Ao sair do pequeno bosque eles se depararam com a visão de uma enorme mansão em ruínas ladeada por grades de ferro. Em seus tempos áureos devia ter sido uma estrutura magnífica, mas durante a tragédia que culminou na morte de Aencar o lugar sofreu grandes danos que persistem até os dias de hoje. Quase todas as janelas estão despedaçadas, existem buracos nas paredes em todo canto e o lado oeste inteiro do casarão está desmoronado. Aquele era o ponto de encontro que o grupo havia combinado para eles prosseguirem com os seus planos de reaver as relíquias perdidas e de consequentemente deter o crescimento de prestígio de Zankharon. Em frente aos portões que davam para o jardim, Arthminos botou as duas mãos na cintura e espiou o céu noturno livre de quaisquer nuvens, o que deixava a lua completamente visível.
- Aqui estamos nós dentro do horário combinado, mas parece que um dos nossos se atrasou. Onde será que está Janus Cerwyn? Bom, de qualquer modo, o lugar é perfeito para a nossa pequena reunião. Vamos entrando. |
Arthminos abriu delicadamente os portões de ferro que pareciam um tanto enferrujados e capengas. O jardim nada mais era do que um campo de plantas má-cultivadas e muitas delas já mortas, com uma estradinha de terra que levava até a porta principal da mansão. Eles viram fontes que outrora certamente espirravam águas e uma estátua viva de um homem de bom porte, vestido uma armadura e carregando uma espada numa pose heroica. Nem a estátua de Aencar sobrevivera intacta ao longo dos anos, e muitas partes dela estavam rachadas ou quebradas. Uma pequena escada de pedra levava até o hall de entrada externo da casa, e enquanto o trio subia os degraus eles ouviram um som vindo de trás a qual já estavam acostumados. Era o som de um teletransporte e ao se virarem eles avistaram Janus caminhando para junto do grupo.
- É um prazer revê-lo, meu amigo, e não precisa se desculpar pelo seu pequeno atraso. Agora que estamos completos eu vou tocar a campainha. Tomara que ela esteja funcionando. |
O Barão Arthminos acionou a campainha da mansão que nada mais era um do que um puxador que tinha que bater à porta. Feito isso, ele voltou a colocar as mãos na cintura e ficou esperando pacientemente.
Necross estava na sala de jantar quando ouviu a campainha do casarão ecoar pelas paredes esburacadas. Ele não pôde deixar de pensar que finalmente o tédio das últimas semanas iria embora, visto que o necromante passara os últimos dias aguardando a visita do grupo. Agora era hora dele levantar a bunda da cadeira e recepcionar os seus convidados, chamando-os para a sala de jantar que ele preparara especialmente para aquela ocasião.