para não ter que fazer coisas como essa.

    Dan comentava sobre a visita e Jong-Suk respondeu elogiando o JiHoo. O cheiro do cigarro de Kai incomodava um pouco, Jae-ki não curtia essas coisas que viciavam, de viciado já bastava o pai. Ele estava distraído prestando a atenção neles e meneava positivamente concordando com as coisas sobre o líder, mas quando a pergunta do loiro foi diretamente para ele, ficou um pouco surpreso. Então Dan também era o mais novo.

    - Sou - Respondeu soltando um bocejo em seguida sem cobrir a boca, ficar parado acabava fazendo ele soltar uns bocejos.

    Pelo visto não era só o mais novo deles que falava bastante, Jae-ki era assim também, inclusive curtia fazer novas amizades, embora estivesse ficando desconfiado ultimamente. Mas bastava darem corda para fazê-lo falar, e Dan tinha dado, inclusive pepero.

    Capítulo 2 - Página 9 FrcwQ8Q

    - Tenho 16 e você? - Olhou ao redor e depois continuou com algumas perguntas - Esse distrito é maneiro? Tem algum lugar legal para curtir? É muito agitado ou calmo demais? Tem muita briga aqui?

    Olhou para o pacote de pepero de novo e pegou outro, mas antes olhou para cara de Dan para ter certeza se podia:

    - Valeu  - Mesmo mastigando continuou falando - Daora o cabelo de vocês, mas deve ser difícil manter. Eu não ia conseguir, ia acabar ficando duas cores. O preto e sei lá, um vermelho...  

    Em seguida pegou o celular para ver se tinha mensagens, não gostava de ficar muito parado e ás vezes falava o que não devia. Também ainda queria aproveitar o wifi dos amigos, internet era ótimo, ainda mais na sua idade, pena que não tinha em casa. Infelizmente até os jogos de celular precisavam de internet.

    - Aishii... JiHoo tava roteando para mim, agora que ele tá longe, não quer pegar... É um saco não ter wifi em casa.

    Jae-ki ficou tentando recuperar o sinal do wifi levantando o celular pra cima algumas vezes, também estava ansioso para ver o resultado disso, mas sentia-se mais tranquilo, embora impaciente também. Não parecia que teria uma briga ali, poderia voltar para casa sem olho roxo e até torcia para voltar mais cedo para não chegar de madrugada em casa. Se bem que tinha a conversa com JiHoo. "Não posso de jeito nenhum esquecer de contar as coisa pro JiHoo e pros hyungs... Vai ser péssimo se isso passar. Quanto mais vai demorar? O que devem tá conversando lá?"
    Capítulo 2 - Página 9 OQyMeP8
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Natalie Ursa Sáb Dez 30, 2017 3:13 am

    BoMi falava do Ketchup e MiSoo já tinha dado até uns passos à frente, esticando-se e procurando de um lado para o outro do local, curiosa sobre o que a amiga tinha mencionado.

    - Pintou!? E agora? Não dá mais para chamar de Ketchup! - apesar de um comentário idiota, MiSoo tinha falado de modo sério, como se realmente fosse importante - Aish. - fez um mini-beicinho para BoMi ao chamá-lo de oppa.

    Ainda estava fazendo a careta quando Gyu-Sik lhe entregou o celular.

    - Uh! Komawo… -desfez a careta e sorriu timidamente enquanto recuperava o aparelho das mãos do garoto.

    Ainda podia sentir o rosto esquentar quando olhava para ele e a lembrança de ter sido elogiada voltada à sua memória.

    A memória logo foi deixada de lado com Sooyeon que surgia entre os dois e começava a conversar com Gyu. MiSoo arregalou os olhos na hora, mas se importou mais de quais pensamentos tinha sido tirada do que do fato de conversarem. Por isso acabou engolindo em seco e voltando a atenção às fotos no celular. Não deveria atrapalhar mais do que já tentara. Não podia continuar atrapalhando os amigos por ciúmes... A interrupção também lhe fez esquecer que estavam falando de Hyun-Hee e MiSo voltou-se à BoMi e Ji-Eun para mostrar como as fotos tinham ficado.

    MiSoo até queria beber algo, mas estava com receio de ingerir qualquer coisa por culpa do vestido apertado que a mãe lhe arranjou. Acabou recusando também a oferta da prima que estava indo buscar bebida.

    - Qual dessas mando para a EunBi? - estava entre duas fotos e pedia para BoMi escolher.

    Apesar de estar com a atenção voltada ao celular, MiSoo acabou ouvindo o final da conversa do casal, pois estava meio próxima ainda.

    Pareciam estar remarcando o tal encontro no cinema.

    MiSoo mordeu internamente o lábio inferior, ergueu os olhos na direção deles por breves instantes e baixou a cabeça, fitando os sapatos claros e lustrosos em seus pés. Será que tinha mesmo arruinado os planos dos dois para domingo? Agora tinha percebido que a ideia era ainda mais estúpida do que já aparentava, já que sempre dava para remarcar o cinema para outro dia. Não sabia se deveria se sentir aliviada por não ter destruído completamente os planos deles ou se ficava incomodada mesmo… Mas para quê?

    A ideia era fazer Gyu-Sik provar que tinha se arrependido da discussão na terça feira… Será que tinha provado algo, afinal?

    No entanto, desta vez, em vez de ter recebido uma comparação maldosa dele, recebera um elogio! Será que só isso já não servia para provar algo e… Os pensamentos de MiSoo foram interrompidos pela reação do irmão de BoMi à “pedrada” que recebeu no ombro e a voz de Sooyeon em seguida.

    Ouviu a conversa dos irmãos com espanto, não imaginando que algo poderia ser jogado assim em um lugar como aquele - e nem era ela arremessando!

    - Mwoo?? - se aproximou dos dois, curiosa para ver o objeto - Aigo. Lhe acertaram mesmo com um brocheee? - tinha uma expressão incrédula no rosto - É bem bonitinho!




    Percebeu BoMi com a atenção voltada na direção de um corredor e seguiu o olhar dela, reconhecendo a figura que vinha de lá, apesar do cabelo diferente.

    - Aish. - bufou e fechou a expressão imediatamente.

    Era mesmo o Ketchup o responsável pelo broche arremessado?

    - Por que ele fez isso? - resmungou meio entre os dentes para BoMi.

    Tinha um pouco de receio daquele garoto em específico, graças à risadas esquisitas que já tinha ouvido ele dar e a resposta que lançou contra Eun-Na na sala de aula, mesmo assim, o Ketchup estar jogando um objeto em um de seus amigos sem motivo nenhum tinha deixado MiSoo irritada. Não conseguia ficar parada quando essas coisas aconteciam. Tinha sido igual quando Taemin ameaçou e jogou EunBi no lago. O lado impulsivo de MiSoo falava muito mais alto nesses momentos.

    - Com licença. - dessa vez pegou o objeto da mão de Gyu sem nenhuma cerimônia - Ya! Toma isso de volta! - já que pelo menos os braços não estavam semi-imobilizados com a roupa, a garota aproveitou para jogar o broche de volta na direção de Hyun Hee com força suficiente para acertá-lo.

    MiSoo definitivamente não sabia se comportar nesse tipo de evento.
    Capítulo 2 - Página 9 TAcYbQP
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Sáb Dez 30, 2017 11:11 am

    A velocidade que Chaeyoung o respondia parecia tiltar mais sua cabeça e ele queria sacudi-la pela petulância. Não ia mais cumprir promessas? Eram brincadeiras também, que ele nem levava tão a sério, mas a forma como ela facilmente se desfazia das coisas relacionadas a ele o incomodava profundamente. Primeiro a joaninha, agora aquele “acordo” besta entre eles. O que o fez meter a joaninha em suas mãos foi justamente quando ela disse que era ELE que a incomodava. O que tinha feito? Só não queria que Jongin tivesse suas atenções viradas para ela, nem ninguém do grupo, mas de repente ela o estava odiando por algum motivo que ele não fazia ideia. Ou melhor, ela explicava, mas era muito confuso de entender. Isso feria seu ego porque ele tinha sido idiota de se abrir para ela quando teve a crise depressiva mais pesada até então. Aquela garota carregava algumas de suas inseguranças, seu diário, sua ligação, sua sensibilidade em lhe dar um broche. Eram fragilidades que ele jamais expunha para as pessoas que já conhecia na escola, por saber das consequências, mas que ela acabou sendo capaz de receber. Ele via que tinha sido um erro e também se apavorava com a ideia de que ela tripudiasse em cima daquele lado que ele deixou sair.

    Não compreendia por que o que tinha feito não era o suficiente para ser amigo dela, não entendia nem por que ela falava que não “fazia o estilo dela”, na verdade isso o irritava completamente, porque as garotas não estavam acostumadas a falar isso na sua cara se não fosse puro charminho. O ódio dentre dele foi crescendo, até que o estopim veio quando ela decidiu cumprir a afronta e jogar a joaninha para longe.

    Hyun Hee olhou o movimento do objeto, atônito, o suficiente para que ela conseguisse escapar naquele momento sem ser vista. Quando a joaninha atingiu o homem de costas para a menina que estava em sua sala, ele virou e percebeu que tinha sido feito de idiota, que ela andava triunfal e por cima da discussão, para longe.

    - YAAAAAAA!!!!! PARK CHAEYOUNG-NA!!!!! -  berrou para suas costas, mas dessa vez não tinha por que ir atrás dela. Ela não apenas tinha vencido a discussão como tinha acabado com ele.

    Ele olhou em volta, emputecido. Foda-se o broche. Não iria lá para buscar aquela merda. Se ela queria se desfazer, então dane-se!!!! Ainda bem que tinha quebrado aquela joaninha de metal ridicula. Nem sabia onde estava mesmo! Faria questão de procurá-la e jogar na cara dela, talvez mais destruida. Mulher maldita. Parecia um demônio. Por isso era mesmo uma maldição. Ele estava tão bem!

    - Aiiiishhhhh - resmungou, virando o corpo para ir embora e balançou a cabeça, como um cachorro louco que acabou de se molhar, tentando tirar as gotas de ódio da mente, mas era só o rosto dela que aparecia com aquela expressão atrevida e surda a tudo que ele estava tentando dizer.

    Quando começou sua marcha de volta para o corredor, porém, o “peso” de suas escolhas bateu, literalmente, em seu ombro e ele sentiu um objeto o atingir e rolar no chão.

    - YA! - soltou o berro de ódio, olhando para trás por reflexo, até achando que poderia ter sido Chaeyoung de novo, mas viu a garota que o tinha chamado de ketchup e era tida como namorada de seu irmão olhando para ele.  

    Os olhos do rapaz ficaram transtornados. Primeiro, virou o rosto e caminhou até a joaninha no carpete, achando irônico como o broche estava voltando para ele como um escaravelho amaldiçoado. Hyun Hee apertou os olhos, observando o objeto em suas mãos com o mesmo ódio que tivera quando a joaninha de metal bateu em seu pé diante do quadro de medalhas da Wangjo. Dessa vez ele podia segurá-la com mais força sem quebrar. Que destino mais escroto. Sentiu o dejavu e a maldita conexão que Misoo, sem saber, forçava nele de novo, mas não podia ficar barato.

    O rapaz botou as mãos no bolso e saiu andando na direção do grupo de garotas, que não reconhecia todas, e o menino de sua sala. Então se meteu no meio daquele grupo, inclinando o corpo como um galo e mexeu os olhos a procura de um culpado, tombando lentamente o rosto para o lado ao encarar Misoo, analisando sua alma.


    Se fosse uma situação normal, seria impossível olhar para ela sem admirar sua beleza revelada em um evento como esse. Ele notou, sem dúvidas, como Misoo era talvez a criatura mais bonita que estava existindo naquela Ópera, mas isso não era o bastante para deixá-lo menos furioso e enquadrá-la no grupo de patricinhas odiosas. Primeiro, dava um apelido para ele deliberadamente, agora achava que podia jogar coisas nele assim? Quem achava que era? Inicialmente ficou em silêncio, tamanha a raiva que guardava. Ele tirou uma das mãos do bolso e mostrou o objeto, bem firme em sua mão antes de guarda-lo de novo.

    - Foi você que jogou isso em mim? - perguntou com a voz baixa ameaçadora e fez menção de se aproximar dela.

    Capítulo 2 - Página 9 Vk4RNbC
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Sáb Dez 30, 2017 12:20 pm

    ”Desculpa, Nana, TT___TT meu pai veio direto para o camarote, n deu. Mas eu vou aí depois”

    Não queria abandonar as amigas depois do casamento, de jeito nenhum! Mas é que realmente ficava em outro planeta quando o assunto era seu noivo. Porém, tentaria compensar e ver sua amiga, depois que tivesse sua foto de casal com seu amor, que tinha até uma gravata combinando com ela.

    As outras mensagens não eram muito de sua conta. Não ligava para a tal menina da família falida, pois, se estava falida ou só se recuperando, por que se importar, não é? Se por acaso estivesse na escola e sem assuntos para popular sua mente, talvez desse mais atenção, mas daquele jeito, com Miwoo na cabeça e explodindo de alegria, ficava difícil. Ela nem deu atenção para a confusão de Yewon sobre a Ópera, na verdade, até se sentiu um pouco burra porque não sabia que aquela Ópera era engraçada. Será que era mesmo?

    Ela fechou um pouco o celular para sorrir para sua sunbae de moda.

    - Sim! Mal posso esperar pelo intervalo! Oppa me chamou para tomar um suco! Ele é tão fooofo~  E você reparou que ele está com uma gravata vermelha, unnie??? É totalmente o destino. Parecemos um casal de verdade~   - mexeu as bochechas, corada  Não havia espaço para empatia sobre o fato de MyungHee não ter aparecido.

    O celular da garota estava bombando de notificação e  não podia ser ignorado. Olhou as várias fotos de EunNa e levou um tempo para entender o que estava acontecendo.

    ”Eu vooou. Vou tirar uma foto com meu oppa e os Wang e depois eu desço ♥️♥️♥️”  

    Então começou a analisar as fotos. Nossa. Aquela era Misoo? Estava tão diferente! E tão magrinha… bem mais magra do que quando estava de uniforme!!

    ”Nossa, esse vestido parece um 34, como é que ela entrou ai?”

    ”Não acredito. Não gostei.
    Não era pra ela chamar a atenção hoje. TT_TT
    Não é nem justo
    Hoje era minha noite!!!!!!!!!!!!
    Queria uma mãe estilista também.

    Capítulo 2 - Página 9 Korean-emoticon-40-eca7b1eb8298-copy


    Fez um biquinho, olhando infeliz para o vestido. Tudo bem que seu vestido também era uma peça única, mas qualquer pessoa podia ter ido na loja e comprado! Isso era tão injusto…

    Naquela hora estava morrendo de ciúmes de Misoo e ignorando completamente o fato de que deveria protegê-la em nome de Jung Mi. Não era justo que alguém ficasse chamando mais a atenção que ela. Como boa menina mimada que era, ficou olhando as fotos com um biquinho, sendo a coisa mais importante que tinha recebido no celular.

    ”Que isso?” , quotou a foto de Gyu atingido por um broche.

    ”Aishh, cancela a Misoo no evento.
    Não é justoooo…
    Ela vai ficar aqui do lado chamando a atenção TT.TT”  


    Tinha medo que seu noivo a visse e Misoo chamasse a atenção dele também. Fez um biquinho e virou o rosto para observar o camarote dos Wang. Pelo menos seu Miwoo estava com uma gravata vinho que combinava com seu vestido!

    ”Menina aparecida falsa
    Ela se faz de recatada mas no primeiro evento já aparece assim pra chamar atenção dos oppa
    Será que o Jung Mi sabe que ela tá aparecida assim?
    Ela devia se comportar!!!!
    Capítulo 2 - Página 9 43d9b71a633e92ca83f406e4e25b9e63--kpop-sticker ”  


    Só estava usando o amigo para disfarçar que sua raivinha era mais pelo medo de não estar tão bonita quanto Misoo, que achava que não estava mesmo.Apesar disso, confiava na gravata vermelha como seu alicerce.

    "Eu nem fico preocupada com meu noivo. Porque estamos até com roupa de casal. ♥️♥️"

    Acrescentou.

    Mas era um pouco de verdade. Jung Mi não estava no evento. Será que tinham brigado? Era muito estranho largar a namorada à solta vestida para matar em um evento!! Jung Mi tinha que ser mais presente se quisesse cuidar de seu amor. Não podia simplesmente largar assim. Achou que talvez fosse uma boa ideia falar com ele depois.


    Capítulo 2 - Página 9 K70sAbf
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Ailish Sáb Dez 30, 2017 12:47 pm

    Ao perceber que começava a apertar a latinha de um jeito exagerado, tratou de colocá-la sobre a mesa, assim como as mãos, ambas entrelaçadas, tentando manter a postura descontraída, apesar dos ombros estarem encolhidos e tensos demais para alimentar o disfarce. Ahhh, tanto faz. Sabia que não valeria o esforço com Kim, mas ele não precisava escutá-la admitir o desconforto. Que tirasse as próprias conclusões, Sunny não acrescentaria mais nada, ou pelo menos, ela não queria acrescentar, né? No entanto, Kim conseguia irritá-la tão facilmente como lhe confortar nos momentos mais difíceis. Aquele tipo de conversa não era uma novidade entre os dois – o teor sim, já o ritmo e nuances, não. Ela não controlava o bico que crescia de acordo com as novas retaliações de Joo-Hyuk. Em vários instantes, ele soltou comentários irônicos, que Sunny apenas retrucou com levantamentos expressivos das sobrancelhas ou caras aborrecidas, porém não interrompeu o discurso.

    Logo, na vez de Kim...

    A feição dela se mostrou inocentemente chocada diante da perspectiva que o amigo expunha o abraço. Porque, de verdade, Sunny não imaginou que as outras pessoas pudessem concluir que eram namorados, mas da forma que Kim falava agora... Ela levou o punho fechado contra os lábios, refletindo enquanto recordava-se do episódio e ainda não via nada de tão absurdo. Talvez, por ter sido num local público e movimentado... Aos poucos, a ficha caía e só então se dava conta do contraste da cena.

    - E-Eu... Eu não... Eu não pensei nisso!!!

    Retrucou, emburrada.

    Afê!

    Ela se incomodou ainda mais quando o garoto começou a utilizar exemplos, principalmente pelo nome citado. Sunny cruzou os braços e respirou fundo, desviando o olhar por alguns segundinhos antes de voltar a encará-lo e...

    - O quê?!?!?!

    O tom chamou a atenção, mas Sun-Hee ignorava os prováveis olhares. Na verdade, nem percebia, pois os olhos estavam completamente fixos na CARA DE PAU de Joo-Hyuk – Por quê? Por que fez isso??? O que passou pela sua cabeça para provocá-lo assim? Ah, Kim!!! Você não é esse tipo de pessoa! – Sunny mordeu o lábio inferior com força, resignada por conta das atitudes doidas – Eu e o Jung não temos nada! CARAMBA! Não sei o que ACHA que viu, mas é besteiraaaaa! Se ele ficou zangado, foi porque você o provocou! Já pensou nessa possibilidade?

    Não adianta.

    Sunny ia continuar negando a relação da raiva de Jung com um possível sentimento de ciúmes.

    - Entendo o seu ponto de vista, mas para ser considerado real, é necessário existir algo da outra parte, e estou aqui, afirmando que não, não há qualquer chance do Jung Mi ter ficado chateado com o nosso abraço.

    Joo-Hyuk não testemunhou a indiferença do Príncipe ou a forma que ele a encarou na escada. Tão diferente de como se comportou com MiSoo... Os dois até passaram o intervalo juntos e compartilhavam um nível alto de intimidade, ao ponto da menina não se intimidar em gritá-lo no meio da sala de aula.

    Sentia o coração acelerado de novo.

    E se...?

    E se... Kim estivesse certo?


    Não queria nem admitir o quanto fazia sentido, porque na sua mente, não tinha como ser verdade. Ele estava a ignorando ou sequer notava sua presença!!!

    Quase suspirou de alívio devido à mudança de foco, porém não ficou nada satisfeita com as explicações rasas dele, até porque, independente de tamanha e aparente falta de interesse do amigo, significava justamente o contrário, na concepção de Sunny. E ao concluir que Kim apenas refletiu as próprias e vazias explicações a respeito de Jung, ela se sentiu mais enfurecida, mordendo um pedaço enorme do lanche e teve dificuldade em mastigar e engolir tudo porque a garganta fez o favor de travar, afetando até a fome. Estava sendo, realmente, uma conversa bastante indigesta e nem o comum artifício de oferecer comida surtia o efeito desejado.

    - Incrível como você tem a capacidade de simplificar uma história, Kim. Está de parabéns. Agora entendo perfeitamente o motivo de sua Hyemin atravessar a quadra todinha e se expor daquele jeito para quebrar o ovo justo nessa cabeçona – devolveu de modo sarcástico, entretanto... liberou o ar dos pulmões, enfim – Chega. Não vou me atacar com você por conta disso e nem estragar o passeio. Mas... – colocou o espetinho perto do Kimbap – Tenho vontade de cortar a língua por dizer isso, só que no seu lugar, eu conversaria com essa “nova pessoa”... Afinal, apesar do que está dizendo com tanta segurança, parece que existem detalhes mal resolvidos entre vocês.

    Bebeu um pouco da soda e agora já não o fitava mais, deixando-o refletir conforme lidava com determinados pensamentos também.
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Sky Sáb Dez 30, 2017 5:48 pm


    Won notou como Ji-Hyun não queria que o ajudasse. Talvez ela quisesse se provar ali também.
    "Será que a chefe contou pra ela que estamos disputando a vaga ou algo do tipo?" não tinha parado pra pensar que a garota talvez estivesse com a mesma pressão que ele.

    - Isso é errado. - Comentou. - Não estamos fazendo nenhum favor a eles, sabe? Eu já trabalhei em comércio, mas é a primeira vez num bairro como esse. Por isso achei um pouco estranho...Mas tudo bem. Vai dar tudo certo.

    Won acena positivamente com a cabeça.

    -Sim, é errado. Mas sim, como disse, vai dar tudo certo - sorriu junto com ela.
    Won poderia não ter nenhum ganho pessoal dando aquele apoio moral mas sentiu uma boa sensação no peito, como um calor de otimismo.

    -Sim, aquela mesmo - concordou. Logo os dois voltaram ao trabalho.

    Era diferente lidar com uma garota como Ji-Hyun: sem o glamour ou a falta de noção realidade que as garotas da Wangjo tinham, era muito mais fácil interagir com ela.

    "Quem diria Won, depois de quase morrer pra falar com as garotas da Wangjo você nem está infartando agora" sorriu sozinho ao terminar de passar pano na mesa. Por mais que tenham sido dias turbulentos, eram dias de evolução num aspecto.

    Ela saiu primeiro para almoçar.

    "Olha, ela foi mesmo na loja do Kang. Tomara que ela não veja as piscadelas dele no primeiro dia, seria traumático demais"

    Logo ele encontraria Kang para almoçar também.

    - Yo, Batbin! - Kang levantou-se e o cumprimentou com a mão boa. - Foi normal, acho, o de sempre. E você?

    -Hoje eu to trabalhando com alguém que pode ou não pode pegar a minha vaga no café - explicaria para ele mais ou menos a história de contratar mais uma pessoa e ver como se sairia até domingo.

    -E adivinha cara, é uma menina. Uma garota bonita ainda - sentia ficar um pouco envergonhado ao dizer aquilo, não era de falar assim das mulheres pros amigos -Digo, é uma competição difícil cara! Aí eu expliquei pra ela mais ou menos o trabalho, até que está se saindo bem

    Fez uma cara de preocupação mas logo a desfez para não criar um clima desagradável.

    - Por que eu sou tão azarado, hein? Os meus clientes nem de perto foram fofinhos assim, daí basta eu sair e me acontece isso.

    -Ei, Kang...é ela. A garota que tá trabalhando no café também - revelaria ao amigo. Já conhecia suas reações nada discretas então apenas o virou para a direção contrária com o braço bom.

    -Vamos comer frango frito! Hoje é sábado, é um bom dia pra comer besteira - disse já meio empurrando o amigo.

    Poderia ter sugerido ir comer com a garota nova mas...queria dar espaço a ela, aquele trabalho pode ser meio pesado 'mentalmente' também, ela poderia aproveitar os momentos de paz para relaxar e não ficar de frente com o rival mais tempo ainda.

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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Natalie Ursa Sáb Dez 30, 2017 8:13 pm

    Tinha realmente feito isso.

    Tinha jogado o broche com formato de joaninha de volta contra aquele que acreditava ter jogado primeiro na direção de seu grupo.

    O garoto que antes tinha cabelos vermelhos e que à pouco gritava o nome de alguém como se nem estivesse em meio à um evento cheio de pessoas.

    ISSO MESMO! Estavam naquele evento idiota que nem tinha começado ainda e MiSoo já estava arranjando confusão e agindo como uma maluca! Quando o objeto bateu no ombro do garoto ela já estava arrependida de sua ação impulsiva.

    O Ketchup voltou-se à ela com um olhar nada contente. MiSoo arregalou os olhos sem saber o que deveria fazer. Se ele viesse reclamar, com a expressão que trazia no rosto, iriam começar a chamar atenção demais. Não queria toda a atenção sobre eles!! Ainda mais que sua família estava por ali.

    Quando Hyun Hee se abaixou para pegar o objeto, MiSoo chegou a pensar que ele não estava interessado em revidar e suspirou um pouquinho mais aliviada.

    Mas e se quisesse arremessar o broche mais uma vez?

    O breve alívio se tornava em ainda mais tensão.

    Já estava preparada para receber o item de volta. Ia ser muito ruim tentar desviar usando saltos tão altos, mesmo assim iria tentar! Felizmente o garoto não tentou jogar de novo, entretanto estava se aproximando deles agora e não deveria ser algo positivo! Com o modo com que ele vinha, estava claro que muito provavelmente não resolveriam  a situação sem gerar mais problemas adicionais…

    - Aigo… E agora? - resmungou para BoMi, acabando por segurar involuntariamente o pulso da amiga em meio ao nervosismo por ter que encarar aquela pessoa.



    MiSoo engoliu em seco e se posicionou ereta, o melhor que pôde em meio à roupa pouco prática. Tinha soltado o pulso de BoMi e pousava as mãos na cintura, tentando esconder o nervosismo gerado pela aproximação do colega. Felizmente o salto era tão alto que a altura dos dois não estavam muito distintas. Podia quase encará-lo de igual para igual. MiSoo estreitou os olhos, meio que simulando a expressão no rosto do Ketchup e o observou se enfiar no meio do grupo, olhando-os de um jeito meio esquisito e finalmente fitando-a ameaçadoramente.

    A garota chegou a prender a respiração, sentindo as mãos estremecerem um pouco quando o Ketchup lançou o olhar sobre ela e mostrou a jóia, mas diante de sua pergunta tentou se recuperar do breve efeito do medo para conseguir respondê-lo sem demonstrar o que realmente passava por sua mente, afinal, queria proteger às pessoas que estavam com ela e também tinha que lidar com as consequências de seus atos descabidos.

    Colocou um pouco mais de força nos dedos que envolviam a própria cintura, mantendo as mãos firmes e respondeu:

    - A-Apenas devolvi o que foi jogado em nós. - apesar de a voz ter falhado no início, MiSoo continuou a frase de modo firme e determinado, sem sair do lugar, apesar de ansiosa para afastar-se dele logo - Não precisa fazer careta e por favor, não jogue mais seus pertences por aí. Esse negócio é pesado, pode machucar alguém.

    Embora devolvesse um olhar um pouco irritado à ele, tudo o que mais queria era que o colega de turma entendesse o que ela estava dizendo.
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    Mensagem por GodHades Dom Dez 31, 2017 5:56 am

    - Já me sinto muito acolhido, obrigado Sra Jun... - A principio Dong ficou sem jeito quando ela riu. Pois era um belo de um sorriso, gentil. Estava surpreso com o tamanho da barriga dela! Parece que a qualquer hora a familia vai aumentar e o rapaz já ficou feliz por sua estimada amiga; mas ele não sabe realmente a fundo se a garota aprovava o novo membro, será que estava estressada por isso?

    Dong era filho unico, ele não sabia como era... dividir as coisas. Tem gente que não lida bem com isso, esperava que a player de Kitana não fosse dessas!

    - Seria mentira minha dizer que gosto de todos mas tento fazer minha convivência ser a mais tolerável possivel com os demais.

    Chegou a ajeitar a armação do oculos, escura. A oferta de comida era bem recebida pelos ouvidos e estomagos do virginiano nerdoso, e ele virou o rosto de lado surpreso com a palavra... banquete aparecer.

    - Só para mimm? - Levou a mão direita na altura do peito semelhante a como Ha Neul faz, como se o amigo estivesse sempre presente até em suas manias.

    - O Kimchi já estaria de bom tamanho ainda mais sendo caseiro! Essas comidas que diz, não consigo reconhecer o nome mas soa como...

    Canadenses, como Ellen lhe explicava bem descontraída.  - Oh! Me dei muito bem Sra Jun. Farei inveja nos meus amigos, um deles em especial seria o prototipo de Master Cheff Jr Seul, ele vai ficar louco quando descobrir que comi tais iguarias caseiras e não lhe trouxe nada.

    Dong riu de sua própria fala apesar que Ui-Ji não iria expressar um ato de loucura e sim olha olharia de maneira silenciosa e julgadora. Ele se arrepia só de pensar na frieza daquele olhar.... digo, depois de limpar seus sapatos num tapetinho da entrada, foi entrando na casa ao lado de Stella e da Sra Jun, afinal o local parecia bem limpo. Prontamente ele tirou o boné da companhia já que entendeu que seria uma falta de respeito entrar no recinto com isso encaixado. Seus cabelos castanhos estavam amassados para o lado esquerdo, meio bagunçados.

    Ele tomou banho antes de ir, se arrumou, mas não tinha uma genética tão maravilhosa, ao ponto de ter cabelos sedosos.

    O tom claro daquela sala fazia bem a alma de Dong, não seria louco de julgar o lar de Stella, mas que chegou a soltar um curto suspiro, soltou. Seria de satisfação, talvez baixo o bastante para que não fosse notado por elas. A mistura de culturas presente na arrumação da casa não parecia conflitosa, porém tudo se mostra arrumado demais, revelando que alguém deu duro para deixar os pisos refletindo como espelhos.

    Kyung olhou para seus pés e podia ver seu reflexo inteiro, perfeito.

    Isso o impressionou, era gente bem caprichosa... havia uma diferença de altura também presente nas mobilias, Dong por ser mais baixinho sentiu isso mas não era algo incomodo. - Primeiro os estudos, depois a sagrada comida.

    HeeK não pode conter seu lado estudioso, ele veio lá para estudar não dar trabalho ou louça para os familiares de Stella lavarem! Ele se sentiria melhor estudando antes, assim sentiria mais fome até.... mesmo que aquele Kimchi esteja soando como deveras tentador...

    - Apagar? - Olhou para os lados e depois se apontou com o indicador. - Depois de tanto café? Digo... sei que a aula vai me manter bem acordado,  Professora Stella. Começou a tirar a mochila de um dos ombros, procurando algum canto para deixa-la ou então, seguiria a garota até um local indicado. - E o nome, já sabem?

    Do irmãozinho se referia, falando isso enquanto a bonita mexia no celular daquela maneira descompromissada como se não esperasse receber mensagens.
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Persephone Ter Jan 02, 2018 2:48 am

    [WON-BIN]

    06/04/2019 - Sábado
    1 P.M.


    - Como assim? O seu emprego não tava garantido de boa?

    Kang ficou um pouco preocupado com aquela notícia que Won dava. O garoto ficou visivelmente atordoado e coçava a nuca, pensando numa alternativa. Olhou na direção da loja de conveniências e olhou para o amigo de novo.

    - Vou ver se desenrolo com o meu chefe uma vaga pra você. É que o gesso assusta, né? Você não pode mudar pra uma atadura ou coisa que pareça menos trágica?

    Ponderou.

    - Você sente dor?

    Kang estava tão focado com a primeira parte da história que apenas alguns segundos depois, o encarou ao entender que ele competia com uma menina. Fez uma cara de “ah...que dó”. Até tocou no ombro dele, tentando dar um consolo, um ombro amigo, mas ele nem tinha ideia que essa cara de pena só piorava a situação.

    Não era a intenção dele, mas...né? Kang sendo Kang.

    - Não tem porque ser desonesto, saca? Eu acharia burrice de sua chefe te mandar embora, sendo que você manda bem mesmo com um braço só. Enfim...Não fica assim, para tudo dá-se um jeito. Você também é bonito...Sei lá, é forte, devem te achar bonito.

    Mais tapinhas no ombro bom e uma olhada ao redor. Kang finalmente viu aquela belezinha que saía da loja de conveniências e se achava um grande azarado por perder aquela oportunidade. Certeza que daria o seu telefone junto com o troco. “Aqui, Senhorita, o nome é Kang, faço entregas à domicílio e…”

    - QUE? - Falou mais alto. - Como assim é ela que tá trabalhando com você?

    Girou para o outro lado e saiu daquela chave.

    - A sua adversária tá comendo no meu emprego! E é uma gracinha, não tá vendo a oportunidade? Bora lá colocar pimenta na comida dela… - Fingiria que começaria a andar naquela direção, mas parou. - Sério, vamos lá, Won. Qualquer coisa, você pode seduzi-la e daí ela não terá coragem de tirar o emprego do amor da vida dela. Só não deixa a Bo-Mi saber. O que será que o Jae faria no nosso lugar?

    Kang ponderou e visualizou muita gritaria e barraco. Fez uma careta, meneando negativamente.

    - Péssimo exemplo. - Fez uma careta. - Só como frango frito se você pagar, só tenho dinheiro pra um suco.

    Mentia naquela cara lavada e ainda dava um sorriso. Estava vendo até onde ia o medo de Won-Bin.

    Enquanto eles falavam, Ji-Hyun continuava saboreando o seu ramen, fazendo um biquinho e enchendo as bochechas com os olhos um pouco arregalados. Meneava positivamente, no ritmo da musica e leva a mão até a boca para que não a vissem mastigando. Olhando assim, parecia uma criatura inofensiva.

    Não uma rival maldosa.

    Kang fez um biquinho e olhou para Won de novo, esperando a decisão do líder.

    [DONG]

    06/04/2019 - Sábado
    12:00 P.M.


    Stella observa a interação de Hee-Kyung com sua mãe e via certa graça nisso. Ele sempre era assim, né? Uma pessoa bem agradável de se conversar, apesar do tom sempre formal e polido. Ellen também gostava de conversar com ele e deu algumas risadas com os comentários dele.

    Os três entraram na residência, abandonando os calçados e pegando as pantufas. Dong usaria uma de visita, mas que estava nova e limpissima.

    - Claro que fiz para você, oras! Na verdade, eu estou aproveitando sua presença para fazer mais comida, como desculpa. Porque eu ando comendo por dois ou mais. - Disse de modo divertido. - Mas fiz questão de pedir o seu prato favorito. Só não me recordo se você é fã de doces...Tem salada de frutas e torta de maçã. Mas se você não gostar, eu acho que tem sorvete…

    Ellen tentava ser a melhor anfitriã possível e o deixava bem confortável naquela casa. Ele não era um estranho, afinal. O comentário dele acerca de fazer inveja aos amigos, trouxe outro sorriso para ela.

    - Diga ao seu amigo que eu posso mandar a receita! Então ele pode dizer que está começando uma carreira internacional.

    Piscou.

    - Agora com licença, vou ver como estão os preparativos. Fique à vontade, você vai usar a sala de estudos, né minha filha?

    - Uhum, eu já deixei as coisas lá.

    - Tudo bem. Não vou atrapalhar mais. - Fez um afago no ombro de Dong e se retirou.

    Stella voltou-se, então, para Dong, esperando pela posição dele. Queria saber se ele estava com fome e preferia comer antes de estudar ou o começar e pausar. Por algum motivo, ela já achou que sabia que a resposta dele seria aquela. Por isso comeu uma fruta antes dele chegar, para “forrar” o estômago.

    - Vamos para a sala, então.

    A garota pegou o celular, dando uma checada nas mensagens, mas, aparentemente, não tinha nada demais. Os dois seguiram pelos largos corredores até chegar numa porta de correr. Aquela era a sala de estudos de Stella. Tinha tons claros e apenas alguns detalhes em rosa escuro.

    - Você ja tomou muito café, foi? - Perguntou, deixando que ele entrasse primeiro na sala, mas não fechou a porta.

    Na mesa havia a apostila do colégio - e alguns livros em inglês. Alias o quarto inteiro tinha prateleiras com livros arrumados de modo mais despojado. Um notebook branco estava fechado, no canto da mesa - não era o computador gamer dela, que ficava em seu quarto, até porque não aguentaria. A sala também tinha uma tv com acesso à netflix e tv à cabo.

    - O nome…? Ah, do meu irmão. Minha mãe escolheu o nome canadense dele, Benjamin. - Pronunciou em inglês. - Ben. Mas o registro aqui na Coreia, ainda não sei. Ela já está com sete meses, ele deve nascer em Junho, acho.

    E Stella era de Julho.

    - Pertinho de mim. - Completou e sorriu de modo meigo. - O quarto dele está ficando bem fofinho. Depois eu te mostro.

    O sorriso fraternal e meigo dela indicava que ela estava feliz com a ideia. A tristeza era só imaginar que ele teria que viver na Coreia e passar pelas mesmas coisas que ela. Esse era o grande drama de consciência dela.

    - Mas então, me diz...você faz curso de inglês? Deve ter noção de alguma coisa até pelos jogos, né? Qual é seu ponto fraco? É a escrita? A pronuncia? Por onde gostaria de começar a testar?

    Stella perguntou já começando os trabalhos mesmo. Além disso, tinha um trabalho simples, até da apostila, mas eram muitas páginas, o que deixava cansativo. Fora isso, ainda tinha os outros projetos para entregar também. Seria o momento estudioso dele.

    Assim como Dong, Stella estava levando aquele momento de modo bem literal mesmo. Só mudou de topico porque ele tinha perguntado do irmãozinho.

    A garota fazia a linha paciente, não tinha problemas em volta e explicar o que ele não entendesse. Dava para ver que tinha mais afinidade para letras e humanas mesmo. Ela não teria a mesma facilidade com matemática, fisica ou quimica. Talvez até precisasse da ajuda dele para os exercícios de matemática.

    [SUN-HEE]

    06/04/2019 - Sábado
    2:30 P.M.


    - Claro que não percebeu, não é?

    Resmungou em resposta enquanto começava a separar o espetinho para o prato dela. Estava prestes a chegar no momento tenso da conversa e não se surpreendeu com o pequeno escândalo dela. Na verdade, ele manteve muito bem a cara de paisagem e piscou gentilmente para ela.

    - Para quem não tem ou sente nada, você parece muito, muito abalada com o que contei. Por que eu não podia provocar? Ele acha que por ser herdeiro, pode dar em cima de todas as meninas? - Franziu as sobrancelhas e deu um soco na mesa - Ani! - Disse de modo enfático. - Eu fui seu herói, porque esse garoto só a está iludindo, Sunny. Um dia você me agradece.

    Encerrou e pegou um pedaço do frango, passando naquele delicioso e picante molho. Já estava mastigando quando Sunny foi enfática de novo.

    - Certo, então tudo foi uma impressão e não tem porque você se chatear. Coma, está uma delicia.

    Incentivou, empurrando um pouco o prato para ela.

    Foi a vez dele falar e Sunny ouvir. Porém, sua história foi tão profunda quanto uma poça e ele acabou antes que ela conseguisse terminar um dos palitinhos. Deu uma meia risada e meneou negativamente.

    - Você que criou expectativas com uma história que não tem nada a acrescentar. - Deu de ombros. - O ego dessa gente é algo que nunca entenderei, Sunny. Ela quis provar algo, espero que tenha conseguido. - Foi ficando um pouco mais sério e pegou o leite, dando um generoso gole para tirar aquela ardência da boca.

    Olhou para Sunny, balançando um pouco o copo e indicou na direção dela.

    - Já conversamos. - Interrompeu-se, virando o copo e limpando os lábios em seguida. - Quarta-feira, ela me pediu desculpas pelo que fez. Aposto que foi obrigada, a amiga dela estava com o celular na nossa direção. - Deu de ombros. - Eu falei que desculpava, se ela não te perturbasse mais.

    Piscou bem bonitinho para ela.

    - Vê como eu sou seu amigo protetor? Diferente de certos gaviões, eu me preocupo de verdade com você. Agora...Podemos ir? Eu já paguei essa conta, você tá me devendo alguns café de graça agora.

    [JAE-KI]

    06/04/2019 - Sábado
    9:50 - 10:20 P.M.


    Dan esboçou um sorriso, como se estivesse satisfeito por sua perspicácia. Dos dois grupos, eram sempre os mais novos que simplesmente abriam a matraca e não paravam de falar. Jong-Suk gostava de ver o garoto interagindo com outros de sua idade, pois se lembrava da época do colégio onde Jae era excluído de tudo.

    Como um hyung que se preocupava com a mais novo, era quase gratificante ver que a vida não tinha tirado aquele jeito dele. Sabia que o garoto era desconfiado, mas pelo menos estava conversando.

    JR e Kyung-Suk logo relaxaram também, começando a catar os celulares e se encostarem pelas paredes disponíveis. Rey ficava observando em contemplativo silêncio enquanto Jessi olhava para trás, esperando por um vislumbre de Jazz. Kai continuava curtindo seu cigarro e revirando os olhos com as atitudes de Dan.

    - Também tenho 16. - Sorriu, animado. - Sim, Jung-Su é legal. Às vezes vamos ao túnel e fechamos para fazer uns grafites ou só andar de skate. Também é legal implicar com os turistas e bater umas carteiras. O Kai briga bastante e geralmente vence. - Riu. - Eu prefiro só torcer. Esse rostinho bonito tem que permanecer intacto.

    Falava com bastante simplicidade e era bem confiante quanto à sua beleza. Era o mais bonito dali, mesmo, considerando a carinha inocente que ele tinha.

    - Às vezes é agitado, às vezes calmo. Hoje, por exemplo, sei que estará agitado lá pelo Teatro.

    - Era hoje? - Kai perguntou, de repente.

    - Sim. Vai ter algum evento lá, parece, um coral, ópera, sei lá… - Fez uma careta.

    Jae talvez tivesse ouvido um comentário ou outro sobre a Ópera, no colégio. E agora os meninos confirmavam que era naquele sábado.

    - A gente podia ir pra lá depois. - Dan comentou. - Ver os ricos.

    - Por que? Tem graça nenhuma, só se eu puder tacar ovo nos carros. Vou poder?

    - Poder, pode. Mas é bom correr depois. - Dan disse brincando e pegou um pepero, pensando. Olhou para Jae, pensando no cabelo. - É um pouco chato, mas faz parte. Mas nem sempre usamos. Foi uma aposta. Vermelho e preto, é? Interessante...Se a gente se ver de novo e eu souber, eu trago uma tinta ou maquiagem vermelha pro seu cabelo.

    Ele sempre tinha um tom honesto, como se não fosse difícil conseguir esse tipo de coisa. Considerando a quantidade de peperos que ele furtou, dava para imaginar o porquê. Mas agora, talvez, Jae-Ki estivesse um pouco mais aflito sobre a tal ópera.

    Será que ela tinha ido?

    Como estaria vestida?

    Os meninos ficaram surpresos por ouvirem que Jae não tinha internet em casa. Rey logo pegou o celular e liberou internet para ele. Pouco a pouco, as duas gangues distantes começavam a estreitar os laços.

    Meia hora depois, Ji-Hoo, May e Jazz se aproximavam. Os dois de cabelo colorido traziam um sorriso tranquilo no canto dos lábios enquanto Ji-Hoo parecia mais sério, porém nem um pouco tenso.

    - Vejo que as crianças se comportaram. - May disse de forma divertida. - Vamos comer?

    - Na barraca do Feng? - Kai perguntou, interessado.

    - Sim, pode ser. Ele tá devendo ainda. Vocês querem ir? - May olhou para eles.

    Ji-Hoo parou e olhou para trás, antes de olhar para o grupo.

    - Eu não posso, preciso voltar. Já estamos resolvidos, não é?

    - Uhum. Vocês são muito bem-vindos. - May respondeu.

    - Então, como disse, vocês estariam liberados depois. Sem brigas hoje. - Deu um tapa no ombro de Jae-Ki. - Vou com o carro, então, quem precisa de passagem?

    - Nah, eu também vou embora…- Kyung disse. - Pego a carona porque tenho um encontro.

    Os amigos o olharam de modo divertido.

    - Bom, duas motos, podem pegar garupa, se quiserem ficar. Mas se precisarem de passagem. - Ji-Hoo entregou uma nota alta para Jae e outra para Joon-Geu. Era mais do que a passagem, podia ser considerado um “pagamento” pelo sábado. Um presente.

    - Se quiserem ir, estamos indo. - May declarou e acenou.

    Dan deu um tchauzinho mais animado e Rey os cumprimentou com a cabeça. Kai deu um sorriso irônico. Já Jessi agarrou o braço de Jazz e saíram juntos.

    - Vocês que sabem. - Jong-Suk comentou. - Eu não tenho mais o que fazer mesmo. Estamos liberados pra andar aqui?

    - Sim. Talvez até façamos trabalhos juntos ou role um intercâmbio. - Ji-Hoo comentou. - Bom, obrigado por terem vindo. Até a próxima.

    [NATIONAL THEATER OF KOREA]

    06/04/2019 - Sábado
    8:15 - 8:30 P.M.


    Quando Chaeyeon viu a besteira que tinha feito, ela nem conseguiu pensar direito. Estava sob muita pressão e nervosa por querer sair dali por conta de Hyun-Hee. Para piorar sua situação, ela ainda acertou um desconhecido. Mesmo morrendo de vergonha, tudo o que ela conseguiu fazer foi virar as costas e “correr”.

    O grito de Hyun-Hee apenas incentivou a corrida e agora ele se via preso naquela sinuca de bico. Sim, a garota tinha vencido aquela batalha, mas apenas por hora! Afinal, uma guerra tinha sido declarada ali.

    Já no grupo de MiSoo, foi com bastante surpresa que Bo-Mi e Gyu-Sik viram a atitude dela. A amiga até tentou mexer os braços, soltando um.

    - Nãofazisso,Mi…! - Mas era tarde demais.

    O broche voou até Hyun e bateu nele. Os olhos de Bo-Mi ficaram arregalados e ela também se agarrou ao braço dela, como se uma desse forças para a outra. Sooyeon olhava para MiSoo com bastante reprovação, meneando negativamente e julgando aquela atitude impulsiva dela. Já Gyu-Sik, não podia deixar que aquilo acontece.

    Era previsível que ele viria, não é?

    Considerando a fama que Hyun tinha, era óbvio que ele viria. Mesmo que MiSoo se enchesse de coragem e colocasse as mãos na cintura, logo ela teria a visão tampada pelas costas de Gyu-Sik. Ela se defendeu - podia ainda chegar pro lado ou só tombar a cabeça, meio que tendo Gyu como parede - mas fato era que o gêmeo de Bo-Mi não sairia da frente dela ou permitiria que aquela sandice continuasse.

    - Foi um mal entendido, creio eu, hyung. - Gyu disse com uma voz bem séria, mas respeitosa. Ele sabia ser firme quando queria e os dois já se conheciam no passado. Até porque, Gyu era muito amigo de Jung-Mi. - Ela não tinha intenção de machucá-lo assim como foi sem querer que isso bateu em mim, não é?

    Arqueou uma das sobrancelhas. Bo-Mi voltou a abraçar o braço de MiSoo e olhava quietinha. Sooyeon ficava um pouco preocupada por seu oppa.

    - Sinto muito. - Gyu-Sik resumiu.

    Antes que a situação continuasse, contudo, MiSoo logo sentiria uma perigosa mão em seu ombro. Aquelas unhas compridas e bem feitas apertavam um pouco sua pele e, diferente do que se esperava, o toque materno não era nada carinhoso.

    - O que está acontecendo? - Perguntou entre os dentes, mas com um sorriso para disfarçar a irritação que sentia.

    Bo-Mi e Gyu-Sik se surpreenderam com a súbita chegada da mãe de MiSoo e isso significava que a mãe deles também se aproximava: fato mais do que comprovado, pois a mãe deles vinha com sua postura perfeita olhando bem desconfiada para a situação.

    - Sra. Yeun. - Os gêmeos disseram ao mesmo tempo, reverenciando a mulher.

    - Quanta formalidade, queridos. Não precisa tanto. Park Hyun-Hee - Olhou para o menino e sorriu. - Quase não o reconheci de tão crescido. Está um verdadeiro cavalheiro esta noite, mas...Está tudo bem por aqui? - Olhou de Hyun para os gêmeos e, finalmente, MiSoo.

    - Sim, está tudo bem… - Gyu falou e trocou um breve olhar com Hyun, como se pedisse para que tudo ficasse bem.

    - Ótimo. Está na hora de voltarmos, então. O tempo passou tão rápido não é mesmo? - Sorriu e ela tinha uma aura de glamour e perigo constante. Bo-Mi se sentia um pouco desconfortável perto da mãe de MiSoo, quase como se fosse constantemente julgada. A mãe deles, mesmo sendo muito mais séria, parecia mais fácil de lidar. - Vamos? Boa Ópera a todos.

    Acenou para a amiga e começou a sair. A avó e a prima de MiSoo viram aquela saída com certa desconfiança e não demoraram a seguir para o camarote também. Até lá, contudo, MiSoo teria que aguentar aquela pressão dos dedos de sua mãe em seu braço. Os passos dela foram acelerando pelo corredor, até que na primeira curva, a mãe a empurrou contra a parede.

    - Qual é o seu problema!? - Bateu com a bolsa de mão no braço da filha. - Não tem modos?! Não tem educação!? Do que que adianta ouvir que você é a mais bela dessa noite, se assim que pessoas importantes olham pra você, elas te pegam jogando alguma coisa na direção de um dos principais herdeiros desse país??!!?!?!

    Queria esganar MiSoo.

    - Você não cansa de me decepcionar não?? Ou isso é rebeldia só porque não queria vir?? Abusada!

    Parecia que Hyun-Hee era uma situação muito menos danosa e perigosa do que estar ali com a própria mãe. Felizmente, antes que ela continuasse com a retaliação, a avó e a prima viraram pelo corredor.

    - Hyo-Jin! - A avó disse num tom sério. - O que pensa que está fazendo?

    - Educando minha filha, mamãe...Será que posso?!

    - Não. Não pode. Larga ela, é uma ordem da sua mãe.

    Hyo-Jin travou com o maxilar e olhou para MiSoo com a promessa de que se não fosse pela avó, a situação dela seria muito pior. Recuou, dando espaço para que a mãe agarrasse o pulso de MiSoo e a puxasse para perto.

    - Pode ir na frente para o seu camarote. Vai. - A avó mandava. Hyo-Jin lançou outro olhar para a própria filha, mas deu as costas e seguiu na frente como se nada tivesse acontecido.

    A avó ampararia MiSoo por alguns instantes, mas logo precisariam ir. O prólogo da Ópera estava para começar…

    Já Hyun-Hee podia avaliar que tipo de pessoa a mãe de MiSoo era. A mulher parecia tensa, apesar do sorriso bonito que carregava - era inegavelmente atraente, do tipo que não parece ter uma filha daquela idade. Mas também parecia bastante perigosa, ainda mais se julgasse as expressões dos amigos de MiSoo.

    Depois que elas partiram, Gyu-Sik pediria licença também e se retiraria com a irmã para perto da própria mãe. A mãe deles acompanhava aquela cena com certa curiosidade, mas distância. Como se simplesmente não fosse se meter, independente do que acontecesse.

    Parecia muito o tipo de situação envolvendo bullying em WangJo: onde ninguém se metia, só observava.

    Hyun também veria que seu avô. O Sr. Hong olhava ao redor, se apoiando na bengala, mas parecia preocupado - e solitário. Quase como uma criança perdida no meio da multidão - com a diferença que era um idosinho. Quando finalmente encontrou o neto, ele deu um sorriso de alívio e até certa admiração. Talvez antes ele estivesse procurando pelo cabelo vermelho dele e agora que via como ele parecia um jovem coreano normal, ficava satisfeito com o resultado.

    Era o primeiro sorriso que ele recebia naquela noite e foi bastante verdadeiro. Logo indicou para o neto que deveriam ir.

    O camarote de Hyun ficaria ao lado da família de MiSoo - abaixo do de Hyemin, que estava no 3º andar. No camarote, ele encontraria a família Moon. Eun-Joo estava linda naquela noite, com um vestido azul marinho e um penteado com o cabelo meio preso com uma presilha de ouro branco e diamantes. A família dela era composta pelos pais e os avós paternos. Todos os cinco se ergueram e reverenciaram avô e neto quando eles chegaram.

    Os familiares de Eun-Joo elogiaram a aparência do rapaz e trataram o avô dele com todo o zelo do mundo. Já Eun-Joo se mantinha com uma postura humilde e o olhar voltado para o chão.

    As cadeiras-poltronas eram dispostas em duas fileiras com 4 lugares. Hyun e o avô sentariam na frente junto do avô e do pai de Eun-Joo enquanto as mulheres ficavam atrás. O perfume de Eun-Joo estava concentrado bem atrás dele, como uma verdadeira tentação. Porém, tentação maior estava do outro lado do teatro.

    Park Chaeyoung estava sozinha no camarote, sentada na primeira fileira. A expressão dela parecia abatida e um pouco distante e a tristeza dela era completada pela echarpe que caía e revelava um pedaço de seu ombro. Logo o movimento começou ali também.

    O pai dela chegou acompanhado da família de Jong-In - os pais e os irmãos mais velhos dele. Chae se viu obrigada a levantar e reverenciou todos eles.

    Jong-In sentou-se logo atrás dela e enquanto os mais velhos se falavam, ele logo se inclinou para a frente, chamando a atenção dela e falando algo ao pé de seu ouvido. Chae deu um sorriso no canto dos lábios e meneou positivamente, mas logo virou-se para a frente e juntou as mãos. Parecia fora de quadro ali.

    Acima de Hyun, Hyemin continuava sua saga com o celular.

    Apesar de estar na segunda fileira, a menina se esticava toda para conseguir olhar para Miwoo no camarote ao lado. Ela conseguiu ver alguns relances aqui e ali, mas para manter a descrição e a compostura, era melhor sentar quieta de novo. O celular chamou sua atenção com as mensagens das amigas.

    Eun-Na não parava de mandar imagens.

    Nana: Barraco! Flagra!! A MiSoogorda jogou esse negócio no Hyun. Iiiih, ele ta vindo brigar. Tretatretaretaaaa

    Yewon: Dane-se, essa garota! Eu quero saber o que você quis dizer com isso aqui, Hyemin!!

    Yewon colou a parte que ela falava de Jung-Mi.

    Yewon: Por que ele tem que saber de alguma coisa? Você está sabendo de algo que eu não sei, né? Foi aquele dia, né?? Vai falando, Min-Ah! Você é MINHA amiga!!

    Hyemin simplesmente esqueceu que não tinha contado todo o conteúdo da conversa com Jung-Mi, muito menos que havia concluído que a pessoa especial era MiSoo. Agora Yewon a bombardeava de perguntas furiosas e a menina ficava sem saber para onde correr.

    Hayoung já tinha se calado, porque quando Yewon começava com os surtos, a Srta. Dong preferia se ausentar.

    Nana: Nossa, a mãe dela chegou. Nossa, como essa mulher é linda! Bah, acabou. Eu vou subir pro meu lugar. Beijos

    Yewon: HYEMIN?!?!?!

    Para a sorte de Hyemin, Nana deu a melhor solução: ópera começava, celulares desligados. Mas agora mesmo é que ela não conseguiria se concentrar em toda aquela cantoria e agudos e graves porque tinha muita, muita coisa pra pensar! Quanto tempo mesmo a separava do intervalo?!

    [...]

    10 P.M.


    Uma hora e meia.

    Foi o tempo que o Prólogo e o Ato I duraram. A Ópera tinha um teor muito denso, pelo menos nesses dois momentos inciais. O prólogo começava com uma disputa entre o Arcanjo Miguel e Lúcífer, o favorito e rebelde. Aquele que antes possuía a luz, se revoltava contra o Divino e após perder a luta, caiu, criando o Inferno e seus 9 círculos. Então, o personagem principal, Dante, começa sua saga...ele está preso à floresta escura para o inferno, mas a voz de seu amor, Beatrice, canta o amor que o enche de coragem após mover sol e estrelas. Ao conseguir se libertar, ele se vê preso por três feras, mas eis que o Poeta surge, enviado dos céus para guiá-lo por uma jornada que o libertará e levará até o seu amor.

    “Deixai toda esperança, ó vós que entrai...”

    No Ato I, a história da passagem pelo Inferno era contada. Era preciso sempre descer mais para que a liberdade fosse encontrada. Por cada círculo do Inferno, o herói era submetido a um novo desafio. As palavras escritas nos portões faziam cada vez mais sentido, principalmente quando ele era tentado pelos pecados e as histórias do desamor. Porém, novamente, era Beatrice e o divino que continuavam a guiá-lo. O ápice do Ato I é após assistir todas as punições das almas, encontrar o frio, um congelamento desumano que impede quase movimento. Era o frio gerado pelo ódio de Lúcifer. Sua visão é a mais terrível e quando ele tenta se soltar, tudo é em vão. Pois é um caído.

    Após sua “derrota”, a paisagem infernal muda, os malditos são impedidos de ver as estrelas, mas Dante consegue encontrar o caminho que anuncia a chegada da luz.

    As cortinas se fecham e os ilustres espectadores têm meia hora de intervalo.

    A Ópera era impactante. Dificil alguém não conseguir liberar uma emoção, mesmo que seja raiva, quando está diante de uma história dessas. Mas a verdade é que...no meio daqueles herdeiros, todos viviam um inferno particular.

    Ainda que alguns se disfarçassem de paraíso.
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Gakky Ter Jan 02, 2018 12:01 pm

    Jae-ki gostava mesmo de conversar, de fazer amigos e de estar rodeados deles. Porém isso tinha sido sua fraqueza muitas vezes, já que acabava se iludindo e se decepcionando mais tarde, no começo nunca dava para saber com que tipo de pessoas estava se abrindo. Com tempo aprendeu a pelo menos não tomar mais as iniciativas e a não falar sobre sua vida tão abertamente. Jae notava que Dan parecia acostumado a roubar e que Kai era briguento. " Queria ver se ele vencer se fosse comigo." Quando o outro falou sobre proteger o rosto, Jae-ki soltou um riso breve e baixo de forma amigável. De fato Dan não parecia ter o rosto de um gangster, talvez isso tornasse mais fácil ainda suas habilidades de furto. Ele era até esperto, porque não ficaria com olhos roxos. Porém Jae não era o tipo que aguentaria só ficar torcendo, se isso fosse possível.

    - Maneiro - Respondeu meneando a cabeça positivamente como um rapper.

    Então começaram a falar de um tal teatro. Jae-ki lembrou que na escola tinham falado de algo assim, um ópera, logo o assunto começou a incomodar, falavam de ricos... Já tinha passado a semana inteira com os ricos. Além disso, parecia que quando mais tentava esquecê-la, mas as memórias voltavam mais fortes. Quando Kai falou sobre tacar ovos nos carros, Jae-ki acabou rindo ao imaginar a cena, achou uma boa ideia, bem que queria se vingar daquela gente de nariz empinado, mas é claro que era algo que não ia prestar como Dan brincou. O garoto também começou a falar de tinta de cabelo, mas a mente de Jae começava a ficar muito longe.

    - Valeu, acho maneiro, mas acho que sou preguiçoso para pintar o cabelo. - Respondeu ao Dan, não queria ser o motivo dele se arriscar mais por sua causa, já que provavelmente seria uma tinta roubada.

    De repente uma dúvida passou por seus pensamentos, e se eles realmente fizessem isso, se fossem até lá e ele visse ela? Será que ela tinha ido? "Por que estou pensando nisso, eu já vi ela a semana inteira, aishi... Não quero ver ela no fim de semana... E daí se ela foi ou não? Não tem haver comigo..." Se não queria vê-la de novo, por que tinha tirado aquela foto dela escondido? A foto que nem excluiu do celular...  Infelizmente ele mal entendia a si mesmo. Sem notar, começou a pensar em como ela estaria vestida, com certeza deveria estar muito linda, já era assim na escola, quanto mais arrumada para uma coisa assim. Embora Jae-ki preferisse visuais mais despojados, era inevitável pensar nisso.  

    Jae-ki tentou se distrair no celular, mas não tinha wifi. Por sorte Rey liberou para ele. Percebeu que  essa gangue parecia mesmo maneira, tirando o Kai irritante. Quando viu Ji-hoo voltando, guardou o celular para escutar o que tinha acontecido. Parecia ter ido tudo bem. O convite de comida logo foi percebido por Jae, mas JiHoo cortou e ele não ia ir sem seus hyungs. Sentiu o tapa do líder no seu ombro e se perguntou o que ele quis dizer com isso logo depois de ter mencionado sobre brigas. "Eu não queria brigar..." - Se questionou enfiando a mão debaixo do seu gorro para coçar os cabelos pensativo. Endireitou a peça logo em seguida enquanto ouvia os hyungs. Kyung parecia com sorte, porque tinha um encontro. Infelizmente Jae-ki não estava tendo essa sorte no amor. Quando recebeu a nota alta do líder, arregalou os olhos surpreso:

    - Uwa! Ahsaa! Valeu!

    Admirou por mais um tempo aquela nota antes de guardá-la na carteira, esse dinheiro poderia ter muitos destinos na cabeça de Jaeki, poderia usar o resto para juntar ao que começaria a guardar ainda para pagar dívida com a senhora Yang, ou guardar para acrescentar a economia que fazia para bancar um passeio da irmã. O problema é que guardar dinheiro era arriscado, poderia acabar perdendo. Jae-ki poderia parecer ás vezes um pouco paranoico, mas tinha a leve impressão que quando se é pobre, o dinheiro some muito rápido. Ouvia seus hyungs combinando sobre o que fariam agora. Jae-ki não esqueceu que queria contar de Wangjo para eles, embora quisesse chegar cedo em casa para ficar com Soo-ji e descansar. " Aigoo, tô parecendo um velho querendo dormir..." Quando a outra gangue foi indo, Jae acenou para eles por causa de Dan que havia sido maneiro. Jong-Suk parecia livre e JiHoo se despedia. Mal teve tempo de pensar que teriam que fazer intercâmbio, porque estava aflito para conversar com o líder, por isso logo exclamou:

    - Espera! Já vai? Hyung JiHoo, aconteceu uma coisa muito louca comigo, queria que soubessem!  

    Assim que eles olhassem para Jae-ki, ele falaria apressado:

    - Eu passei numa bolsa para um colégio super rico. Eu tô estudando lá agora, é muito estressante... Aguentar aqueles ricos foi cansativo. Mas saca, é minha chance de resolver meus problemas um dia, sabem que não posso contar com meu aboji - Lançou um olhar para Jong-Suk e completou - Foi o professor Kim que me ajudou. É isso... Não quero te atrasar JiHoo.

    Depois de finalmente contar o que vinha guardando, Jae-ki se sentia mais leve e agora guardava pela reação dos hyungs. Esperava que não achassem isso ruim e que torcessem por ele. Quanto aos hyungs que sobrassem, ele perguntaria:

    - Para onde vocês vão?

    Jae-ki não queria demorar muito ali, pretendia descobrir onde ficava o metrô e ir para casa. Mas se os hyungs quisessem continuar conversando, ele ficaria mais um pouco, mesmo que fosse dar uma volta pela cidade.

    Capítulo 2 - Página 9 OQyMeP8


    Luxi
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Ter Jan 02, 2018 12:24 pm

    O humor de Hyun Hee era bastante instável, e não era como se se ele soubesse se comportar muito melhor do que Misoo naquele meio de herdeiros. Um embate entre duas pessoas inconsequentes não era realmente algo que deveria ser feito em um ambiente daqueles.

    Observar a expressão confiante da menina oscilar por um segundo agradava bastante seu ego, mas o fato de que ela continuava firme apesar de tudo o deixava interessado. Até onde iria toda aquela coragem de falar daquele jeito? Ele gostava de testar limites e foi por isso que deu um passo a mais em sua direção e mais outro, notando que ela continuava imóvel. Era um tanto engraçado como ela se fazia de durona apesar de estar toda montada como uma boneca. Poderia ser uma ótima amiga para Chaeyoung, aquela louca. Será que era um fraco da família Park se interessar por garotas insanas? Talvez fosse por isso que Jung Mi tivesse se sentindo atraído por aquela garota, se os boatos estivessem certos.

    - Eu joguei? Tch - deu um meio sorriso. Incomodava a forma como ela falava, provocando um pouco apesar de estar em uma posição desfavorável. Não tinha medo não? De qualquer forma, agora estava explicado. Foi tudo culpa daquela maluca da filha do dono do Banco, que tinha acabado de incriminá-lo arremessando o broche. Com aquela carinha de santa… quem é que jogaria a culpa nela, não é mesmo?

    Então o amigo de Jung se meteu na frente, e ele ergueu o rosto para enfrentá-lo, ficando mais sério, mas Gyu-Sik o tratava respeitosamente, como a pessoa mais velha que era, mesmo estando na mesma sala. Isso o acalmou um pouco. Então alguém ali sabia seu lugar. Sim, era um mal entendido. Mas não era culpa dele. Era daquela joaninha traiçoeira, que fez a bobeira e saiu voando. Ouviu o que ele tinha a dizer em silêncio, tendo o orgulho amaciado com sucesso quando ele pediu desculpas.

    Hyun Hee assentiu, mas antes que falasse algo, a senhora Yeun apareceu em cena. Fez uma reverência respeitosa a ela quando foi citado e devolveu um meio sorriso. Trocou um olhar com Gyu-Sik. Compreendeu na hora que uma fala sua poderia fazer a menina ter os cabelos arrancados em plena Ópera ou algum tipo de castigo idiota, que no caso de seu avô poderiam ser bengaladas. Ele bem sabia como funcionava aquele código de aparências, só não sabia o que ela de fato sofria.

    - Na verdade… - espiou Misoo por um momento e sentiu um pouco de pena da situação. Não fazia ideia realmente do que ela sofreria a seguir longe de seu olhar, mas sabia perfeitamente que uma pergunta como aquela era apenas um aval que estaria dando para que a mulher destratasse sua cria. Não era esse tipo de pessoa. Ainda que não se importasse. - Eu só vim cumprimentar a senhorita Yeun por sua incrível beleza nesta noite. - fez um meneio educado para a garota e manteve o broche bem escondido no bolso do paletó. Deu um sorriso discreto, quase tímido, por ter ‘confessado’ seu elogio na frente da garota. - Bem, meu avô está aguardando. Divirtam-se. - fez uma reverência breve e saiu do lugar.

    Hyun Hee detestava aquele tipo de ambiente que tinha crescido. Quando era mais novo, na presença dos pais, nunca tinha sentido aquele tipo de pressão, achava-se acima de tudo aquilo, como se não acontecesse jamais com eles. Afinal, não era da parte exilada da família, não era bastardo, não era adotado, muito pelo contrário. Era popular, bom aluno, com uma boa namorada, esportista, família margarina, um hyung modelo. Por esse motivo nunca reparou ou tentou ajudar antes as pessoas que não estavam naquela situação, exceto, é claro, seu irmão, que sempre protegeu. Talvez fosse novo demais para captar aquele tipo de coisa, ou a mãe resolvesse protegê-los, mas era engraçado como bastava o escudo da presença dos pais sumir e de repente ele era atingido por todas aquelas situações sociais diretamente, o julgamento dos outros sem um filtro de adulto para consertar, tornando-se responsável por suas próprias ações, que por mais mínimas que fossem, ressoariam por um longo período… era complicado daquele jeito ser um herdeiro e agora, quando era quase um pária, que compreendia a importância de andar na linha, ou pelo menos parecer que andava.

    Ninguém ligava realmente para quem tinha jogado o broche, apenas para quem parecia que tinha jogado, ou quem era melhor de botar a culpa. A senhora Yeun não fazia a menor ideia de que ele tinha jogado garrafa nas pessoas, mas o tratava como um rapaz modelo, superior a sua própria filha, simplesmente por seu status de herdeiro. Ele poderia tê-la humilhado naquele momento e dito que Misoo teria jogado suco nele, sem nem ter um copo na mão, que a mulher provavelmente acreditaria. Era um sistema nojento daquele jeito.

    Notar essa diferença de tratamento de quem sabia ou não o que ele tinha feito era o que começava a martelar algumas ideias em sua cabeça, especialmente quando encontrou o avô semi-orgulhoso e sorridente para ele. Ele mal desconfiava de toda a cena “vergonhosa” que tinha acabado de acontecer.

    Não conseguiu sorrir de volta. Aquele sorriso não era para ele, mas para quem o avô achava que ele tinha se tornado, um neto modelo, não o rapaz que gritou com a filha do dono do Banco coreano e quase agrediu o filho do promotor. Assentiu apenas e seguiu. No fim, acabou sem falar com seus amigos naquele lugar, mas era melhor mesmo que isso não acontecesse por enquanto.

    Hyun Hee já estava de saco cheio daquele evento cheio de situações as quais não queria enfrentar quando teve que encarar os pais orgulhosos de sua ex namorada. Lembrou-se imediatamente de um jantar na casa dela e do quanto eles tinham tudo para achar que a filha estava muito bem garantida com o herdeiro do império de produtos alimentícios. Tinha um pouco de receito de que a garota tivesse choramingado para o pai, então entrou um tanto cuidadoso, mas pela forma como eles o trataram, tudo ainda era segredo. Sorriu, educadamente e trocou meia dúzia de palavras elogiosas para a família Moon. Não podia simplesmente ignorar Eunjoo, então forçou seu sorriso mais cretino para ela e disse que ela era a jovem mais bela da noite, antes de sentar-se na fileira da frente.

    Quando achou que tudo ficaria tranquilo e só precisaria aguentar mais algumas horas antes da festa, viu JongIn com sua nova presa no camarote da frente. Teria sido simples assim se essa garota não fosse Chaeyoung, que ele tentara inutilmente proteger. Estreitou os olhos, fechando a cara no mesmo instante em que houve o mínimo de aproximação. Jongin… esse puto.

    Sentiu uma pontada na cabeça e percebeu que provavelmente já estava encubando aquela dor de cabeça que o acompanhava desde que tinha largado os remédios, mas não tinha dado importância para aquilo com tanta adrenalina correndo no corpo. Agora podia sentir o lado direito do rosto pulsando à vontade, talvez o perfume forte da ex fortalecesse o incômodo e a memória afetiva. Segurou o apoio da mão com firmeza, visto que a mão começava a tremer de ódio. Queria arremessar o amigo no meio do palco e arrancar Chaeyoung daquele lugar. Não lhe parecia nada errado agarrá-la pelo braço e tirá-la daquele camarote, embora soubesse que não podia fazer isso.

    Sua única sorte naquele instante era que a ópera começaria de verdade e então ninguém repararia nos espasmos que sua bochecha dava em um tique nervoso. Após uma hora e meia, seu sentimento foi sendo distraído um pouco, ainda que ele tentasse, em vão enxergar o que acontecia naquele camarote.

    Hyun Hee foi para aquele evento sem grandes expectativas, mas não era avesso à cultura. A história era de fato interessante e de alguma forma ele conseguia se colocar nela. Sentia-se no próprio inferno, em busca de liberdade, mas não tinha uma Beatrice para inspirar seu caminho. Esse fato o deixava melancólico durante todo o ato. O sentimento de afundar cada vez mais retratado naquele palco era mais efetivo do que a terapia a qual foi submetido. Um personagem fictício entendia sua dor. Quão surreal era isso? Sentia-se ouvido naquele meio e compreendia a metáfora visual do que tinha sentido naqueles dias, então assistia ao espetáculo como se fosse o próprio Dante, sofrendo sua própria infelicidade e caindo em uma tristeza profunda até a salva de palmas e o fim da primeira parte.

    Quando as luzes acenderam para a pausa, Hyun Hee sentia-se um tanto letárgico. Não queria papo com a família Moon, muito menos Eunjoo ou qualquer pessoa. Sentiu necessidade de escapar daquele camarote o quanto antes. A cabeça ainda doía e o deixava parcialmente irritado. Estava com raiva da história porque não tinha uma Beatrice para inspirá-lo então isso tornava sua luta mais impossível de vencer? Fez uma reverência rápida aos familiares e saiu para passear no corredor, com o único objetivo de parecer ocupado e evitar conversas. Daria tudo por um remedinho agora.

    Capítulo 2 - Página 9 Vk4RNbC
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    Capítulo 2 - Página 9 Empty Re: Capítulo 2

    Mensagem por Luxi Ter Jan 02, 2018 1:53 pm


    “Sériooo?Como assim? Ela ficou doida?
    Hyunie oppa agora joga coisas nos outros
    Ele vai matar ela!!!”


    Hyemin escrevia com velocidade, aflita. Jung Mi com certeza precisava saber daquilo. Misoo era meio temperamental nas aulas de tênis e ela bem sabia disso, mas atacar Park Hyun Hee versão 2.0 era muita loucura! Se até a doce e pura Moon Eunjoo tinha sofrido em suas mãos, o que ele não faria com uma primeiro anista?

    Tinha que avisar Jung Mi sobre isso se Hyun Hee resolvesse agredi-la! Então abriu a telinha do amigo no celular e começou a digitar.

    ”Jung Mi-ya, por que não veio na ópera?? TT_TT
    Precisamos de vc aqui.”


    Enviou e começou a escrever mais, mas o que tinha para falar? O oppa ainda não tinha agredido a menina ainda. Então ficava digitando e apagando. Primeiro, queria dar uma bronca nele por abandonar a namorada na ópera, depois, queria avisá-lo maldosamente que a namorada estava chamando a atenção sem ele, depois queria falar para ele vir e controlar a menina, para que ela parasse de possivelmente atrair o noivo dos outros, então queria falar que ela estava em perigo, mas aí apagou tudo porque novas fotos chegavam de EunNa.

    Na outra janela, estava bem concentrada naquelas fotos, ansiosa o bastante para até esquecer, um pouquinho, que seu amado noivo estava no camarote ao lado, até que gelou inteirinha quando percebeu o que tinha escrevido.

    Fez uma careta para o celular, com a bochecha para baixo, mas os dentes mostrando, claramente sabendo que tinha feito bobeira. Yewon, a pior pessoa do universo para saber do relacionamento dos dois!!! E agora? O que fazer? Jung Mi ficaria muito bravo com ela se soubesse que tinha entregado a cunhadinha para as garras da garota. Misoo apanharia no banheiro, ia ganhar a flor negra!!!

    Uma onda gigantesca de culpa caiu sobre ela. Yewon era uma de suas melhores amigas! E também era extremamente assustadora. Não queria jamais que a menina ficasse com raiva dela. Mas tinha Jung Mi e a promessa que tinha feito para o amigo de proteger a pessoa que ele gostava. Ahhh como era complicada essa vida na Wangjo!!!

    Hyemin não se ajudava muito, porque as mensagens eram todas visualizadas e sabia que isso só estava irritando mais ainda Yewon. Ao mesmo tempo, queria ter certeza de que Misoo não era agredida pelo oppa, ou então teria que ligar correndo para que Jung Mi viesse buscá-la. A cabeça da menina ficava dando voltas de ansiedade e ela só imaginava milhares de cenas, de Yewon ficando brava com ela, depois Jung Mi, depois Misoo sozinha, então Misoo linda sendo notada pelo seu noivo, e aí ela voltava a ficar com raiva, mas daí Misoo era ameaçada por Hyun Hee, e aí ele ficava aflita e com pena, então via Yewon atacando Misoo, então era Jung Mi quem ficava com raiva…

    - Ottoke…. - choramingou, olhando para cima. Aparentemente tinha criado uma confusão gigantesca.

    Começou a digitar, mas não conseguia concluir. Era horrível em redação. Como é que podia explicar tudo no celular?

    “Depois a gente conversa com calma Won-Ah
    Vai começar aqui! Beijoss


    “Riiin
    Tá a maior confusão aqui nessa Ópera. A Won-Ah vai ficar brava comigo porque eu não falei que o Jung Mi gosta da Misoo. O que eu façooo?? TT_TT”


    Releu a mensagem e tapou a boca na hora. Também não tinha falado para a amiga também.

    - Aigooo. - choramingou e fechou a tela. Tinha feito muita besteira! Ela guardou o telefone na bolsa, colocando no silencioso, mas não desligou. Estava muito aflita para fazer isso.

    E agora? O que faria? Talvez fosse melhor falar a verdade? Era uma mentirosa tão ruim, mas era muito mais difícil ainda falar a verdade. Ainda mais quando tinha que pressionar o botão de enviar, que exigia uma coragem estrondosa. Aquela música toda começou e ela ficou esperando começar a parte engraçada, mas ninguém caía no palco e não tinham palhaços, só gente “gritando” em uma lingua esquisita. Sentiu como se tivesse entrado na sessão errada e olhou para os lados, verificando que as pessoas estavam compenetradas e confirmando que não tinham se enganado.

    Franziu a cara. Que coisa mais horrorosa. Ela não estava entendendo nada. A cada mudança de cena, ela observava o palco e achava legal as cores em cena, o tipo de maquiagem e até olhava um pouco das roupas, depois, o interesse sumia e ela já sentia as pálpebras pesando. Será que alguém tinha respondido? Espiou o celular dentro da bolsa e  notou que aquela era a única luz do camarote, apagando a tela. Não dava para ficar olhando o telefone. Suspirou.

    Cada vez que mudava a cena, ela tinha a esperança que fosse acabar logo. Onde estavam as fadas, as princesas? Tinha um bicho que parecia hipogrifo, ele era bem legal. A menina tinha um vestido vermelho lindão, parecia o dela, achou legal ficar combinando com a mocinha da ópera e até gostava quando ela entrava em cena, mas ela não estava em todas, então era um saco aquela coisa de inferno. Por que aquelas pessoas estavam arrastando no chão? Era um cenário todo escuro, depois vermelho. Eles não cansavam disso não? Era meio sinistro. Por que as pessoas ficavam correndo com um espeto pra lá e pra cá? A maior parte daquela ópera era cheia de homens feios e sem graça, nem tinha um cavalo legal ou parecia com um príncipe de verdade. E eles NÃO PARAVAM DE CANTAR!!!! Não era como nos filmes da Disney, era insuportável! Era tudo pesado e EeeeEEEe AaaAaaaa OOoooo, nem dava para entender nada.

    Hyemin respirou fundo e encostou-se na poltrona, fazendo um bico que foi sumindo dentro de 1 hora, dando lugar a outro tipo de expressão. De repente, ouviu uma voz baixinho, em seu ouvido.

    - Está chato isso, Senhorita Seo?

    Hyemin deu um pulo na cadeira e virou assustada para encontrar o noivo na escuridão. Ele fez um sinal de silêncio em seus lábios e lhe estendeu a mão. A garota olhou aflita para sua unnie e juntou as mãos, implorando para que ela não a dedurasse. Aceitou a mão de seu noivo e saiu pela porta de fininho.

    - Oppa… é a primeira vez que… que eu seguro a sua mão. - comentou, envergonhada.

    - Qual o problema? Nós vamos nos casar. - um sorriso confiante surgiu em seus lábios, do lado de fora. Hyemin sorriu, apaixonada. - Quero tirá-la daqui. Vamos embora.

    Ela assentiu e caminhou alguns passos até que chegaram até o cavalo dele, que estava dentro da Ópera.

    - Oppa! Como você trouxe isso aqui para dentro???
    -  Eu tenho meus segredos. Vamos, suba

    Mordeu o lábio, um pouco com medo, então notou que seu oppa usava a mesma armadura do homem da peça e, quando olhou para o cavalo, havia outra pessoa ali em cima. Era Misoo com o vestido belo de festa.

    - Oppa!!! Ei. O que você está fazendo? Jung Mi vai ficar triste. Sai daí, Misoo!! EI!

    O cavalo saía galopante, só com a menina, e Miwoo tinha desaparecido. A menina olhou em volta, procurando por ele, só a tempo de encontrar uma garota rindo dela, usando um vestido branco esplendoroso.

    - Você????? O que você tá fazendo aqui? YA!




    A menina saía andando, com um microfone na mão, rodopiando pelo saguão, até que subiu no palco, olhou bem para ela e abriu a boca para dar sua nota alta, que era estranha e masculina, fazendo as luzes brilharem forte em sua cara, e a menina despertou com o final daquele ato e as luzes em seu rosto.




    A menina piscou várias vezes, sobressaltada. O que tinha acontecido? Fez um beicinho e suspirou. Agora tinha acabado né? Puxou o celular e quase gritou. UMA HORA E MEIAAAAAAAA DE PEÇA CHATAAAAAA. O que era aquilo? Castigo? Ela espiou seu rosto no reflexo do celular. Que bom que a maquiagem era feita profissionais.

    Também se deparou com a mensagens do grupo. Primeiro, escreveu para Jung Mi, desconversando.

    “Está tudo bem. Esquece!! Desculpa  

    Depois olhou o grupo das meninas. Definitivamente queria falar aquilo pessoalmente. Mesmo que  Yewon a xingasse, não dava para fazer isso por telefone. Agora tinha que falar a história toda, mas usaria a escola para isso, a menos que EunNa a pegasse no meio do caminho - e ela bem tinha prometido dar um pulo lá no intervalo, mas podia inventar que não deu tempo. Ela se ausentaria do grupo um pouco, com medo das respostas.

    - Unnie… sabe quando vão fazer a foto? Dá tempo de dar uma ajeitadinha no toalete? - murmurou para Sunyoung, preocupada de ter se desmantelado no cochilo.


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    Mensagem por Ailish Ter Jan 02, 2018 3:04 pm

    Não era só uma questão de apaziguar os ânimos vinda dessa súbita necessidade de interromper a conversa, já que não tinha mais nada a ser extraído dali. Entretanto, Sunny não sabia como continuar sem que Joo-Hyuk colhesse mais informações a respeito dos possíveis sentimentos que começava a notar por Jung Mi. Sentimentos? Talvez fosse algo muito forte de se colocar, mas não seria hipócrita em negar para si mesma que o garoto a bagunçava como nunca aconteceu antes. Pensava nele com frequência... uma frequência absurdamente alta. Na época das férias, lembrava-se de modo perfeito a ansiedade de todos os dias, torcendo para que ele aparecesse no Café, pois ficava satisfeita só de observá-lo de longe, perdido entre as longas estantes, completamente compenetrado no interior de uma redoma que afastava-o do resto do universo e, ainda assim, Sunny insistia em... bisbilhotar.

    Lembrava-se dos detalhes...

    Da maneira que as sobrancelhas se curvavam durante observações mais atentas... Do cheiro marcante da loção amadeirada... E do rosto sério, sério demais para alguém tão jovem, mas, ao mesmo tempo, relaxado, como se o lugar agisse feito um pequeno paraíso.

    Quem era ele?

    Do que gosta, além de fotografias?

    Ele mora perto ou longe?

    Prefere café puro ou alguma mistura mais adocicada?


    Cada dia, uma nova pergunta... Perguntas que nunca tiveram respostas. Mas ela adorava imaginar. Porque aquele menino era um livro tão... diferente. Tantas linhas numa única expressão...

    Porém, tudo mudou.

    E a mudança não deveria machucá-la, todavia machucava sim.

    Se na biblioteca, ele parecia um sonho distante, inalcançável... Agora, próximo dela, no espaço de poucas carteiras dentro da sala de aula, quando Sunny olhava para Jung Mi, não havia mais a ansiedade saudável de outrora, mas uma grande tristeza. Era, no mínimo, bizarro sentir-se desse jeito por conta de um desconhecido, porém Sun-Hee não conseguia evitar. Até nos momentos em que forçava a mente a não pensar nele, acabava fazendo exatamente o que se obrigava a não querer.

    Então, quando o amigo dizia coisas do tipo...

    “Por ser herdeiro, ele acha que pode dar em cima de todas as meninas” ou “Só está te iludindo, Sunny”, Kim, independente de não ter a intenção, a magoava. E o pior era que não podia demonstrar. Por orgulho ou vergonha.

    Sofrer calada, de qualquer maneira, não revelava novidades, afinal.

    Quanto mais Kim “avançava”, mais apertos espalhavam-se sobre as têmporas dela. Concordava que o ego da maioria dos herdeiros certamente tratava-se de um complexo que não entenderiam, e de verdade? Sunny não via o menor interesse nisso. Mas não tinha como deixar de se preocupar com as consequências de tal preconceito envolvendo os bolsistas e todos aqueles que “aparentemente” não encaixavam-se no WangJo – Não criei expectativas, Kim, apenas gostaria de saber se existem motivos que possam estar o entristecendo, pois foram raras as vezes em que te vi assim, tão esquisito e cabisbaixo. Talvez seja uma surpresa que, como sua amiga, eu fique angustiada por você – a última frase veio carregada de ironia. Mas era inegável o carinho que sentia pelo melhor amigo, a quem considerava um verdadeiro irmão.

    - Ela pediu desculpas? Ah... nossa – aquilo surpreendeu Sunny, até Kim prosseguir, fazendo-a revirar os olhos – Aposto que essa gravação não irá cair nos outros telefones, né? – Sunny suspirou e balançou a cabeça, parando de súbito diante do comentário – Sim, você é protetor, e um idiota também. Pare de comprar os meus problemas, Kim Joo-Hyuk, e não estou brincando. A princípio, você não tem nada a ver com a imbecilidade dessas pessoas. Pelo amor de Deus, Kim, não quero que ganhe um alvo no meio da testa e comece a sofrer perseguições. Já não basta que aconteça comigo e a Lee-Hi? Sem mencionar a Eun... – ela escondeu o rosto nas mãos – Nada de entrar na minha frente para receber ovadas, ou testar a paciência do Jung Mi... Ou, não sei... O que mais esse povo quiser aprontar. Quer mesmo me ajudar? – voltou a fitá-lo e sorriu, finalmente, de um jeitinho doce – Permaneça do meu lado, como sempre faz – estendeu o braço e afagou o ombro de Kim – Acho que é o susto inicial, sabe? Depois eles cansam... Porém, a gente não precisa cair no joguinho e nem nas provocações.

    Capítulo 2 - Página 9 Tumblr_npnepcAU2A1ql0375o1_500

    Claro que era muitíssima cara de pau de Sunny falar algo assim...

    Quem é que vivia se metendo em encrenca?

    - Eu não terminei, espeeeera!

    Começou a comer o espetinho e depois finalizaria o próprio lanche, não se interrompendo para não atrasá-los mais, não que tivessem horário marcado.

    Capítulo 2 - Página 9 IU+Lee+Jieun+Cute+Korean+Singer+Eating+GIF+%25283%2529

    Sunny engasgou com a comida e precisou beber alguns vários goles para desentalar.

    - Você é tããããão mão de vaca, Kim! Arrrrgh!

    Ela resmungou enquanto limpava os dedos e a boca nos guardanapos que sobraram, e logo começava a juntar os lixinhos para descartá-los.

    - Pronto, pronto. Estamos liberados.


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